O Tricampeão Mundial Gérson, o “Canhotinha de Ouro”, é retrato nesta pintura por Rubens Gerchman. Pintor, desenhista, gravador e escultor, o carioca Gerchman viveu como artista residente nos Estados Unidos e na Alemanha. Suas obras são influenciadas pelas artes concreta e neoconcreta e muitas são baseadas em temas populares.
sexta-feira, 29 de junho de 2012
quinta-feira, 28 de junho de 2012
EUROCOPA 2012 - EMBATE DE FILOSOFIAS
Nem tão previsível, nem tão imprevisível, Espanha e Itália
farão a final da EURO 2012. Uma final maiúscula, entre duas escolas de jogar
futebol que não se assemelham em quase nada. Mais do que um duelo de Seleções,
será um duelo de filosofias, onde a grande diferença entre ambas está na fome de
gol.
O histórico apelido de “Fúria”, hoje, é um baita de um paradoxo,
pois de furiosa a equipe dos infinitos passes de Xavi, Iniesta e Xabi Alonso não
tem nada. Vide os recentes triunfos sobre França e Portugal. Em alguns
momentos, a falta de ambição espanhola por balançar as redes é tão grande que o
metafórico pé da trave parece que ganhará vida e a baliza sairá como uma louca
atrás da bola. O gosto por este estilo, como todos os outros gostos, é
relativo. A eficiência dele, não. Com sua troca de passes que desafia a
eternidade, a Espanha, com uma tranquilidade budista, parece saber que o gol
vai sair a qualquer momento. E, se não sair, não tem problema, pois o
adversário não tem mesmo a bola para fazê-lo. Não à toa que em todos os nove jogos
de fase mata-mata que participou nos últimos três torneios de gigante porte
(EURO 2008, Copa do Mundo 2010 e EURO 2012), o goleiro Casillas – incrível! – não
foi superado sequer uma vez. Como questionar uma estratégia que, sem praticar o
antijogo, é infalível?
Enquanto a fome da Espanha é a mesma de quem acaba de se
empanturrar em um rodízio de massas ou carnes, a da Itália é
maior que a de piolho em peruca. Como os azuis buscam o gol! Nas vitórias sobre
Inglaterra e Alemanha, foram mais de vinte chamados “melhores momentos” com assinatura italiana. A diferença entre as duas partidas foi que, contra os germânicos, Balotelli
estava inspirado e guardou duas bolas no fundo do barbante. Chutes longos e de dentro
da área, avanços pela direita e esquerda, cabeçadas e pezadas na pelota,
ataques pacientes e relâmpagos, tramas iniciadas com a habilidade do Cassano ou
a precisão do Pirlo... Mesmo quando adotou uma postura mais recuada diante da
Alemanha, quando já contava com dois a zero no escore, a Itália continuou a ser
incisiva. É verdade que a “Azzurra” perde muitas – muitas! – oportunidades, mas
como as tem criado em profusão, o saldo tem sido positivo.
Será que Casillas enfim buscará uma bola no fundo do gol em
um jogo decisivo? Como a Itália fará para ser agressiva diante de um onze que
não perde a bola? O “futebol-yoga” espanhol chegará mais uma vez ao topo? Que
venha a decisão em Kiev, pois só ela tem as respostas!
COPA LIBERTADORES 2012 - FINAL - BOCA JUNIORS X CORINTHIANS
Boca Juniors 1 x 1 Corinthians – La Bombonera, Buenos Aires
(ARG)
Romarinho sai do banco para empatar um Boca versus
Corinthians tenso e indefinido até o último trilar do apito.
Para sua sexta final de Libertadores contra um brasileiro –
perdeu para o Santos do Pelé e ganhou as outras quatro – o Boca Juniors foi
organizado pelo Julio Falcioni no já tradicional 4-3-1-2 com: Orion;
Roncaglia, Schiavi, Caruzzo e Clemente Rodríguez; Ledesma, Somoza e Erviti;
Riquelme; Mouche e Santiago Silva. Na busca pelo sonhado primeiro título da
mais importante competição interclubes das Américas, o Corinthians foi
esquematizado pelo Tite no 4-2-3-1 com: Cássio; Alessandro, Chicão, Leandro
Castán e Fábio Santos; Paulinho e Ralf; Jorge Henrique, Alex e Emerson; Danilo.
No pegado e até bruto 1º tempo no La Bombonera, o Corinthians
teve importantes méritos: não deixou a empolgação dos torcedores argentinos
chegar aos jogadores xeneizes, não se intimidou sequer por um segundo e soube
como tirar os espaços do camisa 10 Riquelme. O ínicio do confronto até foi
propício em oportunidades de gols, com uma cabeçada do Schiavi pelo lado do
Boca e um chutaço de fora da área do Paulinho pelo “Timão”. Porém, a tensão era
grande demais e esta acabou por dominar ambos os rivais. Assim, tumultos –
Emerson e Erviti pareciam rivais de longa data –, empurrões, reclamações com o
árbitro e faltas nada diplomáticas tomaram o lugar das tramas ofensivas. Resumo
da ópera: foram 45 minutos de muita disposição e pouca inspiração.
Nos primeiros minutos pós-intervalo, o Boca conseguiu ser
presença mais constante no ataque e em alguns momentos era possível ver os onze
corintianos em seu próprio campo. Neste panorama, Riquelme começou a encontrar
espaços e através de um arremate seu e um passe para o Mouche o placar quase
foi inaugurado. Sem dúvidas o Corinthians já tinha vivido melhor situação na
partida. O Boca, não. E o resultado veio aos 27 minutos, quando um bate-rebate
que incluiu até mão do Chicão terminou em gol do Roncaglia. Um a zero Boca. Mas
a história do duelo ainda tinha mais páginas para serem escritas. E por um
autor inimaginável há alguns dias. O relógio marcava 39 minutos quando, com uma
tranquilidade digna do seu nome sem diminutivo, o garoto Romarinho recebeu
clarividente passe do Emerson e encobriu o caído goleiro Orion para igualar
tudo.
Já nos acréscimos, uma cabeçada do Viatri explodiu no poste e
fez corintianos e boquenses saltarem de seus lugares, onde quer que estes
fossem. Porém, o apito final chegou para decretar o empate e deixar tudo em
aberto para a próxima batalha, no Pacaembu.
segunda-feira, 25 de junho de 2012
EUROCOPA 2012 - PORTUGAL CONTRA TRÊS FAIXAS PRETAS
Últimos dias antes da fase final de um importantíssimo
torneio de judô. Entre os quatro finalistas, três ostentam uma portentosa faixa
preta amarrada na cintura. Um não. Este, historicamente, ainda não possui
certos requisitos para falar de igual para igual com aqueles. Ele tem tudo para
se sentir inferior, mas um pensamento conforta, ou pelo menos tenta, suas
noites de sono: como um mantra, ele repete em silêncio que chegou até ali por merecimento, com sua própria força, e as faixas pretas rivais
não poderão, sozinhas, ganhar vida e lhe aplicar um ippon.
Antes que os amigos pensem que o blog trocou de esporte, explico
as linhas introdutórias. Às vésperas da fase semi final da EURO 2012, a Seleção
de Portugal deve se sentir exatamente como o judoca sem a faixa preta do
parágrafo acima, já que os adversários que se colocam em seu caminho rumo
ao inédito título continental são os mais laureados e vitoriosos. Enquanto
os lusos nunca disputaram uma decisão de Copa do Mundo e tem o vice da Eurocopa
2004 como melhor resultado no “Velho Continente”, Alemanha, Itália e Espanha,
juntas, totalizam nada menos oito canecos mundiais e seis continentais.
Realmente é de assustar!
Contudo, assim como o judoca que está diante de três faixas
pretas, Portugal não pode pensar no passado. Se lembrar de lendas como Luis
Suárez, Dino Zoff e Beckembauer, terá pesadelos inenarráveis. É melhor focar-se
no futuro. Primeiro, em como dar um fim à posse de bola eterna da Espanha, no duelo
ibérico válido pela semi final. É óbvio que as linhas seguintes não trarão a
resposta, pois os maiores treinadores do planeta já tombaram nesta missão, porém, é certo que os espanhóis não podem entrar no piloto automático. Comandados pela velocidade, habilidade e impetuosidade de
Cristiano Ronaldo, os portugueses têm que “tumultuar” o jogo – as aspas são para
indicar um tumulto no bom sentido, com a bola nos pés –, pois se a Espanha
conseguir impor seu ritmo...
Caso tenham sucesso em impedir a Espanha de seguir seu
caminho rumo ao histórico trio de títulos, Euro 08 – Mundial 10 – Euro 12, será
a hora de Portugal não perder um segundo da briga de cachorro gigante que será a
outra semi, entre Alemanha e Itália. Os alemães com o “Rei Midas” Özil, que
toda bola que toca transforma em ouro, e os italianos do primeiro volante mais
poético do futebol mundial, Pirlo, cujo fato de ser o responsável por estar à
frente da dupla de zaga não o impede de realizar lançamentos que são verdadeiras
notas musicais.
Fisicamente, Portugal não se encontra nem muito à frente, nem
muito atrás do trio de rivais. Taticamente, sua interessante linha de quatro
meias a fazer a ponte entre o volante e o centroavante dá ótimos resultados
ofensivos e defensivos. Tecnicamente, conta com um punhado de nomes que não
agridem a bola e um intimidante Cristiano Ronaldo pegando fogo. Psicologicamente... bem,
quanto ao psicológico, só o futuro dirá se as faixas pretas intimidaram os
portugueses.
domingo, 24 de junho de 2012
CAMPEONATO BRASILEIRO - 6ª RODADA - ATLÉTICO GOIANIENSE X FLUMINENSE
RESULTADOS
Vasco 1 x 3 Cruzeiro
Portuguesa 1 x São Paulo
Atlético Mineiro 5 x 1 Náutico
Corinthians 2 x 1 Palmeiras
Grêmio 2 x 0 Flamengo
Figueirense 1 x 1 Bahia
Botafogo 1 x 2 Ponte Preta
Santos 2 x 1 Coritiba
Sport 0 x 2 Internacional
Atlético Goianiense x Fluminense
ARTILHARIA
4 Gols
Alecsandro (Vasco)
Araújo (Náutico)
Herrera (Botafogo)
Vagner Love (Flamengo)
Wellington Paulista (Cruzeiro)
Atlético Goianiense 1 x 4 Fluminense – Serra Dourada, Goiânia
(GO)
Fluzão ignora desfalques, goleia o lanterna, Atlético
Goianiense, e se aproxima ainda mais da zona nobre do Brasileirão.
Ainda sem sentir o doce sabor da vitória neste campeonato, o
Atlético Goianiense entrou em campo organizado pelo treinador Hélio dos Anjos
no 4-2-2-2 com: Márcio; Marcos, Gilson, Gabriel e Eron; Marino e Bida; Joilson
e Ernandes; Wesley e Marcão. Com um punhado de ausências – entre elas a do centroavante
Fred – Abel Braga esquematizou o Fluminense no 4-3-1-2 com: Diego Cavalieri;
Bruno, Gum, Anderson e Carlinhos; Jean, Edinho e Deco; Wagner; Wellington Nem e
Samuel.
O balaço de fora da área que o camisa sete goiano, Ernandes,
acertou para abrir o escore, aos 10 minutos de jogo, assustou um pouco o
torcedor tricolor. Porém, mesmo sem ser intenso, o Fluminense conseguiu fazer
valer sua superioridade ofensiva e aproveitar as falhas da retaguarda adversária,
que teve até trombada de companheiros. Aos 25 minutos, o placar adverso já
havia se tornado vitória parcial do Flu através dos gols do garoto Samuel e do
zagueiro Gum, o primeiro iniciado com boa jogada do Jean e o segundo após bola alçada
na área pelo Deco e caçada de borboletas do goleiro Márcio. E a vantagem que o Flu
levou para o intervalo poderia ter sido maior, mas Nem e Wagner desperdiçaram
boas oportunidades. O destaque negativo da 1ª etapa tricolor ficou por conta da
ruim atuação, tanto ofensiva quanto defensiva, dos laterais Bruno e Carlinhos.
Pelas dificuldades em ser criativo que mostrara no 1º tempo,
a missão do “Dragão”– evitar a quarta derrota seguida – não seria das mais
fáceis. E a situação se complicou ainda mais quando, logo aos 6 da etapa final,
Deco cobrou córner e o zagueiro Gilson empurrou a redonda contra o próprio
patrimônio. Aí, com mais folga, o Fluzão tirou o pé, que já não pisava fundo,
do acelerador, e, como o Atlético parecia em um labirinto sem saída, o tempo
passava sem muitas emoções – as exceções foram um desvio errado do Deco, quase
na pequena área goiana, e um chute do Wesley. Nos minutos derradeiros, após o
volante Marino ter sido expulso por entrada criminosa no Marcos Junior, os
rubro-negros conseguiram acertar a trave com Danilinho, porém voltaram a buscar
a bola no fundo do gol em pênalti sofrido pelo Marcos Junior e convertido pelo dono
da cancha, Deco.
Os amigos conhecem aquela frase, já batida, que diz que “para
ter sucesso em um campeonato longo como o Brasileirão é necessário um forte
elenco”? Pois bem, vencer, fora de casa, de goleada e com seis desfalques prova
que o elenco das Laranjeiras é de ótima qualidade.
CURTINHAS PELO BRASILEIRÃO!
- Um sólido sistema defensivo – com o carimbo do treinador
Celso Roth – um homem da batuta como Montillo, um rápido Fabinho, de excelente
recém-terminado Paulistão pelo Guarani, e um Wellington Paulista que se dá bem
com as redes. As vitórias sobre Botafogo, no Engenhão, e Vasco, em São
Januário, além da liderança, indicam que olhos devem mirar mais atentos para o
Cruzeiro.
- Ao final da 6ª rodada, o pão de queijo é a comida mais saboreada
do Brasileirão, que, além de ter o Cruzeiro como líder, tem o Atlético Mineiro
como vice. E o “Galo” chegou lá nas cabeças depois de uma sonora goleada sobre
o Náutico, com direito a gol de Ronaldinho Gaúcho e tudo.
- Muito legal ver o goleiro Dida de volta às balizas
brasileiras.
- Vasco caiu em São Januário, Botafogo tropeçou no Engenhão e
Flamengo foi papado pelo Grêmio do Luxemburgo. O sorriso no rosto do torcedor
do Fluminense não é exclusivamente devido à sapecada sobre o “Dragão”.
sexta-feira, 22 de junho de 2012
MUITO MAIS DO QUE CABELO E BARBA
“Venci e agora minha barba e meus cabelos são um símbolo de liberdade”, Afonsinho.
(O Estado de São Paulo, 16 de fevereiro de 1972)
Vive-se um tempo onde craques e pernas-de-pau se importam mais com a aparência do que o hilário personagem Zé Bonitinho. Dentre brincos, munhequeiras, cordões e vestimentas, são os cabelos modernos que mais chamam a atenção. Tem moicano, de trancinhas coloridas ou não, rastafári, com desenhos, com nomes, com escudo do clube, à la Cascão e até aqueles impossíveis de explicar com poucas palavras. Mas houve uma época onde uma simples barba e o cabelo comprido se transformaram em símbolos de liberdade, de vitória contra um sistema que se propunha a controlar todos os passos dos jogadores, dentro e fora das quatro linhas.
A partir da segunda metade da década de 60, mais pontualmente após a Seleção Brasileira ter sido eliminada na 1ª fase da Copa do Mundo de 1966, teve início uma revolução no futebol verde-amarelo. Em síntese, força e resistência físicas, organização tática, ocupação de espaços, jogador-peça, time-máquina, objetividade e coletividade se tornaram palavras-chave no vocabulário do nosso jogo. Muitos possuem a ideia de que a Seleção Tricampeã do Mundo em 1970 era pura arte, mas basta contar que um relatório da Organização Mundial de Saúde considerou a equipe brasileira a mais bem preparada fisicamente de todo o torneio e que o zagueiro Brito foi eleito o atleta de melhor preparo físico da competição para vermos que os brasileiros tinham algo mais além do futebol genial.
Um pouco mais de aprofundamento e a lembrança de que o país vivia uma ditadura militar e que não eram raros integrantes do exército nas instituições do futebol – vide o Capitão Cláudio Coutinho, preparador físico da Seleção de 70 – torna mais alcançável o comportamento dos jogadores como soldados e dos times como exércitos, com regras e organização. Mas esta militarização não se restringiu ao jogo em si. Os dirigentes e treinadores dos clubes nacionais exigiam comportamento impecável dos seus comandados fora dos gramados. A disciplina militar e a disciplina esportiva se tornavam, então, sinônimos.
Foi neste contexto que um nome se ergueu contra tamanho controle: Afonsinho. Contratado pelo Botafogo junto ao XV de Jaú, Afonsinho foi Bicampeão Carioca em 1967 e 1968 ao lado de craques como Gérson, Jairzinho, Roberto Miranda e Paulo Cezar Caju. Mas não era titular absoluto, e isto o chateava. Bastante. A ponto de se desentender com o treinador Zagallo em um torneio no México e acabar emprestado ao Olaria. Pelo Alvianil da Bariri, em excursão ao Oriente Médio e Extremo Oriente, um novo desentendimento, desta vez com um diretor do clube, acabou com o desligamento de Afonsinho da delegação. Ao invés de retornar direto para o Brasil, o craque passou um período na França, longe do futebol, e vivenciou de perto todo o momento de contestação social, cultural e política que o país vivia.
De volta ao Brasil e ao Botafogo, Afonsinho ostentava uma barba nascente e cabelos que começavam a se alongar. O treinador, Zagallo, e o diretor Xisto Toniato não gostaram da nova aparência do habilidoso meia, que não aceitava a influência dos disciplinadores em sua vida. Sem meias palavras, a situação se tornou a seguinte: ou Afonsinho raspava a barba e cortava o cabelo ou não jogaria no Botafogo. E como na época vigorava a Lei do Passe, ou seja, o jogador tinha seu passe preso ao clube, que poderia vendê-lo, emprestá-lo ou “prendê-lo” a seu bem querer, não seria exagero dizer que a carreira de Afonsinho esteve prestes a terminar.
Porém, o jogador foi à luta pelos seus direitos e, após verdadeiras batalhas jurídicas, conquistou o Passe Livre. Virou bom exemplo para os que não aceitavam o controle dos clubes sobre suas vidas e péssimo exemplo para os que ganhavam dinheiro e poder com o sistema de dominação sobre os jogadores. Entrou para a história do futebol brasileiro como um ícone de rebeldia. E de liberdade.
Referências
Afonsinho e Edmundo – A rebeldia no futebol brasileiro. Autor: José Paulo Florenzano. Editora Musa.
quinta-feira, 21 de junho de 2012
COPA LIBERTADORES 2012 - SEMI FINAL - CORINTHIANS X SANTOS
Corinthians 1
x 1 Santos – Pacaembu, São Paulo (SP)
Pacaembu botando gente pelo ladrão vê Corinthians empatar com
Santos e chegar a sua primeira decisão de Libertadores.
Para um dos jogos mais importantes de sua história – sua segunda
tentativa de chegar a uma final do mais importante torneio de clubes das Américas – o Corinthians foi organizado
pelo Tite no 4-4-2 com: Cássio; Alessandro, Chicão, Leandro Castán e Fábio
Santos; Jorge Henrique, Paulinho, Ralf e William; Danilo e Alex. Com a
obrigação da vitória para manter o sonho do Tetra Continental, o Santos foi
para o clássico esquematizado pelo Muricy Ramalho no 4-3-3 com: Rafael;
Henrique, Edu Dracena, Durval e Juan; Adriano, Arouca e Ganso; Alan Kardec,
Borges e Neymar.
O relógio não precisou girar muito para o jogo ganhar sua
cara: o Santos com a posse de bola na busca pelo gol necessário e o Corinthians
todo plantado em seu campo à espera de um momento para dar o bote. O “Timão” se
mostrava tão recuado em alguns momentos que suas duas linhas de quatro quase se
misturavam. Neste panorama tático, o “Peixe” encontrava enormes dificuldades
para criar qualquer tipo de jogada ofensiva e ainda cedia alguns espaços
desejados pelo rival, como os que deram origem a uma fraca finalização do
William e a uma cobrança de falta do Alex que beijou a trave. A peleja
transcorreu neste ritmo até o brilho individual do Neymar abrir uma brecha na sólida cozinha corintiana e, após ótimo cruzamento de Alan Kardec e toque
na trave do Borges, a própria “Joia”, aos 35 minutos, aparecer para sacudir o
barbante.
Se a postura mais agressiva que o Corinthians adotou depois
do tento praiano não deu resultado na 1ª etapa, apesar de uma perigosíssima
cabeçada do Jorge Henrique, daria logo dois minutinhos após o intervalo. Alex
alçou a pelota na área e Danilo não encontrou problemas para empatar
o escore. O Santos sentiu o gol e foi dominado por uma apatia não condizente
com quem luta por uma vaga na decisão da Libertadores. E diante de um adversário
moribundo, cujo símbolo foi a atuação desértica do Ganso, o “Timão” se tornou
senhor do jogo, encaixou seu sistema de marcação de maneira quase perfeita –
Neymar esteve mais sumido no 2º tempo do que dinheiro no bolso em fim de mês – e
ainda ameaçou o goleiro Rafael por duas vezes: um gol impedido do Paulinho e um
chute longo do Alex.
Nos minutos finais, o torcedor corintiano era nervosismo puro,
porém mais por traumas passados do que pela partida em si, que chegou ao seu
final com o empate em um gol. E o Corinthians está mais perto do que nunca do sonhado caneco da Libertadores.
terça-feira, 19 de junho de 2012
EUROCOPA 2012 - O QUE O BRASIL PODE (RE)APRENDER COM A EURO
Nem a Seleção Brasileira, em sentido estrito, nem o futebol
brasileiro, em sentido amplo, reencontrarão seus melhores dias através de um “Ctrl
C + Ctrl V” no estilo europeu, até pelo fato de não existir um único modo de
jogar no “Velho Continente”. Contudo, utilizar o que a EURO 2012 tem mostrado de
melhor como inspiração traria uma evolução imensurável ao jogo verde-amarelo.
Além da diversidade tática – citada aqui mesmo, na semana
passada – esta edição da EURO pode ensinar muito para os “professores” e,
consequentemente, jogadores brasileiros acerca da importância de centro-campistas
que tratem a bola sem pavor, desespero, medo. Não falo dos meias abertos pelos
flancos nem dos meias cuja principal missão é abastecer os atacantes. Falo
daqueles compromissados tanto com o jogo defensivo quanto com o ofensivo, que
devem jogar os 90 minutos – jogar, mesmo, não somente estar em campo – que não
podem parar nem quando a redonda sai pela linha lateral, que não podem ganhar o
apelido de vagalume devido à alternância de momentos brilhantes e apagados na
partida.
Com certeza é muito difícil encontrar jogadores com estas
qualidades, todavia, cada vez mais, são eles quem decidem as pelejas. Na
estreia russa na EURO, uma goleada de encher os olhos sobre a Tchecoslováquia,
a dupla Zyryanov e Shirokov foi espetacular e dominou todo o setor de
meio-campo. Porém, nas duas partidas seguintes, a Rússia ignorou exemplos de
superação na história e acreditou que somente com sua técnica apurada
conquistaria seus objetivos. Não passou pelos aguerridos poloneses e sucumbiu
diante da entrega emocionante dos gregos.
Dos muitos – muitos! – motivos que fizeram a Holanda não
conquistar um mísero pontinho no torneio encontra-se a presença dos broncos De
Jong e van Bommel, titulares contra Dinamarca e Alemanha, como ligantes entre o
quarteto de defesa e o de ataque. Na última rodada, contra Portugal, já no
desespero, van der Vaart entrou no lugar de van Bommel e, se não foi o
suficiente para um triunfo – até porque Cristiano Ronaldo jogou tanto quanto se
ama –, pelo menos ele foi o melhor laranja. Já que Portugal entrou no bate-papo,
Raul Meireles e João Moutinho, meias que jogam à frente do cão-de-guarda Miguel
Veloso e entre os abertos Cristiano Ronaldo e Nani, foram essenciais para a
classificação lusitana, com dotes defensivos, intimidade com a redonda e passes
conscientes.
Os aplausos mais efusivos quando o assunto é meio-campista
dinâmico, dono de toques precisos e preciosos, visão e antevisão do jogo, liderança
técnica (aquela que faz seus companheiros e a pelota o procurarem sempre), ocupação
inteligente dos espaços de defesa e atenção integral vão para três nomes que já
despontam na briga pelo prêmio de melhor do torneio: Gerrard, Iniesta e
Schweinsteiger, em ordem alfabética.
As apresentações de Gerrard, no triunfo decisivo contra a
Ucrânia, Iniesta, no banho espanhol sobre a Irlanda, e Schweinsteiger, diante
dos azedados holandeses, só para citar as mais saborosas, merecem, ou melhor,
devem ser apreciadas e estudadas por treinadores e boleiros brazucas. A
sabedoria que estes três mestres do meio-campo mostram na EURO é a solução para
o futebol brasileiro superar muitos – não todos – obstáculos na busca pelo
apreço nacional e internacional que um dia já teve.
UMA IMAGEM
A elegância de Nilton Santos – até quando dava carrinhos – diante da habilidade imensurável de Puskas, no Brasil versus Espanha da Copa do Mundo de 1962. Bi Mundial brasileiro faz 50 anos.
domingo, 17 de junho de 2012
CAMPEONATO BRASILEIRO 2012 - 5ª RODADA - FLAMENGO X SANTOS
RESULTADOS
Internacional 1 x 2 Botafogo
Cruzeiro 1 x 0 Figueirense
Fluminense 4 x 1 Portuguesa
Flamengo 1 x 0 Santos
Palmeiras 1 x 1 Vasco
São Paulo 1 x 0 Atlético Mineiro
Bahia 2 x1 Sport
Ponte Preta 1 x 0 Corinthians
Coritiba 3 x 0 Atlético Goianiense
Náutico 1 x 0 Grêmio
ARTILHARIA
4 Gols
Alecsandro (Vasco)
Herrera (Botafogo)
Vagner Love (Flamengo)
Flamengo 1 x 0 Santos – Engenhão, Rio de Janeiro (RJ)
Flamengo passa sufoco contra reservas do
Santos e triunfa com gol de pênalti do Bottinelli quando o garçom já fechava a
conta do jogo.
Para aproveitar o fato de o adversário da tarde estar
totalmente concentrado na Libertadores, Joel Santana decidiu apostar no mesmo
onze que vencera o Coritiba na última rodada e o Flamengo entrou em campo
organizado no 4-3-1-2 com: Paulo Victor; Wellington Silva, Marllon, González e
Magal; Luiz Antônio, Aírton e Renato; Íbson; Diego Maurício e Vagner Love. Com o
Tata na beira do gramado, já que Muricy Ramalho preferiu observar seus reservas
de cima, o Santos foi para a peleja escalado no 4-1-4-1 com: Aranha; Maranhão,
Gustavo Henrique, Bruno Rodrigo e Emerson; Éwerton Páscoa; Crystian, Felipe
Anderson, Anderson Carvalho e Gérson Magrão; Rentería.
O Flamengo teve apenas um mérito, e nem muito grande, durante
a etapa inicial no Engenhão: não deixou a garotada do Santos se sentir
confortável e colocar o cavalinho na chuva. Fora isto, o Rubro-Negro foi de uma
criatividade desértica e não conseguiu, vez nenhuma, superar a retaguarda
praiana, que teve como destaque a dupla de zaga formada por Bruno Rodrigo e
Gustavo Henrique. Quatro arremates de fora da área (dois do Renato, um do
Wellington Silva e outro do Luiz Antônio), e duas bolas alçadas que o goleiro
Aranha caçou borboletas foram tudo o muito pouco que o Fla produziu no 1º tempo.
O futebol infértil não foi suficiente para fazer Joel Santana
trocar o time no intervalo, e, apesar de um quase-gol do Vagner Love de cabeça,
aos 11 minutos, foi o Santos que voltou mais animado. Antes raros, os uniformes
celestes santistas começaram a se fazer presentes no campo de ataque e Rentería,
por duas vezes, deixou o torcedor rubro-negro inquieto nas arquibancadas. Numa tacada
só, aos 21, Bottinelli e Hernane foram para o jogo, mas os passes errados e a
falta de penetração continuaram presentes no Fla, que só voltou a ser perigoso aos
33, em chute longo do Aírton, pouco após Dimba fazer boa jogada individual pelo
lado santista. Com o apito final cada vez mais próximo, a esperança
flamenguista era que Vagner Love tirasse mais um coelho da cartola, contudo, desta
vez, o salvador foi Bottinelli.
O argentino foi o autor de lindo passe para Íbson sofrer
falta de Gérson Magrão dentro da área e cobrador do pênalti resultante com enorme
categoria e tranquilidade. Aí, como diria o grande locutor esportivo Januário
de Oliveira, “acabou o milho, acabou a pipoca, fim de papo”. Flamengo um, Santos zero.
CURTINHAS PELO BRASIL!
- Quando o magistral Deco distribui passes para três gols e
Wellington Nem e Fred vão às redes, fica muito – muito, mesmo! – difícil ganhar
do Fluminense.
- O fogo do “Formiga Atômica” Vitor Júnior, a precisão do
Andrezinho e a dinâmica do Fellype Gabriel foram essenciais para a vitória
maiúscula do Botafogo no Beira-Rio. Os atuais reservas Maicosuel e Elkeson terão
que reencontrar o futebol dos melhores tempos se quiserem voltar a escutar o
apito inicial de dentro do gramado.
- Não mais sem arranhões, porém ainda invicto, o Vasco contou
com um gol de falta do Juninho para empatar com um Palmeiras concentrado na Copa
do Brasil mas sem poupar nomes. Para o temor dos adversários, o
Pernambucano voltou a ser letal nas bolas paradas.
- Corinthians, Palmeiras e Santos, juntos: quinze jogos, zero
vitória, seis empates e nove derrotas. Isto não é atenção voltada para outro
torneio. É falta de planejamento.
sábado, 16 de junho de 2012
EUROCOPA 2012 - ALTO NÍVEL E COMPETITIVIDADE
Antes de tudo, vamos chutar um chavão para escanteio. A EURO
não é a Copa do Mundo sem Brasil e Argentina. Amigos, como ignorar a força histórica
do Bicampeão Uruguai? Com exceção de Alemanha, Itália e França, nenhum europeu terminou
o Mundial tantas vezes (5) entre as quatro primeiras posições quanto os celestes. E em um passeio
pelo futebol jogado atualmente no planeta, existem Seleções – Chile, México, Austrália, Costa do
Marfim e Japão são alguns exemplos – que são tão ou mais poderosas que algumas
do “Velho Continente”.
Dito isto, vamos ao assunto da vez. Que mescla de futebol de alto nível com competitividade feroz apresenta esta EURO! Findada a 2ª rodada,
ninguém ainda carimbou o passaporte para a fase quartas de final. Nem mesmo a
Alemanha – como joga bola o tal do Schweinsteiger –, que ignorou o fato de
estar no chamado “Grupo da Morte” e já venceu Portugal e Holanda. Holanda que,
por sinal, mesmo com um futebol mais murcho que laranja chupada, com duas
derrotas, ainda tem chances de se classificar – dos 16 participantes, somente a
Suécia do Ibrahimovice a Irlanda dos torcedores mais tocantes e arrepiantes do
torneio já estão de malas prontas.
Os outros líderes de grupo, Rússia, Espanha e França, assim
como a Alemanha, também vão precisar suar bastante a camisa na última rodada
para seguir adiante. Vejam só a situação dos russos pelo grupo A: jogaram uma
barbaridade na chinelada sobre a República Tcheca, não mostraram nenhuma sede
pela vitória no empate diante da Polônia, e, agora, podem ser eliminados da
competição com uma simples derrota para a Grécia e se não ocorrer um vencedor
no duelo entre poloneses e tchecos.
Um salto do grupo A para o C e calculadora em mãos. A atual
Campeã Mundial e Europeia, a Espanha, que bateu um bola redondinha contra a
Itália, uma redondaça contra a Irlanda e conta com um impossível Iniesta, pode
perder a chance de defender o título caso seja derrotada para a surpreendente Croácia,
dona de quatro pontos e de um dos artilheiros (Mandzukic). Já os italianos podem até aplicar uma goleada monumental, colossal, estratosférica na Irlanda e,
mesmo assim, terem que voltar para casa, o que se consolidaria com um empate
entre espanhóis e croatas por dois ou mais gols. É mole?
Se no grupo B o embate entre Portugal e Holanda – reedição das
oitavas de final da Copa do Mundo de 2006 – promete emoções fortíssimas, pelo grupo
D, Ucrânia contra Inglaterra, que vem de uma sensacional virada sobre a Suécia
e terá a volta de Wayne Rooney, vai ser “Haja coração!”, como diria Galvão
Bueno, para tudo quanto é lado. Na outra peleja da chave, a França pode até
empatar com a Suécia para avançar, mas é bom não entrar com preguiça, pois os
eliminados suecos podem estar com sedentos por deixar uma marca relevante, e
eliminar os franceses seria de enorme relevância.
Com jogos tão decisivos e tensos na última rodada da fase de
grupos, não é um exagero dizer que o mata-mata começou mais cedo na EURO 2012.
quinta-feira, 14 de junho de 2012
ELÓIGICO E SUAS LÓGICAS
Elóigico é um fanático torcedor do São Sebastião Futebol Clube que sempre coloca a paixão à frente da razão – como quase todos os torcedores, né? E quem fica perdida com tanto fanatismo de Elóigico é sua filha, Edinha, que mora junto com seu pai em uma simples casinha que vive futebol 24 horas por dia.
Desenho de Paulo Sales e roteiro de Diano Massarani
COPA LIBERTADORES 2012 - SEMI FINAL - SANTOS X CORINTHIANS
Santos 0 x 1 Corinthians – Vila Belmiro, Santos (SP)
Retaguarda sólida como rocha e golaço do Emerson “Sheik”
fazem Corinthians bater o Santos na Vila Belmiro.
O mais que imprevisível retorno de Ganso, após menos de 20
dias de uma artroscopia no joelho, era o que mais chamava a atenção no onze
inicial do Santos que Muricy Ramalho organizou no 4-3-1-2 com: Rafael;
Henrique, Edu Dracena, Durval e Juan; Elano, Adriano e Arouca; Ganso; Neymar e
Alan Kardec. Novamente sem centroavantes de ofício, o Corinthians, dono de uma
defesa que iniciava a partida com apenas dois gols sofridos no torneio, foi
esquematizado pelo Tite no 4-4-2 com: Cássio; Alessandro, Chicão, Leandro
Castán e Fábio Santos; Jorge Henrique, Paulinho, Ralf e Emerson; Danilo e Alex.
O grande destaque do 1º tempo na “Vila Mais Famosa do Mundo”
não vestia uniforme nem calçava chuteiras. Foi um destaque abstrato, imaterial:
a dedicação tática corintiana. Sem nenhuma exceção, todos os jogadores do “Timão”
tinham o conhecimento profundo do seu papel em campo, o ofensivo e,
principalmente, o defensivo, e o executavam com imensurável vontade. Foi assim
que, durante a etapa inicial, o Corinthians não deixou o Santos se sentir em
casa na lotada Vila Belmiro e fez do jogo o seu jogo. Marcou no campo de ataque,
marcou no meio de campo, marcou no seu campo, e, aos 22 minutos, viu Emerson
completar com perfeição uma escapada do melhor volante do futebol brasileiro,
Paulinho. Para não dizer que o “Peixe” nada fez, o Elano cruzou um punhado de
bolas inofensivas na área rival e, aos 42, o Juan conseguiu um bom lance pela
esquerda.
Muricy Ramalho deve ter cuspido abelhas africanas no
vestiário, pois seus comandados voltaram bem mais ligados para a 2ª etapa. E
como o Corinthians recuou suas linhas de marcação, o Santos aproveitou para se
plantar no campo de ataque. Em 10 minutos, o substituto do Elano, Borges, por duas
vezes, e Durval quase empataram o placar, mas, logo após, o Corinthians voltou
a tirar a energia ofensiva do confronto. Energia que tinha tudo para voltar a partir
do minuto 31, quando Emerson, a única arma corintiana posicionada para os
contra-ataques, foi expulso. Ato quase contínuo, um cruzamento do Kardec e uma bomba
do Juan defendida pelo Cássio, que já havia evitado uma cabeçada do Castán
contra o prórpio patrimônio, fizeram o torcedor santista arredondar a boca para
gritar gol, mas, aí, a energia que acabou foi a dos refletores da Vila.
Após quase 20 minutos de pausa, a partida retornou sem
lances dignos de nota, e o apito final decretou o triunfo da organização tática
corintiana. Muitos vão gritar que o Santos, mesmo com Neymar e Ganso em jornadas
sem inspiração, merecia a vitória pela sua estratégia ofensiva. Contudo, para vencer no
futebol o que vale é a justiça dos gols, e o do Emerson “Sheik”, por sinal,
foi belíssimo.
terça-feira, 12 de junho de 2012
segunda-feira, 11 de junho de 2012
EUROCOPA 2012 - DIVERSIDADE TÁTICA
Findada a rodada inicial da Eurocopa, assunto é o que não
falta no “Velho Continente”. Também, com tamanha quantidade de faixas-pretas no
mesmo torneio e, logo de cara, dois duelos entre Campeões da Copa do Mundo:
Itália versus Espanha e França versus Inglaterra, ambos empates em um gol. Ainda teve a surpreendente derrota da Holanda para a Dinamarca – os mais apressados
já se lembram do tri-vice holandês em Mundiais e gritam: “Que Laranja Mecânica
nada! É Amarela Mecânica!” –, os dois gols históricos de Schevchenko no não
menos histórico triunfo ucraniano sobre a Suécia, a Rússia, que engoliu a
República Tcheca, o Alemanha contra Portugal emocionante até os últimos
milésimos... Foi muito bom futebol para tão pouco tempo.
E neste bom futebol, o que mais
saltou aos olhos foi a diversidade tática apresentada pelas Seleções, uma
prova de que, diferente do que muitos que propõem, não existe somente o “modo
Barcelona de jogar”. Já que o nome do Barça apareceu, falemos do confronto entre
Espanha e Itália. Impossível maior diferença de estruturas táticas. A “Fúria” foi
intensa movimentação ofensiva, toque de bola eterno, paciência tibetana, ausência
de centroavante (até a entrada de Fernando Torres, aos 28 da 2ª etapa). A Azzurra,
linha de cinco defensores, trio de volantes que marcam pesado sem serem broncos,
ataques rápidos e mortais, Cassano puro ímpeto ofensivo. Um verdadeiro embate
entre duas escolas, como também foi o entre franceses e ingleses.
Não existe discordância quanto a afirmação de que a França da
EURO 2012 não lembra nem de longe a da Copa do Mundo de 2010. Contra a Inglaterra e
suas tradicionais e imutáveis duas linhas de quatro, possíveis de se enxergar
até em TV de cinco polegadas, os “Les Bleus” apresentaram um jogo suave, leve, bola de pé em pé, movimentação constante. Amigos, quando a escalação pré-jogo
gaulês mostrar que Ribéry jogará pela esquerda e Nasri pela direita, não
acreditem. Eles estarão em todas as partes do campo de ataque e, por diversas
vezes, do de defesa também.
Por fim, a dinâmica Rússia na chinelada dada nos tchecos.
Além de muita qualidade técnica, com destaque para um Arshavin que adora jogar
a EURO, os russos foram de uma fluidez ofensiva invejável. As roubadas de bola proporcionadas
pela marcação cerrada sempre eram seguidas por jogadas onde os meias Zyryanov e
Shirokov trocavam passes e surgiam no campo ofensivo, para se juntar ao trio de ataque, de maneira rápida e letal. Assim, nada menos do que dez chances de gols foram
criadas e quatro delas morreram no fundo da meta protegida pelo Petr Cech.
Tamanha quantidade e qualidade de estruturas táticas é um
prato cheio para os treinadores estudiosos, que, no Brasil, infelizmente, parecem cada dia em
menor número.
CAMPEONATO BRASILEIRO 2012 – 4ª RODADA – BAHIA X VASCO
RESULTADOS
Flamengo 3 x 1 Coritiba
Palmeiras 0 x 1 Atlético Mineiro
Portuguesa 2 x 0 Atlético Goianiense
Fluminense 0 x 0 Internacional
Grêmio 2 x 0 Corinthians
Bahia 1 x 2 Vasco
São Paulo 1 x 0 Santos
Cruzeiro 1 x 0 Sport
Figueirense 0 x 0 Ponte Preta
Náutico 3 x 2 Botafogo
ARTILHARIA
4 Gols
Alecsandro (Vasco)
Herrera (Botafogo)
Vagner Love (Flamengo)
Bahia 1 x 2 Vasco – Pituaçu, Salvador (BA)
“Gigante da Colina” empolga no 1º tempo, esculpe dois gols com
Juninho e Diego Souza e se mantém na ponta do Brasileirão.
Ainda sem vitórias no campeonato, o Bahia entrou em campo
organizado pelo Paulo Roberto Falcão no 4-2-2-2 com: Marcelo Lomba; Fabinho,
Titi, Danny Morais e Ávine; Diones e Fahel; Gabriel e Diego; Lulinha e Jones.
Bem diferente de seu adversário, o Vasco chegou à “Terra de todos os santos”
com uma invejável campanha de 100% e, para mantê-la, Cristóvão Borges optou
pelo 4-3-3 e escalou: Fernando Prass; Allan, Renato Silva, Rodolfo e Felipe;
Juninho Pernambucano, Nílton e Fellipe Bastos; Éder Luis, Alecsandro e Diego
Souza.
Os primeiros 45 minutos do Vasco foram maiúsculos em termos
ofensivos. Arremates longos e de dentro da área, jogadas aéreas e com o “couro”
no gramado, tramas pela direita e pela esquerda, ataques rápidos e tranquilos...
Foi um cardápio ofensivo tão variado que o time todo merece aplausos. Aplausos
que devem ser mais efusivos para os responsáveis pelos gols, ou melhor,
golaços, que colocaram dois a zero no placar. Juninho, que parece ter uma régua
no pé tamanha a precisão dos chutes, fez o primeiro em perfeita cobrança de
falta, enquanto Diego Souza deu um show de técnica apurada, velocidade,
improviso e categoria para marcar o segundo. Para não dizer que tudo foi flores
na 1ª etapa vascaína, o meia tricolor Gabriel teve certa liberdade para
apresentar um futebol insinuante e deu algum trabalho ao Fernando Prass.
Durante o intervalo, talvez o Vasco tenha chegado à conclusão
de que era melhor tirar o pé do acelerador, pois a postura agressiva do tempo
inicial deu lugar a uma cautela excessiva. Como não era atacado, o Bahia, já
com Magno e Junior em campo, esporou seu cavalo com força total e partiu com
tudo para frente. A prova concreta da superioridade baiana no pós-intervalo são
quatro defesas do Fernando Prass em menos de 15 minutos. Carlos Alberto entrou
em campo para mudar a postura cruz-maltina, mas não deu em nada e foi o Bahia
que continuou próximo das redes. Definitivamente o Vasco não era o mesmo time
da 1ª etapa, e não chega a ser um exagero dizer que os três pontos só foram
conquistados porque faltou pimenta e axé para o ataque baiano, que só foi capaz
de sacudir o filó aos 49 minutos, pelos pés de Junior.
Apesar dos momentos onde, por pura preguiça, o Vasco deixou o
Bahia jogar como se estivesse em um treino, o torcedor da Colina tem muitos
motivos para sorrir. Os primeiros 45 minutos foram excelentes, seus dois gols
foram lindos, o time continua sem um arranhão no torneio e, talvez a melhor
notícia, o Dedé voltou aos gramados.
CURTINHAS PELO BRASIL!
- Enfim o Flamengo venceu no Brasileirão. Uma chance para o
amigo adivinhar quem voltou a balançar as redes. Pois é, não ganhou nada quem
respondeu Vagner Love, pois esta pergunta era moleza.
- Seria puro chute comentar o entusiasmo do atleticano
Ronaldinho no momento. Mas ele já tem três pontos ao seu lado.
- Tudo bem que o Corinthians, até por motivos históricos, não
consegue parar de pensar na Libertadores. Porém, segurar a lanterninha com
apenas um ponto em quatro rodadas poderia ser evitado.
- Quando Araújo e Caio deixaram o futebol carioca, nenhum
torcedor de Fluminense e Botafogo, respectivamente, derramou uma lágrima. E não
é que, com três gols cada, Araújo, pelo Náutico, e Caio, pelo Figueirense, fazem
um bom início de Brasileiro?
- Botafogo, muita calma nessa hora.
domingo, 10 de junho de 2012
AMISTOSO - BRASIL X ARGENTINA
Brasil 3 x 4
Argentina – MetLife Stadium, Nova Jersey (EUA)
Em amistoso eletrizante, Brasil apresenta força ofensiva e vê
sua retaguarda de papel ser destroçada pelo melhor da Terra.
Para o último dos quatros amistosos da gira preparatória para Londres, Mano
Menezes, sem poder contar com o capitão Thiago Silva, manteve a base já conhecida pelo torcedor e organizou o Brasil no 4-3-2-1 com: Rafael
Cabral; Rafael, Bruno Uvini, Juan e Marcelo; Sandro, Rômulo e Oscar; Neymar e
Hulk; Leandro Damião. Em uma prova de que encarava a partida com seriedade, a
Argentina entrou e campo com apenas uma alteração em relação ao time que goleou
o Equador pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo e escalada pelo Alejandro Sabella
no 4-2-2-2 com: Romero; Zabaleta, Fernández, Garay e Clemente Rodríguez; Gago e
Mascherano; Di María e Sosa; Messi e Higuaín.
Os primeiros 30 minutos de futebol da Seleção foram ótimos,
com toque de bola sem desespero, marcação no campo adversário e um sistema
defensivo que não deixou o melhor jogador do planeta, Messi, sentir a bola. Diferente
dos últimos amistosos, Neymar se encontrava mais centralizado, Hulk mais aberto
pela esquerda e Oscar um pouco mais perto da dupla Sandro e Rômulo. E foi
justamente este último, o Rômulo, o nome desta primeira meia hora. Roubou bola
que deu início a um perigoso contra golpe mal finalizado pelo Hulk, sacudiu o
barbante após cobrança de falta esperta do Neymar e ainda distribuiu bons
passes. Tudo caminhava na mais tranquila das águas para o Brasil, quando surgiu
o “tsunami” Messi. Em duas dormidas dignas de futebol de churrasco, a retaguarda verde-amarela permitiu que o até então sumido craque aparecesse duas vezes nas
barbas do goleiro Rafael e, num estalar de dedos, virasse o escore para dois a
um.
O Brasil sentiu os gols. Não em termos ofensivos, mas lá
atrás. Sua cozinha ficou toda desarrumada. E assim, tanto no final do primeiro tempo, quanto no início do segundo, o jogo se transformou numa verdadeira roleta
russa. Hulk, Zabaleta, Sandro, Hulk, Di María, Higuaín... as chances de gols
não paravam de surgir, mas o placar só voltou a ser alterado após tabelinha
colorada entre Damião e Oscar que o camisa 10 empurrou pro fundo do filó. Dez
minutos e dois a dois. Nem mesmo o início das substituições a granel diminuíram
o volume do jogo, e a entrada de Giuliano, por sinal, fez bem ao Brasil, que voltou
a liderar o placar aos 26 minutos: Neymar cobrou córner, Romero soltou e Hulk
marcou. Fim de papo? Que nada! A defesa brasileira ainda tinha muito a falhar,
e Messi mais ainda a jogar. Primeiro, Bruno Uvini não subiu na marcação do
também zagueiro Fernández e a igualdade novamente se fez presente. Depois...
bom, depois o estratosférico Messi, que já é imarcável sem espaço, encontrou a
liberdade necessária para arrancar e decidir o clássico com um chutaço
perfeito.
Uma derrota como esta torna mais
do que compreensível a escolha de Mano Menezes por três jogadores de defesa para
as vagas acima de 23 anos para os Jogos Olímpicos. Foi bom em termos de ataque? Sim, mas
a defesa mais frágil que caixa de papelão e uma nova derrota apagaram os
destaques ofensivos.
quinta-feira, 7 de junho de 2012
CAMPEONATO BRASILEIRO 2012 - 3ª RODADA - BOTAFOGO X CRUZEIRO
Botafogo 2 x 3 Cruzeiro – Engenhão, Rio de Janeiro (RJ)
Botafogo abre dois gols de vantagem, leva virada heróica do Cruzeiro e perde os 100% de aproveitamento no Brasileiro.
Cheio de sede para conquistar mais um triunfo e chegar à liderança, o Botafogo foi para a peleja organizado pelo Oswaldo de Oliveira no 4-2-3-1 com: Milton Raphael; Lucas, Brinner, Fábio Ferreira e Márcio Azevedo; Jadson e Renato; Vitor Júnior, Andrezinho e Maicosuel; Herrera. Pelo lado cruzeirense, que inicia o Brasileirão sem o ar de favorito dos últimos anos e entrava em campo sem sequer um golzinho marcado até então, Celso Roth optou pelo 4-3-2-1 com: Fábio; Diego Renan, Léo, Mateus e Marcelo Oliveira; Souza, Amaral e Charles; Tinga e Montillo; Wellington Paulista.
Na mais simples das análises, o Botafogo foi para o intervalo com a vitória parcial porque marcou forte, com participação do Herrera e do trio de meias, e soube o que fazer com a bola nos pés, enquanto o Cruzeiro defendeu pessimamente e atacou pior ainda. Mesmo com um onze repleto de “jogadores de pegada”, a Raposa foi incapaz de conter o poder ofensivo alvinegro pelo lado direito. Vitor Júnior, que parece jogar no Glorioso desde muito, e Lucas, cada dia mais distante da horrorosa fase de algumas semanas, deitaram e rolaram por ali. Apesar das boas e trabalhadas jogadas que conseguiu criar na etapa, o gol botafoguense foi uma cortesia do volante azul Amaral, que, aos 20 minutos, meteu a cuca na bola e a jogou contra o próprio patrimônio.
O Cruzeiro voltou para o 2º tempo com uma modificação tática relevante. O volante Souza deu lugar ao veloz atacante Fabinho e o Montillo recuou mais seu posicionamento fugir da marcação do Jadson e organizar sua equipe. Deu certo. A Raposa melhorou consideravelmente e começou a testar a aderência das luvas do estreante goleiro Milton Raphael. Quando, porém, aos 23 minutos, o Bota encaixou um contra-ataque perfeito, que iniciou com uma roubada do Renato, passou pelo rápido raciocínio do Vitor Júnior e terminou com a finalização perfeita do Herrera, a vaca azul parecia ter ido para o brejo. Só parecia. Celso Roth voltou a mexer certo no time que escalara com muita cautela e, antes do minuto 35, o placar do Engenhão já apontava: Cruzeiro três, Botafogo dois. Isso mesmo, amigos. Num piscar de olhos, Anselmo Ramón e Everton empataram o escore que Wellington Paulista virou em cobrança de pênalti sofrido pelo Montillo.
Sem forças e tempo para transformar mais uma derrota em vitória, assim como fizera contra São Paulo e Coritiba, o Bota viu o apito final chegar e decretar seu primeiro revés no campeonato. Um dolorido revés.
CAMPEONATO BRASILEIRO 2012 - 3ª RODADA - PONTE PRETA X FLAMENGO
RESULTADOS
Sport 2 x 1 Palmeiras
Atlético Goianiense 0 x 1 Grêmio
Vasco 4 x 2 Náutico
Atlético Mineiro 1 x 1 Bahia
Coritiba 2 x 0 Portuguesa
Santos 1 x 1 Fluminense
Internacional 1 x 0 São Paulo
Ponte Preta 2 x 2 Flamengo
Botafogo x Cruzeiro, 7 de junho
Corinthians x Figueirense, 7 de junho
ARTILHARIA
4 Gols – Alecsandro (Vasco)
3 Gols – Herrera (Botafogo) e Vagner Love (Flamengo)
Ponte Preta 2 x 2 Flamengo – Moisés Lucarelli, Campinas (SP)
Vagner Love – e podia ser outro? – salva o Flamengo da
derrota diante da Ponte Preta no fechar das cortinas. Empate, porém, não apaga
pífia apresentação rubro-negra.
Depois de boa campanha no Paulistão, onde eliminou o então
líder da 1ª fase, Corinthians, e chegou até a semi final, a Ponte Preta foi em
busca de sua primeira vitória no Brasileirão organizada pelo suspenso treinador
Gilson Kleina no 4-3-1-2 com: Edson Bastos; Cicinho, Tiago Alves, Ferron e João
Paulo; Renê Junior, Baraka e João Paulo Silva; Marcinho; André Luís e Roger. Também
na perseguição ao primeiro triunfo no torneio, e no início da caminhada
pós-Ronaldinho, o Flamengo adentrou o molhado gramado esquematizado pelo Joel
Santana no 4-3-1-2 com: Paulo Victor; Léo Moura, Marlon, Welinton e Magal;
Kléberson, Aírton e Renato; Íbson; Deivid e Vagner Love.
Longe de ser um primor ofensivo, a Ponte Preta soube se
aproveitar do horroroso início flamenguista e não só largou na frente do placar,
gol de Renê Júnior após furada digna de Didi, Dedé, Mussum e Zacarias do
lateral Magal, como quase o ampliou quando o mesmo Renê Júnior deu ótimo passe
para André Luís finalizar e Paulo Victor salvar. O Flamengo só foi conseguir
produzir algo merecedor de ser chamado de futebol aos 26 minutos, uma
dobradinha Íbson-Kléberson. No minuto seguinte, Renato cobrou falta que desviou
na barreira e foi morrer no fundo do barbante. Um achado, pois, até então, o
Fla defendia pessimamente e atacava pior ainda. A igualdade fez bem aos
rubro-negros, que controlaram mais as investidas da “Macaca” pela direita,
setor mais forte até então, e quase foi para o intervalo com a vitória parcial,
após bom arremate do Kléberson.
A etapa final acabara de começar e o Flamengo já voltava a
sentir as penúrias de estar atrás no escore. Em rebote de bola alçada na área,
o lateral João Paulo acertou um bonito chute e recolou a Ponte no caminho da
vitória. Caminho este que parecia cada vez mais sem obstáculos, pois os
comandados de Joel Santana não tinham ideia de como criar uma trama ofensiva,
nem mesmo após as entradas de Negueba e Bottinelli, e se escoravam apenas nos
calibrados chutes do Renato. Mesmo mais relaxada, a Ponte sempre encontrava um
jeitinho de levar perigo ao goleiro Paulo Victor, o que, convenhamos, diante da
fragilidade defensiva flamenguista, não é um trabalho para Ethan Hunt, herói do
filme Missão Impossível. Nikão, primeiro, e João Paulo Silva, mais tarde, quase
colocaram um ponto final no duelo. Mas não o fizeram e, já no apagar das luzes,
Vagner Love – sempre ele! – deixou sua marca pelo terceiro jogo seguido do
Brasileirão.
Culpar o gramado molhado – não encharcado – para justificar o
futebol extremamente lento e sem uma gota de criatividade apresentado pelo
Flamengo é tapar o sol com a peneira. Para sonhar com voos mais altos do que
empates em sequência, o Fla precisa melhorar em todos os setores, o que parece
difícil com o pé-de-obra presente na Gávea.
CURTINHAS PELO BRASIL!
- Alecsandro de bem com as redes e no topo da artilharia,
Felipe exalando categoria até de lateral-esquerdo, o menino Juninho
Pernambucano dando seu tom no início e no final das jogadas... Não é difícil
entender a campanha 100% do Vasco. E sem o Dedé!
- Fluminense e Santos estavam na Vila Belmiro. Mas Neymar,
Deco, Ganso, Fred, Wellington Nem, Rafael, Thiago Neves e Arouca não. E o
Campeonato Brasileiro perdeu um jogo que poderia entrar para sua história.
terça-feira, 5 de junho de 2012
FUTEBOL É ARTE
Esta
pintura, intitulada “Jogo de Futebol”, é de autoria do português José Cascada.
Nascido em 1943, Cascada estudou História de Arte na Faculdade de Letras de
Lisboa e Pintura em Florença, até se tornar um laureado artista.
segunda-feira, 4 de junho de 2012
BIBLIOTECA DO FUTEBOLA - AFONSINHO E EDMUNDO: A REBELDIA NO FUTEBOL BRASILEIRO
Este livro é muito – mas muito! – mais do que uma biografia
do Afonsinho e do Edmundo. As carreiras dos craques servem como focos para um estudo
sociológico profundo sobre a história da rebeldia no futebol brasileiro. Após esta
leitura, o amigo terá uma nova e sólida visão sobre os jogadores chamados rebeldes
ou indisciplinados. Uma obra que está na seleta estante das melhores que já tive
em minhas mãos.
Afonsinho e Edmundo: a Rebeldia no Futebol Brasileiro
Autor: Jose Paulo Florenzano
Editora Musa
domingo, 3 de junho de 2012
AMISTOSO - BRASIL X MÉXICO
Brasil 0 x 2 México – Cowboys Stadium, Dallas (EUA)
Brasil não repete os bons momentos ofensivos dos últimos
amistosos, cai diante do México e vê sequência de oito vitórias virar fumaça.
Com o mesmo onze inicial da goleada sobre os Estados Unidos
na última quarta-feira, o Brasil entrou em campo escalado pelo Mano Menezes no
4-2-3-1 com: Rafael; Danilo, Thiago Silva, Juan e Marcelo; Sandro e Rômulo;
Hulk, Oscar e Neymar; Leandro Damião. Pelo lado do México, tradicional
adversário brasileiro, inclusive com três duelos válidos pela Copa do Mundo, José Manuel de la Torre organizou seu time no 4-4-1-1 com: Corona; Meza,
Rodríguez, Moreno e Torres; Barrera, Salcido, Zavala e Guardado; Giovani dos
Santos; Chicharito Hernández.
Sem a marcação pressão característica das últimas duas
vitórias e com enormes dificuldades para
encontrar espaço no sólido sistema defensivo mexicano, o Brasil,
definitivamente, não fez um bom 1º tempo. Além de não ter conseguido
transformar a maior posse de bola em boas oportunidades de gols – o goleiro
Corona só realizou defesas após o minutos 40, em chutes do Oscar e do Juan – a
Seleção ainda apresentou falhas defensivas que resultaram nos gols da “La Verde”.
Primeiro, Danilo deu campo para Giovani dos Santos cruzar e, sem querer, colocar
a criança no berço. Depois, Rômulo e Juan bobearam feio no lance que resultou
no pênalti sofrido pelo mesmo Giovani e convertido pelo Chicharito. E ainda
vale ressaltar que, se tivesse um melhor iniciador de contra-golpes, o México
poderia ter alcançado uma vantagem ainda maior antes do intervalo, pois
espaço para tal havia.
O tempo novo não trouxe vida nova para o Brasil, que viu o México, além de manter a marcação em dia, mostrar mais gosto pela bola. Neste
panorama, Zavala e De Nigris quase melhoraram a situação dos “Aztecas”. As entradas
de Lucas e Pato nos lugares de Sandro e Leandro Damião, mais sumido que
dinheiro no bolso em fim de mês, serviriam para tirar a pelota dos pés
mexicanos, mas não para tornar o ataque brasileiro mais qualificado. Assim, em
sua última meia hora, o confronto voltou a ter um México perigoso nos
contra-ataques – Chicarito e Andrade por pouco não deixaram o triunfo verde
mais sonoro – e continuou com um Brasil desértico em criatividade. Tudo que os comandados do Mano conseguiram na infrutífera busca foram outra tentativa do zagueiro
Juan e uma finalização horrorosa do Pato, nas barbas do goleiro Corona.
As jornadas pouco inspiradas de Neymar, marcado tão de perto
quanto nos duelos entre Santos e Vélez Sarsfield pela Libertadores, e Oscar,
desde o início muito recuado para tentar adocicar a saída de bola
verde-amarela, também merecem créditos pelo zero redondinho que se encontrava
no placar, ao lado do nome Brasil, após o apito final. Mas o que deixa o
torcedor brasileiro com incontáveis pulgas atrás das orelhas foi a saída de
Thiago Silva por contusão. O sonho olímpico pede, de joelhos, que não seja nada.