Kanu faz história nos Jogos Olímpicos de
Atlanta. Um dos maiores carrascos do futebol brasileiro.
segunda-feira, 30 de julho de 2012
domingo, 29 de julho de 2012
CAMPEONATO BRASILEIRO 2012 - 13ª RODADA - FLUMINENSE X ATLÉTICO MINEIRO
RESULTADOS
Internacional 0 x 0 Vasco
Coritiba 2 x 1 Grêmio
Botafogo 1 x 0 Figueirense
Fluminense 0 x 0 Atlético Mineiro
São Paulo 4 x 1 Flamengo
Sport 0 x 0 Atlético Goianiense
Bahia 0 x 0 Corinthians
Santos 2 x 1 Ponte Preta
Cruzeiro 2 x 1 Palmeiras
Portuguesa 2 x 1 Náutico
ARTILHARIA
8 Gols
Alecsandro (Vasco)
7 Gols
Roger (Ponte Preta)
Luís Fabiano (São Paulo)
6 Gols
Fred (Fluminense)
Wellington Paulista (Cruzeiro)
Fluminense 0 x 0 Atlético Mineiro – Engenhão, Rio de Janeiro
(RJ)
Fluzão mostra maior poder de fogo que Atlético Mineiro mas
esbarra no goleiro Victor e em equívoco do bandeirinha.
Depois de sentir o gosto azedo da derrota pela primeira vez
no torneio, na última rodada, diante do Grêmio, o Fluminense foi encarar o
líder organizado pelo Abel Braga no 4-3-3- com: Diego Cavalieri; Wallace, Gum,
Leandro Euzébio e Carlinhos; Deco, Digão e Jean; Wellington Nem, Fred e Thiago
Neves. Com o incrível retrospecto de sete vitórias seguidas, o embalado
Atlético Mineiro foi a campo esquematizado pelo Cuca no 4-4-1-1 com: Victor;
Marcos Rocha, Leonardo Silva, Réver e Junior Cesar; Danilinho, Leandro
Donizete, Pierre e Bernard; Ronaldinho; Jô.
Pelo quilate dos nomes em campo, a falta de criatividade
apresentada por Flu e Atlético no 1º tempo chegou a ser surpreendente. Nos
flancos, os alvinegros tinham Danilinho e Bernard e, os tricolores, Wellington
Nem. Pela meiúca era Ronaldinho de um lado e a dupla Deco e Thiago Neves de
outro. Muita gente boa, inegável, mas tramas ofensivas refinadas foram
pouquíssimas. Antes do intervalo, o Tricolor criou duas boas oportunidades, ambas
com participação decisiva do Fred, o melhor jogador em campo, enquanto o “Galo”
levou mais perigo com a pelota parada. Contudo, os goleirões Diego Cavalieri e
Victor estavam atentos o suficiente para impedir que as poucas bolas que foram
na direção de seus arcos levantassem o véu da noiva.
A volta do intervalo trouxe uma única diferença: os times
trocaram de lado. Fora isso o confronto continuou sem dono. Aos 12, uma
finalização do Fred defendida pelo Victor foi logo respondida pelo Atlético com
um contra-ataque bem organizado por Ronaldinho, Danilinho e Marcos Rocha. Estes
lances e o crescimento de Welington Nem poderiam ter aumentado a temperatura do
duelo, mas a disposição continuou a levar a melhor sobre a inspiração. Que o
diga o zagueiro Gum, um verdadeiro leão em campo. Nos últimos 15 minutos, muito
pelas saídas de Bernard e Danilinho, que deram lugar a Escudero e Guilherme, o
“Galo” perdeu consistência defensiva, viu Fred quase marcar de cabeça, arriscou
um bom chute longo com Ronaldinho e, aos 42 minutos, escapou da derrota quando
o bandeirinha pisou na bola e anulou um gol legal do incansável Fred.
Mesmo com as péssimas atuações de Deco e Thiago Neves –
impossível saber quem foi o mais apagado – o Flu esteve mais perto da vitória
do que o Atlético, que, no fim das contas, saiu do Engenhão sem um pingo de
tristeza pelo placar mudo.
CURTINHAS PELO BRASILEIRÃO!
- Nos últimos seis Brasileiros, com exceção de 2009, quando o
Flamengo teve a segunda melhor defesa do campeonato, todos os que tiveram a
retaguarda menos vazada foram Campeões, o que mostra a importância de um sólido
sistema defensivo. O Vasco estar sem levar gols há cinco jogos e na 2ª
colocação da tabela não são coincidências.
- Ser botafoguense é sinônimo de ser supersticioso. Sendo
assim, a vitória sobre o Figueirense, a primeira com Seedorf em campo,
representa mais do que simples três pontos. Uma terceira derrota seguida do
holandês faria pipocar gatos pretos e espelhos quebrados na cabeça dos
torcedores alvinegros.
- Em alguns casos a troca de treinador surte efeito imediato
e o time liga o motor com a chegada de um novo comandante. Definitivamente isto
não ocorre no Flamengo.
- Após 13 rodadas, um terço do campeonato, o Palmeiras conquistou
apenas duas vitórias. Não é digno de quem acabou de levantar a Copa do Brasil.
OLIMPÍADAS 2012 - FASE DE GRUPOS - BIELORRÚSSIA X BRASIL
Bielorrúsia 1 x 3 Brasil – Old Trafford, Manchester
(Inglaterra)
Brasil vence Bielorrússia em mais um jogo duro nas Olimpíadas
e garante a classificação para a fase mata-mata.
Poucos minutos após o apito inicial já era possível perceber que
o ponto-chave da estratégia bielorrussa seria a formação de uma muralha
vermelha na entrada de sua área, com uma linha de cinco defensores e mais três
volantes. Quando o catarinense naturalizado Renan, Bicampeão e Biartilheiro do “Bielorrussão”
nas últimas duas temporadas, pelo Bate Borisov, abriu o placar ainda no início
da 1ª etapa, o Brasil percebeu que não teria um jogo tranquilo pela frente.
O gol de empate em bela cabeçada do Pato após jogada de
Neymar, aos 14 minutos do 1º tempo, foi essencial para a Seleção não entrar em
desespero e pensar mais suas ações ofensivas. Até o último girar do relógio, com
exceção de alguns lances isolados que surgiam dos pés do Renan, o Brasil foi só
ataque. Marcelo, Oscar e Neymar comandaram um tsunami de tramas ofensivas, umas
sem qualidades, como os cruzamentos rifados para a área rival, e outras bem
costuradas. Estas últimas, as de maior refino, presentes em sua totalidade após
o intervalo.
Oscar arriscou arremates de fora da área, Neymar arrancou
para cima dos adversários e dribles apareceram com mais frequência, o que
assustou os bielorrussos a ponto de eles começarem a cometer mais faltas
próximas à área. Em uma delas, aos 20, Neymar foi magistral e virou o escore. Mesmo
com a alternância do vencedor parcial, o duelo não mudou de panorama e o Brasil
teve o mérito de continuar plantado no campo de ataque, postura que seria
premiada já nos acréscimos. Neymar – acreditem! – colocou a bola entre as
pernas do seu marcador com a cuca e, de calcanhar, encontrou Oscar livre, leve
e solto, para selar o triunfo.
Em torneios de tiro curto, como são as Olimpíadas, uma
classificação antecipada é de grande importância. Na última rodada, diante da
Nova Zelândia, a equipe poderá ganhar mais entrosamento e corpo tático sem a
necessidade de maiores desgastes físico e psicológico.
-------------------------------------------------------
História do Futebol Olímpico
Nenhum jogador balançou mais as redes em uma edição de
Olimpíadas do que o húngaro Ferenc Bene, autor de 12 gols nos Jogos de 1964. Dentre os brasileiros, os craques Romário e Bebeto, de
imensurável importância na conquista brasileira do Tetra Mundial, já terminaram
um torneio olímpico no topo da tabela de artilheiros. Romário foi o goleador em
1988 com oito tentos, enquanto Bebeto, em 1996, ao lado do argentino Crespo, com seis.
sexta-feira, 27 de julho de 2012
ELÓIGICO E SUAS LÓGICAS
Elóigico é um fanático torcedor do São Sebastião Futebol Clube que sempre coloca a paixão à frente da razão – como quase todos os torcedores, né? E quem fica perdida com tanto fanatismo de Elóigico é sua filha, Edinha, que mora junto com seu pai em uma simples casinha que vive futebol 24 horas por dia.
Desenho de Paulo Sales e roteiro de Diano Massarani.
quinta-feira, 26 de julho de 2012
OLIMPÍADAS 2012 - FASE DE GRUPOS - BRASIL X EGITO
Brasil 3 x 2 Egito – Millennium Stadium, Cardiff (País de
Gales)
Assim como na Copa das Confederações de 2009 – quando levantou
o caneco – Brasil estreia com apertada vitória sobre o Egito depois de abrir
boa vantagem.
Existem algumas lições que o futebol ensina e que devem ser
sempre relembradas. Uma delas é a de que, diferente de vôlei ou tênis, por
exemplo, o futebol não acaba quando uma equipe atinge determinado número de
pontos. Nas peladas entre amigos isto até ocorre, no famoso “10 minutos ou 2
gols”, mas esta simpática regrinha não vale entre os profissionais. E logo em sua
primeira aparição em Londres a Seleção Olímpica Brasileira recebeu esta batida lição.
Com menos de meia hora de partida, o Brasil já vencia o Egito
por 3 x 0 – gols de Rafael, Leandro Damião e Neymar – e não aparentava um pingo
de nervosismo pela estreia. Apesar de não terem ido às redes, Oscar, magnífico nas
saídas de bola e na chegada ao ataque, e Hulk, um terror para a defesa rival,
brilhavam intensamente. Veio a 2ª etapa e a Seleção resolveu levar o jogo em
banho-maria. Na realidade, a Seleção tentou, sem nenhum sucesso, levar o jogo
em banho-maria, já que o Egito, através do seu capitão Aboutrika e de Salah, sacudiu
o barbante duas vezes e transformou uma vitória verde-amarela aparentemente
tranquila em suadíssima.
Se o Brasil precisa evoluir bastante, como no setor defensivo
e na valorização da posse de bola, também deve ser ressaltado que estrear
triunfando é sempre importante. Feito que Espanha, México e Grã-Bretanha,
candidatos a colocar uma medalha no peito, não conseguiram. Como também não
conseguiram, por exemplo, as Seleções Brasileiras de 1972, que com Falcão e
Dirceu perdeu para a Dinamarca, e a de 1996, de Dida, Aldair, Roberto Carlos, Bebeto
e Rivaldo, derrotada pelo Japão.
--------------------------------------------
História do Futebol Olímpico
Grã-Bretanha e Hungria são os mais dourados quando o assunto
é futebol olímpico. Os britânicos levaram a medalha de ouro nos primórdios dos
Jogos modernos, em 1900, 1908 e 1912. Em 1900, na realidade, quem triunfou foi o
Upton Park F. C., equipe que representava a Grã-Bretanha no torneio. A Hungria
começou sua história de triunfos em 1952, com Puskás no comando de um dos
maiores esquadrões de todos os tempos. Depois, os húngaros seriam Bicampeões em
1964 e 1968.
quarta-feira, 25 de julho de 2012
CAMPEONATO BRASILEIRO 2012 - 12ª RODADA - VASCO X BOTAFOGO
Vasco 1 x 0 Botafogo – Engenhão, Rio de Janeiro (RJ)
Alecsandro vai às redes quando o apito final se aproximava e Vasco bate o Botafogo. Já é o quarto triunfo seguido do “Gigante da Colina”.
Para passar a noite de quarta-feira na liderança, o Vasco foi
para o clássico organizado pelo Cristóvão Borges no 4-3-3 com: Fernando Prass;
Auremir, Dedé, Douglas e William Matheus; Juninho Pernambucano, Nílton e Wendel;
Eder Luis, Alecsandro e Carlos Alberto. Na busca dar um basta na sequência de
três jogos sem vitória, Oswaldo de Oliveira montou o Botafogo no 4-3-2-1 com:
Jefferson; Lucas, Antônio Carlos, Fábio Ferreira e Márcio Azevedo; Renato,
Lucas Zen e Seedorf; Vitor Júnior e Andrezinho; Elkeson.
O maior poder de fogo que o Vasco apresentou na 1ª etapa em
relação ao Botafogo pode ser creditado à diferença entre as atuações – ótimas,
por sinal – de Juninho e Seedorf. Mais recuado e ambientado do que na sua
estreia, Seedorf adocicou a saída de bola botafoguense, mas, com Andrezinho,
Vitor Júnior e Elkeson sem inspiração, os passes do holandês não se
transformaram em tramas incisivas. Por outro lado, Juninho foi mais forte ofensivamente,
deu mais ritmo de ataque a sua equipe e de seus precisos e preciosos pés
nasceram lances perigosíssimos, como uma cabeçada do Alecsandro que Jefferson
se contorceu para defender e uma finalização quase fatal do Wendel. Além do
Pernambucano, outro destaque no bom 1º tempo cruz-maltino foi Carlos Alberto,
que chegou a carimbar o poste.
Após o intervalo, o “Glorioso” decidiu tratar a bola com mais
valor e explorar mais os avanços do lateral Márcio Azevedo. Durante meia hora, se
não chegou a pressionar o rival ou criar problemas para o arqueiro Fernando Prass,
o Bota, pelo menos, tirou a gorducha e os espaços de Juninho. Cristóvão Borges
trocou Carlos Alberto por Felipe com o intuito de voltar a ter o poder ofensivo
da etapa inicial, mas não teve sucesso, como o Botafogo também não tinha em ser
mais contundente – a opção por Elkeson como atacante único parece ter perdido a
validade. Foi neste panorama meio barro meio tijolo que o zagueiro Antônio
Carlos paçocou feio na saída de bola e viu o seu erro terminar em assistência
do Juninho – até o momento o nome mais brilhante do Brasileirão ao lado do
menino atleticano Bernard – e gol do artilheiro Alecsandro.
Enquanto o Vasco ignora a saída de nomes que compunham a
espinha da equipe e um lento processo de recuperação da melhor forma do
zagueiro Dedé, o Botafogo sofre com as mudanças recentes. Mais pela falta de
uma referência no ataque do que pela adaptação de Seedorf, que, por sua enorme
categoria, promete ser vapt-vupt.
terça-feira, 24 de julho de 2012
FUTEBOL COM HISTÓRIA - O FUTEBOL NOS JOGOS OLÍMPICOS - PARTE 2
Mil novecentos e cinquenta e dois foi o ponto de partida de
dois momentos-chave do futebol olímpico. Os Jogos de Helsinki foram os
primeiros a contar com a participação da Seleção Brasileira e marcaram o início
de uma longa supremacia dos países do bloco comunista, cujos atletas eram
“sustentados” pelo governo e, por isso, considerados amadores. A mágica Hungria
de Puskás (1952), a científica União Soviética do “Aranha Negra” Yashin (1956)
e a poderosa Polônia de Lato (1972) foram os maiores destaques do período, que
ainda viu os títulos da Iugoslávia (1960), mais dois da Hungria (1964 e 1968),
Alemanha Oriental (1976) e Checoslováquia (1980).
A superioridade dos comunistas era tamanha que os times
brasileiros nem faziam cosquinhas. Um exemplo: em 1972, nos Jogos de Munique, a
Verde-Amarela formada por nomes como Falcão, Roberto Dinamite, Dirceu, Pintinho,
Rubens Galaxe e Abel Braga foi eliminada ainda na 1ª fase após derrotas para
Dinamarca e Irã e um empate diante da Hungria. Na edição seguinte, em Montreal,
1976, com o goleiro Carlos, Edinho, Júnior “Capacete” e Batista, o Brasil
chegaria um pouco mais longe, porém as derrotas para a Polônia de Lato e a
União Soviética de Blokhin – olha a força do bloco comunista mais uma vez! – dariam
fim ao sonho da primeira medalha olímpica no futebol.
Primeira medalha olímpica esta que seria de prata e chegaria em
1984, quando o estádio Rose Bowl, em Los Angeles, recebeu mais de 100 mil
presentes na derrota decisiva da equipe brasileira de Gilmar Rinaldi, Mauro
Galvão e Dunga para a França. Quatro anos mais tarde, em Seul, com um elenco
que contava com os futuros Campeões do Mundo de 1994 Taffarel, Jorginho,
Mazinho, Bebeto e Romário, alem de craques do quilate de Ricardo Gomes, Andrade,
Valdo, Neto e Geovani, a Seleção voltaria a cair diante dos comunistas. Vitória
da União Soviética por 2 a 1 na final e mais uma prata para o Brasil.
A Espanha de Guardiola e Luis Enrique fizeram a alegria do
seu povo ao levar o ouro em Barcelona, 1992, e, em seguida, seria a vez dos
africanos. Depois de começar a colocar as manguinhas de fora com uma monumental
goleada de 4 a 0 da Zâmbia sobre a Itália, em 1988, e com o bronze de Gana, em
1992, a África se tornaria um capítulo especial do futebol olímpico através do
futebol extrovertido da Nigéria de Kanu e do Camarões de M’Boma, que traumatizaram
os brasileiros e subiram ao lugar mais alto do pódio em Atlanta (1996) e Sydney
(2000). Se nos Estados Unidos o Brasil de Ronaldo “Fenômeno”, Bebeto, Rivaldo e
Roberto Carlos teria o consolo da medalha de bronze, na Austrália nem isso.
E para deixar os torcedores brasileiros ainda mais sedentos
pela inédita medalha dourada, a Argentina atropelou todo mundo que se colocou na
sua frente – 12 vitórias em 12 partidas – e ficou com o ouro em Atenas (2004) e
Pequim (2008). Na China, o Brasil, depois de ser engolido por Riquelme e Messi,
terminou, mais uma vez, bronzeado.
Daqui a poucos dias, pela terceira vez em Londres, o futebol
fará sua 25ª aparição nas Olimpíadas, e os olhos dos amantes deste esporte
estarão voltados não só para um possível e histórico embate entre Brasil e
Espanha, mas para o retorno do Uruguai à competição após 84 anos, para as
surpresas não mais tão surpreendentes que vêm da África, para o papel que a
Seleção da Grã-Bretanha poderá desempenhar como anfitriã, para os sempre
presentes em futebol de alto nível México, Japão e Coreia do Sul... Que comecem
os Jogos!
segunda-feira, 23 de julho de 2012
FUTEBOL COM HISTÓRIA - O FUTEBOL NOS JOGOS OLÍMPICOS - PARTE 1
Quando torneios como Copa América, Eurocopa e Copa do Mundo
ainda começavam a florescer como pensamentos na cabeça de alguns idealizadores,
já existia uma competição de futebol que reunia selecionados mundiais para
apresentar a arte com a bola nos pés. Eram os Jogos Olímpicos.
Apesar de disputado nas edições de 1900 e 1904 – ambas
contaram com apenas três participantes cada e foram vencidas por equipes
representantes de Grã-Bretanha e Canadá, respectivamente – o futebol olímpico começaria
a caminhar mais fortemente a partir das Olimpíadas de 1908, já sob o manuseio
da FIFA. Daí em diante a caneta que escreve a história do futebol olímpico passou
por diversas mãos.
Em Londres (1908) e Estocolmo (1912) os “Pais do Futebol”
mostraram a mesma classe com a qual seus clubes deliciavam torcedores em
viagens ao redor do mundo e a Grã-Bretanha terminou com a medalha dourada. Após
a ausência do evento em 1916, devido à I Guerra Mundial, a Bélgica fez valer o
fator casa e conquistou os Jogos da Antuérpia, em 1920. As últimas duas edições
de Olimpíadas pré-Copa do Mundo de futebol, em 1924 (Paris) e 1928 (Amsterdã),
ficariam marcadas pelos triunfos uruguaios e o brotar de um dos maiores
esquadrões que o Planeta Bola já viu: a “Celeste Olímpica” de Nazassi, Andrade,
Cea e outros ótimos mais.
Los Angeles, em 1932, não contou com o futebol em seu
programa olímpico – umas fontes “culpam” o nascimento da Copa do Mundo em 1930
e outras a vontade dos Estados Unidos de valorizar o Futebol Americano –, mas o
“esporte bretão” voltaria em 1936, em Berlim, numa das edições mais comentadas
dos Jogos. E com o futebol não seria diferente, tanto pela eliminação da
Alemanha para a Noruega, com a presença de Adolf Hitler no estádio, como pela
surpreendente virada peruana sobre a forte Áustria (4 a 2) que seria anulada.
Os austríacos reclamariam e por questões claramente políticas
– apesar de as justificativas pelo cancelamento terem sido a invasão de campo
por torcedores do Peru, maus tratos dos jogadores peruanos perante os
austríacos e dimensões do campo menores do que as oficiais – outro duelo foi
marcado, desta vez, com portões fechados. A Seleção Peruana não só se negou a
participar da nova partida como toda a delegação do país abandonou os Jogos. E
mais, a delegação colombiana, em apoio, fez o mesmo.
A medalha dourada em Berlim terminaria com a Itália do
treinador Vittorio Pozzo, comandante da Azzurra que conquistara o Mundial de
1934 e também levantaria, em um futuro próximo, o de 1938. A ganância por poder
que já dava sinais de força nas Olimpíadas de Berlim chegaria ao ápice com a II
Guerra Mundial e, consequentemente, a não realização dos Jogos de 1940 e 1944. O
retorno em Londres, no ano de 1948, viria com a consagração de um trio de ouro,
chamado, carinhosamente, Gre-No-Li. Gunnar Gren, Gunnar Nordahl e Nils Liedholm
levariam a Suécia à glória máxima e, mais tarde, colocariam, juntos, seus nomes
na galeria de ídolos do italiano Milan.
domingo, 22 de julho de 2012
CAMPEONATO BRASILEIRO 2012 - 11ª RODADA - BOTAFOGO X GRÊMIO
RESULTADOS
Vasco 2 x 0 Santos
Sport 1 x 4 Atlético Mineiro
Corinthians 1 x 1 Portuguesa
Palmeiras 3 x 0 Náutico
Internacional 4 x 1 Atlético Goianiense
Cruzeiro 1 x 0 Flamengo
Figueirense 0 x 2 São Paulo
Botafogo 0 x 1 Grêmio
Ponte Preta 1 x 2 Fluminense
Bahia 2 x 2 Coritiba
ARTILHARIA
7 Gols
Alecsandro (Vasco)
6 Gols
Roger (Ponte Preta)
Fred (Fluminense)
Wellington Paulista (Cruzeiro)
Botafogo 0 x 1 Grêmio – Engenhão, Rio de Janeiro (RJ)
Fogão luta bravamente até o fechar das cortinas mas não
impede o Grêmio de conquistar uma suada e histórica vitória na estreia de
Seedorf.
Na noite que o consagrado e laureado Clarence Seedorf vestia
a camisa 10 alvinegra pela primeira vez, o Botafogo foi para o jogo organizado
pelo Oswaldo de Oliveira no 4-2-3-1 com: Jefferson; Lucas, Antônio Carlos,
Fábio Ferreira e Márcio Azevedo; Renato e Lucas Zen; Vitor Júnior, Seedorf e
Fellype Gabriel; Elkeson. Para fazer um dilúvio no chopp botafoguense, chegar a
sua terceira vitória seguida e, de quebra, roubar o lugar do rival no G4,
Vanderlei Luxemburgo montou o Grêmio no 4-2-2-2 com: Marcelo Grohe; Tony,
Vilson, Gilberto Silva e Pará; Fernando e Souza; Elano e Zé Roberto; Leandro e
Marcelo Moreno.
O juiz mal havia apitado pela primeira vez e o perigoso tricolor
Leandro apareceu nas barbas de Jefferson para mostrar a dureza que seria o
confronto. Um confronto que teve a 1ª etapa bastante equilibrada. O Grêmio
conseguiu encontrar mais espaços no miolo da zaga alvinegra do que Oswaldo de
Oliveira desejaria e se não fosse a velocidade do felino Jefferson para sair
nos pés gremistas, as redes botafoguenses certamente seriam balançadas. Ofensivamente,
o “Glorioso” construiu suas melhores tramas quando seus meias, principalmente
Seedorf e Vitor Júnior, se aproximaram. No entanto, foram poucas as vezes em
que o clube de General Severiano conseguiu trocar passes efetivos com
velocidade, e o arqueiro gaúcho Marcelo Grohe não teve a validade de suas luvas
testada.
Com três minutinhos pós-intervalo, Elano e Zé Roberto
conversaram com os pés e Marcelo Moreno aproveitou o espaço na área rival para
tirar o chamado zero do placar. Belo gol! Foi o primeiro e seria o único ataque
gremista no 2º tempo. Daí em diante o Botafogo partiu em busca do gol com mais
vontade do que Paul Kersey buscava vingança em Desejo de Matar. O Fogão foi
incisivo com o Vitor Júnior, acertou a trave com Fellype Gabriel, colocou
Andrezinho em campo, substituiu o categoria pura e ainda sem ritmo Seedorf,
cabeceou uma bola com Rafael Marques que Léo Gago salvou a centímetros da linha
fatal, alçou bolas na área pela direita ou esquerda, paradas ou em movimento...
Resumo da ópera: o Bota deu um trabalho de cão para a retaguarda gremista e o
goleiro Marcelo Grohe, mas não impediu o gostinho azedo da derrota na estreia
de Seedorf.
Se é claro, lógico e evidente que, matematicamente, todos os
jogos do Brasileirão possuem o mesmo valor, psicologicamente alguns duelos
valem mais do que três pontos. Este era um deles, e o Grêmio, que já havia
perdido outro da mesma classe quando Ronaldinho Gaúcho visitou o Olímpico na 7ª
rodada, segurou com unhas e dentes um precioso triunfo.
CURTINHAS PELO BRASILEIRÃO!
- Esqueceram de avisar ao Vasco da saída de quatro jogadores
importantes nas últimas semanas. A vitória sobre o Santos – com dois gols nascidos
nas mortais bolas paradas do Juninho Pernambucano – foi a oitava do “Gigante da
Colina” em onze jogos. Que campanha!
- Com mais de 80% de aproveitamento, o Vascão só não se
encontra na posição mais desejada da tabela porque o Atlético Mineiro está
impossível. Os empolgados e empolgantes Ronaldinho, Danilinho e Bernard são o
que de melhor o Brasileirão apresentou até o momento.
- Nas primeiras rodadas, Vagner Love, em fase iluminada,
fazia o papel de “Éxercito de um Homem Só” e marcava os gols salvadores para o
Flamengo. Vez por outra, Renato acerta um tijolo de fora da área para diminuir
o fogo que arde quente na Gávea. Sem um ou outro, a bola rubro-negra não entra e
as derrotas se acumulam. Já são três nos últimos quatro jogos.
- E o Obina, ein? É tão surpreendente que suas surpresas nem
surpreendem mais.
- Quem vai parar o estonteante Fred? Quem vai parar o invicto
Fluzão?
sábado, 21 de julho de 2012
quinta-feira, 19 de julho de 2012
BIBLIOTECA DO FUTEBOLA - RECORDAÇÕES DE ARY BARROSO
Do mesmo modo que é válido dizer que este não é um livro
inteiramente relacionado ao futebol, é mais válido ainda citar que é impossível
dissociar a trajetória única do genial Ary Barroso do esporte mais popular do
Brasil. A origem de sua histórica gaitinha, a paixão pelo Flamengo, a surpreendente
revelação de que já foi torcedor do Fluminense, as incríveis transmissões da época
de locutor esportivo... Leitura excelente para quem quer conhecer a vida de um
grandioso personagem da música brasileira e o quanto ele foi importante para o
nosso futebol.
Recordações de Ary Barroso
Autor: Mário de Moraes
Editora: Funarte
CAMPEONATO BRASILEIRO 2012 - 10ª RODADA - FLAMENGO X CORINTHIANS
Flamengo 0 x 3 Corinthians – Engenhão, Rio de Janeiro (RJ)
Corinthians faz valer sua estratégia campeã brasileira e
continental, não dá chances ao Flamengo e coloca na bagagem de volta um
imponente três a zero.
Com os retornos de Léo Moura, Bottinelli e Vagner Love, Joel
Santana organizou o Flamengo, na busca por se aproximar do G4, no 4-3-1-2 com: Paulo
Victor; Léo Moura, Marllon, Arthur Sanches e Magal; Íbson, Aírton e Renato;
Bottinelli; Vagner Love e Hernane. Para chegar a sua segunda vitória seguida no
Brasileirão e começar a engrenar no campeonato, Tite esquematizou o Corinthians
no 4-2-3-1 com: Cássio; Alessandro, Chicão, Paulo André e Fábio Santos;
Paulinho e Ralf; Romarinho, Douglas e Danilo; Emerson.
Foi a 1ª etapa de um time que sabia perfeitamente o que fazer
com e sem a pelota – o Corinthians – contra um sem destaques técnicos e táticos
– o Flamengo. Enquanto o Timão movimentava sem homens de frente com muita
consciência e, principalmente em finalizações do Romarinho, criava problemas
para o goleiro Paulo Victor, o Rubro-Negro tentava sem nenhum sucesso explorar
os lados do campo. Este era o panorama da partida no Engenhão quando
Bottinelli, aos 27 minutos, e Renato, aos 39, cometeram erros dignos da
categoria fraldinha, e Douglas, em noite letal, colocou duas bolas nas redes. Além
de não apresentar força ofensiva para furar a já conhecida solidez corintiana,
o Fla ainda facilitou a vida do Campeão da Libertadores com equívocos
monstruosos.
O Corinthians não precisou nem de 10 minutos após o intervalo
para colocar mais uma pá de cal na cova flamenguista. A trama começou com
toques sutis de Douglas e Romarinho e terminou com uma patada de Danilo. Três a
zero Timão. A partir daí, a cada minuto que passava, o Flamengo demonstrava sua
falta de criatividade e o Corinthians sua exemplar disposição para a marcação.
Preso num labirinto, o Fla avançava de qualquer maneira. Vagner Love saía muito
da área e nem chutar a gol conseguia, Íbson errava tudo que tentava, Adryan e
Matheus se esforçavam sem muita inspiração. A situação do clube da Gávea era
tão precária que o Alvinegro Paulista, mesmo com a estratégia de somente
administrar a vantagem, poderia, aos 27 minutos, ter voltado ao barbante em
pênalti sofrido e desperdiçado pelo Emerson.
A preocupação do torcedor rubro-negro
após o apito final não é somente pelo placar, que apontava três a zero para os
visitantes. A maior pulga atrás das orelhas flamenguistas é pelo sentimento de
que, caso forçasse na última meia hora de confronto, o Corinthians poderia ter
saído de campo com mais de um punhado de gols.
terça-feira, 17 de julho de 2012
BATENDO BAFO - BRASIL 1994
Há exatos 18 anos, Roberto Baggio cobrava um pênalti nas
nuvens, o Brasil saía de uma fila longa de 24 anos sem conquistar uma Copa do
Mundo, Galvão Bueno se esgoelava com gritos de “É Teeeeeeeeeeeeeeeeetra!!! É Teeeeeeeeeeeeeeeeetra!!!”,
Dunga erguia a taça e dizia cobras e lagartos para os seus críticos. Era o
triunfo de uma Seleção até hoje criticada por muitos, mas que tem inegável e
imensurável importância na história do futebol brasileiro. No álbum de
figurinhas do Mundial de 1994, como em praticamente todos os outros, existem ausências
sentidas. Neste caso, Aldair, Mazinho e Viola, que estiveram presentes na
grande decisão, não estão retratados.
segunda-feira, 16 de julho de 2012
FUTEBOL É ARTE
A gaúcha Suzane Wonghon, nascida em 1952, é artista plástica e arte-educadora
há mais de 30 anos. Além do apreço pelo tema futebol, como mostra a obra acima,
Suzane também faz de sua arte um instrumento para espalhar consciência
ambiental.
domingo, 15 de julho de 2012
CAMPEONATO BRASILEIRO 2012 - 9ª RODADA - BOTAFOGO X FLUMINENSE
RESULTADOS
Corinthians 2 x 1 Náutico
Figueirense 3 x 4 Atlético Mineiro
Ponte Preta 4 x 1 Coritiba
Botafogo 1 x 1 Fluminense
Internacional 0 x 0 Santos
Cruzeiro 1 x 3 Grêmio
Bahia 1 x 2 Flamengo
Vasco 1 x 0 Atlético Goianiense
Palmeiras 1 x 1 São Paulo
Sport 2 x 1 Portuguesa
ARTILHARIA
6 Gols
Roger (Ponte Preta)
5 Gols
Alecsandro (Vasco)
Araújo (Náutico)
Luís Fabiano (São Paulo)
Wellington Paulista (Cruzeiro)
Botafogo 1 x 1 Fluminense – Engenhão, Rio de Janeiro (RJ)
“Clássico Vovô” termina empatado – gols de Fred e Andrezinho –
e mantém Fogão e Fluzão na zona nobre da tabela.
Novamente com Elkeson como centroavante e o garoto Cidinho no
onze inicial, o Botafogo foi para o confronto organizado pelo Oswaldo de
Oliveira no 4-2-3-1 com: Jefferson; Lucas, Antônio Carlos, Fábio Ferreira e
Márcio Azevedo; Renato e Lucas Zen; Vitor Júnior, Andrezinho e Cidinho;
Elkeson. Com as relevantes ausências de Diego Cavalieri, Deco e Wellington Nem
na equipe que escutou o apito inicial, Abel Braga esquematizou o Fluminense no 4-3-3
com: Ricardo Berna; Bruno, Gum, Anderson e Carlinhos; Jean, Edinho e Wagner;
Thiago Neves, Fred e Samuel.
O futebol apresentado por Fluminense e Botafogo na 1ª etapa
não foi condizente com os últimos resultados vitoriosos obtidos pela dupla. Em
nenhum momento o Alvinegro – que só deu trabalho ao Ricardo Berna em um
arremate do Andrezinho após falha bisonha do zagueiro Anderson – fez valer sua estratégia
de aproveitar a velocidade de Cidinho e Vitor Júnior. O Tricolor, por sua vez,
teve nas bolas paradas e nos avanços do lateral esquerdo Carlinhos suas
melhores armas, porém não conseguiu mais do que uma cabeçada do Fred que
explodiu no travessão. E se faltou ímpeto ofensivo para Bota e Flu, o mesmo
pode ser dito sobre a postura defensiva adotada por ambos, que ignoraram por
completo a possibilidade de uma marcação mais adiantada e, constantemente, posicionaram
onze homens em seus respectivos campos.
O 2º tempo ainda encorpava quando Fred – como gosta de
balançar as redes botafoguenses! – mostrou seu faro de gol e, de cuca, abriu o
placar depois de bola alçada por Thiago Neves. O relógio marcava 7 minutos e o
Flu resolveu apostar na mesma postura que adotara no Fla-Flu do Centenário, ou
seja, recuar por completo. Resultado: O Fogo cresceu no clássico e, aos 21,
chegou ao empate em ótima jogada entre Elkeson e Márcio Azevedo que Andrezinho
completou de cabeça. Para não deixar a vaca tricolor ir para o brejo, Abel
Braga colocou Wellington Nem em camp. O garoto, com sua serelepice, logo
começou a sofrer faltas e diminuir o domínio alvinegro. Nos equilibrados últimos
15 minutos, o Bota, Fellype Gabriel perdeu um gol nas barbas do Berna, e o Flu,
com Fred e Thiago Neves, poderiam ter conquistado os três pontos, mas o um a um
se manteve.
No clássico como um todo, tricolores e alvinegros pouco se
assanharam na busca pela vitória. Assim, tanto para o clube de General Severiano
quanto para o das Laranjeiras o empate final tem gosto de... empate.
CURTINHAS PELO BRASILEIRÃO!
- Confiança é mais do que essencial para um time forte. E a
do Atlético Mineiro está nas nuvens. A espetacular virada sobre o Figueirense,
no Orlando Scarpelli, é só mais um reflexo do encantado momento vivido pelo “Galo”.
- Ainda em Minas, mas agora no lado azul, a queda de produção
e resultados do antigo líder Cruzeiro surpreende. As vitórias como visitante
sobre Botafogo e Vasco credenciavam a “Raposa” a uma campanha de mais sorrisos
para o seu torcedor.
- O algoz cruzeirense neste fim de semana foi o Grêmio, que
contou com os gols da poderosa dupla Kléber e Marcelo Moreno. Além deles, o bom
plantel do Tricolor Gaúcho conta com nomes como Zé Roberto, Elano, Gilberto
Silva, Fernando e Souza. Luxemburgo não tem do que reclamar.
- Pelo caos político que a Gávea vive, não é de hoje, e pela
falta de criatividade e competência da diretoria rubro-negra em montar um
elenco de qualidade, é válido destacar que o Flamengo realiza, até o momento,
uma campanha com menos derrotas do que Botafogo, São Paulo e Grêmio.
- Com uma preguiça enorme, o Vasco conseguiu um golzinho no 1º
tempo, levou duas bolas na trave, viu Fernando Prass realizar milagres e
conquistou três pontos que, se são importantes, poderiam chegar com mais
tranquilidade.
sexta-feira, 13 de julho de 2012
ELÓIGICO E SUAS LÓGICAS
Elóigico é um fanático torcedor do São Sebastião Futebol Clube que sempre coloca a paixão à frente da razão – como quase todos os torcedores, né? E quem fica perdida com tanto fanatismo de Elóigico é sua filha, Edinha, que mora junto com seu pai em uma simples casinha que vive futebol 24 horas por dia.
Desenho de Paulo Sales e roteiro de Diano Massarani
quinta-feira, 12 de julho de 2012
COPA DO BRASIL 2012 - FINAL - PALMEIRAS CAMPEÃO
Coritiba 1 x 1 Palmeiras – Couto Pereira, Curitiba (PR)
Depois de 12 anos sem um título nacional de elite, Palmeiras
segura a pressão do Couto Pereira e conquista a Copa do Brasil.
Para reviver 1985, quando conquistou o Brasileirão, e voltar
a fazer história, o Coritiba foi para o decisivo confronto montado pelo Marcelo
Oliveira no 4-2-2-2 com: Vanderlei; Jonas, Pereira, Demerson e Lucas Mendes;
Sérgio Manoel e William; Rafinha e Everto Ribeiro; Roberto e Everton Costa. Com
a chance de conquistar seu décimo título nacional dentre os de maior relevância
(escutou o apito inicial com 4 Brasileiros, 1 Copa do Brasil, 2 Taças Brasil e
2 “Robertões”) o Palmeiras foi esquematizado pelo Luiz Felipe Scolari no
4-3-1-2 com: Bruno; Artur, Maurício Ramos, Thiago Heleno e Juninho; João Vitor,
Henrique e Marcos Assunção; Daniel Carvalho; Mazinho e Betinho.
Embalado pelo “Inferno Verde” organizado pela sua torcida, o
Coritiba começou o duelo cheio de gás para pressionar o Palmeiras. Porém, seu
quarteto ofensivo não se entendia, não funcionava em conjunto. Quando, entre o
minuto 10 e o 20, uma jogada do Mazinho pela esquerda foi perigosamente
finalizada pelo Juninho e o Betinho quase empurrou para o fundo do gol uma bola
alçada pelo Marcos Assunção, o “Coxa” percebeu o que o rival estava vivo e não
iria somente se defender. O único grande erro palmeirense na etapa inicial foi
cometido pelo Thiago Heleno, aos 28, e quase resultou em bola na rede do
Rafinha, mas, de maneira geral, o “Verdão” soube se postar de maneira tão segura
que seu goleiro, Bruno, não realizou sequer uma defesa a se destacar. E mais, além
da segurança, ainda incomodou bastante quando avançou pela esquerda ou com a
pelota parada.
O Coritiba voltou do intervalo com o intuito de encurralar o
rival. E conseguiu. Fincou os pés no campo de ataque, impediu o Palmeiras de
sair para o jogo e, aos 16 minutos, Aírton cobrou com perfeição uma falta
sofrida pelo Lincoln (ambos entraram para o 2º tempo) e inaugurou o placar. O
Couto Pereira quase voou. O Coritiba tinha tudo para aproveitar o momento, mas
o seu torcedor ainda estava com a boca aberta a gritar goooooool e Marcos
Assunção, o melhor cobrador de faltas do país, aproveitou mais uma bola parada,
cruzou a pelota na área e Betinho a desviou para o fundo do filó. Era o gol do
título! Marcos Assunção ainda acertaria o poste – novamente com a gorducha
paradinha – o Coritiba ameaçaria com Anderson Aquino e Rafinha e o zagueiro
Pereira seria expulso, mas o final do filme já estava definido.
Um final maravilhosamente feliz para a torcida que canta e
vibra do Alviverde Imponente, para o leão Marcos Assunção e seus companheiros e
para Felipão, o rei do mata-mata, que levantou seu quarto troféu de Copa do
Brasil.
PARABÉNS, PALMEIRAS!
quarta-feira, 11 de julho de 2012
UMA IMAGEM
Em um dos momentos de maior criatividade e genialidade que o futebol já presenciou, Pelé passa pelo goleiro uruguaio Mazurkiewcz sem tocar na bola. O final da história, todos conhecemos...
segunda-feira, 9 de julho de 2012
GÊNIOS DAS PALAVRAS - EDUARDO GALEANO
O GOL
O gol é o orgasmo do futebol. E, como o orgasmo, o gol é cada
vez menos frequente na vida moderna.
Há meio século, era raro que uma partida terminasse sem gols:
0 a 0, duas bocas abertas, dois bocejos. Agora, os onze jogadores passam toda a
partida pendurados na trave, dedicados a evitar os gols e sem tempo para fazer
nenhum.
O entusiasmo que se desencadeia cada vez que a bola sacode a
rede pode parecer mistério ou loucura, mas é preciso levar em conta que o
milagre é raro. O gol, mesmo que seja um golzinho, é sempre goooooooooooooool
na garganta dos locutores de rádio, um dó de peito capaz de deixar Caruso mudo
para sempre, e a multidão delira e o estádio se esquece de que é de cimento, se
solta da terra e vai para o espaço.
Eduardo Galeano
Crônica retirada do livro “Futebol ao sol e à sombra”, da
L&PM Editores.
domingo, 8 de julho de 2012
CAMPEONATO BRASILEIRO 2012 - 8ª RODADA - FLUMINENSE X FLAMENGO - O FLA-FLU DO CENTENÁRIO
RESULTADOS
Botafogo 3 x 0 Bahia
Internacional 2 x 1 Cruzeiro
Atlético Goianiense 0 x 1 Náutico
Fluminense 1 x 0 Flamengo
Santos 4 x 2 Grêmio
São Paulo 3 x 1 Coritiba
Figueirense 1 x 1 Vasco
Atlético Mineiro 2 x 0 Portuguesa
Ponte Preta 1 x 0 Palmeiras
Sport 1 x 1 Corinthians
ARTILHARIA
5 Gols
Alecsandro (Vasco)
Araújo (Náutico)
4 Gols
Herrera (Botafogo)
Luís Fabiano (São Paulo)
Vagner Love (Flamengo)
Wellington Paulista (Cruzeiro)
Fluminense 1 x 0 Flamengo – Engenhão, Rio de Janeiro (RJ)
Tricolor vence o histórico Fla-Flu do Centenário, chega ao
quarto triunfo consecutivo e se mantém nas cabeças do Brasileirão.
Único a começar a 8ª rodada invicto, o Fluminense iniciou
o clássico organizado pelo Abel Braga no 4-3-1-2 com: Diego Cavalieri; Bruno,
Gum, Anderson e Carlinhos; Deco, Edinho e Jean; Thiago Neves; Wellington Nem e
Fred. Para lutar por uma vitória que deixaria a semana na Gávea bem mais tranquila,
o Flamengo foi esquematizado pelo Joel Santana no 4-3-1-2 com: Paulo Victor;
Luiz Antônio, Marllon, González e Magal; Íbson, Amaral e Renato; Bottinelli;
Diego Maurício e Vagner Love.
Quando a chamada fase de estudos da partida chegava perto do
seu final, por volta do minuto 10, Fred aproveitou cruzamento de Thiago Neves,
se antecipou ao González e marcou seu primeiro gol em um Fla-Flu. A partir daí,
o clássico ganhou contornos definidos. O Flamengo contrastava uma exagerada paciência com a pelota nos pés com uma marcação agressiva e adiantada, enquanto
o Fluminense adotava uma postura recuada e esperava espaços para
contra-golpear. Como o Rubro-Negro pecava na hora de transformar a posse de
bola em lances incisivos e o Tricolor encontrava dificuldades para sair em
velocidade, as luvas de Paulo Victor e Diego Cavalieri pouco foram acionadas.
Uma trama rápida entre Deco e Thiago Neves que quase terminou em mais um tento
do Fred e uma bomba de longe do Renato foram as melhores jogadas ofensivas de
Flu e Fla até a chegada do intervalo.
Em seus primeiros minutos, a segunda etapa foi uma
continuação da primeira. Não era raro encontrar todos os 11 tricolores atrás da
linha da bola e o ataque flamenguista ainda carecia de pimenta. Adryan, que
entrara no intervalo, se mostrou bem mais produtivo que o Diego Maurício – o fez
o torcedor das Laranjeiras prender o ar por duas vezes –, porém não o suficiente
para fazer o Flamengo chegar às redes. O Clube da Gávea criaria sua melhor
oportunidade aos 34 minutos, quando Adryan bateu córner e o zagueiro Arthur
Sanches, com a cuca, carimbou o poste. Restavam pouco mais de 10 minutos para
os rubro-negros tentarem uma pressão que não haviam conseguido até então, já que
produzira apenas lances isolados, mas não foi o que ocorreu. Assim o Flu, com a mesma
postura adotada desde o décimo minuto de jogo, teve sucesso em segurar o
importante triunfo.
Uma vitória em um clássico desta magnitude, ainda mais por
ser a quarta conquistada em sequência, confirma ainda mais o protagonismo que o Fluzão
terá no Brasileiro 2012.
CURTINHAS PELO BRASILEIRÃO
- Ver o craque que há dois anos se consagrava como o melhor
jogador da Copa do Mundo no futebol brasileiro será demais. A contratação de
Forlán pelo Internacional tem tudo para entrar na história. Pela porta da
frente.
- Por falar em craque, a chegada de Seedorf não para de
trazer bons fluidos ao Fogão!
- O goleiro Dida aterrissou em Minas Gerais com duas partidas
seguidas sem levar gols. Voltará com duas falhas monstruosas na bagagem.
- Um dos ensinamentos do Corinthians Campeão da Libertadores
é a importância de um sistema tático sólido. O Atlético Mineiro do Cuca segue o
mesmo caminho neste início de Brasileiro. O papel desempenhado pelos meias
Bernard e Danilinho é para europeu algum botar defeito.
- É inegável a importância da Copa do Brasil. Não só pela
vaga dada na Libertadores, mas, e principalmente, por ser um torneio nacional
de grande porte. Sendo assim, o Palmeiras não deveria ter um planejamento para disputar duas
competições simultâneas? A presença na decisão da Copa não justifica a
horrorosa campanha no Brasileiro, com apenas uma vitória em oito jogos.
sexta-feira, 6 de julho de 2012
100 ANOS DE UM PATRIMÔNIO DO ESPORTE MUNDIAL
Como descobrimos através da genialidade incomparável de Nelson Rodrigues, o Fla-Flu nasceu 40 minutos antes do nada. E já que seria de uma petulância sem perdão discordar do mestre, vale ressaltar que o comemorado neste 7 de julho de 2012 não serão os 100 anos de existência do Fla-Flu, mas, sim, o centenário da primeira vez que estes dois colossos duelaram em um campo de futebol.
Fla-Flu. Uma expressão pequenina, que qualquer criança poderia dizer antes mesmo de mamã ou papá, mas de um valor imensurável. Graças à iluminada sabedoria de Mário Filho, que transformou o na época sem apelo termo Fla-Flu – usado pela primeira e até então praticamente única vez em 1925, para batizar um selecionado composto apenas por jogadores dos dois clubes – na mais perfeita representação de um clássico do futebol. Daí para a invenção do Gre-Nal, San-São, Atle-Tiba, Ba-Vi foi um pulo. O poder do Fla-Flu é tão grande que transcende o futebol. Quem nunca ouviu uma tentativa de valorização de um clássico não-futebolístico através da frase: “Fulano contra Beltrano é o Fla-Flu deste esporte”.
E Mário Filho faria muito mais por este patrimônio do esporte além de reinventar o termo Fla-Flu. Com suas palavras mágicas, estimulou o sadio duelo entre as torcidas rubro-negra e tricolor. Quem levaria mais bandeiras? Mais balões? Faria a batucada mais animada? Soltaria mais foguetes? Como disse Nelson Rodrigues, “Mário Filho transformou o domingo de Fla-Flu num domingo de carnaval”. Nada contra alvinegros ou celestes, mas, convenhamos, amigos, não existe embate de cores mais lindo do que o de um Fla-Flu. Seja nas arquibancadas ou no gramado, entre os uniformes.
Listar os personagens que fizeram história ao longo dos cem anos de rubro-negros contra tricolores só é menos impossível do que contar todas as pelejas inesquecíveis. Até mesmo porque, como uma vez falou Stan Lee, lenda das revistas em quadrinhos, toda revistinha é a primeira de algum leitor. Na mesma linha de raciocínio, todo Fla-Flu é o primeiro de algum torcedor, o que por si só já faz com que muitos dos jogos aparentemente não tão históricos tenham um sabor especial no coração de incontáveis.
Quando Flamengo e Fluminense estiverem perfilados, segundos antes do primeiro trilar do apito para o clássico deste domingo, pelo Campeonato Brasileiro, a atmosfera estará repleta das mais inadjetiváveis memórias. Memórias que nasceram no distante 1912, quando pai e filho rebelde se enfrentaram pela primeira vez, sem terem a ideia de que davam o pontapé inicial na mais bela rivalidade clubística do futebol mundial.
COPA DO BRASIL 2012 - FINAL - PALMEIRAS X CORITIBA
Palmeiras 2 x 0 Coritiba – Arena Barueri, Barueri (SP)
Bola parada do Marcos Assunção volta a ser essencial e
Palmeiras larga na frente na busca pelo caneco da Copa do Brasil.
A dois jogos de um título nacional de elite, que não
conquista desde a Copa dos Campeões de 2000, o Palmeiras foi a campo escalado
pelo Luiz Felipe Scolari no 4-3-1-2 com: Bruno; Artur, Maurício Ramos, Thiago
Heleno e Juninho; João Vitor, Márcio Araújo e Marcos Assunção; Valdívia;
Mazinho e Betinho. Em sua segunda decisão de Copa do Brasil consecutiva e com o
sonho de conseguir um final diferente do ano passado, o Coritiba iniciou a
partida organizado pelo Marcelo Oliveira no 4-4-1-1 com: Vanderlei; Jonas,
Pereira, Emerson e Lucas Mendes; Rafinha, Junior Urso, Willian e Gil; Everton
Ribeiro; Everton Costa.
O Palmeiras fez uma etapa inicial abaixo da linha da pobreza.
Ofensivamente foi de dar dó. Valdívia sem passes clarividentes, Mazinho sem
jogadas incisivas, Betinho sem sequer um arremate a gol, Marcos Assunção sem
bolas paradas para chutar... E para piorar a situação palmeirense, a retaguarda
era um queijo suíço daqueles com mais buracos do que queijo e erros individuais
dignos de Didi, Dedé, Mussum e Zacarias. Foi graças a duas defesas do goleiro
Bruno, em finalizações de Junior Urso e William, que o placar não foi
inaugurado antes do minuto 20. Quando o intervalo já se aproximava, Marcos
Assunção teve sua primeira oportunidade de cobrar uma falta mais perto da área
rival do que da linha do meio-campo. Alçou a redonda na área, Jonas agarrou
Betinho e Valdívia cobrou o pênalti resultante cheio de categoria para colocar um a zero
no escore.
Veio o 2º tempo e, se continuou sem uma gota de criatividade,
o Palmeiras, pelo menos, diminuiu os espaços dados ao adversário. Os
minutos transcorriam em banho-maria até que, aos 19, Marcos Assunção teve nova
chance com a redonda imóvel. Desta vez o cruzamento terminou em cabeçada do
Thiago Heleno para o fundo do filó. Era tudo que o palmeirense queria para aliviar.
E tudo que ele não queria o Valdívia fez, cinco minutos depois, ao cometer uma
falta nada diplomática e ir mais cedo para o chuveiro. Já com Lincoln e
Anderson Aquino em campo, Marcelo Oliveira apostou em Tcheco, mas o Coritiba,
em nenhum momento, conseguiu repetir os bons 20 minutos iniciais. Na realidade,
esteve próximo de ver sua vaca ir mais para o meio do brejo, mas o palmeirense Maikon
Leite perdeu uma clara chance de gol após driblar o goleiro.
A vitória por dois a zero no jogo de ida permite oba-oba
apenas para os palmeirenses que ficam nas arquibancadas. Os que vão entrar em
campo, na próxima quarta-feira, terão de suar litros e mais litros para segurar
o Coritiba e o Couto Pereira. O Verdão deu um passo enorme rumo ao título, mas
a decisão ainda não teve um ponto final.
quinta-feira, 5 de julho de 2012
CORINTHIANS CAMPEÃO DA COPA LIBERTADORES 2012
Corinthians 2
x 0 Boca Juniors (ARG) – Pacaembu, São Paulo (SP)
Soberano, gigante, incontestável, Corinthians passa pelo Boca
e levanta seu primeiro caneco de Libertadores. Com dois gols, Emerson garante
seu retrato na galeria de imortais do Parque São Jorge.
Para escrever uma das páginas mais importantes de sua
história, o Corinthians entrou em campo organizado pelo treinador Tite no
4-2-3-1 com: Cássio; Alessandro, Chicão, Leandro Castán e Fábio Santos; Ralf e
Paulinho; Jorge Henrique, Alex e Danilo; Emerson. Pela quarta vez no Brasil
para um segundo jogo decisivo de Libertadores, o Boca Juniors iniciou a partida
esquematizado pelo Julio Falcioni no 4-3-1-2 com: Orion; Sosa, Schiavi, Caruzzo
e Clemente Rodríguez; Ledesma, Somoza e Erviti; Riquelme; Mouche e Santiago Silva.
Cada palmo de grama foi disputado, batalhado, guerreado
intensamente nos primeiros 45 minutos da finalíssima. Era mais difícil
encontrar espaço dentro das quatro linhas do que nas arquibancadas, que, como
diz o jornalista Apolinho, colocava gente pelo ladrão. Poucas vezes um editor televisivo
teve tão pouco trabalho para preparar os melhores momentos a serem reprisados
no intervalo. O Corinthians, com Emerson centralizado e à frente do tripé Jorge
Henrique, Alex e Danilo, teve mais a redonda em seus pés, mas conseguiu apenas
uns chutes longos com o Alex, ora fraco e nas mãos do goleiro, ora forte e sem direção.
O Boca, com a já esperada proposta de contra-atacar, não se movimentou nem
avançou homens o suficiente para dar opções de passes eficientes ao Riquelme.
A 2ª etapa ainda era nascente quando veio o momento mágico.
Alex alçou a pelota na área e, após desvio de Jorge Henrique, a jogada parecia
morta. Apenas parecia, pois Danilo beijou a bola com o pé e a deixou para Emerson,
um jogador que seria capaz de jogar 90 minutos num vulcão em erupção sem sentir
o calor da partida, levar o Pacaembu ao delírio. O Boca tinha que atacar,
pressionar, criar oportunidades, mas conseguia apenas cruzar bolas na área. Desta
maneira fez o fiel corintiano prender a respiração aos 26 minutos, em cabeçada
do zagueiro Caruzzo. Mas a respiração presa serviu como combustível para o
grito de alegria que viria no minuto seguinte, quando Schiavi deu um passe
errado que parou nos pés de Emerson. Logo de quem. A arrancada foi fulminante.
A finalização sutil. Dois a zero. O sonho antigo se tornava real.
Os argentinos estavam nocauteados, sem forças. A contagem
regressiva para a inédita e libertadora sensação veio acompanhada de provocação
entre “Sheik” e Caruzzo, muita bola chutada pelos corintianos para a
estratosfera e um arremate do Chicão que tocou a rede pelo lado de fora.
Poderia ter sido pelo de dentro, mas não precisava. A América já era do
Corinthians. Salve o Corinthians! De tradições e glórias mil! Agora, mil e uma.
Uma muito especial.
PARABÉNS,
TIMÃO!!!
quarta-feira, 4 de julho de 2012
UMA IMAGEM
Gentile cola em Zico no histórico Brasil e Itália da Copa do Mundo de 1982. A “Tragédia do Sarriá” completa 30 anos no dia 5 de julho.
segunda-feira, 2 de julho de 2012
EUROCOPA 2012 - FÚRIA!
Um dos mais renomados filmes de artes marciais da história – A Fúria
do Dragão – mostra a luta do lendário Bruce Lee contra uma organização que
traficava drogas através de uma fábrica de gelos. A grande cena é logo
uma das primeiras, quando Bruce Lee encontra-se com a maior calma no meio de
uma estrondosa pancadaria. É braço para cá, perna para lá, tapa na cara de um,
voadora no peito do outro... e Bruce Lee, no meio de toda a confusão, como se
estivesse no mais tranquilo dos ambientes. O motivo? Havia prometido para sua falecida mãe que não mais lutaria. Até que um pobre coitado lhe
arrancou do pescoço o cordão que simbolizava a promessa feita à mãe. Pronto! Em
questão de segundos todos os aspirantes a vilão estavam tortos no chão.
Até o último domingo, 1 de julho, a Espanha era o Bruce Lee de
cordão. Contida, pacífica. A Eurocopa em chamas e ela com a única
preocupação de não ser atingida. Era a Alemanha e seu arsenal ofensivo, a Itália
com um ímpeto poucas vezes visto, Cristiano Ronaldo em jornadas de melhor do
planeta e a Espanha apenas preocupada em chegar ao momento final sem arranhões.
Como Bruce Lee em meio ao “pega pá capá”. Mas o apito inicial da decisão contra
a Itália foi o arrancar de cordão da Espanha. A fúria voltava à La Furia.
Jordi Alba, Xavi, Iniesta, David Silva e Fábregas impuseram
um ritmo infernal no jogo. Ninguém esperava. Nem mesmo a até então alucinante
Itália. O futebol-yoga e a falta de ambição pelo gol das partidas anteriores
deram lugar a uma busca incessante por colocar a pelota nas redes. Até mesmo os
infinitos passes foram esquecidos, o que daria a Itália a maior posse de bola
na 1ª etapa. A fúria era tamanha que nem quando Thiago Motta saiu contundido e
deixou a Azzurra com um homem a menos
a sede de gol espanhola diminuiu. O resultado não poderia ser outro. Quatro a
zero. Maior goleada em uma final de Eurocopa.
Daqui a alguns anos, quando um pequenino perguntar para um
mais vivido o porquê de a Espanha ser chamada de La Furia, não serão necessárias palavras. Bastará
colocar o disco com esta final gravada no aparelho de dvd e estará explicado.
Como também estará explicado uma parte de como esta monumental e gigantesca equipe
conquistou o direito de conversar, em condições de igualdade, com os maiores
esquadrões que o Planeta Bola já viu.
¡FELICITACIONES, ESPAÑA!