Mesquita 1 x 2 Tigres – Mesquita
Boavista 3 x 1 Madureira – Saquarema
Duque de Caxias 3 x 1 Bangu – Duque de Caxias
Flamengo 4 x 0 Resende – Engenhão
Volta Redonda 3 x 5 Vasco – Volta Redonda
Americano 1 x 0 Friburguense – Campos
Cabofriense 1 x 3 Macaé – Cabo Frio
Fluminense 2 x 1 Botafogo - Maracanã
Olá amigos leitores do FUTEBOLA!
Neste sábado ocorreu uma rodada inteirinha da Taça Rio 2009. Rodada esta, importantíssima, que culminou com a classificação de Vasco e Fluminense para a fase semi-final, além de deixar o Flamengo na liderança isolada de seu grupo. O Botafogo, mesmo com a derrota no “Clássico Vovô”, tem tudo para passar de fase, porém a situação do Grupo B está absolutamente equilibrada. Reparem: O Flamengo lidera com 13 pontos, em seguida Botafogo, Macaé e Bangu possuem 10 e, pertinho, Friburguense e Boavista com 9. A briga vai ser boa. Mudando de gramados, mas não de assunto, a Seleção Brasileira entrou em campo (entrou mesmo?) para enfrentar o Equador, em Quito, no domingo. Foi um jogo duríssimo e, acreditem, saímos no lucro com o empate. Vamos então aos destaques da 6ª rodada e do jogo Brasil x Equador, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010.
MANDOU BEM!
- Após a vitória do Flamengo sobre o Resende por 4 a 0, pode-se falar que os laterais rubro-negros voltaram a se destacar em uma partida. Se pela direita Éverton Silva não foi tão presente quanto Juan pela esquerda, ele participou diretamente de dois gols (os de Zé Roberto e Kléberson). E Juan foi, como ao longo do ano passado, presença constante nas jogadas ofensivas. Acredito que a evolução que Zé Roberto vem mostrando, sendo mais participativo em campo, tem ajudado muito Juan. Os elogios ao jovem Erick Flores devem ser estendidos ao técnico Cuca por, coerentemente, mantê-lo no time titular, após a atuação de gala contra o Madureira. Erick caiu como uma luva no time, que precisava, e muito, de inspiração ofensiva. Devidamente congratulados os coadjuvantes da vitória do Mengão, chegamos ao nome do jogo. Após a derrota contra o Vasco na 4ª rodada da Taça Rio, o Flamengo tinha tudo para ter um período de instabilidade, mas eis que Josiel decide colocar a responsabilidade debaixo do braço e começar a fazer gols em sequência. Para ilustrar sua atuação contra o Resende, basta lembrar dos melhores momentos do 1º tempo. O Flamengo, na 1ª etapa, criou nada menos que 8 oportunidades de gols, sendo que em nenhuma delas Josiel deu o ar de sua graça. Mas depois do intervalo, foi justamente o contrário. Em 20 minutos, o “Homem das Cavernas” rubro-negro, o novo artilheiro do torneio, a nova esperança da torcida, apareceu três vezes. Marcou dois gols e iniciou a jogada do outro. Parabéns Josiel!
- Como citado anteriormente, as atuações do lateral-esquerdo flamenguista Juan estão ganhando em qualidade. Porém, se o rubro-negro quiser aparecer na Seleção do Campeonato Carioca terá que suar muito, mas muito mais. O motivo? O bolão que está jogando o lateral vascaíno Ramón. Não me canso de elogiar o jovem Ramón, pois é muito difícil ver, atualmente, laterais que saibam marcar e atacar com eficiência. Com a mesma desenvoltura com que arma jogadas ofensivas (foi o organizador de dois dos gols vascaínos neste jogo contra o Volta Redonda, sendo que, no quarto gol da equipe, ele fez uma jogada absurdamente linda), não deixa espaços em seu setor de marcação. Quem também, supreendentemente, merece aplausos na vitória vascaína deste sábado é o meia Enrico. Completamente sumido na 1ª etapa, ele resolveu dar as caras e seu cartão de visitas após o intervalo. O jogo estava 3 a 2 para o Vasco quando Enrico, após duas belíssimas tramas ofensivas, concluiu-as de maneira não menos bela e garantiu a vitória vascaína.
- O que está se tornando mais rotineiro: O Fluminense ganhar um jogo de virada ou Carlos Alberto Parreira acertar nas substituições? O primeiro tempo do clássico entre Fluminense e Botafogo foi muito amarrado, devido à boa retranca armada pelo alvi-negro. Na 2ª etapa, com as mudanças do técnico Ney Franco, o jogo ficou mais aberto e mais complicado para o Fluminense, principalmente após o golaço de pênalti marcado por Maicosuel (o cara tem jogado tanto, que até gol de pênalti feito por ele mercece elogio) e a expulsão de Edcarlos. Pouco tempo antes desses dois acontecimentos, Parreira já havia colocado em campo os garotos Alan e Maicon. Se é Maicon quem sempre vem tendo atuações destacadas, inclusive já tendo seu nome gritado pela torcida quando a situação em campo está ruim e ele no banco, desta vez foi o dia de Alan mostrar seu talento. Após receber o passe e dar um giro de corpo que deixou o capitão botafoguense Juninho tonto, Alan estufou as redes e deu início a mais uma virada tricolor. A raça demonstrada pelo time (Thiago Neves não desistiu da vitória um minutinho sequer), a qualidade dos garotos e a competência de Parreira, têm feito do Fluminense um time cada vez melhor.
MANDOU MAL!
- Se na partida do meado de semana, contra o Mesquita, o Vasco sentiu muito a falta de Carlos Alberto, o que complicou o setor ofensivo da equipe, neste sábado, na vitória contra o Volta Redonda por 5 a 3, a situação foi diferente. O ataque esteve excelente, mas a defesa sentiu, e muito, a ausência de Fernando, já que os três gols marcados pelo Volta Redonda eram evitáveis. Tudo bem que desde o jogo contra o Duque de Caxias, na 3ª rodada da Taça Guanabara, a defesa vascaína não cometia tantas falhas, porém, eles merecem um puxãozinho de orelha pela atuação contra o Voltaço.
- O treinador Ney Franco recebeu alguns elogios após ter anulado o Fluminense na semi-final da Taça Guanabara com um esquema ultra-defensivo. Este mesmo esquema foi utilizado, inicialmente, no clássico de domingo. Será mesmo que aquela retranca armada com 3 zagueiros e 3 volantes é benéfica ao Botafogo? Apesar de ter levado a virada ao final da partida, o alvi-negro não atuou de maneira mais convincente após a entrada do jovem lateral-esquerdo Gabriel no lugar do volante Léo Silva (com Thiaguinho indo para sua posição original, no meio-de-campo) e a do atacante Diego no lugar do zagueiro Wellington (com Leandro Guerreiro retornando para zagueiro esquerdo, onde vem se destacando ao longo da temporada)? E o mais estranho de tudo, neste ferrolho do ney Franco, é que, durante a semana o ataque do Botafogo foi tão elogiado que chegou a ser chamado de “Máquina Mortífera”.
ENQUANTO ISSO NO EQUADOR...
Jogou muito a Seleção Brasileira! Tudo bem que nós deixamos um espacinho atrás, mas isso é normal para quem ataca durante 90 minutos né? Como é perigoso o nosso ponta direita que joga com a número 7. Que velocidade! Que vigor físico! Que habilidade! Ah, se não fosse o goleiro adversário... E o nosso número 11? Um baixinho endiabrado que deu tudo quanto é tipo de trabalho. Chutando, correndo, driblando e até de cabeça, superando os zagueiros adversários que tinham o dobro do seu tamanho, apesar de não mostrarem nenhuma qualidade. Se esses gringos não tivessem um goleiraço... Pra vocês terem uma idéia do quanto a gente jogou bem, na minha época, zagueiro não passava do meio-de-campo, e o nosso, mandou uma bomba e sacudiu o filó. Quando eu ia levantar os braços para comemorar, bem devagarzinho por causa da idade, o replay mostrou que tinha sido pelo lado de fora. Culpa do goleirão deles, que desviou a bola. E os nossos meias? Confesso que não sei quem jogou mais, se o número 8 ou o 16 (outra loucura que não tinha nos meus tempos, o cara já entrar em campo com a 16 nas costas). Era um cobrando falta com perigo, outro chutando na trave. Um dando um lindo cruzamento, outro um maravilhoso drible. Os caras tiravam jogadas ofensivas da cartola. Verdadeiros mágicos. Mas aí vem aquela piada sem graça que só o futebol proporciona. O time azul, que não havia jogado absolutamente nada o jogo inteiro, inteirinho, consegue um gol após a bola bater na trave e nas costas do nosso goleiro. Por que esse castigo com nossa equipe, com nossa torcida? Fiquei estressado, nervoso, indignado, durante uns dez minutos e, já ia pegar o remédio para a pressão, quando veio uma jogada daquelas. Os patrocinadores, que sugam nossa Seleção, já devem ter preparado o comercial para mostrá-la no mundo inteiro. O nosso número 8 driblou um e depois outro. O primeiro decidiu voltar e tentar de novo. Caiu de bunda no chão. Eu ri, pois achei graça. A bola foi cruzada para o chute da pequena área. O goleiro deles fez o impossível (apesar de eu achar que para ele não existe essa palavra). Eu ri para não chorar. Mas o rebote era nosso. Gol! Golaço! E eu ri pois merecíamos. Após o apito final, estranhamente eu não estava mais triste. Tudo bem que era pra termos goleado, metido 5 ou 6, mas não tem problema. O que fica na memória não é o resultado, e sim o nosso show. Demos um verdadeiro baile. Humilhamos esses gringos de camisas azuis. Se eles se classificarem para a Copa do Mundo, vai ser de dar pena. [comentários de Arantes dos Santos, um senhor surdo que não percebeu que o Brasil jogou de azul e a Seleção que trajou amarelo era a do Equador]
JOGADA RÁPIDA!
Crítica, assustadora e perigosíssima a situação de Portugal na sua chave nas Eliminatórias Européias para a Copa do Mundo de 2010. Em 5 jogos o retrospecto é de 1 vitória, 3 empates e 1 derrota, deixando a equipe portuguesa empatada com a Suécia (também 6 pontos, mas apenas 4 jogos) e atrás de Hungria (10 pontos em 5 jogos) e Dinamarca (10 pontos em 4 jogos). E tem muita gente que diz que Felipão, que levou Portugal a um vice-campeonato na Euro-2004, classificou a equipe para a Copa de 2006 de maneira invicta, com 9 vitórias e 3 empates, e ainda alcançou um quarto lugar nesta mesma Copa do Mundo, não ganhou nada por Portugal. Aposto que em Lisboa mais se escuta “Volta Scolari” do que “Bom dia Manuel!”.
segunda-feira, 30 de março de 2009
sábado, 28 de março de 2009
FIGURINHA CARIMBADA - TONINHO GUERREIRO
Nome: Antônio Ferreira
Data de nascimento: 10 de agosto de 1942
Faleceu em 26 de janeiro de 1990
Posição: centroavante
Clubes:
Noroeste (1960 a 1962 e 1975)
Santos (1962 a 1969)
São Paulo (1970 a 1973)
Flamengo (1974)
Seleção Brasileira – 1 jogo e 1 gol
Títulos:
Campeonato Paulista – 1962, 1964, 1965, 1967, 1968 e 1969 – Santos
Taça Brasil – 1962, 1963, 1964 e 1965 – Santos
Taça Libertadores da América – 1962 e 1963 – Santos
Mundial de Clubes – 1962 e 1963 – Santos
Torneio Rio - São Paulo – 1964 e 1966 – Santos
Torneio Roberto Gomes Pedrosa – 1968 – Santos
Campeonato Paulista – 1970 e 1971 – São Paulo
Destaques:
- Toninho é, até hoje, o único jogador que conseguiu ser Penta-campeão Paulista de forma consecutiva, ou seja, uma honraria que nem Pelé possui. Nesta saga para ser cinco vezes campeão, Toninho participou de dois dos maiores esquadrões que o nosso futebol já produziu. Na conquista dos três primeiros títulos fez parte da, digamos, segunda fase do Santos de Pelé. A equipe contava com, além da presença do rei, o ainda adolescente, mas já excelente, ponta Edu, o habilidosíssimo Clodoaldo e o futuramente apelidado de “Capitão do Tri”, Carlos Alberto Torres. Já os dois últimos troféus levantados foram pelo São Paulo. No tricolor paulista, o atacante era abastecido por uma dupla brilhante de armadores. O genial “Canhotinha de Ouro” Gérson e o uruguaio Pedro Rocha que, em 1968, simplesmente foi eleito um dos 5 maiores jogadores do mundo pelo rei Pelé.
- Durante as vésperas da Copa do Mundo de 1970, Toninho era candidatíssimo a uma das vagas para o ataque da Seleção que iria disputar o torneio no México. O médico da Seleção Lídio Toledo, porém, recomendou seu corte por ele possuir sinusite, algo que o jogador jura desconhecer. Reza a lenda que esse foi um motivo inventado para justificar sua ausência e a convocação de Dadá Maravilha, como era o desejo do presidente do país, o general Médici.
- Toninho possui em seu currículo, duas marcas que foram quebradas após longa data. A primeira delas foi pelo Santos, quando pelo Campeonato Paulista de 1966 impediu que seu companheiro Pelé alcançasse pela décima vez consecutiva o topo da artilharia. Toninho marcou neste torneio 27 gols e ao longo de todo ano de 1966 a incrível marca de 60 gols. Uma outra escrita quebrada por ele deixou os tricolores paulistas eufóricos. Em 1970, seus gols ajudaram o São Paulo a ganhar um Estadual após 13 anos e lhe deram, uma vez mais, o prêmio de artilheiro do torneio.
sexta-feira, 27 de março de 2009
Grandes Clássicos - Fluminense x Botafogo 1971
Grandes Clássicos - Fluminense x Botafogo 1971
Olá amigos leitores do FUTEBOLA!
Estou aqui, uma vez mais, com a honra de contar para vocês sobre um grandioso jogo de futebol da história dos Campeonatos Carioca. Neste sábado teremos pela 6ª rodada da Taça Rio mais um “Clássico Vovô”, este com a presença de apenas um Campeão Mundial com a Seleção Brasileira, o treinador Carlos Alberto Parreira. Houve um tempo, porém, que esses times contavam, juntos, com sete Campeões do Mundo. E é nesta época que se encontra o jogão que conto para vocês a partir de agora.
No início da década de 70, o futebol brasileiro estava nas nuvens. O motivo principal deste frenesi em nosso futebol era a conquista da Copa do Mundo de 1970, onde todos os campeões atuavam em gramados nacionais. Nosso país contava com uma quantidade imensa de esquadrões, podendo ser eles já consagrados ou iniciando suas glórias. Na classe dos que já estavam acostumados a levantar taças, tínhamos a segunda fase do Santos, com Edu, Clodoaldo e a nossa majestade Pelé, o Cruzeiro de Piazza, Dirceu Lopes e o genial Tostão. Havia ainda o Palmeiras, de Dudu e do “Divino”Ademir da Guia, que já contava com uma bela estante de troféus e ainda seria Bicampeão Brasileiro (1972/1973). Em Porto Alegre, o Internacional do cracaço chileno Figueroa, que em 1976 se sagraria Octacampeão Gaúcho e Bicampeão Brasileiro, dava seus primeiros passos.
No Rio de Janeiro não poderia ser diferente. O Maracanã via todo fim de semana um desfile de craques de encher os olhos de qualquer torcedor do mundo. Se jogava o América, era hora de ver o artista baixinho Edu. Se era o Vasco a entrar em campo os aplausos eram para o veterano Silva e olhos grudados em um tal de Roberto, começando a ser conhecido como Dinamite . A torcida rubro-negra do Flamengo não podia deixar de ver o clássico zagueiro paraguaio Reyes e uma jovem promessa chamada pelo simples apelido de Zico. Apesar de todas estas feras espalhadas pelos clubes cariocas, eram Fluminense e Botafogo que, neste início de década, despontavam como as equipes mais fortes da Cidade Maravilhosa. E o Glorioso tinha o imenso poder de encantar todos os torcedores, não somente os seus.
Para assistir o Botafogo jogar deveria ser obrigatório trajar esporte fino. Era uma quantidade impressionante de monstros do nosso futebol. Só os Campeões do Mundo eram quatro. Na lateral-direita aquele que em qualquer eleição para Seleção Mundial do século XX está presente: o “Capitão do Tri” Carlos Alberto Torres. Na zaga, o vigor, a seriedade e a segurança de Brito. Já a dupla que infernizava os adversários era daquelas que qualquer time da face da Terra queria poder contar: Paulo César Caju e Jairzinho. Paulo César estava vivendo uma fase brilhante, onde o próprio Pelé não se cansava de elogiá-lo. E até elogios internacionais ele recebia: “Eu queria um time com dez Paulo César. Para mim, ele é o melhor jogador do Brasil.”* – Heleno Herrera, então treinador da Roma. Jogador de personalidade, já mostrava desde o início, quando marcou os 3 gols da vitória de 3 a 2 sobre o América, no duelo final da Taça Guanabara de 1967, que era diferenciado. Quando eu digo diferenciado, estou falando tanto dentro quanto fora de campo. Entre as quatro linhas mostrava impressionante domínio da bola e velocidade, sendo uma tortura para qualquer zagueiro ter que marcá-lo. Já fora dos gramados era a extroversão em pessoa. Cada dia com uma roupa diferente, era fanático por colecionar calçados e pela noite carioca. Mas mesmo que não parecesse, Caju era muito responsável e sempre mostrava enorme empenho nos treinamentos.
Se os zagueiros perdiam o sono nas vésperas de enfrentar Paulo César Caju, deveriam perder o sono e a fome quando pensassem que, além do Caju, deveriam se preocupar com Jairzinho. Naquele início dos anos 70 o nome Jairzinho vinha sempre acompanhado do slogan “O único jogador que marcou gols em todos os jogos da Copa do Mundo”. Era impossível lembrar do craque sem citar a frase (Sem desmerecer nenhum um pinguinho Jairzinho, mas apesar do menor número de partidas, apenas 4, o nosso maior carrasco, Ghiguia, também marcou gols em todos os jogos da Copa do Mundo de 1950). Era impressionante o fato de Jairzinho ter enfrentado Inglaterra, Uruguai, Itália e outras seleções, e sempre ter deixado sua marca, do primeiro ao último jogo da Copa. Realmente nenhum apelido lhe cairía tão bem quanto “Furacão da Copa”, né? No Botafogo, ele não fazia menos. Jogador extremamente vertical, bastava pegar na bola e arrancar que a galera se levantava. Essas arrancadas sempre eram concluídas com finalizações de primeira categoria, o que tornava o “Furacão” presença constante nas brigas pela artilharia.
O Campeonato carioca de 1971 possuía a seguinte fórmula. Eram dois grupos com 6 times cada. Cada equipe enfrentava, em apenas um jogo, os clubes da outra chave (totalizando 6 jogos). Ao final desta fase, os 4 primeiros colocados de cada grupo se classificavam. Neste início de torneio, o Botafogo já dava um show atrás do outro. Foram 5 vitórias e apenas 1 empate, com 15 gols marcados. Para a segunda fase, os pontos eram mantidos e todos os oito clubes classificados se enfrentavam duas vezes. Ao final, quem possuísse mais pontos era o campeão.
Após a campanha da primeira fase, era muito difícil não citar o Botafogo como principal candidato ao título, mas foi justamente este o maior problema que o Glorioso poderia enfrentar. Chega a ser difícil de entender como um time tão experiente pôde cair na famosa armadilha do salto alto, da prepotência, da soberba. Uma das entrevistas mais clássicas que existem na história do futebol foi dada por Paulo César Caju, onde mais de um mês antes do torneio terminar ele já aparecia com a faixa de Campeão Carioca de 1971. Com todas as letras ele afirmou: “O Botafogo já é campeão.”* O eterno capitão Carlos Alberto Torres, logo ele, menosprezava os adversários dizendo que o Fogão era uma Mercedes-Benz e os adversários apenas fusquinhas, que iria colocar a bola no pescoço e tudo mais. Para atrapalhar mais ainda a vida do Botafogo, que já se atrapalhava sozinho, o viríl zagueiro vascaíno Moisés havia quebrado Jairzinho, o tirando do restante do torneio. Para se ter uma idéia da "classe" de Moisés, ele afirmava: “Zagueiro que se preze não ganha prêmio Belford Duarte”, que é a premiação dada aos jogadores por jogar 10 anos sem ser expulso uma única vez. Completando a lista de problemas botafoguenses, o Fluminense estava chegando com tudo.
Vou listar para vocês o currículo que o Fluminense mostrava na época, e vocês verão como o Botafogo se equivocou ao se vangloriar antes do tempo. Em 1969 o Botafogo era favoritíssimo a conquistar o Campeonato Carioca, que seria na verdade o título de Tricampeão, pois o clube havia vencido em 1967/1968. Pois bem, o Fluminense não tomou conhecimento desse favoritismo e venceu o torneio com uma rodada de antecedência. E tem mais! Em 1970 foi disputado o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, um embrião do Campeonato Brasileiro e, mesmo com a presença de fortes concorrentes, o Tricolor deu mais um show e levou a taça para a sede das Laranjeiras. Ficará para sempre na história, a atuação, neste torneio, contra o Palmeiras de Ademir da Guia, onde o Fluzão venceu por 3 a 0 em pleno Morumbi.
A vasta história do futebol brasileiro permite certos esquadrões caírem no esquecimento. Mesmo quem não viu, já ouviu sobre a “Máquina Tricolor” do Rivelino ou o time do Romerito que conquistou o Brasileirão de 1984, porém não são muitos os que conhecem o timaço tricolor do início da década de 70. A equipe do Fluminense parecia não ter pontos fracos. Já começava com dois Campeões do Mundo, pois quem tinha o dever de guardar o gol tricolor era o goleirão Félix e o treinador da equipe era o “Velho Lobo” Zagallo. Na linha defensiva, mais um vencedor da Copa do Mundo do México, o ofensivo e perigoso lateral-esquerdo Marco Antônio. No meio-de-campo um inovador. Denílson foi um dos primeiros jogadores da posição que tinha o papel de proteger a defesa e ficar plantado em frente aos zagueiros. Era, com certeza, um dos responsáveis pela segurança tricolor. Aí chegamos ao ataque. E que ataque! A formação ofensiva do Fluzão era fortíssima. Eram tantos bons jogadores, que alguns ficavam até no banco. A ponta-direita era uma prova do que eu estou falando. Ora jogava o ótimo Wilton, ora o velocíssimo Cafuringa (o nosso conhecido lateral-direito Cafu é chamado assim por ter um estilo rápido como o Cafuringa). Na outra ponta, a esquerda, um dos craques mais valentes que o Fluminense já possuiu. O ponteiro Lula era raça pura, mas sem deixar de lado uma grande qualidade técnica. Mais tarde, após escrever seu nome na galeria dos craques tricolores, Lula foi para o Internacional. Mais uma equipe, mais uma galeria. Pelo Colorado, Lula foi um dos pilares do time Bicampeão Brasileiro em 1975/1976. Ajudando os pontas a fazer a bola chegar redondinha no ataque, estava ninguém menos do que Ivair, o “Príncipe”. O apelido que ele conquistou, após mostrar toda sua habilidade atuando pela Portuguesa (SP), deve ser muito mais valorizado se nós lembrarmos que Pelé era o rei do futebol (na verdade Pelé foi, é e sempre será o rei do futebol). Um grande duelo marca a carreira de Ivair. Na época que atuava na Lusa, ele várias vezes enfrentou o goleiraço Valdir, um dos maoires arqueiros que o Palmeiras já teve. Pois acreditem, Valdir foi buscar no fundo das redes, nada menos que 15 gols de Ivair.
Falando em gols, quem era o tricolor responsável por esta grata tarefa? Fácil, fácil, descrever o centroavante Flávio. Conhecido como Flávio Minuano, ele não tem apenas um cartão de visitas, mas sim um álbum de visitas para se apresentar. Chegou ao Fluminense após passagem excelente pelo Corinthians, onde foi artilheiro do Campeonato Paulista de 1967 ( pois é, ele já bateu o Pelé) e marcou um total de 158 gols. Da maneira que ele chegou ao Tricolor, ele permaneceu, ou seja, fazendo gols e terminando no topo da tabela de artilheiros. Nos Cariocas de 1969 e 1970, ninguém balançou mais as redes do que ele. Vou lhes contar rapidamente dois jogos históricos de Flávio. O primeiro deles foi pelo Corinthians. Em 1969 ele marcou um dos gols que deu ao Timão a vitória sobre o Santos, vitória esta que não ocorria há 11 anos em Campeonatos Paulistas. A outra atuação é pelo próprio Flu. Lembram aquela histórica apresentação do Fluminense contra o Palmeiras, válida pelo Troféu Roberto Gomes Pedrosa, que citei anteriormente? Pois é, ele foi o autor dos três gols que deram a vitória ao Fluzão por 3 a 0. E depois de sair do tricolor ainda viria muito mais honrarias para a carreira de Flávio: 70 gols marcados pelo Porto, de Portugal, Campeão Brasileiro e artilheiro pelo Internacional, em 1975, artilheiro do Gauchão pelo Pelotas em 1977... Resumindo: Flávio era sinônimo de gol.
Apesar de eu estar preparando o terreno para contar sobre o inesquecível duelo que decidiu o título, entre Fluminense x Botafogo, toda a reta final do Campeonato Carioca de 1971 foi histórica. Faltando 5 rodadas para o fim da competição, o Botafogo possuía 4 pontos de vantagem sobre o Fluminense (na época, cada vitória valia dois pontos), mas aí a soberba não deixou o Botafogo aproveitar esta grande vantagem. Enquanto o Fluminense vencia o Flamengo e Vasco, o Botafogo apenas empatava com América e Bonsucesso. No final das contas, a equipe alvi-negra chegou para o jogo decisivo contra o Fluminense com um ponto na frente, ou seja, a vantagem do empate.
No dia 27 de junho o Maracanã recebia um estrondoso público de mais de 140 mil torcedores. Todos esperavam um jogo tenso, nervoso, de deixar o coração dos jogadores na ponta da chuteira e o dos torcedores batendo na garganta. Após o apito inicial, a tensão presente não deixou o primeiro tempo se desenvolver. Os primeiros 45 minutos foram amarrados, estudados, cautelosos. De destaque nesta etapa uma cobrança de falta de Lula que acertou o travessão do goleiro botafoguense Ubirajara e a contusão do lateral-direito Carlos Alberto Torres, com a situação ficando mais preta do que branca para o Botafogo. No 2º tempo foi possível assistir a uma das maiores ironias já presenciadas no futebol. O Botafogo, que tanto cantava vitória antes do tempo, que botava faixa de campeão ainda na metade do torneio e que colocaria a bola para rodar no pescoço, estava todo plantado em seu campo, se defendendo com unhas e dentes, raramente puxando um contra-ataque. O experiente Brito e o jovial Osmar Guarnelli, dupla de zaga botafoguense, trabalhavam com eficiência. Se o goleiro tricolor Félix teve que impedir um gol ao fazer uma defesaça, após uma cobrança de falta de Paulo César, a dupla de zaga do Fogão também fazia seu trabalho com louvor.
Com a chegada dos minutos finais da partida, vem junto o lance que entraria para a história. O Fluminense literalmente invadia o campo adversário quando conseguiu um escanteio. Em sequência, outro escanteio. Logo após, o terceiro escanteio ininterrupto. Que pressão! O coração, nestas alturas, não batia mais na garganta, já havia saltado pela boca. Cobrança do cornér e... Mais um escanteio. O quarto. O histórico. Eram 43 minutos e Cafuringa cobra curto para o lateral Oliveira que levanta a bola na área. O goleiro Ubirajara sobe com o tricolor Marco Antônio e eles se chocam. Falta? Nenhum apito é escutado e a bola sobra para Lula sacudir o filó. Gol do Fluminense. Gol do título. Jogadores botafoguenses, inconformados, reclamam com o árbitro José Marçal Filho. Querem falta sobre o goleiro. Começa a confusão alvinegra no gramado. Começa a festa tricolor nas arquibancadas. É pó-de-arroz pra tudo quando é lado. Os gritos de “Um, dois, três... O Botafogo é freguês...” ecoa pelo Maracanã. O Fluzão comemora na hora certa, com a taça nas mãos. A Taça de um Estadual que teve de tudo, inclusive a soberba botafoguense. O sentimento alvinegro é descrito por seu treinador, Paraguaio, após a partida: “É duro. É muito duro. Muitos diziam que não podia acontecer. Mas aconteceu.”**
Fluminense 1 x 0 Botafogo
27 de junho de 1971
Maracanã – Público: 142339 torcedores
Gols: 2º tempo: Lula (Flu) aos 43´.
Fluminense: Felix; Oliveira, Galhardo, Assis e Marco Antonio; Silveira e Didi (Flavio); Wilton (Cafuringa), Cláudio Garcia, Ivair e Lula.
Botafogo: Ubirajara; Carlos Alberto Torres (Mura), Brito, Osmar e Paulo Henrique; Carlos Roberto e Nei Conceição; Zequinha (Paraguaio), Careca, Nilson Dias e Paulo César Caju.
* Revista Placar – Grandes Perfis de Placar – Botafogo
** Revista Placar – Grandes Reportagens de Placar - Fluminense
Olá amigos leitores do FUTEBOLA!
Estou aqui, uma vez mais, com a honra de contar para vocês sobre um grandioso jogo de futebol da história dos Campeonatos Carioca. Neste sábado teremos pela 6ª rodada da Taça Rio mais um “Clássico Vovô”, este com a presença de apenas um Campeão Mundial com a Seleção Brasileira, o treinador Carlos Alberto Parreira. Houve um tempo, porém, que esses times contavam, juntos, com sete Campeões do Mundo. E é nesta época que se encontra o jogão que conto para vocês a partir de agora.
No início da década de 70, o futebol brasileiro estava nas nuvens. O motivo principal deste frenesi em nosso futebol era a conquista da Copa do Mundo de 1970, onde todos os campeões atuavam em gramados nacionais. Nosso país contava com uma quantidade imensa de esquadrões, podendo ser eles já consagrados ou iniciando suas glórias. Na classe dos que já estavam acostumados a levantar taças, tínhamos a segunda fase do Santos, com Edu, Clodoaldo e a nossa majestade Pelé, o Cruzeiro de Piazza, Dirceu Lopes e o genial Tostão. Havia ainda o Palmeiras, de Dudu e do “Divino”Ademir da Guia, que já contava com uma bela estante de troféus e ainda seria Bicampeão Brasileiro (1972/1973). Em Porto Alegre, o Internacional do cracaço chileno Figueroa, que em 1976 se sagraria Octacampeão Gaúcho e Bicampeão Brasileiro, dava seus primeiros passos.
No Rio de Janeiro não poderia ser diferente. O Maracanã via todo fim de semana um desfile de craques de encher os olhos de qualquer torcedor do mundo. Se jogava o América, era hora de ver o artista baixinho Edu. Se era o Vasco a entrar em campo os aplausos eram para o veterano Silva e olhos grudados em um tal de Roberto, começando a ser conhecido como Dinamite . A torcida rubro-negra do Flamengo não podia deixar de ver o clássico zagueiro paraguaio Reyes e uma jovem promessa chamada pelo simples apelido de Zico. Apesar de todas estas feras espalhadas pelos clubes cariocas, eram Fluminense e Botafogo que, neste início de década, despontavam como as equipes mais fortes da Cidade Maravilhosa. E o Glorioso tinha o imenso poder de encantar todos os torcedores, não somente os seus.
Para assistir o Botafogo jogar deveria ser obrigatório trajar esporte fino. Era uma quantidade impressionante de monstros do nosso futebol. Só os Campeões do Mundo eram quatro. Na lateral-direita aquele que em qualquer eleição para Seleção Mundial do século XX está presente: o “Capitão do Tri” Carlos Alberto Torres. Na zaga, o vigor, a seriedade e a segurança de Brito. Já a dupla que infernizava os adversários era daquelas que qualquer time da face da Terra queria poder contar: Paulo César Caju e Jairzinho. Paulo César estava vivendo uma fase brilhante, onde o próprio Pelé não se cansava de elogiá-lo. E até elogios internacionais ele recebia: “Eu queria um time com dez Paulo César. Para mim, ele é o melhor jogador do Brasil.”* – Heleno Herrera, então treinador da Roma. Jogador de personalidade, já mostrava desde o início, quando marcou os 3 gols da vitória de 3 a 2 sobre o América, no duelo final da Taça Guanabara de 1967, que era diferenciado. Quando eu digo diferenciado, estou falando tanto dentro quanto fora de campo. Entre as quatro linhas mostrava impressionante domínio da bola e velocidade, sendo uma tortura para qualquer zagueiro ter que marcá-lo. Já fora dos gramados era a extroversão em pessoa. Cada dia com uma roupa diferente, era fanático por colecionar calçados e pela noite carioca. Mas mesmo que não parecesse, Caju era muito responsável e sempre mostrava enorme empenho nos treinamentos.
Se os zagueiros perdiam o sono nas vésperas de enfrentar Paulo César Caju, deveriam perder o sono e a fome quando pensassem que, além do Caju, deveriam se preocupar com Jairzinho. Naquele início dos anos 70 o nome Jairzinho vinha sempre acompanhado do slogan “O único jogador que marcou gols em todos os jogos da Copa do Mundo”. Era impossível lembrar do craque sem citar a frase (Sem desmerecer nenhum um pinguinho Jairzinho, mas apesar do menor número de partidas, apenas 4, o nosso maior carrasco, Ghiguia, também marcou gols em todos os jogos da Copa do Mundo de 1950). Era impressionante o fato de Jairzinho ter enfrentado Inglaterra, Uruguai, Itália e outras seleções, e sempre ter deixado sua marca, do primeiro ao último jogo da Copa. Realmente nenhum apelido lhe cairía tão bem quanto “Furacão da Copa”, né? No Botafogo, ele não fazia menos. Jogador extremamente vertical, bastava pegar na bola e arrancar que a galera se levantava. Essas arrancadas sempre eram concluídas com finalizações de primeira categoria, o que tornava o “Furacão” presença constante nas brigas pela artilharia.
O Campeonato carioca de 1971 possuía a seguinte fórmula. Eram dois grupos com 6 times cada. Cada equipe enfrentava, em apenas um jogo, os clubes da outra chave (totalizando 6 jogos). Ao final desta fase, os 4 primeiros colocados de cada grupo se classificavam. Neste início de torneio, o Botafogo já dava um show atrás do outro. Foram 5 vitórias e apenas 1 empate, com 15 gols marcados. Para a segunda fase, os pontos eram mantidos e todos os oito clubes classificados se enfrentavam duas vezes. Ao final, quem possuísse mais pontos era o campeão.
Após a campanha da primeira fase, era muito difícil não citar o Botafogo como principal candidato ao título, mas foi justamente este o maior problema que o Glorioso poderia enfrentar. Chega a ser difícil de entender como um time tão experiente pôde cair na famosa armadilha do salto alto, da prepotência, da soberba. Uma das entrevistas mais clássicas que existem na história do futebol foi dada por Paulo César Caju, onde mais de um mês antes do torneio terminar ele já aparecia com a faixa de Campeão Carioca de 1971. Com todas as letras ele afirmou: “O Botafogo já é campeão.”* O eterno capitão Carlos Alberto Torres, logo ele, menosprezava os adversários dizendo que o Fogão era uma Mercedes-Benz e os adversários apenas fusquinhas, que iria colocar a bola no pescoço e tudo mais. Para atrapalhar mais ainda a vida do Botafogo, que já se atrapalhava sozinho, o viríl zagueiro vascaíno Moisés havia quebrado Jairzinho, o tirando do restante do torneio. Para se ter uma idéia da "classe" de Moisés, ele afirmava: “Zagueiro que se preze não ganha prêmio Belford Duarte”, que é a premiação dada aos jogadores por jogar 10 anos sem ser expulso uma única vez. Completando a lista de problemas botafoguenses, o Fluminense estava chegando com tudo.
Vou listar para vocês o currículo que o Fluminense mostrava na época, e vocês verão como o Botafogo se equivocou ao se vangloriar antes do tempo. Em 1969 o Botafogo era favoritíssimo a conquistar o Campeonato Carioca, que seria na verdade o título de Tricampeão, pois o clube havia vencido em 1967/1968. Pois bem, o Fluminense não tomou conhecimento desse favoritismo e venceu o torneio com uma rodada de antecedência. E tem mais! Em 1970 foi disputado o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, um embrião do Campeonato Brasileiro e, mesmo com a presença de fortes concorrentes, o Tricolor deu mais um show e levou a taça para a sede das Laranjeiras. Ficará para sempre na história, a atuação, neste torneio, contra o Palmeiras de Ademir da Guia, onde o Fluzão venceu por 3 a 0 em pleno Morumbi.
A vasta história do futebol brasileiro permite certos esquadrões caírem no esquecimento. Mesmo quem não viu, já ouviu sobre a “Máquina Tricolor” do Rivelino ou o time do Romerito que conquistou o Brasileirão de 1984, porém não são muitos os que conhecem o timaço tricolor do início da década de 70. A equipe do Fluminense parecia não ter pontos fracos. Já começava com dois Campeões do Mundo, pois quem tinha o dever de guardar o gol tricolor era o goleirão Félix e o treinador da equipe era o “Velho Lobo” Zagallo. Na linha defensiva, mais um vencedor da Copa do Mundo do México, o ofensivo e perigoso lateral-esquerdo Marco Antônio. No meio-de-campo um inovador. Denílson foi um dos primeiros jogadores da posição que tinha o papel de proteger a defesa e ficar plantado em frente aos zagueiros. Era, com certeza, um dos responsáveis pela segurança tricolor. Aí chegamos ao ataque. E que ataque! A formação ofensiva do Fluzão era fortíssima. Eram tantos bons jogadores, que alguns ficavam até no banco. A ponta-direita era uma prova do que eu estou falando. Ora jogava o ótimo Wilton, ora o velocíssimo Cafuringa (o nosso conhecido lateral-direito Cafu é chamado assim por ter um estilo rápido como o Cafuringa). Na outra ponta, a esquerda, um dos craques mais valentes que o Fluminense já possuiu. O ponteiro Lula era raça pura, mas sem deixar de lado uma grande qualidade técnica. Mais tarde, após escrever seu nome na galeria dos craques tricolores, Lula foi para o Internacional. Mais uma equipe, mais uma galeria. Pelo Colorado, Lula foi um dos pilares do time Bicampeão Brasileiro em 1975/1976. Ajudando os pontas a fazer a bola chegar redondinha no ataque, estava ninguém menos do que Ivair, o “Príncipe”. O apelido que ele conquistou, após mostrar toda sua habilidade atuando pela Portuguesa (SP), deve ser muito mais valorizado se nós lembrarmos que Pelé era o rei do futebol (na verdade Pelé foi, é e sempre será o rei do futebol). Um grande duelo marca a carreira de Ivair. Na época que atuava na Lusa, ele várias vezes enfrentou o goleiraço Valdir, um dos maoires arqueiros que o Palmeiras já teve. Pois acreditem, Valdir foi buscar no fundo das redes, nada menos que 15 gols de Ivair.
Falando em gols, quem era o tricolor responsável por esta grata tarefa? Fácil, fácil, descrever o centroavante Flávio. Conhecido como Flávio Minuano, ele não tem apenas um cartão de visitas, mas sim um álbum de visitas para se apresentar. Chegou ao Fluminense após passagem excelente pelo Corinthians, onde foi artilheiro do Campeonato Paulista de 1967 ( pois é, ele já bateu o Pelé) e marcou um total de 158 gols. Da maneira que ele chegou ao Tricolor, ele permaneceu, ou seja, fazendo gols e terminando no topo da tabela de artilheiros. Nos Cariocas de 1969 e 1970, ninguém balançou mais as redes do que ele. Vou lhes contar rapidamente dois jogos históricos de Flávio. O primeiro deles foi pelo Corinthians. Em 1969 ele marcou um dos gols que deu ao Timão a vitória sobre o Santos, vitória esta que não ocorria há 11 anos em Campeonatos Paulistas. A outra atuação é pelo próprio Flu. Lembram aquela histórica apresentação do Fluminense contra o Palmeiras, válida pelo Troféu Roberto Gomes Pedrosa, que citei anteriormente? Pois é, ele foi o autor dos três gols que deram a vitória ao Fluzão por 3 a 0. E depois de sair do tricolor ainda viria muito mais honrarias para a carreira de Flávio: 70 gols marcados pelo Porto, de Portugal, Campeão Brasileiro e artilheiro pelo Internacional, em 1975, artilheiro do Gauchão pelo Pelotas em 1977... Resumindo: Flávio era sinônimo de gol.
Apesar de eu estar preparando o terreno para contar sobre o inesquecível duelo que decidiu o título, entre Fluminense x Botafogo, toda a reta final do Campeonato Carioca de 1971 foi histórica. Faltando 5 rodadas para o fim da competição, o Botafogo possuía 4 pontos de vantagem sobre o Fluminense (na época, cada vitória valia dois pontos), mas aí a soberba não deixou o Botafogo aproveitar esta grande vantagem. Enquanto o Fluminense vencia o Flamengo e Vasco, o Botafogo apenas empatava com América e Bonsucesso. No final das contas, a equipe alvi-negra chegou para o jogo decisivo contra o Fluminense com um ponto na frente, ou seja, a vantagem do empate.
No dia 27 de junho o Maracanã recebia um estrondoso público de mais de 140 mil torcedores. Todos esperavam um jogo tenso, nervoso, de deixar o coração dos jogadores na ponta da chuteira e o dos torcedores batendo na garganta. Após o apito inicial, a tensão presente não deixou o primeiro tempo se desenvolver. Os primeiros 45 minutos foram amarrados, estudados, cautelosos. De destaque nesta etapa uma cobrança de falta de Lula que acertou o travessão do goleiro botafoguense Ubirajara e a contusão do lateral-direito Carlos Alberto Torres, com a situação ficando mais preta do que branca para o Botafogo. No 2º tempo foi possível assistir a uma das maiores ironias já presenciadas no futebol. O Botafogo, que tanto cantava vitória antes do tempo, que botava faixa de campeão ainda na metade do torneio e que colocaria a bola para rodar no pescoço, estava todo plantado em seu campo, se defendendo com unhas e dentes, raramente puxando um contra-ataque. O experiente Brito e o jovial Osmar Guarnelli, dupla de zaga botafoguense, trabalhavam com eficiência. Se o goleiro tricolor Félix teve que impedir um gol ao fazer uma defesaça, após uma cobrança de falta de Paulo César, a dupla de zaga do Fogão também fazia seu trabalho com louvor.
Com a chegada dos minutos finais da partida, vem junto o lance que entraria para a história. O Fluminense literalmente invadia o campo adversário quando conseguiu um escanteio. Em sequência, outro escanteio. Logo após, o terceiro escanteio ininterrupto. Que pressão! O coração, nestas alturas, não batia mais na garganta, já havia saltado pela boca. Cobrança do cornér e... Mais um escanteio. O quarto. O histórico. Eram 43 minutos e Cafuringa cobra curto para o lateral Oliveira que levanta a bola na área. O goleiro Ubirajara sobe com o tricolor Marco Antônio e eles se chocam. Falta? Nenhum apito é escutado e a bola sobra para Lula sacudir o filó. Gol do Fluminense. Gol do título. Jogadores botafoguenses, inconformados, reclamam com o árbitro José Marçal Filho. Querem falta sobre o goleiro. Começa a confusão alvinegra no gramado. Começa a festa tricolor nas arquibancadas. É pó-de-arroz pra tudo quando é lado. Os gritos de “Um, dois, três... O Botafogo é freguês...” ecoa pelo Maracanã. O Fluzão comemora na hora certa, com a taça nas mãos. A Taça de um Estadual que teve de tudo, inclusive a soberba botafoguense. O sentimento alvinegro é descrito por seu treinador, Paraguaio, após a partida: “É duro. É muito duro. Muitos diziam que não podia acontecer. Mas aconteceu.”**
Fluminense 1 x 0 Botafogo
27 de junho de 1971
Maracanã – Público: 142339 torcedores
Gols: 2º tempo: Lula (Flu) aos 43´.
Fluminense: Felix; Oliveira, Galhardo, Assis e Marco Antonio; Silveira e Didi (Flavio); Wilton (Cafuringa), Cláudio Garcia, Ivair e Lula.
Botafogo: Ubirajara; Carlos Alberto Torres (Mura), Brito, Osmar e Paulo Henrique; Carlos Roberto e Nei Conceição; Zequinha (Paraguaio), Careca, Nilson Dias e Paulo César Caju.
* Revista Placar – Grandes Perfis de Placar – Botafogo
** Revista Placar – Grandes Reportagens de Placar - Fluminense
quinta-feira, 26 de março de 2009
QUINTA RODADA DA TAÇA RIO 2009
Friburguense 1 x 3 Fluminense – Friburgo
Bangu 1 x 0 Cabofriense – Moça Bonita
Madureira 2 x 4 Flamengo – Édson Passos
Resende 3 x 1 Boavista – Resende
Macaé 3 x 1 Duque de Caxias – Araruama
Botafogo 2 x 2 Americano – Engenhão
Tigres 2 x 2 Volta Redonda - Xerém
Vasco 2 x 1 Mesquita – São Januário
Olá amigos do FUTEBOLA!
Foi disputada neste meio de semana a 5ª rodada da Taça Rio. Vasco e Fluminense praticamente garantiram a classificação para a próxima fase, após vencerem seus jogos e manterem o 100% de aproveitamento. E no Grupo B tudo está embolado. O Flamengo conseguiu importante vitória, mas assim como o Botafogo, não pode bobear, já que Bangu e Friburguense estão coladinhos na tabela. Desta rodada, consegui assistir apenas os jogos de Flamengo e Vasco, que são os que irei comentar mais abaixo.
MANDOU BEM!
- Para a situação ruim em que o Flamengo se encontra, jogar contra o Madureira, que em 4 jogos na Taça Rio havia conquistado 9 pontos, não é tarefa fácil. A equipe rubro-negra, porém, soube se impor no 1º tempo, se aproveitando das boas atuações de Juan, Zé Roberto, Josiel e, principalmente, Erick Flores. A atuação do jovem Erick na etapa inicial foi tão boa que chegou a surpreender. Se utilizando de um futebol vertical e incisivo, a promessa rubro-negra deu, literalmente, dois gols para Josiel. Ambas assistências suas foram precedidas por lindas arrancadas e ele deu ao Flamengo a objetividade que tem faltado muitas vezes à equipe. Outro ponto que o torcedor rubro-negro pode comemorar é o fato de o cruzamento para o terceiro gol de Josiel, mais do que nunca na briga pela artilharia do torneio, foi realizado por Ronaldo Angelim. Realmente essa função realizada pelo zagueiro é algo raro no nosso futebol. Um defensor que faz o seu papel e ainda ataca com eficiência.
- O Vasco não teve uma boa atuação, principalmente no 1º tempo, na partida contra o Mesquita. É claro que o principal motivo para a fraca apresentação vascaína foram as ausências de Carlos Alberto e Ramón. Pegue qualquer time no Brasil e tire dois de seus melhores jogadores. Duvido que eles não farão falta. Pois foi o que aconteceu com o Vasco. Após a bronca que devem ter levado do treinador Dorival Júnior, no intervalo, a equipe cruzmaltina não desistiu de tentar a vitória em todo o 2º tempo. Quero destacar a atitude de Nílton ao chamar a responsabilidade de armar o time em várias jogadas. Percebendo a falta que o time sentia de Carlos Alberto, ele tentou, na individualidade, levar o time para frente. O meia Jéferson, já faz algum tempo, também merece alguns elogios. O jogador com certeza foi o que mais sofreu com a perda de pontos do Vasco no tribunal, durante a Taça Guanabara, já que o motivo foi sua escalação. No entanto, Dorival o manteve no time e ele vem fazendo boas apresentações. Nesta partida contra o Mesquita ele merece os parabéns pelo golaço, que deu ao time a vitória e manteve os 100% de aproveitamento.
MANDOU MAL!
- Realmente eu não sou daqueles que gostam de malhar alguns jogadores por atuações ruins. Porém, o que fez Eduardo Luiz, zagueiro do Madureira, no duelo contra o Flamengo foi duro de se ver. Se nos tempos de Vasco o jogador primava pela insegurança, agora parece que a situação está pior. Os erros cometidos pelo defensor chegaram a ser cômicos, tamanha sua falta de qualidade. No lance do terceiro gol rubro-negro, após o cruzamento de Ronaldo Angelim, Eduardo, tentando cortar a bola, jogou-a para trás, por cima do goleiro. E o pior! Permaneceu estático na frente do goleiro impedindo-o de alcançar a bola, que foi colocada pro fundo das redes por Josiel. Se este gol esfriou um pouco o ímpeto do Madureira, que havia acabado de diminuir o placar, uma situação semelhante ocorreu no final do 2º tempo. Sua equipe acabara de marcar o segundo gol, deixando o placar em 3 a 2 para o Flamengo e o jogo em aberto. Foi quando após outra bola alçada na área, ele saltou de braços abertos, colocando a mão na bola e cometendo o pênalti. Juan cobrou e deu números finais ao jogo. Quem realmente fez com que o Flamengo não passasse por sufocos foi Eduardo Luiz.
- Alguns podem achar que estou exagerando na crítica, e até acredito que estou, mas Rodrigo Pimpão não pode continuar perdendo a imensa quantidade de gols que ele perde. Rodrigo já se mostrou várias vezes útil para a equipe. Nos clássicos contra o Botafogo e o Flamengo, ele saiu do banco para realizar ótimas apresentações. Neste jogo contra o Mesquita, ele também correu, mostrou raça, participou da jogada do gol de vitória, porém mostrou, uma vez mais, que precisa melhorar muito na finalização. Se fosse a primeira vez que eu estivesse reparando nesta sua fraqueza ele não estaria aqui nesta sessão, mas é algo que vem se tornando rotineiro. Se Pimpão quiser evoluir como jogador , deverá usar melhor o seu tempo. Como? Três palavrinhas: treinando, treinando e treinando.
JOGADA RÁPIDA!
Tento ao máximo não criticar a Seleção Brasileira e o treinador Dunga, porém tem hora que não dá para segurar. Durante o intervalo do jogo Vasco x Mesquita, trasmitido pela Globo uma matéria foi ao ar dando como provável escalação do meio-de-campo da Seleção, que atuará contra o Equador no domingo, Gilberto Silva, Filipe Melo, Elano e Kaká. Esqueçam Kaká. Os três jogadores que sobraram realmente merecem mais a vaga do que: Jean (São Paulo), Hernandes (São Paulo), Ramires (Cruzeiro)?
FURADA!
No clássico Vasco 2 x 0 Flamengo, que ocorreu no último domingo, foram aplicados 16 cartões e não 17 como eu afirmara.
Bangu 1 x 0 Cabofriense – Moça Bonita
Madureira 2 x 4 Flamengo – Édson Passos
Resende 3 x 1 Boavista – Resende
Macaé 3 x 1 Duque de Caxias – Araruama
Botafogo 2 x 2 Americano – Engenhão
Tigres 2 x 2 Volta Redonda - Xerém
Vasco 2 x 1 Mesquita – São Januário
Olá amigos do FUTEBOLA!
Foi disputada neste meio de semana a 5ª rodada da Taça Rio. Vasco e Fluminense praticamente garantiram a classificação para a próxima fase, após vencerem seus jogos e manterem o 100% de aproveitamento. E no Grupo B tudo está embolado. O Flamengo conseguiu importante vitória, mas assim como o Botafogo, não pode bobear, já que Bangu e Friburguense estão coladinhos na tabela. Desta rodada, consegui assistir apenas os jogos de Flamengo e Vasco, que são os que irei comentar mais abaixo.
MANDOU BEM!
- Para a situação ruim em que o Flamengo se encontra, jogar contra o Madureira, que em 4 jogos na Taça Rio havia conquistado 9 pontos, não é tarefa fácil. A equipe rubro-negra, porém, soube se impor no 1º tempo, se aproveitando das boas atuações de Juan, Zé Roberto, Josiel e, principalmente, Erick Flores. A atuação do jovem Erick na etapa inicial foi tão boa que chegou a surpreender. Se utilizando de um futebol vertical e incisivo, a promessa rubro-negra deu, literalmente, dois gols para Josiel. Ambas assistências suas foram precedidas por lindas arrancadas e ele deu ao Flamengo a objetividade que tem faltado muitas vezes à equipe. Outro ponto que o torcedor rubro-negro pode comemorar é o fato de o cruzamento para o terceiro gol de Josiel, mais do que nunca na briga pela artilharia do torneio, foi realizado por Ronaldo Angelim. Realmente essa função realizada pelo zagueiro é algo raro no nosso futebol. Um defensor que faz o seu papel e ainda ataca com eficiência.
- O Vasco não teve uma boa atuação, principalmente no 1º tempo, na partida contra o Mesquita. É claro que o principal motivo para a fraca apresentação vascaína foram as ausências de Carlos Alberto e Ramón. Pegue qualquer time no Brasil e tire dois de seus melhores jogadores. Duvido que eles não farão falta. Pois foi o que aconteceu com o Vasco. Após a bronca que devem ter levado do treinador Dorival Júnior, no intervalo, a equipe cruzmaltina não desistiu de tentar a vitória em todo o 2º tempo. Quero destacar a atitude de Nílton ao chamar a responsabilidade de armar o time em várias jogadas. Percebendo a falta que o time sentia de Carlos Alberto, ele tentou, na individualidade, levar o time para frente. O meia Jéferson, já faz algum tempo, também merece alguns elogios. O jogador com certeza foi o que mais sofreu com a perda de pontos do Vasco no tribunal, durante a Taça Guanabara, já que o motivo foi sua escalação. No entanto, Dorival o manteve no time e ele vem fazendo boas apresentações. Nesta partida contra o Mesquita ele merece os parabéns pelo golaço, que deu ao time a vitória e manteve os 100% de aproveitamento.
MANDOU MAL!
- Realmente eu não sou daqueles que gostam de malhar alguns jogadores por atuações ruins. Porém, o que fez Eduardo Luiz, zagueiro do Madureira, no duelo contra o Flamengo foi duro de se ver. Se nos tempos de Vasco o jogador primava pela insegurança, agora parece que a situação está pior. Os erros cometidos pelo defensor chegaram a ser cômicos, tamanha sua falta de qualidade. No lance do terceiro gol rubro-negro, após o cruzamento de Ronaldo Angelim, Eduardo, tentando cortar a bola, jogou-a para trás, por cima do goleiro. E o pior! Permaneceu estático na frente do goleiro impedindo-o de alcançar a bola, que foi colocada pro fundo das redes por Josiel. Se este gol esfriou um pouco o ímpeto do Madureira, que havia acabado de diminuir o placar, uma situação semelhante ocorreu no final do 2º tempo. Sua equipe acabara de marcar o segundo gol, deixando o placar em 3 a 2 para o Flamengo e o jogo em aberto. Foi quando após outra bola alçada na área, ele saltou de braços abertos, colocando a mão na bola e cometendo o pênalti. Juan cobrou e deu números finais ao jogo. Quem realmente fez com que o Flamengo não passasse por sufocos foi Eduardo Luiz.
- Alguns podem achar que estou exagerando na crítica, e até acredito que estou, mas Rodrigo Pimpão não pode continuar perdendo a imensa quantidade de gols que ele perde. Rodrigo já se mostrou várias vezes útil para a equipe. Nos clássicos contra o Botafogo e o Flamengo, ele saiu do banco para realizar ótimas apresentações. Neste jogo contra o Mesquita, ele também correu, mostrou raça, participou da jogada do gol de vitória, porém mostrou, uma vez mais, que precisa melhorar muito na finalização. Se fosse a primeira vez que eu estivesse reparando nesta sua fraqueza ele não estaria aqui nesta sessão, mas é algo que vem se tornando rotineiro. Se Pimpão quiser evoluir como jogador , deverá usar melhor o seu tempo. Como? Três palavrinhas: treinando, treinando e treinando.
JOGADA RÁPIDA!
Tento ao máximo não criticar a Seleção Brasileira e o treinador Dunga, porém tem hora que não dá para segurar. Durante o intervalo do jogo Vasco x Mesquita, trasmitido pela Globo uma matéria foi ao ar dando como provável escalação do meio-de-campo da Seleção, que atuará contra o Equador no domingo, Gilberto Silva, Filipe Melo, Elano e Kaká. Esqueçam Kaká. Os três jogadores que sobraram realmente merecem mais a vaga do que: Jean (São Paulo), Hernandes (São Paulo), Ramires (Cruzeiro)?
FURADA!
No clássico Vasco 2 x 0 Flamengo, que ocorreu no último domingo, foram aplicados 16 cartões e não 17 como eu afirmara.
segunda-feira, 23 de março de 2009
QUARTA RODADA DA TAÇA RIO 2009
Madureira 2 x 1 Mesquita – Édson Passos
Macaé 1 x 1 Americano – Araruama
Friburguense 2 x 1 Cabofriense – Friburgo
Bangu 1 x 3 Fluminense – Engenhão
Tigres 5 x 0 Boavista – Xerém
Resende 0 x 3 Volta Redonda – Resende
Botafogo 4 x 0 Duque de Caxias – Engenhão
Vasco 2 x 0 Flamengo – Maracanã
Olá amigos leitores do FUTEBOLA!
Neste final de semana ocorreu a quarta rodada da Taça Rio. Foi uma rodada privilegiada, já que contou com boas atuações de Fluminese e Botafogo, além de um grande clássico entre Flamengo e Vasco. Maicosuel continua na trilha certa para ser o melhor jogador do torneio, Fred chegou para, literalmente, amendrontar os adversários, o vascaíno Elton segue sua rotina de gols e é a cada dia mais ídolo da torcida... Esses e alguns outros fatos do fim de semana você pode ler logo abaixo.
MANDOU BEM!
- Uma vez mais as alterações de Carlos Alberto Parreira ajudaram o Fluminense a vencer. A entrada de Marquinho no intervalo já havia melhorado a equipe trocolor, porém não a inspirou o suficiente para furar a defesa do Bangu. Foi somente a partir dos 19 minutos do 2º tempo, com a entrada do jovem Maicon, que o Fluminense conseguiu virar o placar. São surpreendentes a movimentação e trabalho de fundo da promessa tricolor. Em ataques consecutivos ele consegue, ora estar na direita, ora na esquerda, e sempre buscando a opção das jogadas de linha de fundo. Desta vez, quem se aproveitou de suas características foi o matador Fred. Após linda assitência de Maicon, Fred marcou o gol da virada de tricolor, mantendo o time com 100% de aproveitamento na Taça Rio. Seria incoerência exigir a titularidade de Maicon neste momento, já que Everton Santos vem fazendo ótimas partidas, porém o Fluminense tem uma arma e tanto no banco de reservas.
- A organização ofensiva do Botafogo está enchendo os olhos. A equipe vem mostrando um leque de jogadas de ataque tão boas, que Maicosuel passa a deixar de ser essencial, mas nem por isso está jogando menos. Se o meia continua batendo um bolão, como mostrou em seu golaço nesta partida contra o Duque de Caxias, após lindo drible da vaca no goleiro, seus parceiros de ataque também estão bem. Reinaldo e Victor Simões levam sempre preocupação para a defesa adversária. Desta vez os dois pênaltis sofridos por Reinaldo e um lindíssimo chute de primeira dado por Victor Simões, que terminou nas mãos do arqueiro, ilustraram como não se pode bobear contra essa dupla de avantes. Porém, o que realmente me faz elogiar a força do Fogão é a participação de todo o restante da equipe nas tramas ofensivas. A assistência para o primeiro gol, de Maicosuel, foi um lindo passe de Thiaguinho. A cobrança de falta que resultou no gol do zagueiro Emerson, foi do volante Batista. A jogada que resultou no primeiro pênalti sofrido por Reinaldo, foi organizada por Alessandro e Fahel. Atualmente, parar o Botafogo não é somente parar Maicosuel e, para ser totalmente justo, só me resta parabenizar o treinador Ney Franco.
- O clássico Vasco x Flamengo foi equilibrado, porém o Vasco foi mais feliz na hora das conclusões. Apesar de toda a equipe vascaína ter se esforçado e contribuído para a vitória, dois jogadores merecem ser destacados. O primeiro deles é o lateral-esquerdo Ramón, que em minha opinião é disparado o melhor de sua posição no torneio. Logo depois da expulsão de Carlos Alberto, o Flamengo teve dois contra-ataques que pegaram a defesa vascaína completamente aberta. Em ambos a equipe rubro-negra não soube finalizar o lance. Em ambos Ramón esteve lá para salvar. Disse aqui mesmo, durante a Taça Guanabara, que Ramón já fazia boas atuações, mas era preciso ver como sairía contra os fortíssimos Alessandro (Botafogo) e Léo Moura(Flamengo). Em ambos os duelos Ramón foi superior e mostrou que técnico, torcida e companheiros podem contar com ele. O outro vascaíno de destaque é o zagueiro Fernando. Nem de longe ele parece aquele beque que fazia constantes lambanças e faltas. O lance do segundo gol vascaíno começou em uma roubada de bola sua, onde ele saiu costurando os adversários rubro-negros com extrema categoria antes de iniciar o contra-ataque. Que os elogios a estes dois se estendam ao Élton, por mais um gol em clássico, ao Rodrigo Pimpão, por puxar dois contra-ataques com extrema eficiência, ao Tiago pela tranquilidade que fornece a sua defesa, ao Dorival Júnior, por ter o time todo na palma da mão...
MANDOU MAL!
- A dupla de volantes do Flamengo deu uma aula de como não proteger a defesa no clássico. Com 15 minutos de jogo Willians já havia feito consecutivas faltas em Carlos Alberto ( três num intervalo menor que 5 minutos ) e recebeu merecido cartão vermelho. Já Aírton dificilmente consegue sair limpo de uma jogada. Está se tornando um mestre naquelas famosas “faltinhas de jogo”. Seria injustiça jogar a culpa somente na dupla de cabeças-de-área, já que os laterais avançam sem pensar duas vezes e a marcação nem de longe começa no campo ofensivo, com a ajuda dos atacantes. Resumindo: tudo estoura em cima dos volantes. Porém, eles estão ali unicamente com o objetivos defensivos e, se não conseguem cumprí-los com eficiência, mesmo sem o apoio dos companheiros, algo deve ser mudado.
- Enquanto Vasco e Botafogo se mostram equipes muito bem armadas taticamente e o Fluminense, após a chegada de Parreira, está encontrando sua melhor formação, o Flamengo continua desarrumado em campo. Do modo que está, acredito que a equipe rubro-negra deveria começar do zero. Nada de ultrapassagens de zagueiros, volantes armadores, laterais meias e etc... O time deveria voltar ao básico. Armar um 4-4-2 tradicional, um centroavante fixo e um pelos lados ( tá na hora de o Maxi ter chances ), dois volantes para proteger, marcar, roubar bolas e se sobrar tempo pensar em cruzar a linha de meio campo. As jogadas treinadas devem ser simples. Avanços alternados dos laterais, jogadas de pivô do centroavante, chutes longos dos meias, entre outras. Quando o time começar a mostrar um certo padrão, poderá pensar em esquemas “modernos”.
- Não vou aqui criticar a atuação do árbitro Luiz Antônio Silva dos Santos durante o clássico. Acredito que ele foi coerente em suas atitudes. Mesmo que alguns digam que ele foi muito rígido na aplicação dos cartões, um total de 17 aplicados sendo 5 vermelhos, ele não usou o artifício do “dois pesos e duas medidas”. Os jogadores de ambos os times que não souberam entender o critério da arbitragem. Aí que entra o problema que vou criticar. O jogador não tem que saber como cada juiz se comporta em campo. Os critérios dos árbitros devem ser os mais homogêneos possíveis, não absurdamente diferentes. Não podemos ter uma arbitragem severa como esta em um jogo e no outro uma complacente, como foi a da partida Vasco x Fluminense na Taça Guanabara, onde o volante vascaíno Amaral cometeu inúmeras faltas no atacante tricolor Leandro Amaral, sem ser retirado de campo. Esse não é um fato novo no Brasil, mas está cada vez mais evidente. Durante o ano de 2008, as arbitragens do gaúcho Leandro Pedro Vuaden chamaram muito a atenção pequeno número de faltas assinaladas por ele.
ENQUANTO ISSO NA ALEMANHA...
Excelente a atuação do Stuttgart na vitória por 2 a 0 contra o líder Hertha Berlim. Para quem gosta de ver um time com organização ofensiva, o Stuttgart é um prato cheio. O time pode não estar brigando pelo título, na verdade até está longe da vaga na Champions League, mas é muito legal assistí-lo jogar. Em minha opinião a peça chave da equipe é a dupla de volantes Hitzspelger / Khedira. O primeiro já é figurinha certa na seleção da Alemanha e o segundo, uma jovem promessa de apenas 21 anos. São, como muitos gostam de chamar, os volantes modernos. Marcam e armam com a mesma qualidade, sendo essenciais para o funcionamento da equipe. Neste duelo contra o Hertha Berlim, ambos jogaram muita bola e o segundo gol da equipe saiu de um cruzamento de Hitzspelger para uma cabeçada de Khedira. A sorte do time de Berlim foi que não era o dia do centroavante do Stuttgart, Mario Gómez. Gómez perdeu alguns gols por falhas de finalização e outros por falta de sorte mesmo. Se estivesse em um dia inspirado, seu time sairía de campo com um placar histórico. O mais chamativo desta atuação do Stuttgart foi a capacidade tática que o time mostrou. No primeiro tempo, com o Hertha completamente recuado, o Stuttgart dominou totalmente o adversário. Já após abrir 2 a 0 no placar, mostrou uma excelente qualidade nos contra-ataques, com destaque para o veloz e ótimo garçom Hilbert, atuando pela ponta-direita. A derrota do Hertha colocou mais fogo ainda na Bundesliga. O time permanece na liderança com 49 pontos, porém Bayern de Munique, Wolfsburg e Hamburg estão colados com 48 pontos. Faltam 9 jogos. Só posso dizer o seguinte: não façam suas apostas.
ENQUANTO ISSO NA INGLATERRA...
Falando em times agradáveis de assirtir, o Arsenal afundou ainda mais o Newcastle na Premier League, após vencê-lo, fora de casa, por 3 a 1. Mesmo estando numa disputa suada para obter uma vaga na Champions League, enquanto deveria estar no topo brigando pela taça, é muito legal ver o Arsenal jogar. Nesta partida foi possível presenciar, em todo o 1º tempo, como o russo Arshavin vai se encaixar no time. As três jogadas de perigo do Arsenal saíram de seus pés, sendo uma delas um arrancada desde antes do meio campo até mandar uma bomba no travessão. Mesmo que na formação inicial apareça como meia-esquerda, ele não se limita a atuar por ali, se movimentando por todo campo. Na 2ª etapa que os gols resolveram sair. No primeiro deles um lindo cruzamento de Arshavin para a cabeçada de Bendtner e os outros dois, marcados pelos franceses Diaby e Nasri, após as já famosas jogadas de pivô de Van Persie. O holândes está virando referência na posição de atacante garçon. E a beleza do futebol do Arsenal só tende a aumentar. O motivo? Fábregas está voltando.
JOGADA RÁPIDA!
Na Champions League 2004/2005, o Liverpool eliminou o Chelsea após um gol de Luís Garcia que até hoje ninguém sabe se a bola entrou. No mesmo torneio, mas na temporada 2007/2008, o Chelsea eliminou o Liverpool na prorrogação. Em abril, novamente pelo maior torneio entre clubes da Europa, os dois rivais ingleses vão medir forças. Uma vez mais teremos o prazer de ver o duelo Gerrard x Lampard.
Macaé 1 x 1 Americano – Araruama
Friburguense 2 x 1 Cabofriense – Friburgo
Bangu 1 x 3 Fluminense – Engenhão
Tigres 5 x 0 Boavista – Xerém
Resende 0 x 3 Volta Redonda – Resende
Botafogo 4 x 0 Duque de Caxias – Engenhão
Vasco 2 x 0 Flamengo – Maracanã
Olá amigos leitores do FUTEBOLA!
Neste final de semana ocorreu a quarta rodada da Taça Rio. Foi uma rodada privilegiada, já que contou com boas atuações de Fluminese e Botafogo, além de um grande clássico entre Flamengo e Vasco. Maicosuel continua na trilha certa para ser o melhor jogador do torneio, Fred chegou para, literalmente, amendrontar os adversários, o vascaíno Elton segue sua rotina de gols e é a cada dia mais ídolo da torcida... Esses e alguns outros fatos do fim de semana você pode ler logo abaixo.
MANDOU BEM!
- Uma vez mais as alterações de Carlos Alberto Parreira ajudaram o Fluminense a vencer. A entrada de Marquinho no intervalo já havia melhorado a equipe trocolor, porém não a inspirou o suficiente para furar a defesa do Bangu. Foi somente a partir dos 19 minutos do 2º tempo, com a entrada do jovem Maicon, que o Fluminense conseguiu virar o placar. São surpreendentes a movimentação e trabalho de fundo da promessa tricolor. Em ataques consecutivos ele consegue, ora estar na direita, ora na esquerda, e sempre buscando a opção das jogadas de linha de fundo. Desta vez, quem se aproveitou de suas características foi o matador Fred. Após linda assitência de Maicon, Fred marcou o gol da virada de tricolor, mantendo o time com 100% de aproveitamento na Taça Rio. Seria incoerência exigir a titularidade de Maicon neste momento, já que Everton Santos vem fazendo ótimas partidas, porém o Fluminense tem uma arma e tanto no banco de reservas.
- A organização ofensiva do Botafogo está enchendo os olhos. A equipe vem mostrando um leque de jogadas de ataque tão boas, que Maicosuel passa a deixar de ser essencial, mas nem por isso está jogando menos. Se o meia continua batendo um bolão, como mostrou em seu golaço nesta partida contra o Duque de Caxias, após lindo drible da vaca no goleiro, seus parceiros de ataque também estão bem. Reinaldo e Victor Simões levam sempre preocupação para a defesa adversária. Desta vez os dois pênaltis sofridos por Reinaldo e um lindíssimo chute de primeira dado por Victor Simões, que terminou nas mãos do arqueiro, ilustraram como não se pode bobear contra essa dupla de avantes. Porém, o que realmente me faz elogiar a força do Fogão é a participação de todo o restante da equipe nas tramas ofensivas. A assistência para o primeiro gol, de Maicosuel, foi um lindo passe de Thiaguinho. A cobrança de falta que resultou no gol do zagueiro Emerson, foi do volante Batista. A jogada que resultou no primeiro pênalti sofrido por Reinaldo, foi organizada por Alessandro e Fahel. Atualmente, parar o Botafogo não é somente parar Maicosuel e, para ser totalmente justo, só me resta parabenizar o treinador Ney Franco.
- O clássico Vasco x Flamengo foi equilibrado, porém o Vasco foi mais feliz na hora das conclusões. Apesar de toda a equipe vascaína ter se esforçado e contribuído para a vitória, dois jogadores merecem ser destacados. O primeiro deles é o lateral-esquerdo Ramón, que em minha opinião é disparado o melhor de sua posição no torneio. Logo depois da expulsão de Carlos Alberto, o Flamengo teve dois contra-ataques que pegaram a defesa vascaína completamente aberta. Em ambos a equipe rubro-negra não soube finalizar o lance. Em ambos Ramón esteve lá para salvar. Disse aqui mesmo, durante a Taça Guanabara, que Ramón já fazia boas atuações, mas era preciso ver como sairía contra os fortíssimos Alessandro (Botafogo) e Léo Moura(Flamengo). Em ambos os duelos Ramón foi superior e mostrou que técnico, torcida e companheiros podem contar com ele. O outro vascaíno de destaque é o zagueiro Fernando. Nem de longe ele parece aquele beque que fazia constantes lambanças e faltas. O lance do segundo gol vascaíno começou em uma roubada de bola sua, onde ele saiu costurando os adversários rubro-negros com extrema categoria antes de iniciar o contra-ataque. Que os elogios a estes dois se estendam ao Élton, por mais um gol em clássico, ao Rodrigo Pimpão, por puxar dois contra-ataques com extrema eficiência, ao Tiago pela tranquilidade que fornece a sua defesa, ao Dorival Júnior, por ter o time todo na palma da mão...
MANDOU MAL!
- A dupla de volantes do Flamengo deu uma aula de como não proteger a defesa no clássico. Com 15 minutos de jogo Willians já havia feito consecutivas faltas em Carlos Alberto ( três num intervalo menor que 5 minutos ) e recebeu merecido cartão vermelho. Já Aírton dificilmente consegue sair limpo de uma jogada. Está se tornando um mestre naquelas famosas “faltinhas de jogo”. Seria injustiça jogar a culpa somente na dupla de cabeças-de-área, já que os laterais avançam sem pensar duas vezes e a marcação nem de longe começa no campo ofensivo, com a ajuda dos atacantes. Resumindo: tudo estoura em cima dos volantes. Porém, eles estão ali unicamente com o objetivos defensivos e, se não conseguem cumprí-los com eficiência, mesmo sem o apoio dos companheiros, algo deve ser mudado.
- Enquanto Vasco e Botafogo se mostram equipes muito bem armadas taticamente e o Fluminense, após a chegada de Parreira, está encontrando sua melhor formação, o Flamengo continua desarrumado em campo. Do modo que está, acredito que a equipe rubro-negra deveria começar do zero. Nada de ultrapassagens de zagueiros, volantes armadores, laterais meias e etc... O time deveria voltar ao básico. Armar um 4-4-2 tradicional, um centroavante fixo e um pelos lados ( tá na hora de o Maxi ter chances ), dois volantes para proteger, marcar, roubar bolas e se sobrar tempo pensar em cruzar a linha de meio campo. As jogadas treinadas devem ser simples. Avanços alternados dos laterais, jogadas de pivô do centroavante, chutes longos dos meias, entre outras. Quando o time começar a mostrar um certo padrão, poderá pensar em esquemas “modernos”.
- Não vou aqui criticar a atuação do árbitro Luiz Antônio Silva dos Santos durante o clássico. Acredito que ele foi coerente em suas atitudes. Mesmo que alguns digam que ele foi muito rígido na aplicação dos cartões, um total de 17 aplicados sendo 5 vermelhos, ele não usou o artifício do “dois pesos e duas medidas”. Os jogadores de ambos os times que não souberam entender o critério da arbitragem. Aí que entra o problema que vou criticar. O jogador não tem que saber como cada juiz se comporta em campo. Os critérios dos árbitros devem ser os mais homogêneos possíveis, não absurdamente diferentes. Não podemos ter uma arbitragem severa como esta em um jogo e no outro uma complacente, como foi a da partida Vasco x Fluminense na Taça Guanabara, onde o volante vascaíno Amaral cometeu inúmeras faltas no atacante tricolor Leandro Amaral, sem ser retirado de campo. Esse não é um fato novo no Brasil, mas está cada vez mais evidente. Durante o ano de 2008, as arbitragens do gaúcho Leandro Pedro Vuaden chamaram muito a atenção pequeno número de faltas assinaladas por ele.
ENQUANTO ISSO NA ALEMANHA...
Excelente a atuação do Stuttgart na vitória por 2 a 0 contra o líder Hertha Berlim. Para quem gosta de ver um time com organização ofensiva, o Stuttgart é um prato cheio. O time pode não estar brigando pelo título, na verdade até está longe da vaga na Champions League, mas é muito legal assistí-lo jogar. Em minha opinião a peça chave da equipe é a dupla de volantes Hitzspelger / Khedira. O primeiro já é figurinha certa na seleção da Alemanha e o segundo, uma jovem promessa de apenas 21 anos. São, como muitos gostam de chamar, os volantes modernos. Marcam e armam com a mesma qualidade, sendo essenciais para o funcionamento da equipe. Neste duelo contra o Hertha Berlim, ambos jogaram muita bola e o segundo gol da equipe saiu de um cruzamento de Hitzspelger para uma cabeçada de Khedira. A sorte do time de Berlim foi que não era o dia do centroavante do Stuttgart, Mario Gómez. Gómez perdeu alguns gols por falhas de finalização e outros por falta de sorte mesmo. Se estivesse em um dia inspirado, seu time sairía de campo com um placar histórico. O mais chamativo desta atuação do Stuttgart foi a capacidade tática que o time mostrou. No primeiro tempo, com o Hertha completamente recuado, o Stuttgart dominou totalmente o adversário. Já após abrir 2 a 0 no placar, mostrou uma excelente qualidade nos contra-ataques, com destaque para o veloz e ótimo garçom Hilbert, atuando pela ponta-direita. A derrota do Hertha colocou mais fogo ainda na Bundesliga. O time permanece na liderança com 49 pontos, porém Bayern de Munique, Wolfsburg e Hamburg estão colados com 48 pontos. Faltam 9 jogos. Só posso dizer o seguinte: não façam suas apostas.
ENQUANTO ISSO NA INGLATERRA...
Falando em times agradáveis de assirtir, o Arsenal afundou ainda mais o Newcastle na Premier League, após vencê-lo, fora de casa, por 3 a 1. Mesmo estando numa disputa suada para obter uma vaga na Champions League, enquanto deveria estar no topo brigando pela taça, é muito legal ver o Arsenal jogar. Nesta partida foi possível presenciar, em todo o 1º tempo, como o russo Arshavin vai se encaixar no time. As três jogadas de perigo do Arsenal saíram de seus pés, sendo uma delas um arrancada desde antes do meio campo até mandar uma bomba no travessão. Mesmo que na formação inicial apareça como meia-esquerda, ele não se limita a atuar por ali, se movimentando por todo campo. Na 2ª etapa que os gols resolveram sair. No primeiro deles um lindo cruzamento de Arshavin para a cabeçada de Bendtner e os outros dois, marcados pelos franceses Diaby e Nasri, após as já famosas jogadas de pivô de Van Persie. O holândes está virando referência na posição de atacante garçon. E a beleza do futebol do Arsenal só tende a aumentar. O motivo? Fábregas está voltando.
JOGADA RÁPIDA!
Na Champions League 2004/2005, o Liverpool eliminou o Chelsea após um gol de Luís Garcia que até hoje ninguém sabe se a bola entrou. No mesmo torneio, mas na temporada 2007/2008, o Chelsea eliminou o Liverpool na prorrogação. Em abril, novamente pelo maior torneio entre clubes da Europa, os dois rivais ingleses vão medir forças. Uma vez mais teremos o prazer de ver o duelo Gerrard x Lampard.
domingo, 22 de março de 2009
Grandes Clássicos - Vasco x Flamengo 1988
Grandes Clássicos - Vasco x Flamengo 1988
Olá amigos do FUTEBOLA!
Nesta quarta rodada da Taça Rio de 2009, teremos mais um “Clássico dos Milhões”. Nem é preciso falar que é uma das maiores, talvez a maior, rivalidade entre clubes brasileiros. Para este jogo, o Vasco entra completamente empolgado devido as suas recentes vitórias e boas atuações. Situação muito semelhante ocorreu no duelo que valia o título do Campeonato Carioca de 1988. É sobre esse jogão de bola que eu falo, agorinha, com vocês.
No final dos anos 80, o nosso futebol vivia uma fase de transição daquelas. Os jogadores da lendária geração da Copa do Mundo de 1982, que não venceram mas convenceram, haviam se tornado veteranos e líderes de uma nova geração que surgia. E que geração estava nascendo! Em São Paulo tínhamos o Guarani do jovem xerife Ricardo Rocha, do perigosíssimo ponta João Paulo, do ótimo meia Boiadeiro e do atacante Evair, um dos melhores que nosso país já criou. Este jovem timaço do Bugre perderia a final do Campeonato Brasileiro de 1986 para o, também jovial, São Paulo. Conhecida pelo apelido de “Menudos do Morumbi”, em referência a uma badalada banda da época, a equipe tricolor também era recheada de promessas. Quem se deu bem foi o mais que completo centroavante Careca. O trio de moleques (no bom sentido, claro ) que o ajudava a marcar seus gols era composto pelo veloz Sidney, pelo extremamente habilidoso Silas e por Muller, um dos maiores “garçons” de nosso futebol. Como o Careca se deu bem! Se no futebol paulista brotavam futuros craques em grande quantidade, no Rio de Janeiro vivíamos o mesmo processo. E é neste contexto que Flamengo e Vasco fizeram um duelo histórico pelo Campeonato Carioca de 1988.
A disputa do Carioca de 1988 se iniciava com Flamengo e Vasco polarizando a briga pelo posto de favorito a levantar o caneco. O Flamengo chegava para o torneio sustentado pelo título da Copa União de 1987, o Brasileirão daquele ano ( prefiro não entrar, agora, na questão sobre se é o Flamengo ou o Sport o verdadeiro campeão ), e com um verdadeiro timaço. Não se assustem com tanta qualidade, mas observem a nova geração com a qual o Flamengo contava: Jorginho, Aldair, Leonardo, Zinho e Bebeto. Agora verifiquem a escalação da Seleção Brasileira na estréia da Copa do Mundo de 1994, que terminamos levantando a taça. Pois é, o quinteto rubro-negro, todo ele, esteve em campo. As promessas rubro-negras eram o futuro do Brasil. De todos esses garotos, Bebeto já se mostrava único. Sua técnica, velocidade, passe e chute, eram especiais. Junte a estas características, uma estrela que poucos possuem. Na sua curta carreira, já havia marcado gols em final de Carioca ( 1986 contra o Vasco ) e de Brasileiro ( 1987 contra o Internacional ). O pesadelo dos adversário, porém, não era o Flamengo ter Bebeto. Era o Flamengo ter Bebeto e Renato Gaúcho. Renato começava o ano de 1988 sendo, simplesmente, o melhor jogador do futebol nacional. Vencedor do prêmio Bola de Ouro ( dado pela revista Placar ao melhor jogador do Campeonato Brasileiro ) em 1987, Renato estava em um dos seus ápices. Nem sei se é correto falar que um jogador teve vários ápices, mas é a única explicação que encontro para definir Renato Gaúcho. Ele havia conquistado o Campeonato Mundial de Clubes em 1983 pelo Grêmio, era, como citado, o melhor jogador do país no início de 1988 e ainda teria tempo para, ajudado por sua barriga, chegar novamente aos céus em 1995, com a camisa tricolor do Fluminense.
O Flamengo estreou no Campeonato vencendo o Vasco por 1 a 0 com gol de Bebeto em um jogo estranho. Por problemas com iluminação o jogo foi interrompido aos 21 minutos do 2º tempo. Enquanto os profissionais responsáveis tentavam reparar os refletores, o time do Vasco decidiu abandonar o campo, mesmo que o tempo de paralisação ainda estivesse dentro dos limites ditados pelo árbitro. A atitude vascaína se tornou ainda mais grave pois o clube perdeu a Taça Guanabara ( 1º turno ), para o Flamengo, por apenas um pontinho. Mas para uma boa equipe se recuperar, nada melhor que o tempo. E o Vasco era uma boa equipe? Não. Era uma extraordinária equipe. A dourada geração cruzmaltina não devia nem um quilate à rubro-negra. Na lateral-esquerda Mazinho mostrava a categoria que o faria, pouco tempo mais tarde, atuar pelo meio-de-campo. No ano anterior, 1987, ele havia sido considerado o melhor de sua posição durante o Campeonato Brasileiro, fato que se repetiria tanto em 1988 quanto em 1989. No meio campo um verdadeiro gênio organizava o Vasco. Conhecido simplesmente por “Pequeno Príncipe”, Geovani era pequeno apenas no tamanho. Sua habilidade, técnica e classe eram gigantescas. E havia ainda mais um jovem de destaque. Na verdade, estou cometendo uma heresia das grandes ao chamá-lo de “mais um”. Me corrigindo: ainda havia “O Cara”. Ainda havia Romário.
Por motivos de contusão, o Vasco raramente contou com a presença de seu maior ídolo, Roberto Dinamite, durante o ano de 1988. Mesmo já estando com 34 anos, Roberto ainda era importante para o time, como a vice-artilharia obtida na campanha do título Estadual de 1987 provara. Em 1987, apenas um jogador marcou mais gols que ele no Cariocão. Apenas Romário. Hoje em dia é muito fácil elogiar Romário após tudo que ele fez na carreira, assim como também já era fácil elogiá-lo quando estava começando. Com apenas 22 anos, o baixinho iniciava o torneio com mais de 100 gols no caderninho. Não! Não estou contando os gols pelo infantil, juvenil ou juniores. Somente gols como profissional. Desde cedo ele já mostrava sua incomensurável capacidade de decisão.
A perda da Taça Guanabara por um mísero ponto realmente não afetou a equipe vascaína e por este motivo, vale ressaltar, também, a capacidade do treinador vascaíno Sebastião Lazaroni, que soube controlar o ego e as individualidades de alguns jovens craques como Romário e Geovani. A equipe venceu a Taça Rio ( 2º turno ) e o terceiro turno ( que contou ainda com Flamengo, Fluminense e Americano ), chegando assim a decisão contra o Flamengo em vantagem. A decisão seria uma melhor de 4 pontos ( na época cada vitória valia dois pontos para o vencedor e o empate um ponto para cada time ) e a vantagem vascaína era de começar com um ponto.
No primeiro jogo da decisão, Romário deu mais uma amostra de como era decisivo. Com o jogo empatado em 1 a 1, o baixola fez um golaço histórico, após lindo lençol no goleiro flamenguista Zé Carlos, dando a vitória ao Vasco. O momento era de total euforia vascaína e preocupação rubro-negra, pois bastava um empate para o Vasco se sagrar campeão. Mas o Flamengo não iria entregar os pontos facilmente. A batalha seria decidida, uma vez mais, no “Maior do Mundo”.
O dia 22 de junho de 1988 estava fadado a entrar para a história. Antes mesmo da bola rolar, já era possível fazer uma previsão de como seria a partida. Podendo jogar com o regulamento debaixo do braço, o Vasco não iria atacar com o ímpeto que lhe era característico. A responsabilidade de pressionar, atacar e fazer gols era toda do Flamengo. Ou seja, era um jogo daqueles de roer até o último tasquinho de unha. Desde o apito inicial, o que se viu foi o esperado. O Flamengo pressionava de todas as maneiras e o Vasco raramente tentava assustar o adversário nos contra-ataques. O coração dos vascaínos estava a prova. Era Renato Gaúcho chegando com velocidade, bola no travessão, o goleirão Acácio fazendo um milagre, Bebeto levando perigo, chute passando raspando, mais uma defesaça de Acácio, outra bola no travessão... Não dava pra piscar os dois olhos ao mesmo tempo. O Vasco muito recudado deixou o Flamengo crescer, colocando muitas pitadas de pimenta no jogo. Faltando aproximadamente 10 minutos para o final da partida, a torcida do Vasco começou a extravasar o nervosismo. “Dá-lhe, dá-lhe, dá-lhe, Vasco, seremos campeões”. A pressão não havia acabado, mais o torcedor precisava se libertar daquela prisão de nervos. Foi aí que entrou em cena o libertador. Para conter os avanços do lateral-esquerdo rubro-negro Leonardo, Sebastião Lazaroni optou por colocar o lateral reserva Cocada no lugar do ponta Vivinho. Mesmo tendo feito parte do time do Flamengo Campeão Brasileiro de 1983, Cocada era mais conhecido por ser irmão de Muller, aquele mesmo atacante são-paulino já citado anteriormente. Ele nem imaginava que sua vida estava prestes a mudar, que ele estava a minutos da história.
Após a entrada de Cocada, aos 41 minutos do 2º tempo, lances importantes se sucederam com impressionante velocidade. O Flamengo colocava suas últimas forças em campo quando, em um ataque vascaíno, Cocada arrancou com a bola desde antes do meio campo, até alcançar a marcação de Edinho. Com uma ginga de corpo e um drible, o lateral vascaíno puxou a bola para sua perna esquerda e, mesmo com Romário entrando pelo meio da área, resolveu mandar a bomba. Golaço! Golaço histórico! Cocada alucinado tira a camisa e corre em direção ao banco flamenguista, para mostrar ao treinador rubro-negro Carlinhos, que o havia dispensado anos antes do Flamengo, do que ele era capaz. O seu golaço e sua atitude deram início a uma pancadaria digna de filme de Jackie Chan. Chute pra lá, tapa na cara pra cá e, acreditem, voadoras. Torcedores, dirigentes e repórteres invadiram o campo e tudo que se imagina foi falado nos microfones. O volante do Flamengo Andrade dizia que o Vasco não estava acostumado a ganhar títulos, Cocada mandava na lata: “É uma resposta ao Carlinhos!” e Romário chamava Renato Gaúcho de muleque e safado. Quando acabou toda a estupidez dos jogadores, uma atitude coerente: o árbitro mandou pra fora do jogo os flamenguistas Renato Gaúcho e Alcindo e os vascaínos Cocada, Romário e Paulo César ( goleiro reserva ). O jogo reiniciou, mas já nem era necessário. A torcida cruzmaltina aguardava o apito final com o grito de “Bi-campeão! Bi-campeão!”. Fim de jogo. A valorosa geração vascaína coloca mais um título no currículo e Cocada seu nome na história. “Daqui a 20 anos meu nome estará sendo lembrado como o jogador que fez o gol do título.” - disse o herói. Bem Cocada, você se enganou. Vinte anos foi muito pouco tempo pra torcida vascaína esquecer do seu golaço.
Vasco 1 x 0 Flamengo
22 de junho de 1988
Maracanã – Público: 31816 pagantes
Gols: 2º tempo: Cocada ( Vas ) aos 44´
Flamengo: Zé Carlos; Jorginho, Aldair, Edinho e Leonardo; Andrade, Ailton (Julio César) e Alcindo; Renato Gaúcho, Bebeto e Zinho.
Vasco: Acácio; Paulo Roberto, Donato, Fernando e Mazinho; Zé do Carmo, Geovani e Henrique; Vivinho (Cocada), Romário e Bismark.
Olá amigos do FUTEBOLA!
Nesta quarta rodada da Taça Rio de 2009, teremos mais um “Clássico dos Milhões”. Nem é preciso falar que é uma das maiores, talvez a maior, rivalidade entre clubes brasileiros. Para este jogo, o Vasco entra completamente empolgado devido as suas recentes vitórias e boas atuações. Situação muito semelhante ocorreu no duelo que valia o título do Campeonato Carioca de 1988. É sobre esse jogão de bola que eu falo, agorinha, com vocês.
No final dos anos 80, o nosso futebol vivia uma fase de transição daquelas. Os jogadores da lendária geração da Copa do Mundo de 1982, que não venceram mas convenceram, haviam se tornado veteranos e líderes de uma nova geração que surgia. E que geração estava nascendo! Em São Paulo tínhamos o Guarani do jovem xerife Ricardo Rocha, do perigosíssimo ponta João Paulo, do ótimo meia Boiadeiro e do atacante Evair, um dos melhores que nosso país já criou. Este jovem timaço do Bugre perderia a final do Campeonato Brasileiro de 1986 para o, também jovial, São Paulo. Conhecida pelo apelido de “Menudos do Morumbi”, em referência a uma badalada banda da época, a equipe tricolor também era recheada de promessas. Quem se deu bem foi o mais que completo centroavante Careca. O trio de moleques (no bom sentido, claro ) que o ajudava a marcar seus gols era composto pelo veloz Sidney, pelo extremamente habilidoso Silas e por Muller, um dos maiores “garçons” de nosso futebol. Como o Careca se deu bem! Se no futebol paulista brotavam futuros craques em grande quantidade, no Rio de Janeiro vivíamos o mesmo processo. E é neste contexto que Flamengo e Vasco fizeram um duelo histórico pelo Campeonato Carioca de 1988.
A disputa do Carioca de 1988 se iniciava com Flamengo e Vasco polarizando a briga pelo posto de favorito a levantar o caneco. O Flamengo chegava para o torneio sustentado pelo título da Copa União de 1987, o Brasileirão daquele ano ( prefiro não entrar, agora, na questão sobre se é o Flamengo ou o Sport o verdadeiro campeão ), e com um verdadeiro timaço. Não se assustem com tanta qualidade, mas observem a nova geração com a qual o Flamengo contava: Jorginho, Aldair, Leonardo, Zinho e Bebeto. Agora verifiquem a escalação da Seleção Brasileira na estréia da Copa do Mundo de 1994, que terminamos levantando a taça. Pois é, o quinteto rubro-negro, todo ele, esteve em campo. As promessas rubro-negras eram o futuro do Brasil. De todos esses garotos, Bebeto já se mostrava único. Sua técnica, velocidade, passe e chute, eram especiais. Junte a estas características, uma estrela que poucos possuem. Na sua curta carreira, já havia marcado gols em final de Carioca ( 1986 contra o Vasco ) e de Brasileiro ( 1987 contra o Internacional ). O pesadelo dos adversário, porém, não era o Flamengo ter Bebeto. Era o Flamengo ter Bebeto e Renato Gaúcho. Renato começava o ano de 1988 sendo, simplesmente, o melhor jogador do futebol nacional. Vencedor do prêmio Bola de Ouro ( dado pela revista Placar ao melhor jogador do Campeonato Brasileiro ) em 1987, Renato estava em um dos seus ápices. Nem sei se é correto falar que um jogador teve vários ápices, mas é a única explicação que encontro para definir Renato Gaúcho. Ele havia conquistado o Campeonato Mundial de Clubes em 1983 pelo Grêmio, era, como citado, o melhor jogador do país no início de 1988 e ainda teria tempo para, ajudado por sua barriga, chegar novamente aos céus em 1995, com a camisa tricolor do Fluminense.
O Flamengo estreou no Campeonato vencendo o Vasco por 1 a 0 com gol de Bebeto em um jogo estranho. Por problemas com iluminação o jogo foi interrompido aos 21 minutos do 2º tempo. Enquanto os profissionais responsáveis tentavam reparar os refletores, o time do Vasco decidiu abandonar o campo, mesmo que o tempo de paralisação ainda estivesse dentro dos limites ditados pelo árbitro. A atitude vascaína se tornou ainda mais grave pois o clube perdeu a Taça Guanabara ( 1º turno ), para o Flamengo, por apenas um pontinho. Mas para uma boa equipe se recuperar, nada melhor que o tempo. E o Vasco era uma boa equipe? Não. Era uma extraordinária equipe. A dourada geração cruzmaltina não devia nem um quilate à rubro-negra. Na lateral-esquerda Mazinho mostrava a categoria que o faria, pouco tempo mais tarde, atuar pelo meio-de-campo. No ano anterior, 1987, ele havia sido considerado o melhor de sua posição durante o Campeonato Brasileiro, fato que se repetiria tanto em 1988 quanto em 1989. No meio campo um verdadeiro gênio organizava o Vasco. Conhecido simplesmente por “Pequeno Príncipe”, Geovani era pequeno apenas no tamanho. Sua habilidade, técnica e classe eram gigantescas. E havia ainda mais um jovem de destaque. Na verdade, estou cometendo uma heresia das grandes ao chamá-lo de “mais um”. Me corrigindo: ainda havia “O Cara”. Ainda havia Romário.
Por motivos de contusão, o Vasco raramente contou com a presença de seu maior ídolo, Roberto Dinamite, durante o ano de 1988. Mesmo já estando com 34 anos, Roberto ainda era importante para o time, como a vice-artilharia obtida na campanha do título Estadual de 1987 provara. Em 1987, apenas um jogador marcou mais gols que ele no Cariocão. Apenas Romário. Hoje em dia é muito fácil elogiar Romário após tudo que ele fez na carreira, assim como também já era fácil elogiá-lo quando estava começando. Com apenas 22 anos, o baixinho iniciava o torneio com mais de 100 gols no caderninho. Não! Não estou contando os gols pelo infantil, juvenil ou juniores. Somente gols como profissional. Desde cedo ele já mostrava sua incomensurável capacidade de decisão.
A perda da Taça Guanabara por um mísero ponto realmente não afetou a equipe vascaína e por este motivo, vale ressaltar, também, a capacidade do treinador vascaíno Sebastião Lazaroni, que soube controlar o ego e as individualidades de alguns jovens craques como Romário e Geovani. A equipe venceu a Taça Rio ( 2º turno ) e o terceiro turno ( que contou ainda com Flamengo, Fluminense e Americano ), chegando assim a decisão contra o Flamengo em vantagem. A decisão seria uma melhor de 4 pontos ( na época cada vitória valia dois pontos para o vencedor e o empate um ponto para cada time ) e a vantagem vascaína era de começar com um ponto.
No primeiro jogo da decisão, Romário deu mais uma amostra de como era decisivo. Com o jogo empatado em 1 a 1, o baixola fez um golaço histórico, após lindo lençol no goleiro flamenguista Zé Carlos, dando a vitória ao Vasco. O momento era de total euforia vascaína e preocupação rubro-negra, pois bastava um empate para o Vasco se sagrar campeão. Mas o Flamengo não iria entregar os pontos facilmente. A batalha seria decidida, uma vez mais, no “Maior do Mundo”.
O dia 22 de junho de 1988 estava fadado a entrar para a história. Antes mesmo da bola rolar, já era possível fazer uma previsão de como seria a partida. Podendo jogar com o regulamento debaixo do braço, o Vasco não iria atacar com o ímpeto que lhe era característico. A responsabilidade de pressionar, atacar e fazer gols era toda do Flamengo. Ou seja, era um jogo daqueles de roer até o último tasquinho de unha. Desde o apito inicial, o que se viu foi o esperado. O Flamengo pressionava de todas as maneiras e o Vasco raramente tentava assustar o adversário nos contra-ataques. O coração dos vascaínos estava a prova. Era Renato Gaúcho chegando com velocidade, bola no travessão, o goleirão Acácio fazendo um milagre, Bebeto levando perigo, chute passando raspando, mais uma defesaça de Acácio, outra bola no travessão... Não dava pra piscar os dois olhos ao mesmo tempo. O Vasco muito recudado deixou o Flamengo crescer, colocando muitas pitadas de pimenta no jogo. Faltando aproximadamente 10 minutos para o final da partida, a torcida do Vasco começou a extravasar o nervosismo. “Dá-lhe, dá-lhe, dá-lhe, Vasco, seremos campeões”. A pressão não havia acabado, mais o torcedor precisava se libertar daquela prisão de nervos. Foi aí que entrou em cena o libertador. Para conter os avanços do lateral-esquerdo rubro-negro Leonardo, Sebastião Lazaroni optou por colocar o lateral reserva Cocada no lugar do ponta Vivinho. Mesmo tendo feito parte do time do Flamengo Campeão Brasileiro de 1983, Cocada era mais conhecido por ser irmão de Muller, aquele mesmo atacante são-paulino já citado anteriormente. Ele nem imaginava que sua vida estava prestes a mudar, que ele estava a minutos da história.
Após a entrada de Cocada, aos 41 minutos do 2º tempo, lances importantes se sucederam com impressionante velocidade. O Flamengo colocava suas últimas forças em campo quando, em um ataque vascaíno, Cocada arrancou com a bola desde antes do meio campo, até alcançar a marcação de Edinho. Com uma ginga de corpo e um drible, o lateral vascaíno puxou a bola para sua perna esquerda e, mesmo com Romário entrando pelo meio da área, resolveu mandar a bomba. Golaço! Golaço histórico! Cocada alucinado tira a camisa e corre em direção ao banco flamenguista, para mostrar ao treinador rubro-negro Carlinhos, que o havia dispensado anos antes do Flamengo, do que ele era capaz. O seu golaço e sua atitude deram início a uma pancadaria digna de filme de Jackie Chan. Chute pra lá, tapa na cara pra cá e, acreditem, voadoras. Torcedores, dirigentes e repórteres invadiram o campo e tudo que se imagina foi falado nos microfones. O volante do Flamengo Andrade dizia que o Vasco não estava acostumado a ganhar títulos, Cocada mandava na lata: “É uma resposta ao Carlinhos!” e Romário chamava Renato Gaúcho de muleque e safado. Quando acabou toda a estupidez dos jogadores, uma atitude coerente: o árbitro mandou pra fora do jogo os flamenguistas Renato Gaúcho e Alcindo e os vascaínos Cocada, Romário e Paulo César ( goleiro reserva ). O jogo reiniciou, mas já nem era necessário. A torcida cruzmaltina aguardava o apito final com o grito de “Bi-campeão! Bi-campeão!”. Fim de jogo. A valorosa geração vascaína coloca mais um título no currículo e Cocada seu nome na história. “Daqui a 20 anos meu nome estará sendo lembrado como o jogador que fez o gol do título.” - disse o herói. Bem Cocada, você se enganou. Vinte anos foi muito pouco tempo pra torcida vascaína esquecer do seu golaço.
Vasco 1 x 0 Flamengo
22 de junho de 1988
Maracanã – Público: 31816 pagantes
Gols: 2º tempo: Cocada ( Vas ) aos 44´
Flamengo: Zé Carlos; Jorginho, Aldair, Edinho e Leonardo; Andrade, Ailton (Julio César) e Alcindo; Renato Gaúcho, Bebeto e Zinho.
Vasco: Acácio; Paulo Roberto, Donato, Fernando e Mazinho; Zé do Carmo, Geovani e Henrique; Vivinho (Cocada), Romário e Bismark.
sábado, 21 de março de 2009
FIGURINHA CARIMBADA - BOBÔ
Nome: Raimundo Nonato Tavares da Silva
Data de nascimento: 26 de novembro de 1962
Posição: meia-direita
Clubes:
Catuense (1982 a 1984 e 1995)
Bahia (1985 a 1989, 1994 e 1995 a 1997)
São Paulo (1989/1990)
Flamengo (1990/1991)
Fluminense (1991/1992)
Corinthians (1993)
Internacional (1993)
Seleção Brasileira – 3 jogos e nenhum gol marcado*
Títulos:
Campeonato Baiano – 1986, 1987 e 1988 – Bahia
Campeonato Brasileiro – 1988 – Bahia
Campeonato Paulista – 1989 – São Paulo
Copa do Brasil – 1990 – Flamengo
Destaques:
- Seu início pela Catuense da Bahia foi brilhante. Em 1984 ele foi o principal destaque na campanha em que a equipe conquistou o terceiro lugar, a melhor colocação já alcançada na história do clube. Mesmo sendo um meia ele marcou 13 gols no torneio, se sagrando vice-artilheiro e despertando o interesse do Bahia.
- Bobô é considerado um dos maiores jogadores da história do futebol nordestino. Foi como comandante do Bahia, na campanha que o time conquistou o Campeonato Brasileiro de 1988, que Bobô apareceu para todo o Brasil. Sua atuação contra o Internacional, na primeira partida da final em uma Fonte Nova com mais de 90 mil torcedores, é lendária. Após o colorado abrir o marcador e deixar toda a torcida tricolor com a pulga atrás da orelha, Bobô apareceu para virar o jogo. Marcou dois gols, garantiu a vitória por 2 a 1 e, com o empate no jogo de volta, sagrou-se Campeão Nacional.
- Em 1989 o São Paulo fez excelente campanha no Campeonato Brasileiro chegando até a decisão. Mesmo com a derrota na final para o Vasco, dois armadores tricolores receberam o prêmio Bola de Prata ( dado pela revista Placar ao melhor de cada posiçao do torneio ). Quem eram eles? O promissor Raí e Bobô. Foi em sua passagem pelo São Paulo que Bobô fez sua estréia pela Seleção Brasileira.
* Mini-Enciclopédia do Futebol Brasileiro – Lance!
segunda-feira, 16 de março de 2009
TERCEIRA RODADA DA TAÇA RIO 2009
Flamengo 1 x 1 Tigres – Maracanã
Duque de Caxias 0 x 1 Friburguense – Duque de Caxias
Volta Redonda 0 x 1 Madureira – Volta Redonda
Boavista 0 x 1 Vasco – Saquarema
Fluminense 3 x 1 Macaé – Maracanã
Mesquita 0 x 1 Resende – Mesquita
Cabofriense 0 x 4 Botafogo – Cabo Frio
Americano 1 x 3 Bangu - Campos
Olá amigos do FUTEBOLA!
Neste fim de semana ocorreu a 3a rodada da Taça Rio, que presenciou um fato que o futuro dirá se foi ou não histórico, mas tem tudo para ser. Fred estreou encantando toda a torcida do Fluminense e, somado a volta de Thiago Neves e chegada de Parreira, o tricolor tem tudo para começar a sorrir. Já o Flamengo... O clube, desde jogadores até comissão técnica, de torcedores até dirigentes, está em total desânimo. Vasco e Botafogo venceram seus jogos. O Glorioso parece estar realmente focado em conquistar a vaga nas semi-finais da Taça Rio. Se isso ocorrer, a tranquilidade por já estar garantido na final pode ajudar, e muito, o Fogão. Já o Vasco continua firme, forte e 100%. Ora com vitórias fáceis, ora com vitórias mais complicadas, já são 10 jogos sem perder. Tecerei agora comentários sobre os jogos da dupla Fla-Flu, pois foram os que assisti na íntegra.
MANDOU BEM!
- Esta partida entre Fluminense e Macaé foi uma daquelas que exemplificam a importância de um treinador competente. O jogo não começou da melhor maneira para o tricolor. Após realizar inúmeros cruzamentos para a área do Macaé sem obter sucesso, na primeira bola alçada para a sua área , o meia do Macaé Wallacer meteu a cabeça nela e guardou-a no fundo das redes. A partir deste momento, o jogo se transformou num daqueles clássicos ataque x defesa. Mariano avançava muito pela direita, Thiago Neves tentava chutes e mais chutes de fora da área, Everton Santos se movimentava e Fred era um autêntico pivô de futsal, ajeitando, ora com o pé, ora com a cabeça, ótimas bolas para seus companheiros. No intervalo veio a entrada de Leandro Bonfim no lugar de Romeu, pois seus dotes defensivos já não seriam mais necessários em campo. O time melhorou e continuou com a pressão, contando agora com o nervosismo do adversário que cometia infrações em sequência. Em duas faltas tolas, mas que mereciam sim o cartão amarelo, o volante André Gomes do Macaé foi expulso. Aí que entrou a capacidade de Carlos Alberto Parreira. A troca dos laterais Mariano e Leandro, por Maicon e Marquinho, que atuariam como os saudosos pontas, foi o início da virada. Se com uma semana de trabalho Parreira já realiza alterações importantíssimas para a vitória, imaginem quando ele conhecer todo o elenco.
- Simplesmente monumental a estréia de Fred pelo Fluminense. Na manhã de domingo, o jornal Lance! estampava em sua capa o pai do centroavante afirmando: “Ele disse que vai arebentar. Ele fará dois gols.”. Como citado acima, antes de ele começar a resolver o jogo, ele fez excelente papel de pivô. Os três principais lances do tricolor antes de empatar o jogo, saíram de jogadas que ele preparou para os companheiros e todas as três terminaram com Thiago Neves finalizando. Este fato mostra como esta sua qualidade vai ser importantíssima para seus companheiros. Mas convenhamos: o negócio do cara é gol. Quando após as alterações de Parreira as bolas começaram a chegar no ponto para Fred finalizar, tudo pareceu mais simples para o tricolor. O primeiro gol de cabeça, foi aquele típico “estava no lugar certo e na hora certa”. Coisa de matador. O segundo gol dele, terceiro do Flu, foi pra mostrar sua classe. A matada no peito e o chute “sacudindo o véu da noiva” em sequência devem ter deixado Keirrison e Nilmar pensando: “Depois de Ronaldo, agora vem mais esse brigar com a gente”. E isso aí Fred! Arrebentou e fez dois gols. Promessa feita é promessa cumprida.
- Que o jogo vai ficar guardado como “A Estréia de Fred” é fato, mas seus companheiros também estão de parabéns. Compondo a força ofensiva tricolor, junto com Fred, estavam Conca, Thiago Neves e Everton Santos. Todos estiveram muito bem e fico muito feliz de ver Conca voltar a mostrar seu futebol. Os dois primeiros gols do Flu partiram de jogadas suas e aquela famosa raça do argentino esteve novamente em campo. Algumas vezes ele deve pensar não ser tão importante para o time, o que é um tremendo engano. Ninguém no Fluminense é mais importante que ele. Alguns podem ser iguais, mas mais importantes não. Everton apresentou, uma vez mais, seu futebol de muita movimentação e participação. Não deve ser nada agradável para um defensor marcá-lo. Já Thiago Neves merece os aplausos por não desistir. Mesmo com seu pé não estando calibrado, o que fico evidente após inúmeros chutes e cobranças de faltas sem levar perigo ao adversário, ele não parou de tentar. Foi recompensado com um belo gol. O treinador Parreira caiu em total desgosto da torcida brasileira por causa da Copa de 2006, com o famoso “Quadrado Mágico”. Agora ele tem em mãos um outro quadrado, que poderá se tornar mágico. Que poderá mostrar para todos o bom treinador que ele é, mesmo eu acreditando que ele não precisa provar mais nada.
MANDOU MAL!
- A situação do goleiro flamenguista Bruno não é das melhores. Se fora de campo ele vem queimando seu filme, dentro de campo ele devia fazer de tudo pra mostrar sua importância. No empate contra o Tigres, todo o Flamengo esteve péssimo em campo e o goleiro não foi o único culpado pelo resulto, mas Bruno não pode levar um frango daquele tamanho. Quer dizer que goleiro não pode errar? Claro que pode, mas por displicência não. Bruno foi agarrar o chute com uma vontade digna de quem está passeando pelo bosque. Vou aproveitar o espaço para comentar a troca de farpas entre o goleiro e o auxiliar técnico Andrade. O goleiro Bruno não tem o mínimo direito de questionar a figura de Andrade no Flamengo, porém o auxiliar não pode, sustentado em seu passado de glórias, destratar um outro profissional. Os dois estão errados, assim como Ibson que abandonou o treino segundos antes da discussão, mas acredito que vende mais falar que Bruno ofendeu Andrade do que o contrário, por isso sobrou pro goleiro.
- Como citei anteriormente, não foi culpa só do Bruno o ruim empate contra o Tigres. Comparando com as elogiadas substituições realizadas por Parreira na vitória do Fluminense, por qual motivo Cuca deixou Willians e Aírton, os dois, em campo durante todo o jogo contra um Tigres que só se defendia? Não poderia o treinador rubro-negro ser um pouco mais ousado? Por que Kléberson é tão pouco participativo nos jogos? Não está na hora de utilizar Zé Roberto recuado e o Maxi na frente, como uma opção de aumentar o poder ofensivo, com maior constância? Até quando Obina vai ficar sem marcar um gol? Como será o futuro se Ibson e Léo Moura forem mesmo embora? E a cada rodada eu me pergunto mais: Será que alguém na diretoria foi contra a saída de Diego Tardelli para o Atlético Mineiro?
ENQUANTO ISSO NA ALEMANHA…
- Na abertura da 24a rodada da Bundesliga, Wolfsburg e Schalke 04 fizeram um jogo cheio de gols. O surpreendente Wolfsburg, invicto como mandante com 11 vitórias em 12 jogos, contou com excelente atuação do brasileiro Grafite para vencer por 4 a 3, jogando em casa. O time jogou de uma maneira não muito, digamos, acadêmica, mas obteve sucesso devido ao trio Misimovic, Dzeco e Grafite. As jogadas de ataque da equipe são desenvolvidas apenas no ataque. O que quero dizer com isso? As tramas não são desenvolvidas desde o meio de campo ou pelas laterais. A tática é bola pro trio que ele resolve. O centroavante bósnio Dzeco, que dizem já interessar ao Arsenal, possui boa presença nas bolas altas e seu compatriota Misimovic mostrou excelente qualidade para dar o famoso último passe. O nome do jogo, contudo, foi Grafite. Com três gols e uma linda assintência, após dar um drible por baixo das pernas do zagueiro, o brasileiro mostrou faro de gol e muita movimentação. Ainda não estou gritando “Amarelinha nele!”, mas quem faz 17 gols em 15 jogos, no forte futebol alemão, merece uma atenção especial.
- O Hertha Berlim continua firme e forte na sua saga rumo ao título. Contando, e muito, com a ajuda de 3 brasileiros, o time bateu o cada vez mais decadente Bayer Leverkusen por 1 a 0 no belíssimo e lotado Estádio Olímpico de Berlim. Se Cícero e Raffael foram de muita utilidade no meio de campo, o melhor brazuca em campo foi o desconhecido Rodnei. Atuando na lateral-esquerda mostrou, não pela primeira vez, boa capacidade defensiva e sabe muito bem, como se diz na gíria do futebol, “subir só na boa”. E destaque do jogo foi, uma vez mais, o ucraniano Voronin. Existem jogadores que dão gosto de assistir jogar, e Voronin está se tornando um deles. Ele vem mostrando uma excepcional qualidade para jogar como único atacante. Tudo bem que ele conta com a ajuda dos meias que vem de trás, principalmente o Raffael e o Nicu, mas sua capacidade de, sozinho, segurar a bola no campo ofensivo e criar jogadas perigosas estão enchendo os olhos. Para Voronin eu nem preciso gritar “Amarelinha nele!”, pois é impossível imaginar a Seleção Ucraniana, que também veste amarelo, sem sua presença.
ENQUANTO ISSO NA INGLATERRA...
- O atacante do Manchester United Wayne Rooney deu a seguinte declaração dias antes do jogo contra o Liverpool: “Eu era torcedor do Everton e cresci odiando o Liverpool. Este sentimento não mudou.”. Pois é! Quem fala o que quer, leva os gols que não quer. Em pleno Old Trafford o Manchester foi massacrado, humilhado, destruído, estraçalhado... Na mesma semana em que goleou o Real Madrid por 4 a 0, o Liverpool venceu seu rival nacional por 4 a 1. Que semana! Fernando Torres realmente está impossível. Praticamente todas as bolas que chegam em seus pés resultam em boas jogadas. Gerrard em uma nova posição, quase como um atacante, mostra que em qualquer lugar que o colocarem ele atuará bem. Lucas e Fábio Aurélio também estiveram ótimos em campo, principalmente no setor defensivo. Reparem no fato que ilustra a atuação de Fábio: No 1º tempo Cristiano Ronaldo só caía pelo lado do lateral brasileiro. Após ver que por ali o angu tinha caroço, na segunda etapa ele trocou de lado e foi cair lá pela ponta direita. Para coroar sua atuação Fábio Aurélio ainda marcou um golaço de falta, o terceiro do Manchester. Agora sim estou gritando: “Amarelinha nele!”
Duque de Caxias 0 x 1 Friburguense – Duque de Caxias
Volta Redonda 0 x 1 Madureira – Volta Redonda
Boavista 0 x 1 Vasco – Saquarema
Fluminense 3 x 1 Macaé – Maracanã
Mesquita 0 x 1 Resende – Mesquita
Cabofriense 0 x 4 Botafogo – Cabo Frio
Americano 1 x 3 Bangu - Campos
Olá amigos do FUTEBOLA!
Neste fim de semana ocorreu a 3a rodada da Taça Rio, que presenciou um fato que o futuro dirá se foi ou não histórico, mas tem tudo para ser. Fred estreou encantando toda a torcida do Fluminense e, somado a volta de Thiago Neves e chegada de Parreira, o tricolor tem tudo para começar a sorrir. Já o Flamengo... O clube, desde jogadores até comissão técnica, de torcedores até dirigentes, está em total desânimo. Vasco e Botafogo venceram seus jogos. O Glorioso parece estar realmente focado em conquistar a vaga nas semi-finais da Taça Rio. Se isso ocorrer, a tranquilidade por já estar garantido na final pode ajudar, e muito, o Fogão. Já o Vasco continua firme, forte e 100%. Ora com vitórias fáceis, ora com vitórias mais complicadas, já são 10 jogos sem perder. Tecerei agora comentários sobre os jogos da dupla Fla-Flu, pois foram os que assisti na íntegra.
MANDOU BEM!
- Esta partida entre Fluminense e Macaé foi uma daquelas que exemplificam a importância de um treinador competente. O jogo não começou da melhor maneira para o tricolor. Após realizar inúmeros cruzamentos para a área do Macaé sem obter sucesso, na primeira bola alçada para a sua área , o meia do Macaé Wallacer meteu a cabeça nela e guardou-a no fundo das redes. A partir deste momento, o jogo se transformou num daqueles clássicos ataque x defesa. Mariano avançava muito pela direita, Thiago Neves tentava chutes e mais chutes de fora da área, Everton Santos se movimentava e Fred era um autêntico pivô de futsal, ajeitando, ora com o pé, ora com a cabeça, ótimas bolas para seus companheiros. No intervalo veio a entrada de Leandro Bonfim no lugar de Romeu, pois seus dotes defensivos já não seriam mais necessários em campo. O time melhorou e continuou com a pressão, contando agora com o nervosismo do adversário que cometia infrações em sequência. Em duas faltas tolas, mas que mereciam sim o cartão amarelo, o volante André Gomes do Macaé foi expulso. Aí que entrou a capacidade de Carlos Alberto Parreira. A troca dos laterais Mariano e Leandro, por Maicon e Marquinho, que atuariam como os saudosos pontas, foi o início da virada. Se com uma semana de trabalho Parreira já realiza alterações importantíssimas para a vitória, imaginem quando ele conhecer todo o elenco.
- Simplesmente monumental a estréia de Fred pelo Fluminense. Na manhã de domingo, o jornal Lance! estampava em sua capa o pai do centroavante afirmando: “Ele disse que vai arebentar. Ele fará dois gols.”. Como citado acima, antes de ele começar a resolver o jogo, ele fez excelente papel de pivô. Os três principais lances do tricolor antes de empatar o jogo, saíram de jogadas que ele preparou para os companheiros e todas as três terminaram com Thiago Neves finalizando. Este fato mostra como esta sua qualidade vai ser importantíssima para seus companheiros. Mas convenhamos: o negócio do cara é gol. Quando após as alterações de Parreira as bolas começaram a chegar no ponto para Fred finalizar, tudo pareceu mais simples para o tricolor. O primeiro gol de cabeça, foi aquele típico “estava no lugar certo e na hora certa”. Coisa de matador. O segundo gol dele, terceiro do Flu, foi pra mostrar sua classe. A matada no peito e o chute “sacudindo o véu da noiva” em sequência devem ter deixado Keirrison e Nilmar pensando: “Depois de Ronaldo, agora vem mais esse brigar com a gente”. E isso aí Fred! Arrebentou e fez dois gols. Promessa feita é promessa cumprida.
- Que o jogo vai ficar guardado como “A Estréia de Fred” é fato, mas seus companheiros também estão de parabéns. Compondo a força ofensiva tricolor, junto com Fred, estavam Conca, Thiago Neves e Everton Santos. Todos estiveram muito bem e fico muito feliz de ver Conca voltar a mostrar seu futebol. Os dois primeiros gols do Flu partiram de jogadas suas e aquela famosa raça do argentino esteve novamente em campo. Algumas vezes ele deve pensar não ser tão importante para o time, o que é um tremendo engano. Ninguém no Fluminense é mais importante que ele. Alguns podem ser iguais, mas mais importantes não. Everton apresentou, uma vez mais, seu futebol de muita movimentação e participação. Não deve ser nada agradável para um defensor marcá-lo. Já Thiago Neves merece os aplausos por não desistir. Mesmo com seu pé não estando calibrado, o que fico evidente após inúmeros chutes e cobranças de faltas sem levar perigo ao adversário, ele não parou de tentar. Foi recompensado com um belo gol. O treinador Parreira caiu em total desgosto da torcida brasileira por causa da Copa de 2006, com o famoso “Quadrado Mágico”. Agora ele tem em mãos um outro quadrado, que poderá se tornar mágico. Que poderá mostrar para todos o bom treinador que ele é, mesmo eu acreditando que ele não precisa provar mais nada.
MANDOU MAL!
- A situação do goleiro flamenguista Bruno não é das melhores. Se fora de campo ele vem queimando seu filme, dentro de campo ele devia fazer de tudo pra mostrar sua importância. No empate contra o Tigres, todo o Flamengo esteve péssimo em campo e o goleiro não foi o único culpado pelo resulto, mas Bruno não pode levar um frango daquele tamanho. Quer dizer que goleiro não pode errar? Claro que pode, mas por displicência não. Bruno foi agarrar o chute com uma vontade digna de quem está passeando pelo bosque. Vou aproveitar o espaço para comentar a troca de farpas entre o goleiro e o auxiliar técnico Andrade. O goleiro Bruno não tem o mínimo direito de questionar a figura de Andrade no Flamengo, porém o auxiliar não pode, sustentado em seu passado de glórias, destratar um outro profissional. Os dois estão errados, assim como Ibson que abandonou o treino segundos antes da discussão, mas acredito que vende mais falar que Bruno ofendeu Andrade do que o contrário, por isso sobrou pro goleiro.
- Como citei anteriormente, não foi culpa só do Bruno o ruim empate contra o Tigres. Comparando com as elogiadas substituições realizadas por Parreira na vitória do Fluminense, por qual motivo Cuca deixou Willians e Aírton, os dois, em campo durante todo o jogo contra um Tigres que só se defendia? Não poderia o treinador rubro-negro ser um pouco mais ousado? Por que Kléberson é tão pouco participativo nos jogos? Não está na hora de utilizar Zé Roberto recuado e o Maxi na frente, como uma opção de aumentar o poder ofensivo, com maior constância? Até quando Obina vai ficar sem marcar um gol? Como será o futuro se Ibson e Léo Moura forem mesmo embora? E a cada rodada eu me pergunto mais: Será que alguém na diretoria foi contra a saída de Diego Tardelli para o Atlético Mineiro?
ENQUANTO ISSO NA ALEMANHA…
- Na abertura da 24a rodada da Bundesliga, Wolfsburg e Schalke 04 fizeram um jogo cheio de gols. O surpreendente Wolfsburg, invicto como mandante com 11 vitórias em 12 jogos, contou com excelente atuação do brasileiro Grafite para vencer por 4 a 3, jogando em casa. O time jogou de uma maneira não muito, digamos, acadêmica, mas obteve sucesso devido ao trio Misimovic, Dzeco e Grafite. As jogadas de ataque da equipe são desenvolvidas apenas no ataque. O que quero dizer com isso? As tramas não são desenvolvidas desde o meio de campo ou pelas laterais. A tática é bola pro trio que ele resolve. O centroavante bósnio Dzeco, que dizem já interessar ao Arsenal, possui boa presença nas bolas altas e seu compatriota Misimovic mostrou excelente qualidade para dar o famoso último passe. O nome do jogo, contudo, foi Grafite. Com três gols e uma linda assintência, após dar um drible por baixo das pernas do zagueiro, o brasileiro mostrou faro de gol e muita movimentação. Ainda não estou gritando “Amarelinha nele!”, mas quem faz 17 gols em 15 jogos, no forte futebol alemão, merece uma atenção especial.
- O Hertha Berlim continua firme e forte na sua saga rumo ao título. Contando, e muito, com a ajuda de 3 brasileiros, o time bateu o cada vez mais decadente Bayer Leverkusen por 1 a 0 no belíssimo e lotado Estádio Olímpico de Berlim. Se Cícero e Raffael foram de muita utilidade no meio de campo, o melhor brazuca em campo foi o desconhecido Rodnei. Atuando na lateral-esquerda mostrou, não pela primeira vez, boa capacidade defensiva e sabe muito bem, como se diz na gíria do futebol, “subir só na boa”. E destaque do jogo foi, uma vez mais, o ucraniano Voronin. Existem jogadores que dão gosto de assistir jogar, e Voronin está se tornando um deles. Ele vem mostrando uma excepcional qualidade para jogar como único atacante. Tudo bem que ele conta com a ajuda dos meias que vem de trás, principalmente o Raffael e o Nicu, mas sua capacidade de, sozinho, segurar a bola no campo ofensivo e criar jogadas perigosas estão enchendo os olhos. Para Voronin eu nem preciso gritar “Amarelinha nele!”, pois é impossível imaginar a Seleção Ucraniana, que também veste amarelo, sem sua presença.
ENQUANTO ISSO NA INGLATERRA...
- O atacante do Manchester United Wayne Rooney deu a seguinte declaração dias antes do jogo contra o Liverpool: “Eu era torcedor do Everton e cresci odiando o Liverpool. Este sentimento não mudou.”. Pois é! Quem fala o que quer, leva os gols que não quer. Em pleno Old Trafford o Manchester foi massacrado, humilhado, destruído, estraçalhado... Na mesma semana em que goleou o Real Madrid por 4 a 0, o Liverpool venceu seu rival nacional por 4 a 1. Que semana! Fernando Torres realmente está impossível. Praticamente todas as bolas que chegam em seus pés resultam em boas jogadas. Gerrard em uma nova posição, quase como um atacante, mostra que em qualquer lugar que o colocarem ele atuará bem. Lucas e Fábio Aurélio também estiveram ótimos em campo, principalmente no setor defensivo. Reparem no fato que ilustra a atuação de Fábio: No 1º tempo Cristiano Ronaldo só caía pelo lado do lateral brasileiro. Após ver que por ali o angu tinha caroço, na segunda etapa ele trocou de lado e foi cair lá pela ponta direita. Para coroar sua atuação Fábio Aurélio ainda marcou um golaço de falta, o terceiro do Manchester. Agora sim estou gritando: “Amarelinha nele!”
sábado, 14 de março de 2009
FIGURINHA CARIMBADA - JULINHO BOTELHO
Nome: Júlio Botelho
Data de nascimento: 29 de julho de 1929
Faleceu em 10 de janeiro de 2003
Posição: ponta-direita
Clubes:
Portuguesa (1951 a 1955)
Fiorentina-ITA (1955 a 1958)
Palmeiras (1958 a 1967)
Seleção Brasileira – 27 jogos e 13 gols – 1 Copa do Mundo (1954)*
Títulos:
Torneio Rio - São Paulo – 1952 e 1955 – Portuguesa
Campeonato Italiano – 1956 – Fiorentina
Campeonato Paulista – 1959, 1963 e 1966 – Palmeiras
Taça Brasil – 1960 e 1967 – Palmeiras
Torneio Rio - São Paulo – 1965 – Palmeiras
Torneio Roberto Gomes Pedrosa – 1967 – Palmeiras
Destaques:
- Seu início de carreira foi na Portuguesa e, logo de cara, participou do que foi, talvez, o maior time da história da Lusa. A equipe rubro-verde que foi campeã do Torneio Rio – São Paulo de 1952 contava com o zagueiro Nena, octa-campeão gaúcho pelo Internacional, o lateral Djalma Santos, para muitos o melhor que nosso país já possuiu, o genial armador Brandãozinho, o atacante Pinga, que se tornaria o maior artilheiro da história do clube com 284 gols e, claro, Julinho. Que timaço!
- Julinho fez excelentes atuações na Copa do Mundo de 1954 e despertou a atenção da Fiorentina. Contratado pelo time viola, teve a honra de ser um dos pilares na conquista do Campeonato Italiano de 1956, o primeiro vencido pelo clube. Por suas apresentações na Fiorentina seria convocado para a Copa do Mundo de 1958, mas surpreendentemente se negou a ir para o torneio pois achava uma injustiça tirar a vaga de quem atuava no Brasil. Sabem quem foi convocado em seu lugar? Ninguém menos que Garrincha.
- Um caso extremamente curioso ocorreu em 1959. Após a conquista da Copa do Mundo de 1958 Garrincha havia se tornado um dos grandes ídolos do país. Em um amistoso contra a Inglaterra no Maracanã, Julinho recebeu a camisa 7 colocando Garrincha no banco. Quem esteve no estádio, naquele dia, afirma que quando esta decisão do técnico Feola foi anunciada pelos alto-falantes, a maior vaia da história do futebol foi presenciada. Os mais de 150 mil torcedores queriam ver Garrincha. Julinho não se abateu nem um pouco. Ele sabia do seu potencial. E que potencial! Julinho deu um show de bola, com direito a gol, e aos poucos transformou cada vaia em aplauso. Sua atuação ficou marcada como uma das maiores do Maracanã.
- Atuando pelo Palmeiras conquistou um dos títulos mais lendários da história do clube: o Supercampeonato Paulista de 1959. Após o término dos dois turnos do torneio, Palmeiras e Santos estavam empatados e decidiriam quem ficaria com a taça em uma melhor de três. Os dois primeiros jogos terminaram empatados, mostrando o equilíbrio entre o Palmeiras de Julinho e o Santos de Pelé. Na terceira partida, após um jogão de bola, o alvi-verde se sagrou Campeão Paulista, ou melhor, Supercampeão Paulista, após vencer por 2 a 1. Julinho marcou um dos gols da conquista.
* Mini-Enciclopédia do Futebol Brasileiro – Lance!
sexta-feira, 13 de março de 2009
SEGUNDA RODADA DA TAÇA RIO 2009
Macaé 1 x 2 Madureira - Araruama
Fluminense 2 x 1 Volta Redonda - Maracanã
Friburguense 2 x 1 Tigres - Friburgo
Duque de Caxias 2 x 4 Flamengo - Volta Redonda
Bangu 1 x 1 Resende - Moça Bonita
Botafogo 1 x 4 Vasco - Maracanã
Americano 5 x 1 Mesquita - Campos
Cabofriese 0 x 2 Boavista - Cabo Frio
Olá amigos leitores do FUTEBOLA!
Neste meado de semana ocorreu a segunda rodada da Taça Rio que contou com o privilégio de ter um clássico. Vasco e Botafogo duelaram no Maracanã em um jogão de bola, muito mais pela contribuição cruzmaltina. A dupla Fla-Flu também garantiu os três pontos e os 100% de aproveitamento. Não consegui assistir a estréia de Carlos Alberto Parreira no banco tricolor, por isto deixarei meus comentários sobre as goleadas de Vasco e Flamengo.
MANDOU BEM!
- A atuação de Carlos Alberto no clássico merece ser analisada isoladamente. Apesar do comportamento rebelde, sempre fui fã do jogador. Qualidade técnica ele sempre mostrou e, quando sua cabeça e preparo físico estão em dia, não deve nada a nenhum jogador que atue em nosso país. Contra o Botafogo ele esteve impossível. Com menos de 30 segundos já corria para combater a defesa adversária. Com 2 minutos dava lindo passe para Élton abrir o placar. Ao final dos 90 minutos havia realizado a melhor atuação individual de todo o campeonato, até o momento. Mostrando o futebol que já o fez ser Campeão do Mundo, ele driblou, lançou, passou, chutou e, principalmente, correu. Incrível o quanto correu Carlos Alberto. Mesmo quando o jogo já estava definido, ele marcava pressão a saída botafoguense e fazia faltas no campo defensivo. Pode-se falar que ele, literalmente, jogou os 90 minutos. A garra que mostrava quando não possuía a pelota, cedia lugar a beleza de seus movimentos com a dita cuja nos pés. A cada drible que aplicava em um adversário o torcedor devia comprar outro ingresso, e sem direito a meia entrada. No gol que marcou para sacramentar a goleada apresentou uma tranquilidade que muito centroavante bom não possui. Por atuações como esta de Carlos Alberto que o futebol é chamado de espetáculo.
- Foi somente por possuir Carlos Alberto que o Vasco goleou o Botafogo? Não. Longe disso. A atuação do time todo foi excelente. Contando com a ajuda dos homens de frente, o sistema defensivo vascaíno esteve muito bem organizado. As jogadas tramadas por Maicosuel e os avanços de Alessandro, duas das principais armas botafoguenses, foram completamente anuladas. Responsável por conter os avanços do ala-direito Alessandro, Ramón esteve ótimo em campo. Além de sempre presente na defesa, conseguia ajudar nos ataques de seu time. Aos poucos o jovem lateral-esquerdo vascaíno vai passando nos seus testes e se tornando essencial para a equipe. No meio de campo, apesar da tola expulsão, Nílton fez ótima partida. Sua presença é muito importante para qualificar a saída de jogo do time. Por duas vezes neste jogo matou tiros de meta no peito, o que não é comum de ser ver nos volantes de hoje em dia. Já no ataque, Élton parece estar garantindo seu lugar. Sua canhota está calibradíssima neste início de temporada e os dois importantes gols que marcou no clássico mostraram isso. Não podemos deixar de elogiar também o técnico Dorival Junior. O que o seu time jogou contra o Botafogo, e o que vem jogando nesta temporada, é principalmente devido ao seu trabalho. Enquanto Fluminense e Flamengo lutam para buscar a melhor formação em campo, o desenho tático vascaíno se mostra muito mais desenvolvido.
- Se Maicosuel foi o melhor jogador da Taça Guanabara, a briga pelo craque da Taça Rio está entre o já elogiado Carlos Alberto e Léo Moura. Sei que ainda é cedo para polarizar a disputa entre estes atletas, mas eles estão jogando uma bola redondinha. A evolução de Léo Moura atuando no meio de campo pode ser observada facilmente. A cada partida ele se mostra mais íntimo da posição. No jogo do Flamengo contra o Duque de Caxias, além de suas clássicas jogadas laterais, apresentou um repertório de passes digno dos grandes organizadores. Reparem no lançamento que deu para Zé Roberto no gol de Josiel, nas suas infiltrações pelo meio da área, como no lance do teceiro gol rubro-negro, e na categórica cobrança de falta que resultou no quarto gol. Não parece que atua à séculos na meia cancha? A goleada do Flamengo também serviu para elevar a moral de Juan que, mesmo sem fazer uma bela partida, anotou um golaço de falta e entrosar mais ainda Zé Roberto com o restante da equipe. Nesta partida o camisa 10 rubro-negro deu duas assistências e foi importante para a vitória.
MANDOU MAL!
- Vou continuar pegando no pé dos jogadores que levam cartão por bobeira. Alguém pode me explicar o motivo da dureza com que Ibson foi dividir a bola no lance em que foi expulso? O Flamengo vencia por 4 a 0 e o momento era de apenas esperar o apito final. Em menor grau de tolice, pois era um clássico, era necessária a entrada de Nílton, volante vascaíno, no botafoguense Gabriel? Com seu time tendo a vantagem de 2 a 0 no placar seria muito útil sua participação em campo, porém ele optou por aplicar uma voadora digna de vilão de filme do Jackie Chan. Ainda tiveram 2 cartões vermelhos para o time do Botafogo, 16 cartões totais no clássico, o capitão do Flamengo Fábio Luciano levando mais um cartão amarelo... E as comissões técnicas nada fazem.
- A pergunta que não quer calar: Quem foi o gênio que organizou a tabela do Campeonato Carioca e colocou Vasco x Botafogo numa quinta-feira, sendo que no domingo não vai haver nenhum clássico? Um jogo que era para receber mais de 50 mil torcedores, recebeu um público de apenas 30 mil. Daqui a pouco vão querer mudar a tão conhecida música para “quinta-feira eu vou ao Maracanã....”.
FURADA!
Na minha última postagem sobre o futebol alemão disse que o Wolfsburg havia conquistado 6 vitórias em 6 jogos no segundo turno da Bundesliga. Desculpem-me pelo engano. A campanha da equipe, do volante brasileiro Josué, é de 5 vitórias e 1 empate. Continua uma excelente campanha, mas não justifica o meu erro.
ENQUANTO ISSO NA INGLATERRA…
Para falar sobre o jogo de volta das oitavas de final da Champions League, onde o Liverpool sapecou 4 a 0 no Real Madrid, posso seguir dois caminhos: elogiar o time da terra dos Beatles ou criticar o, atualmente, patético time merengue. Vamos falar de coisa boa. Impressionante como o time do Liverpool se entende com o principal torneio europeu. É algo semelhante à relação Boca Junior e Taça Libertadores. A equipe inglesa é muito bem montada pelo treinador Rafael Benítez. Talvez o Liverpool seja o time, no mundo, que mais sabe utilizar a marcação por pressão e os seus volantes, Mascherano e Xabi Alonso, e pontas, Kuyt e Babel, trabalham durante toda a partida, seja ofensivamente ou defensivamente. Marcação por pressão, volantes que armam e pontas que marcam são méritos, também, do treinador. Fica impossível, porém, não exagerar nos elogios a Gerrard e Fernando Torres. Não consigo ouvir a palavra futebol-total e não associá-la ao meia inglês Gerrard. Ele marca, se movimenta, passa curto, passa longo, se encarrega das bolas paradas e chuta com maestria. Seu chute é, em minha opinião, sua qualidade mais impressionante. A bola pode vir de qualquer lugar, de qualquer forma, com qualquer velocidade que ele consegue arrumar o corpo e acertar o chute. Realmente é impressionante. Já sobre Fernando Torres falarei pouco, mas nem por isso elogiarei menos. Se tenho dúvidas sobre quem é, hoje, o melhor meia ofensivo do mundo, tenho certeza ser Fernando Torres o melhor centroavante da atualidade. E tudo que falei foi presenciado na goleada por 4 a 0 sobre o Real Madrid.
JOGADA RÁPIDA!
Surreal! Ronaldo, desde que voltou aos gramados, acertou todos os chutes na direção do gol. Foram 2 gols, uma bola no travessão e duas defesas do goleiro.
Fluminense 2 x 1 Volta Redonda - Maracanã
Friburguense 2 x 1 Tigres - Friburgo
Duque de Caxias 2 x 4 Flamengo - Volta Redonda
Bangu 1 x 1 Resende - Moça Bonita
Botafogo 1 x 4 Vasco - Maracanã
Americano 5 x 1 Mesquita - Campos
Cabofriese 0 x 2 Boavista - Cabo Frio
Olá amigos leitores do FUTEBOLA!
Neste meado de semana ocorreu a segunda rodada da Taça Rio que contou com o privilégio de ter um clássico. Vasco e Botafogo duelaram no Maracanã em um jogão de bola, muito mais pela contribuição cruzmaltina. A dupla Fla-Flu também garantiu os três pontos e os 100% de aproveitamento. Não consegui assistir a estréia de Carlos Alberto Parreira no banco tricolor, por isto deixarei meus comentários sobre as goleadas de Vasco e Flamengo.
MANDOU BEM!
- A atuação de Carlos Alberto no clássico merece ser analisada isoladamente. Apesar do comportamento rebelde, sempre fui fã do jogador. Qualidade técnica ele sempre mostrou e, quando sua cabeça e preparo físico estão em dia, não deve nada a nenhum jogador que atue em nosso país. Contra o Botafogo ele esteve impossível. Com menos de 30 segundos já corria para combater a defesa adversária. Com 2 minutos dava lindo passe para Élton abrir o placar. Ao final dos 90 minutos havia realizado a melhor atuação individual de todo o campeonato, até o momento. Mostrando o futebol que já o fez ser Campeão do Mundo, ele driblou, lançou, passou, chutou e, principalmente, correu. Incrível o quanto correu Carlos Alberto. Mesmo quando o jogo já estava definido, ele marcava pressão a saída botafoguense e fazia faltas no campo defensivo. Pode-se falar que ele, literalmente, jogou os 90 minutos. A garra que mostrava quando não possuía a pelota, cedia lugar a beleza de seus movimentos com a dita cuja nos pés. A cada drible que aplicava em um adversário o torcedor devia comprar outro ingresso, e sem direito a meia entrada. No gol que marcou para sacramentar a goleada apresentou uma tranquilidade que muito centroavante bom não possui. Por atuações como esta de Carlos Alberto que o futebol é chamado de espetáculo.
- Foi somente por possuir Carlos Alberto que o Vasco goleou o Botafogo? Não. Longe disso. A atuação do time todo foi excelente. Contando com a ajuda dos homens de frente, o sistema defensivo vascaíno esteve muito bem organizado. As jogadas tramadas por Maicosuel e os avanços de Alessandro, duas das principais armas botafoguenses, foram completamente anuladas. Responsável por conter os avanços do ala-direito Alessandro, Ramón esteve ótimo em campo. Além de sempre presente na defesa, conseguia ajudar nos ataques de seu time. Aos poucos o jovem lateral-esquerdo vascaíno vai passando nos seus testes e se tornando essencial para a equipe. No meio de campo, apesar da tola expulsão, Nílton fez ótima partida. Sua presença é muito importante para qualificar a saída de jogo do time. Por duas vezes neste jogo matou tiros de meta no peito, o que não é comum de ser ver nos volantes de hoje em dia. Já no ataque, Élton parece estar garantindo seu lugar. Sua canhota está calibradíssima neste início de temporada e os dois importantes gols que marcou no clássico mostraram isso. Não podemos deixar de elogiar também o técnico Dorival Junior. O que o seu time jogou contra o Botafogo, e o que vem jogando nesta temporada, é principalmente devido ao seu trabalho. Enquanto Fluminense e Flamengo lutam para buscar a melhor formação em campo, o desenho tático vascaíno se mostra muito mais desenvolvido.
- Se Maicosuel foi o melhor jogador da Taça Guanabara, a briga pelo craque da Taça Rio está entre o já elogiado Carlos Alberto e Léo Moura. Sei que ainda é cedo para polarizar a disputa entre estes atletas, mas eles estão jogando uma bola redondinha. A evolução de Léo Moura atuando no meio de campo pode ser observada facilmente. A cada partida ele se mostra mais íntimo da posição. No jogo do Flamengo contra o Duque de Caxias, além de suas clássicas jogadas laterais, apresentou um repertório de passes digno dos grandes organizadores. Reparem no lançamento que deu para Zé Roberto no gol de Josiel, nas suas infiltrações pelo meio da área, como no lance do teceiro gol rubro-negro, e na categórica cobrança de falta que resultou no quarto gol. Não parece que atua à séculos na meia cancha? A goleada do Flamengo também serviu para elevar a moral de Juan que, mesmo sem fazer uma bela partida, anotou um golaço de falta e entrosar mais ainda Zé Roberto com o restante da equipe. Nesta partida o camisa 10 rubro-negro deu duas assistências e foi importante para a vitória.
MANDOU MAL!
- Vou continuar pegando no pé dos jogadores que levam cartão por bobeira. Alguém pode me explicar o motivo da dureza com que Ibson foi dividir a bola no lance em que foi expulso? O Flamengo vencia por 4 a 0 e o momento era de apenas esperar o apito final. Em menor grau de tolice, pois era um clássico, era necessária a entrada de Nílton, volante vascaíno, no botafoguense Gabriel? Com seu time tendo a vantagem de 2 a 0 no placar seria muito útil sua participação em campo, porém ele optou por aplicar uma voadora digna de vilão de filme do Jackie Chan. Ainda tiveram 2 cartões vermelhos para o time do Botafogo, 16 cartões totais no clássico, o capitão do Flamengo Fábio Luciano levando mais um cartão amarelo... E as comissões técnicas nada fazem.
- A pergunta que não quer calar: Quem foi o gênio que organizou a tabela do Campeonato Carioca e colocou Vasco x Botafogo numa quinta-feira, sendo que no domingo não vai haver nenhum clássico? Um jogo que era para receber mais de 50 mil torcedores, recebeu um público de apenas 30 mil. Daqui a pouco vão querer mudar a tão conhecida música para “quinta-feira eu vou ao Maracanã....”.
FURADA!
Na minha última postagem sobre o futebol alemão disse que o Wolfsburg havia conquistado 6 vitórias em 6 jogos no segundo turno da Bundesliga. Desculpem-me pelo engano. A campanha da equipe, do volante brasileiro Josué, é de 5 vitórias e 1 empate. Continua uma excelente campanha, mas não justifica o meu erro.
ENQUANTO ISSO NA INGLATERRA…
Para falar sobre o jogo de volta das oitavas de final da Champions League, onde o Liverpool sapecou 4 a 0 no Real Madrid, posso seguir dois caminhos: elogiar o time da terra dos Beatles ou criticar o, atualmente, patético time merengue. Vamos falar de coisa boa. Impressionante como o time do Liverpool se entende com o principal torneio europeu. É algo semelhante à relação Boca Junior e Taça Libertadores. A equipe inglesa é muito bem montada pelo treinador Rafael Benítez. Talvez o Liverpool seja o time, no mundo, que mais sabe utilizar a marcação por pressão e os seus volantes, Mascherano e Xabi Alonso, e pontas, Kuyt e Babel, trabalham durante toda a partida, seja ofensivamente ou defensivamente. Marcação por pressão, volantes que armam e pontas que marcam são méritos, também, do treinador. Fica impossível, porém, não exagerar nos elogios a Gerrard e Fernando Torres. Não consigo ouvir a palavra futebol-total e não associá-la ao meia inglês Gerrard. Ele marca, se movimenta, passa curto, passa longo, se encarrega das bolas paradas e chuta com maestria. Seu chute é, em minha opinião, sua qualidade mais impressionante. A bola pode vir de qualquer lugar, de qualquer forma, com qualquer velocidade que ele consegue arrumar o corpo e acertar o chute. Realmente é impressionante. Já sobre Fernando Torres falarei pouco, mas nem por isso elogiarei menos. Se tenho dúvidas sobre quem é, hoje, o melhor meia ofensivo do mundo, tenho certeza ser Fernando Torres o melhor centroavante da atualidade. E tudo que falei foi presenciado na goleada por 4 a 0 sobre o Real Madrid.
JOGADA RÁPIDA!
Surreal! Ronaldo, desde que voltou aos gramados, acertou todos os chutes na direção do gol. Foram 2 gols, uma bola no travessão e duas defesas do goleiro.
quinta-feira, 12 de março de 2009
Grandes Clássicos - Botafogo x Vasco 1948
Grandes Clássicos - Botafogo x Vasco 1948
Olá amigos do FUTEBOLA!
Nesta quinta-feira, uma vez mais, Vasco e Botafogo medirão forças em campo. Juro que não entendo o motivo do jogo não ser no domingo, mas isso é assunto para outra hora. Faz algumas décadas que o maior símbolo do futebol carioca é o Maracanã, porém antes do “Maior do Mundo” ser erguido muita história foi escrita no livro do Campeonato Carioca. Hoje vou contar para vocês um dos maiores jogos da década de 40. Divirtam-se.
O Campeonato Carioca de 1948 começava da maneira mais triste para o Botafogo. Chegava ao clube o fim de uma era, a era Heleno de Freitas. Heleno era um personagem diferente que encantava dentro e fora de campo, numa época em que o preconceito com o jogador de futebol ainda era muito grande. Era único, perfeccionista, mimado, explosivo, galã e, principalmente, gênio da bola. Na mesma proporção que ele dava trabalho para a diretoria do clube, fazia gols. Ele reclamava de todos os companheiros e chegava na concentração de madrugada após longa noite de festas, porém não parava de balançar as redes adversárias. Foram 204 gols em 233 jogos, desde 1940. Sustentado em seus gols, o Botafogo fez excelentes campanhas nos Estaduais, sendo tetra-vice em 44/45/46/47. Mesmo que, tecnicamente, alcançar um segundo lugar nos disputadíssimos Campeonatos Cariocas da década de 40 fosse um bom resultado, esta sequência de vices deixou a torcida irritada e a diretoria do clube decidiu tomar uma medida drástica. Presidido pelo lendário Carlito Rocha o clube vendeu Heleno para o Boca Juniors (ARG) no início de 1948. Os excessos de sua personalidade forte forçaram os diretores a tomar esta decisão, mas é inegável que foi com o coração na mão que optaram por sua saída. O drama não parou por aí. Na estréia do Botafogo no Carioca de 1948 contra o São Cristóvão, em General Severiano, o Glorioso levou uma goleada de 4 a 0. Heleno estava aos prantos no estádio e a torcida não parava de gritar seu nome. Após a partida todos os botafoguenses estavam com medo do restante do torneio. Eles se perguntavam: “Será sempre assim, sem Heleno?”. Deixem-me corrigir a tempo. Não eram todos os alvi-negros que estavam temerosos. Um em especial era a confiança em pessoa. Carlito Rocha. Em meio a turbulência pela goleada sofrida ele exclamou: “O Botafogo não perde pra mais ninguém e vai ser campeão!”.
Na fatídica estréia o Botafogo não contou com 3 jogadores que estariam presentes em todos os jogos restantes do torneio. Seria por confiar nestes jogadores que Carlito acreditava tanto em sua equipe? É inegável que se tratavam de jogadores incomuns. Um deles era um jovem de extrema categoria, recém chegado ao clube, chamado de Santos. Os zagueiros da época eram, com raras exceções, dotados apenas de força física. Habilidade, domínio de bola e classe, não eram requisitos para um defensor, mas eram o algo a mais que Santos possuia. O jovem de 23 anos, começou a jogar em posições ofensivas (como ponta ou meia) devido a sua categoria, mas foi parar na defesa por conselho de Carlito Rocha: “Esqueça o ataque, rapaz. Na defesa, você será campeão carioca, brasileiro e sul-americano.”.* Será que Carlito acertou em seu conselho? Bem, acho que todos acreditarão que sim quando eu informar que o primeiro nome do jovem de quem falamos é Nílton.
Os outros dois desfalques na goleada sofrida eram, diferente de Santos, experientes. Na proteção da defesa, jogando na meia-cancha, estava Osvaldo Ávila. Nome imponente para um jogador imponente. Sua cor negra e seu porte físico privilegiado o fizeram ser chamado de “King Kong”. Mas não pensem vocês que ele era um bruto em campo. Seus longos lançamentos faziam a alegria dos seus companheiros atacantes e da torcida. Além de tudo, sabia como poucos ser campeão. Chegava ao Botafogo após nada menos do que seis títulos gaúchos (41/42/43/44/45/47) conquistados com o Internacional, time conhecido na época por “Rolo Compressor”. Já para o ataque, o Botafogo conseguiu a melhor solução para o problema que era substituir Heleno. Uma vez mais Carlito Rocha mostrou entender de futebol contratando o recém dispensado pelo Flamengo, Pirillo. No início da década, Pirillo realizou com sucesso uma tarefa semelhante a que teria no Botafogo. O Flamengo havia vendido seu maior ídolo, e para muitos o melhor jogador brasileiro na época, Leônidas da Silva. Pirillo assumiu o lugar de goleador do Flamengo com competência, conseguindo, em 1941, o recorde de 39 gols em uma edição do Campeonato Carioca. Conquistou além de gols, títulos, sendo tri-campeão carioca (42/43/44) com o rubro-negro da Gávea. Para os dirigentes do Flamengo, que o dispensaram, era apenas um jogador velho e acabado, já para os alvi-negros era a esperança.
Não possui apenas um motivo, mas o fato é que o Botafogo começou a se tornar imbatível. O time passou a ganhar de tudo que era maneira. Eram vitórias arrasadoras, contundentes ou dramáticas. Um dos jogos mais marcantes da campanha, acreditem, foi contra o Olaria na rua Bariri. Uma chuva torrencial deixava o gramado como um verdadeiro pântano. Faltando menos de 20 minutos para o fim da partida, o Glorioso perdia para o anfitrião por 3 a 1. Buscando forças de um lugar que ninguém sabe onde, Otávio marcou dois gols e Pirillo sacramentou a vitória por 4 a 3. A arrancada do Glorioso envolveu desde a superstição do presidente Carlito Rocha até a capacidade do treinador Zezé Moreira de montar uma forte equipe. Para Carlito nada que ajudasse o Botafogo passava despercebido e a maior prova disso foi o cãozinho Biriba. Um jogo dos aspirantes do Botafogo contra os aspirantes do Madureira tinha como placar 9 a 2 para o alvi-negro, quando o décimo gol botafoguense aconteceu. Eis então que, após esse tento, um cachorro preto e branco entra no gramado de General Severiano para comemorar com os jogadores. Pronto! Foi o suficiente para Biriba( nome do canino ) se tornar mascote da equipe e estar sempre presente nos jogos seguintes. Como a sorte só ajuda quem trabalha, o treinador Zezé Moreira trabalhou, e muito, para montar a equipe. Zezé conseguiu colocar as três peças, que não haviam atuado na estréia, em perfeita sintonia com quem esteve em campo no primeiro jogo. Faltava apenas um confronto para a profecia de Carlito Rocha se concretizar. Após sua previsão o Botafogo chegava para a última partida com apenas aquela derrota para o São Cristóvão, 2 empates e 16 vitórias. O adversário final era o mais difícil possível. O duelo seria contra o Vasco da Gama conhecido como “Expresso da Vitória”.
No Campeonato Carioca de 1947, o Vasco havia se tornado campeão com incríveis 17 vitórias e 3 empates. Este fato já seria o suficiente para mostrar a força da equipe cruzmaltina, porém devemos ainda falar que, para o torneio de 1948, o Vasco contava com a volta de Ademir Menezes, que nos últimos 2 anos havia atuado pelo Fluminense . O Queixada, como ele era conhecido pelo seu queixo grande, era um atacante diferenciado. Apesar de sua impressionante capacidade de conclusão, que o faria ser, em 1950, o maior artilheiro brasileiro em uma única edição da Copa do Mundo com 9 gols, Ademir tinha como principal arma suas arrancadas. Quando partia em seu rush era imparável e tinha a capacidade de, sozinho, levar defesas inteiras a loucura. O atacante retornou ao Vasco no começo do ano, a tempo de participar de uma das maiores conquistas da história do clube.
No início de 1948 ocorreria, no Chile, o Torneio Sul-Americano de Clubes. Era uma competição entre clubes do Continente exemplarmente criteriosa, sendo chamadas por muitos de “embrião da Taça Libertadores”. O Vasco foi indicado pela Confederação Brasileira de Desportos como último Campeão Carioca, já que nosso país não possuia competição de caráter nacional. Um torneio dificílimo contra os nossos vizinhos, que terminou com um empate de 0 a 0 com o legendário River Plate de Di Stefano. Nesta partida decisiva contra os argentinos o Vasco necessitava apenas do empate para se sagrar campeão ( a primeira conquista internacional de uma equipe brasileira, clube ou seleção, no exterior ) e quem garantiu o resultado foi o incrível Barbosa, defendendo até pênalti. Barbosa foi para muitos o maior goleiro do nosso futebol. Completo para a posição, sabia jogar debaixo das traves, era impecável nas saídas do gol e uma muralha na hora de defender um pênalti. A idiota mania de muitos brasileiros em sempre querer achar um culpado para qualquer derrota, transformou Barbosa em sinônimo de pé-frio por ter sofrido o gol que tirou o título mundial do Brasil, na Copa do Mundo de 1950, em pleno Maracanã.
A equipe que possuia Barbosa em um pólo e Ademir Menezes em outro, passava ainda por muitos craques da bola. O zagueiro Augusto era o sinônimo de autoridade, tamanha sua liderança e combatividade. Não por coincidência, teve que largar a Polícia Federal para se tornar jogador. O meia Danilo era tão clássico e elegante que era conhecido como “Príncipe Danilo”. Na ponta-esquerda um dos jogadores com maior garra, vontade e raça que já vestiram a camisa cruzmaltina, o valente Chico. Na outra ponta do ataque, a direita, o veloz e incisivo Friaça, que era garçom e artilheiro com a mesma maestria. Vamos ser sinceros? Era uma seleção com uniforme de clube. O Botafogo não teria pela frente um monstro de 7 cabeças, mas sim um monstro de 11 cabeças, pois todos os jogadores vascaínos eram feras. O Rio de Janeiro iria parar para ver o duelo entre dois gigantes alvi-negros. De um lado um fortíssimo Botafogo querendo mostrar seu valor e do outro o “Expresso da Vitória” querendo mais uma conquista.
Era ainda manhã quando em General Severiano não cabia mais uma formiga de tão lotado que estava. Apesar de no papel e no currículo o Vasco parecer ser um time melhor, todos esperavam uma verdadeira batalha em campo. Para manter a tradição de que em toda batalha surge uma lenda, os vascaínos até hoje reclamam do tratamento recebido no estádio adversário. Antes mesmo do apito inicial os jogadores cruzmaltinos já se sentiam prejudicados. Eles são unânimes ao dizer que o vestiário cedido a eles havia sido pintado pela manhã com cal virgem, irritando assim os olhos de todos presentes naquele recinto, os vasos sanitários estavam entupidos e faltava água. E tem mais! Durante a entrada das equipes em campo, o goleiro Barbosa acusou os torcedores botafoguenses de se aproveitarem do frenesi para jogar uma chuva de pó-de-mico na equipe do Vasco. Após o árbitro Mário Vianna iniciar a partida, foi possível presenciar uma disparidade física poucas vezes vistas entre duas fortes equipes. O Botafogo voava em campo enquanto o Vasco parecia passear pelo bosque. Quem se aproveitou da lentidão vascaína foram os pontas do Botafogo, Braguinha e Paraguaio. Com menos de dois minutos Braguinha cruzou da esquerda e Paraguaio de cabeça sacudiu o filó. Antes do final da etapa, os papéis se inverteram. Jogada linda de Paraguaio pela direita e gol de Braguinha. O Vasco torcia para chegar logo o intervalo e esfriar o ímpeto botafoguense. Com 2 a 0 no placar, veio o intervalo e junto com ele mais uma história. De acordo com Ademir Menezes, a água e o cafézinho servidos ao Vasco no vestiário continham drogas. Como justificativa, os vascaínos dizem que o único jogador a não se sentir “estranho” foi Eli, justamente o que só ingeriu uma laranja que ele mesmo trouxera. O 2º tempo se iniciou como o primeiro, com gol do Fogão. Após belo passe de Braguinha, o goleador Otávio marcou seu gol de número 21 no torneio, se igualando na artilharia ao Orlando, do Fluminense. Apareceu então o sinal verde de esperança para os vascaínos. O zagueiro do Botafogo Gérson saiu contundido aos 11 minutos e, como não havia substituições na época, o Botafogo atuaria com 10 homens até o final. De nada adiantou ao Vasco ter um jogador a mais. Se o touro Eli corria por dois, precisaria correr por 10. A equipe de São Januário estava tão inofensiva que quem teve que marcar seu gol de honra foi o volante botafoguense Ávila, ao desviar a bola para a própria rede. Com o Vasco sem forças para reagir, o jogo foi tranquilo para o Botafogo até o apito final do juiz. Placar final: Botafogo 3 x 1 Vasco. Fogão Campeão Carioca de 1948.
Seriam os dirigentes botafoguenses capazes de preparar verdadeiras armadilhas para conter o “Expresso da Vitória”? Os conceituados craques vascaínos mentiriam para justificar uma derrota? Nunca saberemos o que realmente ocorreu fora das quatro linhas. Dentro do campo, porém, foi um verdadeiro show do Glorioso. De forma sensacional, com muito trabalho e superstição, o Botafogo conquistou um torneio que se iniciava como um pesadelo. Se o time começou o ano perdendo um grande ídolo, terminou ganhando um belíssimo troféu.
Botafogo 3 x 1 Vasco
12 de dezembro de 1948
General Severiano – Público: 18321 pagantes
Gols: 1º tempo: Paraguaio ( Bot ) aos 2´ e Braguinha ( Bot ) aos 40´; 2º tempo: Otávio ( Bot ) aos 5´ e Ávila ( Bot ), contra, aos 15´.
Botafogo: Osvaldo Baliza; Gérson e Santos; Rubinho, Ávila e Juvenal; Paraguaio, Geninho, Pirillo, Otávio e Braguinha
Vasco: Barbosa; Augusto e Wilson; Ely, Danilo e Jorge; Friaça, Ademir Menezes, Dimas, Ipojucan e Chico
* Botafogo - Entre o céu e o inferno - Sérgio Augusto
Olá amigos do FUTEBOLA!
Nesta quinta-feira, uma vez mais, Vasco e Botafogo medirão forças em campo. Juro que não entendo o motivo do jogo não ser no domingo, mas isso é assunto para outra hora. Faz algumas décadas que o maior símbolo do futebol carioca é o Maracanã, porém antes do “Maior do Mundo” ser erguido muita história foi escrita no livro do Campeonato Carioca. Hoje vou contar para vocês um dos maiores jogos da década de 40. Divirtam-se.
O Campeonato Carioca de 1948 começava da maneira mais triste para o Botafogo. Chegava ao clube o fim de uma era, a era Heleno de Freitas. Heleno era um personagem diferente que encantava dentro e fora de campo, numa época em que o preconceito com o jogador de futebol ainda era muito grande. Era único, perfeccionista, mimado, explosivo, galã e, principalmente, gênio da bola. Na mesma proporção que ele dava trabalho para a diretoria do clube, fazia gols. Ele reclamava de todos os companheiros e chegava na concentração de madrugada após longa noite de festas, porém não parava de balançar as redes adversárias. Foram 204 gols em 233 jogos, desde 1940. Sustentado em seus gols, o Botafogo fez excelentes campanhas nos Estaduais, sendo tetra-vice em 44/45/46/47. Mesmo que, tecnicamente, alcançar um segundo lugar nos disputadíssimos Campeonatos Cariocas da década de 40 fosse um bom resultado, esta sequência de vices deixou a torcida irritada e a diretoria do clube decidiu tomar uma medida drástica. Presidido pelo lendário Carlito Rocha o clube vendeu Heleno para o Boca Juniors (ARG) no início de 1948. Os excessos de sua personalidade forte forçaram os diretores a tomar esta decisão, mas é inegável que foi com o coração na mão que optaram por sua saída. O drama não parou por aí. Na estréia do Botafogo no Carioca de 1948 contra o São Cristóvão, em General Severiano, o Glorioso levou uma goleada de 4 a 0. Heleno estava aos prantos no estádio e a torcida não parava de gritar seu nome. Após a partida todos os botafoguenses estavam com medo do restante do torneio. Eles se perguntavam: “Será sempre assim, sem Heleno?”. Deixem-me corrigir a tempo. Não eram todos os alvi-negros que estavam temerosos. Um em especial era a confiança em pessoa. Carlito Rocha. Em meio a turbulência pela goleada sofrida ele exclamou: “O Botafogo não perde pra mais ninguém e vai ser campeão!”.
Na fatídica estréia o Botafogo não contou com 3 jogadores que estariam presentes em todos os jogos restantes do torneio. Seria por confiar nestes jogadores que Carlito acreditava tanto em sua equipe? É inegável que se tratavam de jogadores incomuns. Um deles era um jovem de extrema categoria, recém chegado ao clube, chamado de Santos. Os zagueiros da época eram, com raras exceções, dotados apenas de força física. Habilidade, domínio de bola e classe, não eram requisitos para um defensor, mas eram o algo a mais que Santos possuia. O jovem de 23 anos, começou a jogar em posições ofensivas (como ponta ou meia) devido a sua categoria, mas foi parar na defesa por conselho de Carlito Rocha: “Esqueça o ataque, rapaz. Na defesa, você será campeão carioca, brasileiro e sul-americano.”.* Será que Carlito acertou em seu conselho? Bem, acho que todos acreditarão que sim quando eu informar que o primeiro nome do jovem de quem falamos é Nílton.
Os outros dois desfalques na goleada sofrida eram, diferente de Santos, experientes. Na proteção da defesa, jogando na meia-cancha, estava Osvaldo Ávila. Nome imponente para um jogador imponente. Sua cor negra e seu porte físico privilegiado o fizeram ser chamado de “King Kong”. Mas não pensem vocês que ele era um bruto em campo. Seus longos lançamentos faziam a alegria dos seus companheiros atacantes e da torcida. Além de tudo, sabia como poucos ser campeão. Chegava ao Botafogo após nada menos do que seis títulos gaúchos (41/42/43/44/45/47) conquistados com o Internacional, time conhecido na época por “Rolo Compressor”. Já para o ataque, o Botafogo conseguiu a melhor solução para o problema que era substituir Heleno. Uma vez mais Carlito Rocha mostrou entender de futebol contratando o recém dispensado pelo Flamengo, Pirillo. No início da década, Pirillo realizou com sucesso uma tarefa semelhante a que teria no Botafogo. O Flamengo havia vendido seu maior ídolo, e para muitos o melhor jogador brasileiro na época, Leônidas da Silva. Pirillo assumiu o lugar de goleador do Flamengo com competência, conseguindo, em 1941, o recorde de 39 gols em uma edição do Campeonato Carioca. Conquistou além de gols, títulos, sendo tri-campeão carioca (42/43/44) com o rubro-negro da Gávea. Para os dirigentes do Flamengo, que o dispensaram, era apenas um jogador velho e acabado, já para os alvi-negros era a esperança.
Não possui apenas um motivo, mas o fato é que o Botafogo começou a se tornar imbatível. O time passou a ganhar de tudo que era maneira. Eram vitórias arrasadoras, contundentes ou dramáticas. Um dos jogos mais marcantes da campanha, acreditem, foi contra o Olaria na rua Bariri. Uma chuva torrencial deixava o gramado como um verdadeiro pântano. Faltando menos de 20 minutos para o fim da partida, o Glorioso perdia para o anfitrião por 3 a 1. Buscando forças de um lugar que ninguém sabe onde, Otávio marcou dois gols e Pirillo sacramentou a vitória por 4 a 3. A arrancada do Glorioso envolveu desde a superstição do presidente Carlito Rocha até a capacidade do treinador Zezé Moreira de montar uma forte equipe. Para Carlito nada que ajudasse o Botafogo passava despercebido e a maior prova disso foi o cãozinho Biriba. Um jogo dos aspirantes do Botafogo contra os aspirantes do Madureira tinha como placar 9 a 2 para o alvi-negro, quando o décimo gol botafoguense aconteceu. Eis então que, após esse tento, um cachorro preto e branco entra no gramado de General Severiano para comemorar com os jogadores. Pronto! Foi o suficiente para Biriba( nome do canino ) se tornar mascote da equipe e estar sempre presente nos jogos seguintes. Como a sorte só ajuda quem trabalha, o treinador Zezé Moreira trabalhou, e muito, para montar a equipe. Zezé conseguiu colocar as três peças, que não haviam atuado na estréia, em perfeita sintonia com quem esteve em campo no primeiro jogo. Faltava apenas um confronto para a profecia de Carlito Rocha se concretizar. Após sua previsão o Botafogo chegava para a última partida com apenas aquela derrota para o São Cristóvão, 2 empates e 16 vitórias. O adversário final era o mais difícil possível. O duelo seria contra o Vasco da Gama conhecido como “Expresso da Vitória”.
No Campeonato Carioca de 1947, o Vasco havia se tornado campeão com incríveis 17 vitórias e 3 empates. Este fato já seria o suficiente para mostrar a força da equipe cruzmaltina, porém devemos ainda falar que, para o torneio de 1948, o Vasco contava com a volta de Ademir Menezes, que nos últimos 2 anos havia atuado pelo Fluminense . O Queixada, como ele era conhecido pelo seu queixo grande, era um atacante diferenciado. Apesar de sua impressionante capacidade de conclusão, que o faria ser, em 1950, o maior artilheiro brasileiro em uma única edição da Copa do Mundo com 9 gols, Ademir tinha como principal arma suas arrancadas. Quando partia em seu rush era imparável e tinha a capacidade de, sozinho, levar defesas inteiras a loucura. O atacante retornou ao Vasco no começo do ano, a tempo de participar de uma das maiores conquistas da história do clube.
No início de 1948 ocorreria, no Chile, o Torneio Sul-Americano de Clubes. Era uma competição entre clubes do Continente exemplarmente criteriosa, sendo chamadas por muitos de “embrião da Taça Libertadores”. O Vasco foi indicado pela Confederação Brasileira de Desportos como último Campeão Carioca, já que nosso país não possuia competição de caráter nacional. Um torneio dificílimo contra os nossos vizinhos, que terminou com um empate de 0 a 0 com o legendário River Plate de Di Stefano. Nesta partida decisiva contra os argentinos o Vasco necessitava apenas do empate para se sagrar campeão ( a primeira conquista internacional de uma equipe brasileira, clube ou seleção, no exterior ) e quem garantiu o resultado foi o incrível Barbosa, defendendo até pênalti. Barbosa foi para muitos o maior goleiro do nosso futebol. Completo para a posição, sabia jogar debaixo das traves, era impecável nas saídas do gol e uma muralha na hora de defender um pênalti. A idiota mania de muitos brasileiros em sempre querer achar um culpado para qualquer derrota, transformou Barbosa em sinônimo de pé-frio por ter sofrido o gol que tirou o título mundial do Brasil, na Copa do Mundo de 1950, em pleno Maracanã.
A equipe que possuia Barbosa em um pólo e Ademir Menezes em outro, passava ainda por muitos craques da bola. O zagueiro Augusto era o sinônimo de autoridade, tamanha sua liderança e combatividade. Não por coincidência, teve que largar a Polícia Federal para se tornar jogador. O meia Danilo era tão clássico e elegante que era conhecido como “Príncipe Danilo”. Na ponta-esquerda um dos jogadores com maior garra, vontade e raça que já vestiram a camisa cruzmaltina, o valente Chico. Na outra ponta do ataque, a direita, o veloz e incisivo Friaça, que era garçom e artilheiro com a mesma maestria. Vamos ser sinceros? Era uma seleção com uniforme de clube. O Botafogo não teria pela frente um monstro de 7 cabeças, mas sim um monstro de 11 cabeças, pois todos os jogadores vascaínos eram feras. O Rio de Janeiro iria parar para ver o duelo entre dois gigantes alvi-negros. De um lado um fortíssimo Botafogo querendo mostrar seu valor e do outro o “Expresso da Vitória” querendo mais uma conquista.
Era ainda manhã quando em General Severiano não cabia mais uma formiga de tão lotado que estava. Apesar de no papel e no currículo o Vasco parecer ser um time melhor, todos esperavam uma verdadeira batalha em campo. Para manter a tradição de que em toda batalha surge uma lenda, os vascaínos até hoje reclamam do tratamento recebido no estádio adversário. Antes mesmo do apito inicial os jogadores cruzmaltinos já se sentiam prejudicados. Eles são unânimes ao dizer que o vestiário cedido a eles havia sido pintado pela manhã com cal virgem, irritando assim os olhos de todos presentes naquele recinto, os vasos sanitários estavam entupidos e faltava água. E tem mais! Durante a entrada das equipes em campo, o goleiro Barbosa acusou os torcedores botafoguenses de se aproveitarem do frenesi para jogar uma chuva de pó-de-mico na equipe do Vasco. Após o árbitro Mário Vianna iniciar a partida, foi possível presenciar uma disparidade física poucas vezes vistas entre duas fortes equipes. O Botafogo voava em campo enquanto o Vasco parecia passear pelo bosque. Quem se aproveitou da lentidão vascaína foram os pontas do Botafogo, Braguinha e Paraguaio. Com menos de dois minutos Braguinha cruzou da esquerda e Paraguaio de cabeça sacudiu o filó. Antes do final da etapa, os papéis se inverteram. Jogada linda de Paraguaio pela direita e gol de Braguinha. O Vasco torcia para chegar logo o intervalo e esfriar o ímpeto botafoguense. Com 2 a 0 no placar, veio o intervalo e junto com ele mais uma história. De acordo com Ademir Menezes, a água e o cafézinho servidos ao Vasco no vestiário continham drogas. Como justificativa, os vascaínos dizem que o único jogador a não se sentir “estranho” foi Eli, justamente o que só ingeriu uma laranja que ele mesmo trouxera. O 2º tempo se iniciou como o primeiro, com gol do Fogão. Após belo passe de Braguinha, o goleador Otávio marcou seu gol de número 21 no torneio, se igualando na artilharia ao Orlando, do Fluminense. Apareceu então o sinal verde de esperança para os vascaínos. O zagueiro do Botafogo Gérson saiu contundido aos 11 minutos e, como não havia substituições na época, o Botafogo atuaria com 10 homens até o final. De nada adiantou ao Vasco ter um jogador a mais. Se o touro Eli corria por dois, precisaria correr por 10. A equipe de São Januário estava tão inofensiva que quem teve que marcar seu gol de honra foi o volante botafoguense Ávila, ao desviar a bola para a própria rede. Com o Vasco sem forças para reagir, o jogo foi tranquilo para o Botafogo até o apito final do juiz. Placar final: Botafogo 3 x 1 Vasco. Fogão Campeão Carioca de 1948.
Seriam os dirigentes botafoguenses capazes de preparar verdadeiras armadilhas para conter o “Expresso da Vitória”? Os conceituados craques vascaínos mentiriam para justificar uma derrota? Nunca saberemos o que realmente ocorreu fora das quatro linhas. Dentro do campo, porém, foi um verdadeiro show do Glorioso. De forma sensacional, com muito trabalho e superstição, o Botafogo conquistou um torneio que se iniciava como um pesadelo. Se o time começou o ano perdendo um grande ídolo, terminou ganhando um belíssimo troféu.
Botafogo 3 x 1 Vasco
12 de dezembro de 1948
General Severiano – Público: 18321 pagantes
Gols: 1º tempo: Paraguaio ( Bot ) aos 2´ e Braguinha ( Bot ) aos 40´; 2º tempo: Otávio ( Bot ) aos 5´ e Ávila ( Bot ), contra, aos 15´.
Botafogo: Osvaldo Baliza; Gérson e Santos; Rubinho, Ávila e Juvenal; Paraguaio, Geninho, Pirillo, Otávio e Braguinha
Vasco: Barbosa; Augusto e Wilson; Ely, Danilo e Jorge; Friaça, Ademir Menezes, Dimas, Ipojucan e Chico
* Botafogo - Entre o céu e o inferno - Sérgio Augusto
segunda-feira, 9 de março de 2009
PRIMEIRA RODADA DA TAÇA RIO 2009
Boavista 3 x 0 Duque de Caxias – Saquarema
Madureira 1 x 2 Bangu – Édson Passos
Flamengo 3 x 1 Cabofriense – Maracanã
Vasco 3 x 0 Friburguense – São Januário
Resende 0 x 2 Macaé – Resende
Volta Redonda 3 x 0 Americano – Volta Redonda
Mesquita 0 x 1 Fluminense – Engenhão
Tigres 2 x 3 Botafogo – Xerém
Olá amigos do FUTEBOLA!
A Taça Rio começou de maneira curiosa. Neste turno do Campeonato os times duelam com adversários do outro grupo e, com exceção de Vasco e Fluminense, todos os times do grupo A perderam suas partidas para os participantes do grupo B. Todos os considerados grandes venceram, porém apenas o Vasco garantiu os três pontos com tranquilidade. Vamos ver então como os “grandes” ganharam suas partidas.
MANDOU BEM!
- O Flamengo realizou um jogo equilibradíssimo contra a Cabofriense. No 1º tempo o time até dominou o jogo, mas foi na 2ª etapa que a dificuldade ficou maior. Quando o placar mostrava 2 a 1 para o rubro-negro, a Cabofriense começou a criar perigosas chances de empatar o jogo e se não fosse o goleiro Bruno obteria sucesso. Se Bruno foi de grande valia, ao ser a segurança necessária para o Flamengo vencer por 3 a 1, Léo Moura foi o principal responsável pelos 3 pontos conquistados. O ex-lateral e atual meia parece estar se adaptando rápido a nova função de organizador. Com maior liberdade em campo e melhor forma física que no início da temporada, ele tem participado muito bem das ações ofensivas do Flamengo. Por sua antiga posição, suas principais jogadas saem pelo lado direito do campo e contam com a ajuda de Éverton Silva. Nesta partida todos os gols rubro-negros saíram dos pés de Léo Moura, sendo sua última assistência realizada após uma arrancada sensacional. É claro que o Flamengo ainda precisa de muitos ajustes táticos, porém um ponto forte já está aparecendo, ou melhor, reaparecendo, ao time da Gávea. As jogadas de Léo Moura voltaram com tudo.
- O Vasco fez uma daquelas partidas onde todos os jogadores realizaram seus respectivos trabalhos com eficiência. A tática de Dorival Junior de manter a posse de bola o maior tempo possível deu certo em praticamente todo jogo. Sem se afobar o time manteve o domínio da partida e o goleiro Tiago foi pouquíssimo exigido. Fernando esteve bem na defesa, Carlos Alberto foi muito participativo ofensivamente, O lateral-esquerdo Ramón mostrou sua qualidade no 2º tempo e Rodrigo Pimpão entrou em campo com tanta vontade que foi premiado com um golaço. Repetindo, o time inteiro esteve bem. Como principal ponto positivo ficou a tranquilidade do Vasco para engolir um Friburguense muito mais fraco tecnicamente.
- O Fluminense pode ter craques em seu elenco como Thiago Neves, Conca e agora Fred, porém o título de “O Salvador” até agora pertence a Éverton Santos. Desde que retornou ao time na última rodada da Taça Guanabara que Éverton vem fazendo gols importantes. Marcou em todas as partidas que jogou, com exceção ao clássico contra o Botafogo e nesta última partida, contra o Mesquita, fez mais um importante gol. Ele não vinha bem em campo, até pelo esquema 4-5-1 que o deixava isolado na frente, mas, principalmente na 2ª etapa, tentou se movimentar e criar algumas oportunidades. Éverton não fez uma boa partida assim como o restante do time. A criatividade ofensiva da equipe era praticamente nula e nem jogadas simples como ultrapassagens dos laterais e chutes de média distância o time conseguia realizar. Aos 45 minutos, após cruzamento na área e desvio de Thiago Neves, Éverton Santos apareceu para dar os 3 pontos ao Fluminense.
- O Botafogo, acreditem, teve que jogar bem para vencer o Tigres em uma difícil partida. O time alvi-negro atacou com qualidade ( mesmo que Victor Simões tenha perdido algumas claras chances de gols ), não recuou mesmo vencendo o jogo, teve a participação de seu maestro Maicosuel nas ações ofensivas, Juninho voltou a fazer um golaço de longa distância, e teve um surpreendente Gabriel estreando muito bem na lateral-esquerda. Já o Tigres soube se defender com certa qualidade e ainda foi ao ataque com perigo durante o início do 2º tempo. Resumindo: o Botafogo não pode ser criticado por ter vencido com dificuldades o lanterninha do torneio, pois o Tigres fez um bom papel. Voltando ao lado esquerdo. Thiaguinho vem fazendo boas partidas atuando pela lateral-esquerda, porém ele sofre com o problema de ser destro. Um grande número de jogadas que estão prontas pela linha de fundo, ele puxa para o meio, para sua perna boa. A entrada do jovem Gabriel foi ilustrativa deste problema de Thiaguinho. As duas primeiras bolas que Gabriel recebeu resultaram em dois belíssimos cruzamentos de esquerda, desperdiçados por Victor Simões e Alessandro. A terceira bola ele não cruzou, mas fez um golaço em uma pancada de canhota. Gabriel ainda esteve muito bem defensivamente, participando do sistema de marcação. Não sei se ele atuará sempre com esta qualidade, porém não podia deixar de elogiar uma atuação tão boa. Tomara que Ney Franco consiga utiliza-lo com maior frequência.
- Dois jogadores dos times considerados pequenos me chamaram muito a atenção nesta rodada. O zagueiro do Mesquita, João Filipe, sempre pelo lado direito, esteve muito seguro. Ele impediu muitos ataques do Fluminense pelo seu setor e merece créditos pela dificuldade imposta ao tricolor. Outo jogador que atuou bem esta rodada foi o lateral-esquerdo Edson do Tigres. Ele fez um excelente 2º tempo, principalmente no campo ofensivo, apoiando com qualidade como no lance em que deu linda assistência para o primeiro gol de seu time. Não posso deixar de citar também que Sorato marcou um belo gol pelo Tigres. O comentarista dos canais PFC, André Loffredo, foi perfeito em sua análise sobre o gol do veterano: “A defesa do Botafogo não pode deixar desmarcado um cara que está fazendo gols a 20 anos.”.
MANDOU MAL!
- Dois jogadores que, em minha opinião, são excelentes, foram péssimos nesta primeira rodada da Taça Rio. O lateral-esquerdo, flamenguista, Juan ficou um tempo parado por contusão, porém isto não pode ser utilizado para justificar sua péssima atuação contra a Cabofriense. O fato teve maior evidência pois o lado direito do Flamengo se mostrou muito mais produtivo. A verdade é que Juan vem errando dribles, arrancadas, chutes e cruzamentos que não costumava. A única característica sua que parece inalterada é a capacidade de levar cartão amarelo por reclamação. O outro jogador que vem decepcionando é o tricolor Conca. Em uma das minhas colunas de abertura do blog apostei que ele brigaria para ser um dos melhores jogadores do país, ao fim do ano. O argentino está muito longe disso. Pessoalmente, acredito que o principal motivo da sua queda de rendimente seja o fato de os laterais tricolores não se mostrarem incisivos ofensivamente. Conca sempre soube utilizar as ultrapassagens dos laterais, jogadas que Mariano, Leandro e, na última partida, João Paulo não estão realizando com qualidade.
- Algumas vezes acredito que uns treinadores não conhecem o próprio elenco. Tudo bem que quem comandou o Fluminense na partida contra o Mesquita foi o interino Gílson Gênio, mas não pode um treinador que está no dia a dia do clube colocar Éverton Santos como único atacante na equipe que iniciou a partida. É possível um time atuar sem centroavante? Claro! É possível um time, antes de realizar inúmeros treinamentos táticos, atuar sem centroavante? Nunca! O objetivo de, em uma partida contra o Mesquita, Gílson optar por iniciar com o atacante Maicon no banco e três volantes ( Fabinho, Leandro Bonfim e Romeu ) em campo, eu juro que desconheço. Ainda bem que Fred e Parreira chegaram.
ENQUANTO ISSO NA ALEMANHA…
- O Bayern de Munique deu uma verdadeira sapatada no Hannover ao vencer o seu jogo da 23ª rodada, em casa, por 5 a 1. O Hannover deve ter criado alguma esperança de bom resultado ao abrir o placar, porém sua defesa possui o nível dos times eliminados na primeira rodada da Copa do Brasil. Sem poder contar dois de seus principais jogadores, Ribéry e Luca Toni, o Bayern se sustentou nas bolas aéreas. Os belos cruzamentos de Zé Roberto e Schweinsteiger e a citada fragilidade defensiva do Hannover fez o time de Munique marcar 4 gols de cabeça. Apesar de muita bola na rede o lance mais belo do jogo não resultou em gol. A bola estava saindo pela linha lateral, do lado esquerdo do ataque do Bayern, quando Lahn, o lateral do time de Munique, correu atrás da bola com um marcador fungando seu cangote. Antes da pelota sair ele deu um carrinho, tocou a bola para trás de seu corpo e pelo lado de seu marcador, levantou com uma velocidade impressionante, completou a gauchinha e cruzou a bola na área. Só assistindo para acreditar. Jogada absurdamente linda. Com a vitória e outros resultados da rodada o favorecendo, o Bayern pulou da quinta para a teceira colocação.
- Realmente parece estar acabando o encanto do Bayer Leverkusen. A equipe dos brasileiros Henrique ( ex-Palmeiras ) e Renato Augusto ( ex-Flamengo ) realizou um belíssimo primeiro turno na Bundesliga, mas com apenas uma vitória em 6 partidas do returno caiu para a sétima colocação e está fora até da zona de classificação para a próxima Copa da Uefa. Em seu último jogo neste domingo, em casa, contra o Bochum, a equipe teve uma péssima apresentação. Com Renato Augusto sendo completamente anulado em campo, principalmente pelo bom lateral-esquerdo do Bochum Fuchs, e o suiço Barnetta sem a mínima inspiração, o Bayer criou pouquíssimas chances de gol. O Bochum havia saído na frente e segurava a vitória por 1 a 0 sem muitos problemas quando seu zagueiro Mavraj, em uma infatilidade, colocou a mão na bola dentro da área cometendo pênalti e sendo expulso. Helmes converteu a penalidade para o Leverkusen, mas seu time não teve a capacidade de virar o jogo mesmo com um homem a mais durante 30 minutos. Apesar da excelente atuação do goleiro do Bochum Daniel Fernandes, o Bayer não mereceu a vitória.
- Por motivos de horário ou de ausência de trasmissão não é possível assistir a alguns importantes jogos da Bundesliga. Existem resultados, entretanto, que não podem passar despercebidos. O Hertha Berlim está voando baixo. O time venceu fora de casa o Energie Cottbus por 3 a 1 e abriu 4 pontos na liderança. Amigos, sei que estou sendo repetitivo, porém não há como não elogiar Voronin. Parece que o ucraniano do Hertha pegou a responsabilidade de fazer os gols da equipe e colocou debaixo do braço. Neste último jogo ele marcou os 3 que deram a vitória e uma folguinha na liderança pro time de Berlim. Mesmo com 46 pontos e os 4 adversários diretamente abaixo na tabela com 42 , o time de Voronin não pode bobear. Pois esse ano, Bundesliga é sinônimo de equilíbrio.
- Um dos times que estão perseguindo o Hertha Berlim é o Wolfsburg. Com uma campanha 100% no returno, isso mesmo, 6 jogos e 6 vitórias, o Wolfsburg subiu muito na tabela. No primeiro turno assisti um bom número de jogos da equipe que se mostrava muito equilibrada. O brasileiro Josué é um destes pontos de equilíbrio do time. O setor ofensivo, porém, é o que vem se destacando, com o brasileiro Grafite e os bósnios Misimovic e Dzeko. Reparem nos dados: Grafite 14 gols; Misimovic 12 assistências; Dzeko 12 gols e 8 assistências. Em seu último jogo, uma vitória por 1 a 0 sobre o Karlsruhe com gol do atacante Dzeko. Estou torcendo para os canais que transmitem a Bundesliga passar jogos da equipe. Se vocês tiverem a chance de assitir a um jogo do Wolfsburg, eu aconselho.
ENQUANTO ISSO EM SÃO PAULO...
- O patriota tem motivos para ter raiva dele pois, mesmo já tendo levantado a Taça FIFA duas vezes, não podia se apresentar para uma Copa do Mundo com aquela forma física. O flamenguista tem motivos para desconsiderá-lo pois, após treinar meses no clube e deixar todo rubro-negro, do presidente ao mendigo, esperançoso por contar com ele, assina contrato com outro time. O próprio torcedor do Corinthians tem motivos para vaiá-lo pois, em um período onde os treinos devem ser intensivos, ele constantemente passa a madrugada na farra. O torcedor do Barcelona pode desprezá-lo pois ele cometeu a heresia, para os catalães, de atuar pelo Real Madrid. Pelo mesmo motivo, o de atuar pelo maior rival, os torcedores da Inter de Milão podem destestá-lo por ele ter jogado no Milan. O torcedor palmeirense pode xingá-lo por ele ter marcado um gol em seu time aos 47 minutos do 2º tempo. Os motivos para torcer contra ele são inúmeros, porém todos são apagados pela felicidade de vê-lo sorrir após balançar as redes novamente.
Madureira 1 x 2 Bangu – Édson Passos
Flamengo 3 x 1 Cabofriense – Maracanã
Vasco 3 x 0 Friburguense – São Januário
Resende 0 x 2 Macaé – Resende
Volta Redonda 3 x 0 Americano – Volta Redonda
Mesquita 0 x 1 Fluminense – Engenhão
Tigres 2 x 3 Botafogo – Xerém
Olá amigos do FUTEBOLA!
A Taça Rio começou de maneira curiosa. Neste turno do Campeonato os times duelam com adversários do outro grupo e, com exceção de Vasco e Fluminense, todos os times do grupo A perderam suas partidas para os participantes do grupo B. Todos os considerados grandes venceram, porém apenas o Vasco garantiu os três pontos com tranquilidade. Vamos ver então como os “grandes” ganharam suas partidas.
MANDOU BEM!
- O Flamengo realizou um jogo equilibradíssimo contra a Cabofriense. No 1º tempo o time até dominou o jogo, mas foi na 2ª etapa que a dificuldade ficou maior. Quando o placar mostrava 2 a 1 para o rubro-negro, a Cabofriense começou a criar perigosas chances de empatar o jogo e se não fosse o goleiro Bruno obteria sucesso. Se Bruno foi de grande valia, ao ser a segurança necessária para o Flamengo vencer por 3 a 1, Léo Moura foi o principal responsável pelos 3 pontos conquistados. O ex-lateral e atual meia parece estar se adaptando rápido a nova função de organizador. Com maior liberdade em campo e melhor forma física que no início da temporada, ele tem participado muito bem das ações ofensivas do Flamengo. Por sua antiga posição, suas principais jogadas saem pelo lado direito do campo e contam com a ajuda de Éverton Silva. Nesta partida todos os gols rubro-negros saíram dos pés de Léo Moura, sendo sua última assistência realizada após uma arrancada sensacional. É claro que o Flamengo ainda precisa de muitos ajustes táticos, porém um ponto forte já está aparecendo, ou melhor, reaparecendo, ao time da Gávea. As jogadas de Léo Moura voltaram com tudo.
- O Vasco fez uma daquelas partidas onde todos os jogadores realizaram seus respectivos trabalhos com eficiência. A tática de Dorival Junior de manter a posse de bola o maior tempo possível deu certo em praticamente todo jogo. Sem se afobar o time manteve o domínio da partida e o goleiro Tiago foi pouquíssimo exigido. Fernando esteve bem na defesa, Carlos Alberto foi muito participativo ofensivamente, O lateral-esquerdo Ramón mostrou sua qualidade no 2º tempo e Rodrigo Pimpão entrou em campo com tanta vontade que foi premiado com um golaço. Repetindo, o time inteiro esteve bem. Como principal ponto positivo ficou a tranquilidade do Vasco para engolir um Friburguense muito mais fraco tecnicamente.
- O Fluminense pode ter craques em seu elenco como Thiago Neves, Conca e agora Fred, porém o título de “O Salvador” até agora pertence a Éverton Santos. Desde que retornou ao time na última rodada da Taça Guanabara que Éverton vem fazendo gols importantes. Marcou em todas as partidas que jogou, com exceção ao clássico contra o Botafogo e nesta última partida, contra o Mesquita, fez mais um importante gol. Ele não vinha bem em campo, até pelo esquema 4-5-1 que o deixava isolado na frente, mas, principalmente na 2ª etapa, tentou se movimentar e criar algumas oportunidades. Éverton não fez uma boa partida assim como o restante do time. A criatividade ofensiva da equipe era praticamente nula e nem jogadas simples como ultrapassagens dos laterais e chutes de média distância o time conseguia realizar. Aos 45 minutos, após cruzamento na área e desvio de Thiago Neves, Éverton Santos apareceu para dar os 3 pontos ao Fluminense.
- O Botafogo, acreditem, teve que jogar bem para vencer o Tigres em uma difícil partida. O time alvi-negro atacou com qualidade ( mesmo que Victor Simões tenha perdido algumas claras chances de gols ), não recuou mesmo vencendo o jogo, teve a participação de seu maestro Maicosuel nas ações ofensivas, Juninho voltou a fazer um golaço de longa distância, e teve um surpreendente Gabriel estreando muito bem na lateral-esquerda. Já o Tigres soube se defender com certa qualidade e ainda foi ao ataque com perigo durante o início do 2º tempo. Resumindo: o Botafogo não pode ser criticado por ter vencido com dificuldades o lanterninha do torneio, pois o Tigres fez um bom papel. Voltando ao lado esquerdo. Thiaguinho vem fazendo boas partidas atuando pela lateral-esquerda, porém ele sofre com o problema de ser destro. Um grande número de jogadas que estão prontas pela linha de fundo, ele puxa para o meio, para sua perna boa. A entrada do jovem Gabriel foi ilustrativa deste problema de Thiaguinho. As duas primeiras bolas que Gabriel recebeu resultaram em dois belíssimos cruzamentos de esquerda, desperdiçados por Victor Simões e Alessandro. A terceira bola ele não cruzou, mas fez um golaço em uma pancada de canhota. Gabriel ainda esteve muito bem defensivamente, participando do sistema de marcação. Não sei se ele atuará sempre com esta qualidade, porém não podia deixar de elogiar uma atuação tão boa. Tomara que Ney Franco consiga utiliza-lo com maior frequência.
- Dois jogadores dos times considerados pequenos me chamaram muito a atenção nesta rodada. O zagueiro do Mesquita, João Filipe, sempre pelo lado direito, esteve muito seguro. Ele impediu muitos ataques do Fluminense pelo seu setor e merece créditos pela dificuldade imposta ao tricolor. Outo jogador que atuou bem esta rodada foi o lateral-esquerdo Edson do Tigres. Ele fez um excelente 2º tempo, principalmente no campo ofensivo, apoiando com qualidade como no lance em que deu linda assistência para o primeiro gol de seu time. Não posso deixar de citar também que Sorato marcou um belo gol pelo Tigres. O comentarista dos canais PFC, André Loffredo, foi perfeito em sua análise sobre o gol do veterano: “A defesa do Botafogo não pode deixar desmarcado um cara que está fazendo gols a 20 anos.”.
MANDOU MAL!
- Dois jogadores que, em minha opinião, são excelentes, foram péssimos nesta primeira rodada da Taça Rio. O lateral-esquerdo, flamenguista, Juan ficou um tempo parado por contusão, porém isto não pode ser utilizado para justificar sua péssima atuação contra a Cabofriense. O fato teve maior evidência pois o lado direito do Flamengo se mostrou muito mais produtivo. A verdade é que Juan vem errando dribles, arrancadas, chutes e cruzamentos que não costumava. A única característica sua que parece inalterada é a capacidade de levar cartão amarelo por reclamação. O outro jogador que vem decepcionando é o tricolor Conca. Em uma das minhas colunas de abertura do blog apostei que ele brigaria para ser um dos melhores jogadores do país, ao fim do ano. O argentino está muito longe disso. Pessoalmente, acredito que o principal motivo da sua queda de rendimente seja o fato de os laterais tricolores não se mostrarem incisivos ofensivamente. Conca sempre soube utilizar as ultrapassagens dos laterais, jogadas que Mariano, Leandro e, na última partida, João Paulo não estão realizando com qualidade.
- Algumas vezes acredito que uns treinadores não conhecem o próprio elenco. Tudo bem que quem comandou o Fluminense na partida contra o Mesquita foi o interino Gílson Gênio, mas não pode um treinador que está no dia a dia do clube colocar Éverton Santos como único atacante na equipe que iniciou a partida. É possível um time atuar sem centroavante? Claro! É possível um time, antes de realizar inúmeros treinamentos táticos, atuar sem centroavante? Nunca! O objetivo de, em uma partida contra o Mesquita, Gílson optar por iniciar com o atacante Maicon no banco e três volantes ( Fabinho, Leandro Bonfim e Romeu ) em campo, eu juro que desconheço. Ainda bem que Fred e Parreira chegaram.
ENQUANTO ISSO NA ALEMANHA…
- O Bayern de Munique deu uma verdadeira sapatada no Hannover ao vencer o seu jogo da 23ª rodada, em casa, por 5 a 1. O Hannover deve ter criado alguma esperança de bom resultado ao abrir o placar, porém sua defesa possui o nível dos times eliminados na primeira rodada da Copa do Brasil. Sem poder contar dois de seus principais jogadores, Ribéry e Luca Toni, o Bayern se sustentou nas bolas aéreas. Os belos cruzamentos de Zé Roberto e Schweinsteiger e a citada fragilidade defensiva do Hannover fez o time de Munique marcar 4 gols de cabeça. Apesar de muita bola na rede o lance mais belo do jogo não resultou em gol. A bola estava saindo pela linha lateral, do lado esquerdo do ataque do Bayern, quando Lahn, o lateral do time de Munique, correu atrás da bola com um marcador fungando seu cangote. Antes da pelota sair ele deu um carrinho, tocou a bola para trás de seu corpo e pelo lado de seu marcador, levantou com uma velocidade impressionante, completou a gauchinha e cruzou a bola na área. Só assistindo para acreditar. Jogada absurdamente linda. Com a vitória e outros resultados da rodada o favorecendo, o Bayern pulou da quinta para a teceira colocação.
- Realmente parece estar acabando o encanto do Bayer Leverkusen. A equipe dos brasileiros Henrique ( ex-Palmeiras ) e Renato Augusto ( ex-Flamengo ) realizou um belíssimo primeiro turno na Bundesliga, mas com apenas uma vitória em 6 partidas do returno caiu para a sétima colocação e está fora até da zona de classificação para a próxima Copa da Uefa. Em seu último jogo neste domingo, em casa, contra o Bochum, a equipe teve uma péssima apresentação. Com Renato Augusto sendo completamente anulado em campo, principalmente pelo bom lateral-esquerdo do Bochum Fuchs, e o suiço Barnetta sem a mínima inspiração, o Bayer criou pouquíssimas chances de gol. O Bochum havia saído na frente e segurava a vitória por 1 a 0 sem muitos problemas quando seu zagueiro Mavraj, em uma infatilidade, colocou a mão na bola dentro da área cometendo pênalti e sendo expulso. Helmes converteu a penalidade para o Leverkusen, mas seu time não teve a capacidade de virar o jogo mesmo com um homem a mais durante 30 minutos. Apesar da excelente atuação do goleiro do Bochum Daniel Fernandes, o Bayer não mereceu a vitória.
- Por motivos de horário ou de ausência de trasmissão não é possível assistir a alguns importantes jogos da Bundesliga. Existem resultados, entretanto, que não podem passar despercebidos. O Hertha Berlim está voando baixo. O time venceu fora de casa o Energie Cottbus por 3 a 1 e abriu 4 pontos na liderança. Amigos, sei que estou sendo repetitivo, porém não há como não elogiar Voronin. Parece que o ucraniano do Hertha pegou a responsabilidade de fazer os gols da equipe e colocou debaixo do braço. Neste último jogo ele marcou os 3 que deram a vitória e uma folguinha na liderança pro time de Berlim. Mesmo com 46 pontos e os 4 adversários diretamente abaixo na tabela com 42 , o time de Voronin não pode bobear. Pois esse ano, Bundesliga é sinônimo de equilíbrio.
- Um dos times que estão perseguindo o Hertha Berlim é o Wolfsburg. Com uma campanha 100% no returno, isso mesmo, 6 jogos e 6 vitórias, o Wolfsburg subiu muito na tabela. No primeiro turno assisti um bom número de jogos da equipe que se mostrava muito equilibrada. O brasileiro Josué é um destes pontos de equilíbrio do time. O setor ofensivo, porém, é o que vem se destacando, com o brasileiro Grafite e os bósnios Misimovic e Dzeko. Reparem nos dados: Grafite 14 gols; Misimovic 12 assistências; Dzeko 12 gols e 8 assistências. Em seu último jogo, uma vitória por 1 a 0 sobre o Karlsruhe com gol do atacante Dzeko. Estou torcendo para os canais que transmitem a Bundesliga passar jogos da equipe. Se vocês tiverem a chance de assitir a um jogo do Wolfsburg, eu aconselho.
ENQUANTO ISSO EM SÃO PAULO...
- O patriota tem motivos para ter raiva dele pois, mesmo já tendo levantado a Taça FIFA duas vezes, não podia se apresentar para uma Copa do Mundo com aquela forma física. O flamenguista tem motivos para desconsiderá-lo pois, após treinar meses no clube e deixar todo rubro-negro, do presidente ao mendigo, esperançoso por contar com ele, assina contrato com outro time. O próprio torcedor do Corinthians tem motivos para vaiá-lo pois, em um período onde os treinos devem ser intensivos, ele constantemente passa a madrugada na farra. O torcedor do Barcelona pode desprezá-lo pois ele cometeu a heresia, para os catalães, de atuar pelo Real Madrid. Pelo mesmo motivo, o de atuar pelo maior rival, os torcedores da Inter de Milão podem destestá-lo por ele ter jogado no Milan. O torcedor palmeirense pode xingá-lo por ele ter marcado um gol em seu time aos 47 minutos do 2º tempo. Os motivos para torcer contra ele são inúmeros, porém todos são apagados pela felicidade de vê-lo sorrir após balançar as redes novamente.