sexta-feira, 31 de maio de 2013
quinta-feira, 30 de maio de 2013
COPA LIBERTADORES 2013 - QUARTAS DE FINAL - OLIMPIA X FLUMINENSE
Olimpia 2 x 1 Fluminense – Defensores del Chaco, Assunção
(Paraguai)
Curto, grosso e direto: faltou futebol ao Fluminense diante
do Olimpia. Somados os embates em São Januário e no Defensores del Chaco, o
Tricolor passou a maior parte dos 180 minutos no campo de ataque e não foi
capaz de criar sequer uma jogada ofensiva bem trabalhada, além de falhar em
demasia no setor defensivo. Sabem aquelas jogadas bem treinadas, pela meiúca ou
pelos flancos, verdadeiros diálogos com os pés? Pois é, o Flu foi incapaz de
executá-las em três horas de confronto, e, tanto no Rio como em Assunção, a
estratégia bumba-meu-boi foi a saída encontrada para levar perigo à meta do
Olimpia.
Na Libertadores, palavras como garra, dedicação e atitude são
muito valorizadas – diria até supervalorizadas. O Fluminense honrou todas elas.
Foi guerreiro do início ao fim, como cantam seus torcedores. O problema foi que,
se fisicamente e psicologicamente o Tricolor pareceu pronto para superar o
Olimpia, taticamente e tecnicamente deixou muito a desejar. Até mesmo Diego
Cavalieri, Jean e Fred, jogadores que fazem do Flu o time mais representativo
em quantidade de jogadores na Seleção Brasileira que disputará a Copa das
Confederações, foram mais transpiração que inspiração.
Depois de empatar sem gols em São Januário – equivocadamente considerado
um bom resultado pelo fato de não ter sofrido gols em casa, mesmo que tenha controlado
as ações ofensivas durante toda a partida – o Fluminense conseguiu tudo que
mais queria no Defensores del Chaco ao praticamente ganhar um gol com o Rhayner
antes dos 10 minutos. Acertadamente não recuou por completo para segurar a
vantagem, mas faltou qualidade técnica, do goleiro Cavalieri ao ponta-esquerda
Wellington Nem, para fazer valer a vantagem de poder até empatar. E depois de
sofrer a virada, ainda na etapa inicial, a lacuna técnica também foi a
responsável por mais 45 minutos de posse de bola sem criatividade.
Em 2013, os principais nomes do Tricolor ainda não alcançaram
o nível técnico do ano passado, e, coletivamente, o time também não funciona. E
aí se encontra o motivo de mais uma eliminação tricolor na Libertadores. Não
foi falta de experiência, nem de dedicação, nem de raça. Foi falta de futebol. Talvez
os tricolores tenham amarrado as chuteiras tão fortemente com as próprias veias
que os pés ficaram sufocados.
quarta-feira, 29 de maio de 2013
JOGOS INESQUECÍVEIS DO BRASILEIRÃO - PONTE PRETA X FLAMENGO 2003
Ponte Preta 1 x 1 Flamengo
Campeonato Brasileiro de 2003 – 23ª rodada
03 de agosto de 2003
Estádio Moisés Lucarelli, Campinas (SP)
PONTE PRETA: Lauro; Marquinho (Roger), Luís Carlos, Gérson
e Alan; Roberto (Vaguinho), Ângelo (Gigena), Adrianinho e Ronildo; Jean e
Fabrício Carvalho. Técnico: Abel Braga.
FLAMENGO: Júlio César; Rafael (André Gomes), Fernando,
Fabiano Eller (Henrique) e Ânderson; Fabinho, Fábio Baiano, Yan (Jonatas) e
Fernando Diniz; Jean e Zé Carlos. Técnico: Oswaldo de Oliveira.
Gols: Fábio Baiano (Flamengo) aos 34’ do 1º tempo e Lauro (Ponte
Preta) aos 52’
do 2º tempo
Em 2003, pela primeira vez na história o Brasileirão adotava
o formato dos pontos corridos – onde todos os jogos possuem o mesmo valor
numérico, não psicológico –, e, ao fim da competição, a Ponte Preta garantia sua
permanência na Série A por ter apenas um pontinho a mais que Fortaleza e Bahia.
No torneio como um todo, ninguém empatou mais que a Macaca – 18 vezes em 46
jogos. Se um destes empates fosse derrota, o Alvinegro de Campinas teria sido
rebaixado para Segundona. Qualquer um dos 18, que fique claro. No entanto, na
cabeça de todos os pontepretanos, o empate salvador deste Brasileiro de 2003 ocorreu
pela 23ª rodada, contra o Flamengo. Até aquele momento, tanto o Fla de Oswaldo
de Oliveira quanto a Ponte de Abel Braga realizavam campanhas apenas medianas.
Bola rolando, o Rubro-Negro saiu na frente com um golaço de fora da área de
Fábio Baiano e viu o goleiro Júlio César, defesa após defesa, manter a vitória
no placar. O jogo esquentou. Ronildo, lateral da Ponte, e Zé Carlos, o “Zé do
Gol”, atacante do Mengo, são expulsos. Tudo parecia caminhar para uma
importante vitória flamenguista, até que, aos 52 minutos, Vaguinho cobrou córner
e o goleiro pontepretano Lauro, como se fosse o Dadá Maravilha, subiu para
igualar em perfeita cabeçada. Um pontinho conquistado que nunca será esquecido
pelos torcedores da Ponte Preta.
terça-feira, 28 de maio de 2013
LÁGRIMAS
No Estádio Mané Garrincha, que quando totalmente pronto terá custado aos cofres públicos cerca de R$ 1,6 bilhão, o embate entre Santos e Flamengo alcançou a renda de R$ 6.948.710, a
maior da história do futebol brasileiro. No mesmo jogo, o Flamengo estreava a
nova camisa da Adidas, fornecedora de material esportivo que pagará no mínimo R$
350 milhões por 10 anos de contrato. Vendido ao Barcelona por aproximadamente R$
93 milhões, Neymar fazia sua despedida do Santos, clube que ficará com R$ 50
milhões do montante. No Barça, a Joia receberá R$ 18,5 milhões por ano, fora o
que os 11 patrocinadores particulares depositarão em sua conta. Mas, no meio de
todos estes cifrões, veio o choro de Neymar para recordar que o futebol é mais
do que um simples representante do capitalismo.
Só o próprio Neymar sabe o que passava em sua cabeça
enquanto o hino brasileiro ecoava pelo Mané Garrincha e as lágrimas escorriam
por seu rosto. Talvez uma mescla entre a realização do sonho de poder jogar
futebol ao lado dos melhores do mundo com a sensação de missão cumprida com a
histórica camisa branca do Santos. Ou poderia ser a insegurança de trocar a
Vila Belmiro, casa onde é querido, idolatrado, endeusado, pelo “estranho mundo
novo” catalão. Impossível saber. Nem mesmo o Neymar seria capaz de reproduzir
com palavras, diante de dezenas de microfones, a origem de sua emoção. No
entanto, podemos estar certos que o craque não pensava na sua conta corrente ou
poupança.
Assim como nas últimas semanas, não foi o capitalismo a
força motriz dos choros de Seedorf, ao vencer o Carioca, e Beckham, ao pendurar
as chuteiras. Com extratos bancários repleto de dígitos – principalmente o
inglês – ambos foram às lágrimas por motivos estritamente futebolísticos. Ainda
dentro de campo, diante de milhares de torcedores e milhões de telespectadores,
os dois veteranos não conseguiram conter a emoção. E apesar de toda
racionalidade no qual o futebol moderno se encontra submerso, é ela, a emoção,
a protagonista dos momentos eternos.
segunda-feira, 27 de maio de 2013
NOMES DOS ESTÁDIOS - GENERAL SEVERIANO
Se ainda estivesse de pé, o Estádio General Severiano, um
dos mais importantes palcos do futebol carioca durante quase meio século,
comemoraria, neste ano, o centenário de sua partida inaugural: a vitória do
anfitrião Botafogo sobre o Flamengo por 1 a 0, gol de Mimi Sodré, em 13 de maio de
1913, que marcou não só a inauguração do estádio como a primeira vez que estes
históricos rivais se enfrentaram. Mas para fazer jus ao nome desta seção,
falemos um pouco sobre General Severiano, que por ser o nome da rua onde o
estádio se localizava, passou também a ser o nome deste.
Os títulos e as condecorações possuídas por João Severiano
da Fonseca (1836-1897), o General Severiano, irmão do Marechal Deodoro da
Fonseca, primeiro Presidente da República do Brasil, representam bem a sua
importância para as áreas militar e de saúde do país. Primeiro médico general
do Exército Brasileiro, Patrono do Serviço de Saúde do Exército, membro da
Academia Imperial de Medicina, Comendador da Ordem da Rosa, Cavaleiro da Ordem
do Cruzeiro – pela participação na Campanha da Tríplice Aliança –e possuidor da
Medalha Oriental, comemorativa da Guerra do Paraguai.
Apesar de não mais existir o saudoso estádio, o “doutor
militar” continua homenageado pelo Botafogo, sendo o nome da sede que abriga o
elenco profissional do clube. Clube que, convenhamos, será para sempre o
Alvinegro de General Severiano.
domingo, 26 de maio de 2013
CAMPEONATO BRASILEIRO 2013 - 1ª RODADA – SANTOS X FLAMENGO – DESPEDIDA DE NEYMAR
RESULTADOS
Vasco 1 x 0 Portuguesa
Vitória 2 x 2 Internacional
Corinthians 1 x 1 Botafogo
Grêmio 2 x 0 Náutico
Ponte Preta 0 x 2 São Paulo
Criciúma 3 x 1 Bahia
Santos 0 x 0 Flamengo
Fluminense 2 x 1 Atlético Paranaense
Cruzeiro 5 x 0 Goiás
Coritiba 2 x 1 Atlético Mineiro
ARTILHARIA
2 Gols – Nilton (Cruzeiro)
Santos 0 x 0 Flamengo – Estádio Mané Garrincha, Brasília (DF)
Despedida de Neymar do Santos e jogo de maior renda da
história do futebol brasileiro termina sem gols no Mané Garrincha, apesar das
diversas chances criadas pelo Flamengo.
Para a o “até logo” do maior ídolo de sua história pós-Era
Pelé, o Santos foi a campo montado pelo Muricy Ramalho no 4-3-1-2 com: Rafael;
Galhardo, Edu Dracena, Durval e Léo; Renê Júnior, Arouca e Cícero; Montillo;
Neymar e Henrique. Na estreia do mais badalado que bonito uniforme novo, o
Flamengo foi organizado pelo Jorginho no 4-2-3-1 com: Felipe; Léo Moura, Renato
Santos, González e Ramón; Elias e Luiz Antônio; Gabriel, Renato Abreu e Rafinha;
Hernane.
Como perdeu gols o Flamengo no Mané Garrincha! Tanto na etapa
inicial como na final, foi o Rubro-Negro quem teve em seus pés uma penca de oportunidades
para balançar as redes, algumas delas até dentro da pequena área, mas faltou
poder de finalização. No primeiro tempo, Rafinha, a palmos da linha do gol, arrematou
fraco, enquanto Gabriel, após bela tabela com Hernane, demorou para chutar.
Após o intervalo, já com Marcelo Moreno em campo, mais chances de levantar o
véu da noiva por parte do clube da Gávea: Elias bateu forte de fora da área,
Gabriel tentou encobrir Rafael com categoria, Moreno bateu cruzado para nova
defesa do arqueiro santista e Carlos Eduardo, livre, leve e solto, isolou a
pelota por cima da meta.
Um olhar mais positivo sobre a atuação do Mengo veria não
apenas a falta de capacidade para colocar a bola no fundo do gol, mas uma
equipe bem mais encaixada do que aquela que realizou um papelão na Taça Rio. Tanto
que ao invés de apenas alçar bolas na área, conseguiu tramar boas jogadas por
ambos os lados, pela meiúca, em chutes longos e em contra-ataques. Em outras
palavras, tudo que o Santos dos apagados Cícero e Montillo e de um Neymar com a
cabeça a mil, milhão, bilhão não consegui fazer. Diante da anêmica apresentação
do Alvinegro Praiano, a única defesa para foto do goleiro flamenguista Felipe
foi numa fraca cobrança de falta do Neymar.
Neste empate mudo entre flamenguistas e santistas, não é o
que ocorreu com a bola rolando que ficará para a história. O número marcante do
confronto não é o seis que representa quantas chances de gol o Flamengo perdeu,
mas sim o 6.948.710, em reais a maior renda já arrecadada em um jogo de futebol
Brasil. Quanto à imagem para guardar na memória, esta veio antes do apito
inicial: o choro de Neymar durante a execução do hino nacional mostrou que no
mundo de cifras milionárias do esporte, o coração ainda tem vez.
CURTINHAS PELO BRASILEIRÃO
- “El Demolidor” Tenório manteve a boa fase iniciada nos recentes
amistosos e marcou o gol da vitória vascaína no “Clássico da Terrinha” contra a
Portuguesa. Diante de mais de 30 mil corintianos no Pacaembu, o Botafogo conseguiu
bom empate com um Corinthians que, neste ano, prioriza o Brasileiro desde o seu
início. Já o Fluminense decidiu dar folga a todos seus titulares às vésperas do
decisivo confronto pela Libertadores e mesmo assim estreou conquistando três
pontos sobre o rival interestadual Atlético Paranaense. O início do Brasileirão
foi animador para os cariocas.
- Depois de perder o Campeonato Mineiro para o Atlético, o
Cruzeiro sapecou 4 a 0 no Resende pela Copa do Brasil e começou o Brasileiro
chinelando o Goiás por 5 a 0. A Raposa está feroz!
- Duas missões pra lá de difíceis neste Brasileirão:
enfrentar o Coritiba no Couto Pereira e o Criciúma e sua “Muralha Amarela”
versão tupiniquim no Heriberto Hulse. Atlético Mineiro e Bahia que o digam...
sábado, 25 de maio de 2013
JOGOS INESQUECÍVEIS DO BRASILEIRÃO - FLUMINENSE X ATLÉTICO PARANAENSE 1996
Fluminense 2 x 3 Atlético Paranaense
Campeonato Brasileiro de 1996 – 20ª Rodada da Fase Inicial
10 de novembro de 1996
Estádio das Laranjeiras, Rio de Janeiro (RJ)
FLUMINENSE: Percovich; Charles Guerreiro, Lima, César e Paulo
Roberto; Alexandre Seixas, Hugo (Uidemar), Cadu e Rogerinho (Marcelo Sander);
Barata e Leonardo (Flavinho). Técnico: Renato Gaúcho.
ATLÉTICO PARANAENSE: Ricardo Pinto; Alberto Neto, Reginaldo,
Andrei e Branco; Clébertong, Alex Lopes, Jean Carlo (Jorginho) e Luís Carlos
(Roberto Ramos); Paulo Rink e Oséas. Técnico: Evaristo de Macedo.
Gols: Leonardo (Fluminense) aos 3’ , Luís Carlos (Atlético Paranaense) aos 21’ e Paulo Rink (Atlético
Paranaense) aos 37’
do 1º tempo. Luís Carlos (Atlético Paranaense) aos 9’ e Paulo Roberto (Fluminense)
aos 15’ do
2º tempo.
O Brasileiro de 1996 foi marcante para o Fluminense não só por
decretar o primeiro de três rebaixamentos seguidos na história do clube, mas
também por ser o torneio onde nasceu a rivalidade contra o Atlético Paranaense,
uma das maiores fortes entre clubes de estados diferentes do país. O duelo que deu
vida a esta rivalidade foi válido pela rodada 20 das 23 da fase inicial, momento
em que o Tricolor do técnico Renato Gaúcho brigava contra a degola e o Furacão,
da dupla Paulo Rink e Oséas, tentava confirmar a boa fase na parte superior da
tabela. O Flu saiu na frente com gol de Leonardo, mas viu Luís Carlos, por duas
vezes, e Paulo Rink virarem o placar para o “Furacão”. O lateral do Flu Paulo
Roberto ainda diminuiu a desvantagem, mas o apito final decretou a vitória rubro-negra
por 3 a 2.
Foi aí que o confronto, que já era tenso, com faltas duras, invasão de torcedor
e objetos atirados no gramado, se tornou uma verdadeira batalha. Tricolores adentraram
furiosamente no gramado e iniciaram um quebra-quebra onde o principal atingido
foi o goleiro atleticano Ricardo Pinto, que defendera o Flu por quase uma
década. Mais tarde, a CBF anularia a queda tricolor com a justificativa de que alguns
resultados da competição estavam sob suspeita, mas os embates entre tricolores
cariocas e rubro-negros paranaense nunca mais seriam os mesmos.
sexta-feira, 24 de maio de 2013
UM BRASILEIRÃO METEOROLÓGICO
Vai começar o Brasileirão, única competição nacional no mundo
que consegue mesclar futebol de bom nível com no mínimo cinco candidatos ao
título. Os que acompanham o FUTEBOLA há algum tempo já sabem que considero o Brasileiro
o melhor de todos os campeonatos nacionais, tanto pela proximidade com a
história dos nossos clubes quanto por não concordar que nos grandes centros da Europa
se jogue um futebol superior ao daqui. Não falo de organização, estrutura ou
finanças – nisto estamos absurdamente distante deles –, mas do que ocorre
dentro de campo. Com a pelota rolando, podemos contar nos dedos os times europeus
superiores a nossa tropa de elite.
Como ocorre em toda véspera de campeonato, é hora de apontar
os favoritos. Escolher um único seria possível apenas na base do chute, e, para
ficar o mínimo possível em cima do muro, apostaria meu tostão furado em Atlético
Mineiro, Corinthians ou Fluminense. No entanto, já sou sabedor de que Botafogo,
Grêmio, Internacional e São Paulo não estão para brincadeiras.
Para complicar ainda mais qualquer tentativa de previsão – exercício
que no futebol possui índice de erros superior até ao meteorológico – teremos pelo
caminho a Copa das Confederações, as possíveis classificações de Flu e Galo
para a semifinal da Libertadores, uma
janela de transferências que equilibra, ano após ano, o número de entradas e
saídas de nomes de destaque, e as fases decisivas da Copa do Brasil e da Copa
Sul-Americana.
Mas mesmo com toda a imprevisibilidade que estes fatores
proporcionam, além da já subjetividade do futebol, não existe a possibilidade
de se considerar Flamengo e Vasco como favoritos. Não tem essa de “são clubes
grandes que sempre entram para brigar por título”. Tanto o Rubro-Negro quanto o
Cruz-Maltino, por motivos diferentes, começam o torneio com elencos que não
correspondem à tradição de clubes que, juntos, possuem 10 canecos do Campeonato
Brasileiro. No Rio de Janeiro, as maiores expectativas se concentram mesmo em
General Severiano e nas Laranjeiras.
quinta-feira, 23 de maio de 2013
COPA LIBERTADORES 2013 - QUARTAS DE FINAL - FLUMINENSE X OLIMPIA
Fluminense 0 x 0 Olimpia – São Januário, Rio de Janeiro (RJ)
Fluminense joga os 90 minutos no campo de ataque, se entrega
ao máximo, mas não apresenta poder de fogo suficiente para superar a retranca
armada pelo Olimpia.
Depois de 15 dias longe dos gramados, o Fluminense foi a
campo organizado pelo Abel Braga no 4-3-3 com: Diego Cavalieri; Bruno, Digão,
Leandro Euzébio e Carlinhos; Edinho, Jean e Wágner; Wellington Nem, Rhayner e Fred.
Atual quinto colocado no Apertura Paraguaio 2013, o Olímpia foi esquematizado
pelo Ever Almeida no 5-3-2 com: Martín Silva; Giménzez, Manzur, Miranda, Candía
e Salinas; Aranda, Báez e Ortiz; Salgueiro e Bareiro.
Quatro minutos após o apito inicial, Wellington Nem encontrou
Leandro Euzébio dentro da área e o zagueirão pensou demais, demorou para se
decidir, e o Flu perdeu grande chance de abrir o placar. Naquele momento, com a
torcida cheia de ímpeto, tudo apontava para o início de uma forte pressão
tricolor. Ela não deu as caras. Fora um forte chute longo do Jean, o goleiro
Martín Silva pouco trabalhou no 1º tempo. É verdade que o arqueiro paraguaio
precisou se manter atento, pois o Flu, apesar de pouco finalizar, criou raízes
no campo de ataque, adiantou Jean e Wágner, Fred tentou um punhado de jogadas
como pivô, Rhayner apostou nas arrancadas e Carlinhos foi presença constante no
flanco esquerdo. Contudo, a retaguarda paraguaia – com uma linha de cinco
defensores e três volantes – levou a melhor na etapa inicial.
Após o intervalo, a grande mudança de cenário foi a troca de
lado dos times, pois o panorama continuou o mesmo: o Olimpia a se defender com
unhas e o Fluminense a atacar com dentes. Aos 19, Rhayner recebeu de Fred,
driblou o goleiro Silva e chutou fraco. No lance seguinte, Fred, na pequena
área, quase “pegou” o adversário. Dois ótimos lances, mas a pressão não veio. O
Olímpia, já com três caras novas e cheias de energia, voltou a fechar os
buracos. Com pouco mais de 15 minutos por jogar, Abel deixou a cautela de lado
e mandou o time para frente. Cronologicamente saíram Bruno, Wágner e Edinho
para as entradas de Rafael Sóbis, Felipe e Samuel. Rhayner, o melhor homem em
campo, funcionou bem como lateral-direito, Felipe alternou passes preciosos com
erros bobos, Sóbis obrigou Silva a boa defesa, o volante Aranda foi expulso e o placar continuou mudo.
Tanto seria exagero dizer que o Fluminense jogou mal como que
massacrou o adversário, só pelo fato de este não ter obrigado Cavalieri a
nenhuma defesa. Agora, resta ao Tricolor se concentrar ao máximo para não
sentir a pressão de decidir no Defensores del Chaco. Não será nada fácil, mas
empatar com gols ou beliscar uma vitória está ao alcance dos “Guerreiros”.
terça-feira, 21 de maio de 2013
BATENDO BAFO - BRASIL - COPA DO MUNDO DE 1990
Imprensa e torcedores foram – e ainda são – quase unânimes ao
decretar a Seleção Brasileira que disputou a Copa do Mundo de 1990 como a
grande antítese do futebol brasileiro. No entanto, opções táticas, crise com
patrocinador e derrota para a Argentina à parte, é inegável que grandes craques
da nossa história fizeram parte desta equipe. De Taffarel, goleiro para todos
os momentos, aos letais e decisivos Romário, Bebeto e Careca, passando por
zagueiros do naipe de Maurão Galvão, Aldair e Ricardo Gomes. E mais: todos os
11 titulares da fase final da Copa América de 1989, quando o Brasil pôs fim à
fila de 40 anos sem conquistar o caneco continental, estão presentes nos
cromos. Como curiosidade, todos os 17 jogadores representados nestes cromos realmente foram à
Copa do Mundo de 1990, uma raridade em se tratando de álbuns de figurinhas, que
constantemente apresentam “intrusos”.
domingo, 19 de maio de 2013
LUZ,CÂMERA, GOL! - GOAL 1 - THE DREAM BEGINS / GOL 1 - O SONHO IMPOSSÍVEL
Quando o ex-jogador britânico Glen Foy (Stephen Dillane), em
viagem aos Estados Unidos, descobre o impetuoso futebol de Santiago Muñez (Kuno
Becker) nos campos amadores, uma nova história de ascensão socioeconômica através
do esporte ganha vida. História esta que pode ser contada de diversas formas, e
que Goal 1 – The Dream Begins (Gol 1 – O Sonho
Impossível) o faz centrado nas dificuldades encontradas por Santiago para
se tornar um profissional de alto nível no clube inglês Newcastle.
Os desencontros com o pai, Hernan Muñez (Tony Plaza), que não
acredita na possibilidade de se viver do futebol, a transição do futebol amador
norte-americano para as divisões de base da Inglaterra, debilidades
respiratórias causadas pela asma, ser um “estranho” em um coletivo já
estabelecido, um estilo de jogo pegado e de alto nível que não é compatível com
seu jeito “fominha”... Estes são alguns obstáculos que Santiago terá que
superar com seu carisma, dom para o futebol e a ajuda de Foley, da enfermeira Roz
Harmison (Anna Friel) e até do astro do Newcastle Gavin Harris (Alessandro
Nivola), um típico jogador que é mais craque nas boates do que nos gramados.
Goal 1 faz lembrar algo que todos sabem,
mas que a mídia e o marketing agressivos dos dias de hoje coloca em um plano
distante: para um jovem se tornar uma megaestrela do esporte ele necessita de
muito suor. Seja no Brasil ou na Europa. Assim como em qualquer profissão, nada
vem sem esforço e dedicação, e Santiago precisará de ambos para vencer no
Newcastle e ajudar o clube a conquistar a tão sonhada vaga na UEFA Champions
League.
Goal 1 – The Dream Begins
Nome no
Brasil: Gol 1 – O Sonho Impossível
Direção:
Danny Cannon
Roteiro: Mike
Jefferies e Adrian Butchart
Elenco: Kuno
Becker, Stephen Dillane, Tony Plaza, Anna Friel, Alessandro Nivola, Miriam Colon.
sexta-feira, 17 de maio de 2013
ELÓIGICO E SUAS LÓGICAS
Elóigico é um fanático torcedor do São Sebastião Futebol
Clube que sempre coloca a paixão à frente da razão – como quase todos
os torcedores, né? E quem fica perdida com tanto fanatismo de Elóigico é
sua filha, Edinha, que mora junto com seu pai em uma simples
casinha que vive futebol 24 horas por dia.
Desenho de Paulo Sales e roteiro de Diano
Massarani
quinta-feira, 16 de maio de 2013
COPA LIBERTADORES 2013 - OITAVAS DE FINAL - CORINTHIANS X BOCA JUNIORS
Corinthians 1 x 1 Boca Juniors – Pacaembu, São Paulo (SP)
Corinthians luta até o fim, mas sofre com erros de arbitragem
e genialidade de Riquelme e é eliminado da Libertadores.
Para seguir na luta para se tornar o terceiro brasileiro Bicampeão consecutivo da Libertadores, o Corinthians foi para o jogo montado pelo Tite no 4-2-3-1
com: Cássio; Alessandro, Gil, Paulo André e Fábio Santos; Ralf e Paulinho;
Romarinho, Danilo e Emerson; Guerrero. Hexacampeão da Libertadores – uma conquista
atrás do recordista Independiente – o Boca Junior, vencedor do jogo de ida por
1 a 0, foi organizado pelo Carlos Biancchi no 4-3-1-2 com: Orión; Marín,
Caruzzo, Burdisso e Clemente Rodríguez; Somoza, Erbes e Erviti; Riquelme; Blandi
e Sanchez Miño.
Com muita inteligência, o Boca passou os primeiros minutos do
embate segurando a pelota no seu campo de ataque e impedindo o Corinthians de
se inflamar com o sempre efusivo apoio inicial da torcida mandante. Aos poucos,
porém, o Timão começou a colocar seus homens de frente no jogo, postura que fez
surgir tramas mais incisivas e, infelizmente para a história da partida, erros
de arbitragem: o juiz Carlos Amarilla não viu um tapa intencional na bola, dentro
da área, do lateral Marín, que já tinha cartão amarelo, e seu auxiliar anulou,
por impedimento, um gol legal do Romarinho. Aos 25, arquibancadas e poltronas
ainda debatiam sobre o equívoco do bandeira quando o sempre perigoso Riquelme
chutou – cruzou? – da direita e encobriu Cássio: um a zero. Que quase virou
dois em contra-ataque puxado pelo mesmo Riquelme e finalizado pelo Brandi.
O gol fora de casa era tudo que o Corinthians não poderia
levar, e, agora, três tentos eram necessários. Sem levar mais nenhum. Até o
intervalo, nervoso e com a bola queimando nos pés, o Timão não teve condições
de qualquer reação. Bem diferente do início do segundo tempo, quando mostrou
vibração, confiança, foi para cima e aos 5 minutos o placar já mostrava a
igualdade: Emerson cruzou e Paulinho, com estilo, cabeceou para o fundo das
redes. Com Pato pela esquerda, Emerson na direita e Paulinho mais avançado a
pressão prometia ser grande. No entanto, o nervosismo foi maior e logo o
Corinthians começou a alçar bolas na área de tudo quanto é lugar e maneira. Riquelme
assustou de fora da área, Paulinho quase marcou de peito, Emerson reclamou de
pênalti, Pato perdeu gol na pequena área e o placar continuou com um para cada
lado.
Se é verdade que os erros de arbitragem prejudicaram a atuação
alvinegra, também é inegável que o Corinthians foi confuso, nervoso e não
condizente com o time que, em 2012, primou pela sobriedade. E assim, o último integrante
do Trio de Ferro Paulista caiu na Libertadores.
quarta-feira, 15 de maio de 2013
RONALDINHO E KAKÁ: DOIS CASOS COMPLETAMENTE DIFERENTES
Convocação é sinônimo de questionamento ao treinador da
Seleção. Sempre foi, e assim sempre será, até para ele, o treinador do Escrete,
justificar suas escolhas para o torcedor com argumentos melhores do que o
“convoco quem eu quiser”. O que não deixa de ser uma verdade, mas também é, no
mínimo, deselegante. Desta feita, após a convocação para a Copa das
Confederações, as interrogações foram sobre Ronaldinho Gaúcho e Kaká, nossos
antigos melhores do mundo. Hoje, no entanto, existe uma diferença abismal entre
o futebol praticado por ambos. A ausência de Kaká é aceitável. A de Ronaldinho,
não.
No Real Madrid, Kaká não pode nem ser chamado de reserva
de luxo, pois não são raras as vezes em que nem no banco se encontra. Quando
entra em campo, na maioria das vezes contra rivais infinitamente inferiores ao
Real, faz um golzinho ali ou um passe bom acolá. No máximo. Nada que nos faça
lembrar o imparável e possante meia-atacante do Milan.
Ronaldinho Gaúcho, por sua vez, nunca esteve tão próximo
de seus melhores dias, aqueles onde encantava o mundo com a camisa Barcelona. Dez
em cada dez torcedores atleticanos o idolatram, o que é perfeitamente
compreensível diante do mágico momento vivido pelo camisa 10. Menos de um ano no
Galo foi tempo suficiente para se sagrar o craque do Brasileirão 2012, se
colocar como o grande jogador do país neste 2013 em andamento e liderar o
melhor Atlético Mineiro que qualquer jovem de 20 e poucos anos já viu.
“Mas ele não joga nada na Seleção!”, dirão os críticos do
Gaúcho, que, no Brasil, são mais numerosos do que seriam se o ele fosse de
qualquer outra nacionalidade. Ora, se é inegável que Ronaldinho não repetiu em
suas recentes participações com a Amarelinha o seu jogo alvinegro, também é
verdade que não convocá-lo é colocar um ponto final nas esperanças de que ele
faça tudo que sabe pela Seleção.
Em um grupo com 23 nomes, é inconcebível a ausência de
Ronaldinho. Não pelo respeito que seu nome impõe ou por sua história no futebol,
o que Kaká também tem. Mas, simplesmente, porque duas vezes por semana ele entra
em campo e joga futebol como ninguém tem feito neste país.
segunda-feira, 13 de maio de 2013
FLAMENGO X BOTAFOGO: 100 ANOS DO CLÁSSICO DA RIVALIDADE
Leônidas da Silva, Zizinho, Nilton Santos, Didi,
Garrincha, Zico... Lendas sagradas do futebol – não só do nosso, mas de todo o
mundo – e protagonistas na história de Flamengo versus Botafogo, o
Clássico da Rivalidade, que comemora o seu centenário neste 13 de maio de 2013.
Hoje, um século depois do primeiro confronto, se tornou
impossível contar a vida do Flamengo sem falar do Botafogo, ou a do Botafogo
sem falar do Flamengo. Na verdade, não existe como falar de futebol brasileiro
sem um capítulo mais que especial para o Clássico da Rivalidade.
Capítulo que começa com o gol único de Mimi Sodré na
vitória alvinegra em 13 de maio de 1913, partida de inauguração do Estádio General
Severiano. Que passa pelo biênio 1926/1927, quando as históricas palmeiras da
Rua Paissandu viram um implacável Flamengo sapecar 8 a 1 e, logo no jogo seguinte,
o Botafogo se vingar com inapeláveis 9 a 2. Que conta o lendário “Jogo do Senta”, de
1944, onde o Fogão de Heleno de Freitas fez 5 a 2 e viu os jogadores do Flamengo sentarem
no gramado em protesto à arbitragem, enquanto os torcedores alvinegros gritavam
“Senta pra não apanhar de mais!”.
Que delicia com o espetáculo de Garrincha no título
alvinegro do Carioca 1962. Que recorda a decisão da Taça Guanabara de 1968, na
qual Gérson “Canhotinha de Ouro” liderou a goleada botafoguense por 4 a 2 sobre seu ex-clube. Que
lembra a torcida flamenguista a lançar um urubu com a bandeira rubro-negra em
campo e consagrar apelido e mascote do clube após triunfo num Maracanã com 150
mil presentes, em 1969.
Que encanta com o show do “Furacão” Jairzinho no
inesquecível 6 a
0 botafoguense em 15 de novembro de 1972, dia do aniversário flamenguista. Que
deixa viva a façanha de Renato Sá ao colocar um ponto final nos 52 jogos de
invencibilidade do Flamengo, em 1979 – ele que, pelo Grêmio, um ano antes,
fizera o gol que interrompera a sequência botafoguense nas mesmas 52 partidas
sem derrotas, recorde nacional. Que arrepia com o chutaço vingativo de Andrade,
que estufou as redes e fez Flamengo seis, Botafogo zero, em 1981.
Que acelera todos os corações envolvidos quando o pé
direito de Maurício tirou o Fogo de uma fila de 21 anos. Que faz rir e chorar
com a dancinha do centroavante flamenguista Gaúcho, autor do gol na final da
Taça Rio de 1991, que colocou fim no sonho botafoguense do Tri. Que arrepia com
o “Vovô Garoto” Júnior no comando do Fla Penta Campeão Brasileiro, em 1992, com
direito até a churrasco com presença do então botafoguense Renato Gaúcho, para
deixar os alvinegros ainda mais furiosos. Que vive o drama do zagueiro Márcio
Teodoro diante do genial Romário, no título rubro-negro da Taça Guanabara de
1995. Que escreve o triunfo dos reservas botafoguenses que eliminou o Fla de Sávio
e Romário da Taça Guanabara de 1997.
Que caminha pela hegemonia rubro-negra entre 2007 e 2009,
quando o Rubro-Negro venceu nada menos do que cinco finais contra o Bota (3
Cariocas, 1 Taça Guanabara e 1 Taça Rio). Que coloca Loco Abreu na galeria de
ídolos alvinegros, após histórica cavadinha que recuperou a estima dos
botafoguenses com a Taça Rio e o consequente Carioca de 2010.
O melhor de tudo não é passear pelos grandes momentos
desta pulsante rivalidade. É saber que, se o futuro repete o passado, Flamengo
e Botafogo ainda darão muitas histórias e emoções para todos os amantes do
futebol.
domingo, 12 de maio de 2013
PRÊMIO FUTEBOLA CARIOCÃO 2013
Craque FUTEBOLA Cariocão 2013
Seedorf
(Botafogo)
Seleção FUTEBOLA Cariocão 2013
1 – Jefferson
(Botafogo)
2 – Lucas (Botafogo)
3 – Bolívar (Botafogo)
4 – Dória (Botafogo)
5 – Gabriel (Botafogo)
6 – Júlio Cesar
(Botafogo)
7 – Fellype Gabriel
(Botafogo)
8 – Jean (Fluminense)
9 – Hernane (Flamengo)
10 – Seedorf (Botafogo)
11 – Lodeiro (Botafogo)
Técnico: Oswaldo
de Oliveira
Goleiro –
Jefferson (Botafogo)
A sadia disputa
entre Jefferson e Diego Cavalieri pelo posto de melhor goleiro do país teve
mais um round no Cariocão. Desta vez, melhor para o felino arqueiro alvinegro. Por
atuações enormes, como a contra o Flamengo na semifinal da Taça Guanabara, por
defesas decisivas – voou para salvar uma bomba do vascaíno Fellipe Bastos, aos
50 minutos da final da mesma Taça GB – e pela marca de apenas três gols
sofridos nos últimos 11 jogos da campanha, Jefferson é o camisa 1 da Seleção do
Cariocão.
Lateral-direito
– Lucas (Botafogo)
Lucas fez o gol
do título da Taça Guanabara, contra o Vasco, e comeu a bola diante do
Fluminense na decisão da Taça Rio. Somente estas duas atuações são suficientes
para fazer do botafoguense o melhor lateral-direito do Carioca. Hoje, Lucas sabe
de suas funções no esquema do Oswaldo de Oliveira e atua como um lateral no
sentido exato da posição, defendendo e atacando.
Zagueiro-central
– Bolívar (Botafogo)
Visto com
desconfiança quando contratado, Bolívar colocou toda sua experiência a serviço
do Fogão e terminou o Estadual como o xerifão da zaga alvinegra. E mais: além
de segurança e seriedade, ainda mostrou seus dotes ofensivos e marcou quatro
gols no torneio.
Quarto-zagueiro
– Dória (Botafogo)
Depois de fazer
parte da péssima campanha da Seleção Brasileira sub-20 no Campeonato
Sul-Americano, Dória tinha tudo para viver um momento de baixa, muito comum nos
jogadores jovens. Porém, com tranquilidade e ótimo futebol, encaixou seu jogo
com o do experiente Bolívar e, hoje, é titular absoluto, deixando defensores
como Antônio Carlos e André Bahia no banco de reservas.
Lateral-Esquerdo
– Júlio Cesar (Botafogo)
Júlio César começou
a ganhar a vaga na Seleção do Cariocão com um gol antes do primeiro minuto na
semifinal da Taça Guanabara, diante do Flamengo. A partir dali, tomou conta da
posição e, se ainda não recuperou o futebol de seus melhores dias, virou peça importante
na sincronizada engrenagem alvinegra.
Primeiro
Volante – Gabriel (Botafogo)
Em um time que
mescla experiência e juventude como é o Fogão, o símbolo da raça, determinação
e vigor físico tem apenas 20 anos. À frente da zaga alvinegra, Gabriel fez do “lutar
pela bola como se fosse um prato de comida” o seu lema, comemorou até lateral e
deu força e pegada ao dinâmico meio-campo botafoguense. Grata surpresa lançada
por Oswaldo de Oliveira.
Segundo Volante
– Jean (Fluminense)
Quando não foi
poupado pela estratégia tricolor de priorizar a Libertadores, Jean foi o motor
do Fluminense. Mesmo sem o status de estrela que tem alguns de seus
companheiros, é inimaginável pensar o Flu atual sem o vigor para defender e
atacar de Jean, que ainda incluiu ao seu repertório os arremates com a bola
parada para assinalar dois belos gols de falta.
Meia-direita –
Fellype Gabriel (Botafogo)
Quem viu o dinâmico
e incansável Fellype Gabriel neste Carioca nem acredita que um dia ele foi
considerado um jogador frágil. Fosse como volante ou aberto pela direita no
tripé de meias, Fellype deu qualidade, organização e movimentação ao meio-campo
do Fogão, além de assistências e gols. No 3 a 0 que praticamente eliminou o
Vasco, pela fase de grupos da Taça Rio, teve aquela que foi a melhor dentre
suas ótimas atuações.
Meia-central –
Seedorf (Botafogo) – O craque FUTEBOLA do Cariocão de 2013
Liderança,
confiança, categoria, inteligência, experiência, entusiasmo, visão de jogo, seriedade,
organização, respeito... Estes são alguns dos benefícios que Seedorf colocou à disposição
do Fogão na campanha esmagadora do Carioca de 2013. Campeão das principais
competições de clubes do planeta, o craque teve a hombridade para honrar a
camisa botafoguense e levar a sério o tradicional Campeonato Carioca. Suas
lágrimas após a conquista do título são históricas, um símbolo do seu espírito
de vencedor. Por tudo que representa para o Botafogo atual, e pela bola
redondíssima que joga, Seedorf é o dono do Prêmio FUTEBOLA Cariocão 2013.
Meia-esquerda –
Lodeiro (Botafogo)
Não importa se contra
os adversários mais frágeis, diante de surpresas ou nas brigas de cachorro
grande, Lodeiro sempre saiu de campo merecedor de aplausos, e fica impossível
eleger sua melhor partida na competição. Com garra, velocidade, incessante
movimentação, muita qualidade com a pelota nos pés e oito gols, Lodeiro só não
termina o Carioca como o grande craque porque Seedorf tem um algo a mais para
fornecer que a idade do uruguaio ainda não o permite dispor.
Centroavante –
Hernane (Flamengo)
No pífio
Carioca realizado pelo Flamengo, Hernane é o único nome a se salvar. Tanto na boa
fase rubro-negra, quando a bola chegava mais redonda, como na ruim, quando
viveu de migalhas, o “Brocador” cumpriu sua obrigação de sacudir o barbante.
Fez 12 gols, balançou as redes de Bota, Flu e Vasco e terminou no topo da
artilharia.
Técnico –
Oswaldo de Oliveira (Botafogo)
Seria uma baita
incoerência olhar para uma Seleção do Campeonato com nove jogadores alvinegros,
ou para a campanha irretocável realizada pelo Fogão, e não dar méritos ao Oswaldo
de Oliveira. A escolha dos nomes – como os de Bolívar e Dória para a zaga –, a
recuperação de Lucas, Júlio César Marcelo Mattos e Rafael Marques, a
movimentação de Seedorf, Lodeiro e Fellype Gabriel, a utilização dos garotos
Dória, Gabriel e Vitinho... Oswaldo tem muita importância na montagem deste
Botafogo versão 2013.
quinta-feira, 9 de maio de 2013
ELÓIGICO E SUAS LÓGICAS
Elóigico é um fanático torcedor do São Sebastião Futebol
Clube que sempre coloca a paixão à frente da razão – como quase todos
os torcedores, né? E quem fica perdida com tanto fanatismo de Elóigico é
sua filha, Edinha, que mora junto com seu pai em uma simples
casinha que vive futebol 24 horas por dia.
Desenho de Paulo Sales e roteiro de Diano
Massarani
COPA LIBERTADORES 2013 - OITAVAS DE FINAL - FLUMINENSE X EMELEC
Fluminense 2 x 0 Emelec – São Januário, Rio de Janeiro (RJ)
Em noite de mais raça do que técnica, Fluzão conta com gols
de Fred e Carlinhos para eliminar o Emelec e avançar às quartas da
Libertadores.
A volta do goleador Fred era a novidade no Fluminense, que necessitava
da jogava por uma vitória pelo placar mínimo ou por dois gols de diferença e foi
organizado pelo Abel Braga no 4-2-3-1 com: Diego Cavalieri; Bruno, Digão,
Leandro Euzébio e Carlinhos; Edinho e Jean; Wellington Nem, Thiago Neves e
Wágner; Fred. Já o treinador Gustavo Quinteros realizou três alterações no onze
inicial que venceu o jogo de ida por 2 a 1 e mandou o Emelec a campo no 4-4-2
com: Dreer; Narvaez, Nasuti, Achelier e Baguí; Valencia, Wila, Quiñonez e
Giménez; Mondaini e De Jesús.
Com muita bondade, pode-se dizer que o Fluminense fez uma
apresentação ruim. No primeiro tempo teve a bola aos seus pés, não soube o que
fazer com ela e ainda permitiu contra-ataques pra lá de perigosos do Emelec. No
segundo, recuou excessivamente, não conseguiu sair em velocidade e ainda deixou
os equatorianos rondarem sua área. Um adversário mais casca-grossa teria
complicado – e muito! – a vida tricolor.
Nos primeiros 45 minutos o Fluminense não só não conseguiu se
aproveitar do apoio da torcida para pressionar o Emelec como a deixou desconfiada
ao ceder dois contra-ataques quando o placar ainda estava mudo. Após passes
errados de Thiago Neves e Jean – ambos em péssima jornada – De Jesús esteve
cara a cara com Cavalieri, e um pouquinho mais de capricho nos arremates deixariam
a vaca tricolor bem perto do brejo. Para não dizer que tudo foi espinho na
primeira etapa branca, verde e grená, pelo menos o Flu soube explorar com
sucesso a fragilidade da retaguarda equatoriana e as faltas em excesso
cometidas pela mesma. Aos 28, Jean alçou a redonda na área e Fred mostrou o
quanto é essencial ao, de cabeça, colocá-la dentro do gol.
Ainda antes do intervalo, o Emelec começou a se adiantar,
pois um gol se tornara essencial. Porém, foi depois do bate-papo no vestiário que
passou a honrar o apelido de “Los Eléctricos”. Uma bem postada marcação pressão
somada à incapacidade tricolor tanto para acertar um contra-ataque quanto para tirar
a intensidade da peleja através da troca de passes, fez o Emelec ganhar
confiança. Foram 30 minutos de tensão nas arquibancadas, e Diego Cavalieri
precisou manter a atenção dobrada. O pedregoso caminho do Flu se tornou mais
limpo apenas após as expulsões de Achelier e Quiñonez. Com onze contra nove
ficou mais fácil de encaixar um contra-golpe, e Carlinhos, o destaque do time,
deu números finais ao confronto aos 39.
Agora, o Fluminense tem duas semanas antes do primeiro duelo
contra o vencedor de Tigre e Olimpia para recuperar seus contundidos, voltar a
ganhar cara de time com os retornos de Thiago Neves e Fred, e, principalmente,
estudar todos os muitos erros cometidos nesta quarta-feira.
quarta-feira, 8 de maio de 2013
UM PROFISSIONAL DE OUTRO PLANETA
Quem está próximo dos 30 anos
sentirá algo estranho ao olhar para o banco de reservas do Manchester United a
partir da próxima temporada europeia. Lá não mais estará um ícone: Sir Alex
Ferguson, que após mais de 26 anos no clube se aposentará como técnico de
futebol.
Na realidade, chamar Ferguson
de técnico é pouco. Longe de querer menosprezar a árdua função de treinar um
time de futebol, mas o Sir foi bem mais do que isso. Ele adubava, plantava,
regava, podava cultivava e, aí sim, no momento certo, colhia os frutos. E que
frutos! Os mais suculentos os das safras de 1999 e 2008, que conquistaram a
Europa. O primeiro na histórica virada sobre o Bayern de Munique. O segundo,
nos pênaltis contra o rival Chelsea. Depois, ainda viria o Mundo.
No entanto, o mais
impressionante, o que tornou Ferguson realmente único, foi a sua capacidade de
reformular seus elencos e de se reformular. O tempo o fez ver grandes símbolos vermelhos
– de Cantona a Beckham a Cristiano Ronaldo – deixarem Old Trafford e, assim, o
obrigou a buscar novas alternativas. Incrivelmente, sempre as encontrou. As 34
taças levantadas sob seu comando apenas comprovam tal sucesso.
No Brasil, onde todos os
treinadores são interinos e poucos deles – para não dizer nenhum – possuem a
capacidade para ter mais responsabilidades do que as de campo, Sir Alex Ferguson
se apresenta como um profissional de outro planeta. Vai fazer muita falta no
banco de reservas, mas, para a alegria dos vermelhos de Manchester, diz, aos 71
anos, que está ansioso pelo futuro como diretor e embaixador do United.
terça-feira, 7 de maio de 2013
BIBLIOTECA DO FUTEBOLA - OS DEZ MAIS DO FLUMINENSE
Do “Fitinha Roxa” Marcos Carneiro de Mendonça, um dos
primeiros ídolos do nosso futebol, ao “Carrasco Rubro-Negro” Assis, Roberto
Sander conta neste Os Dez Mais do Fluminense, da Coleção Ídolos Imortais, a
história de inesquecíveis tricolores. Romeu, “o homem que passava meses sem
errar um passe”, o “Fio de Esperança” Telê Santanaa, o “Patada Atômica”
Rivellino... É muito craque para um livro só!
Os Dez Mais do Fluminense
Autor: Roberto Sander
Editora: Maquinaria
domingo, 5 de maio de 2013
BOTAFOGO CAMPEÃO CARIOCA DE 2013!
Botafogo 1 x 0 Fluminense – Estádio da Cidadania, Volta
Redonda (RJ)
Não podes perder, perder pra ninguém! Fogão vence Fluminense,
conquista a Taça Rio com 100% de aproveitamento e leva o Cariocão 2013 de
maneira incontestável.
Para sua sexta decisão de Taça Rio nos últimos sete anos, o
Botafogo, que tinha a vantagem do empate, foi organizado pelo Oswaldo de
Oliveira no 4-2-3-1 com: Jefferson; Lucas, Bolívar, Dória e Júlio Cesar;
Marcelo Mattos e Gabriel; Fellype Gabriel, Seedorf e Lodeiro; Rafael Marques. Jogando
pelo seu terceiro caneco na história da Taça Rio e para impedir o título
carioca botafoguense de forma antecipada, o Fluminense foi escalado pelo Abel
Braga no 4-3-3 com: Diego Cavalieri; Bruno, Digão, Leandro Euzébio e Carlinhos;
Edinho, Jean e Wágner; Wellington Nem, Rhayner e Thiago Neves.
Que final não é lugar de brincadeira e deve ser jogada de
maneira dura ninguém contesta, porém o “Clássico Vovô” começou tão viril e
discutido que a partida sequer andava. Quando o “pega pra capar” diminuiu, o
Fluminense passou a mostrar profundidade nos avanços pela esquerda, com
Carlinhos sempre acionado, e o Botafogo a colocar seu tripé de meias para
funcionar. As chances claras de gols, contudo, não foram numerosas: Rafael Marques
teve gol anulado por um impedimento que nem o tira-teima televisivo conseguiu
confirmar, e o tricolor Rhayner obrigou Jefferson a usar de toda sua
elasticidade. No fim da etapa inicial, o Bota viveu o melhor momento de um time
até então. Encurralou o Fluminense em seu campo, abriu o placar com Rafael Marques
– que dominou e bateu no melhor estilo “matador” – e quase ampliou com Fellype
Gabriel.
O Tricolor precisava de dois gols para impedir o rival de
soltar o grito de campeão, mas foi o Fogão que voltou do intervalo cheio de
disposição e força física. Enquanto o Flu errava passes em sequência, Seedorf
encontrava toda a liberdade do mundo para levar o Alvinegro ao ataque. Em pouco
mais de 20 minutos, Bolívar, Rafael Marques, Lodeiro e o próprio Seedorf
bombardearam a meta defendida pelo Cavalieri, mas, apesar de tecnicamente
impecáveis, as tramas ofensivas alvinegras não sacudiam o barbante. A melhor
chance botafoguense para fechar o caixão tricolor veio aos 33 minutos, quando
Digão cometeu pênalti em Bolívar, mas Seedorf fez a bola bater, lentamente, no
travessão. E nem assim o Flu ganhou ânimo e pernas para tentar uma pressão na
base do bumba-meu-boi e tirar o caneco de General Severiano.
Foram 15 vitórias em 19 jogos, sendo as últimas 11 de maneira
consecutiva. Na Taça Rio, quando muitos acreditavam em relaxamento após o título
da Taça Guanabara, veio uma campanha com 100% de aproveitamento. O ataque foi o
mais positivo. A defesa, a menos vazada. O Cariocão 2013 não poderia terminar
em melhores mãos do que as botafoguenses. E para os que desejam o fim dos estaduais
em troca de uma maior pré-temporada, como as europeias, o choro do multicampeão
Seedorf é a melhor das respostas.
PARABÉNS, FOGÃO!
sábado, 4 de maio de 2013
UMA IMAGEM
Foto oficial do Brasil para a Copa do Mundo de 1990. A mão no
coração não é o tradicional gesto patriótico, mas sim para tapar o símbolo da
Pepsi, devido a um desacordo financeiro entre os jogadores, a CBF e a então patrocinadora
da Seleção.
sexta-feira, 3 de maio de 2013
QUANDO SER O ANFITRIÃO DEVERIA SER UMA ESCOLHA, NÃO UMA IMPOSIÇÃO
É difícil precisar o momento inicial exato, mas já faz um bom
tempo que a maioria dos cartolas de entidades e clubes, dos jogadores e dos
torcedores compartilha a opinião de que jogar a segunda partida de um duelo de
ida e volta em casa é uma grande vantagem. No entanto, o futebol não permite
verdades absolutas, e ser o mandante na ida tem sim seus pontos positivos.
Exemplos não faltam na história dos torneios com fase
mata-mata, e o mais recente deles foi dado pelo Bayern de Munique, na atual
edição da Champions League. Contra Juventus e Barcelona, respectivamente
quartas e semifinal, os bávaros foram magníficos na Allianz Arena e com
vitórias maiúsculas deram passes gigantescos para triunfar nos duelos de 180
minutos. E é justamente aí que reside a principal vantagem de ser anfitrião
antes de visitante: a possibilidade de aproveitar o apoio da torcida e outros
benefícios de jogar em seu próprio estádio para fazer a hora e não esperar
acontecer. Em outras palavras, usar o fator casa para largar na frente.
A torcida, por sua vez, quando mandante, se comporta de maneira
mais paciente e apoiadora em jogos de ida do que de volta, principalmente por
estar menos nervosa. É difícil escutar vaias ao time da casa no primeiro duelo de
um mata-mata. Na partida de volta, porém, os resultados parciais negativos são
menos tolerados e a impaciência dos torcedores acaba por se tornar um obstáculo
a mais.
Além das influências no psicológico de jogadores e
torcedores, existe também a questão da estrutura tática de uma equipe. Se fizer
o dever de casa, um time tem a possibilidade de atuar o segundo jogo com o regulamento
debaixo do braço. Cabe ao técnico optar por jogar no contra-ataque ou valorizar
a posse de bola para tirar o calor da peleja de volta, mas o fato de iniciar a
metade final do confronto de 180 minutos com a vantagem de poder empatar ou até
perder é mais do que considerável. Principalmente em brigas de cachorro grande.
Desde 2000, brasileiros já fizeram nove finais de
Libertadores contra estrangeiros, e em todas elas foi o mandante do jogo de
volta. O retrospecto? Seis vices e três títulos para o “futebol tupiniquim”. Neste
ano de 2013, foram quatro (Palmeiras, Corinthians, Atlético Mineiro e
Fluminense) os brasileiros que fizeram o jogo de ida das oitavas da principal
competição sul-americana como visitante, e apenas o Galo saiu de campo
vitorioso.
É claro, lógico e evidente que decidir a classificação, ou
até o título, em casa também tem suas vantagens. Contudo, estas vantagens não
são superiores ou maiores que as de decidir como visitante. O caminho mais
coerente seria permitir que, antes do início da fase mata-mata, os times com
melhores campanhas pudessem escolher se querem ser anfitriões na ida ou na
volta.