A Holanda foi buscar dois gols contra o México no fechar das cortinas de um confronto sem trégua solar. Diante de uma Nigéria de peito aberto,
a França cortou um dobrado por 79 minutos, até o goleiro elástico Enyeama cometer
duas falhas imperdoáveis. A Alemanha encheu galões de suor para superar na
prorrogação uma Argélia muito boa de bola. Se todos estes favoritos comeram o pão
que o diabo amassou para avançar às quartas de final, por que a sensação é a de
que o Brasil é quem digere a maior bisnaga infernal? A resposta se encontra no
estilo de jogo. Ou na falta dele.
A Holanda pagou todos os seus pecados sob o sol cearense
contra os confiantes mexicanos. Mas, mesmo ensopados de suor, os laranjas não
deixaram de lutar ferozmente para fechar o meio-campo e, com a bola, de procurar
o imparável Robben o mais rápido possível. Até quando partiram para a blitz
final os holandeses não demonstraram desespero, tendo, inclusive, sacado o
atacante van Persie.
Contra uma Nigéria cheia de ímpeto e de vontade de ser feliz,
a França se viu diante de seu maior desafio até o momento. O encarou, porém,
com muita bola nos pés dos meio-campistas e trocas de passes objetivas, além de
sempre chamar o atacante Benzema para o jogo. Em outras palavras, venceu a
Nigéria com as mesmas armas que apresentara na primeira fase.
Muito pelos sete jogadores do Bayern de Munique no onze
inicial, a Alemanha já mostra um estilo Guardiola de ser. Schweinsteiger e
companhia são menos pacientes e mais vigorosos e incisivos que os barcelonistas
dos tempos de Guardiola, mas a bola de pé em pé em pé em pé em pé é o estilo da
Alemanha. Foi assim que ela lutou e se entregou pela vitória contra a Argélia.
O Brasil foi o único a vencer nos pênaltis, levou uma bola na
trave aos 14 minutos do segundo tempo da prorrogação e encharcou o gramado de
lágrimas. No entanto, a vitória verde e amarela foi a mais dramática de todas
porque o Brasil deu a impressão de que não tinha ideia do que precisava para
triunfar, enquanto Holanda, França e Alemanha, mesmo nos momentos mais
delicados, sabiam o que faziam.
------------------------------------------
HISTÓRIA DA COPA DO MUNDO
A Escócia é a seleção que mais participou da Copa do Mundo
sem nunca ter passado para a segunda fase, com oito aparições. Na Copa do Mundo
de 1974, por exemplo, a Escócia foi eliminada na fase de grupos de maneira
invicta, após vencer o Zaire e empatar com Brasil e Iugoslávia.