Botafogo 3 x 0 Resende - Maracanã
Olá amigos leitores do FUTEBOLA!
Pela quarta vez consecutiva o Botafogo estará na final do Campeonato Carioca. Com totais méritos o Glorioso bateu o Resende por 3 a 0, em um lotado Maracanã, conquistando a Taça Guanabara. Desta vez, iremos aos destaques do jogo com uma particularidade. Não incluirei nenhuma observação na sessão “MANDOU MAL!”. Tudo bem que o Resende não viu a cor da bola na partida, mas seria uma covardia criticar o time que sentiu a pressão de disputar uma final contra um gigante. Portanto, parabéns ao Resende por ter chegado a disputa do título e ao Botafogo pelo show dado no Maracanã.
MANDOU BEM!
Toda a equipe botafoguense esteve excelente em campo e, para não cometer injustiças, irei falar um pouco da atuação de cada campeão.
- Renan: apenas uma vez na partida sua participação foi solicitada, mas não foi uma participação qualquer. No início da 2ª etapa, um cruzamento perfeito chegou na cabeça do artilheiro do campeonato Bruno Meneghel. A partida estava 1 a 0 e o gol de empate, naquela altura, poderia complicar a vida do Botafogo. A cabeçada de Bruno saiu como manda o figurino, forte, no chão. Renan foi perfeito em seu vôo até alcançar a pelota e garantir a tranquilidade que o time precisava na sequência da partida.
- Emerson: o zagueiro direito quase não foi incomodado pelo ataque do Resende e quando precisou aparecer esteve seguro. Como o trabalho na defesa estava tranquilo resolveu em um lance partir para o ataque e quase marcou um gol em um ótimo chute.
- Juninho: o capitão não esteve bem na sua especialidade, que são as bolas paradas. Além de o pé não estar calibrado, ele andou papando mosca em duas bolas alçadas na área pelo ataque do Resende. Exceto estas duas falhas que em nada influenciaram no resultado do jogo mostrou a personalidade e liderança habituais, esteve bem nas coberturas e ótimo no ataque, dando linda assistência para o gol de Lucas Silva.
- Wellington: o zagueiro esquerdo teve um pouco mais de trabalho que seu companheiro Emerson, pois o Resende, nas raras vezes que atacava, chegava pelo seu lado. Ainda assim ele teve uma atuação segura ajudando a dar solidez ao sistema defensivo alvi-negro.
- Alessandro: o ala botafoguense teve um papel ofensivo importantíssimo quando estava sem a bola. Alessandro em todos os momentos do jogo se movimentou para abrir espaço no lado direito do campo, que foi usado por Fahel, Maicosuel e outros. Claro que ele também utilizou o seu lado e criou jogadas perigosas.
- Fahel: O volante vem se mostrando um jogador muito constante, atuando bem com frequência. Nesta final sua única qualidade ausente foi a conclusão de cabeça em cruzamentos na área. Vontade, marcação e participação ofensiva estiveram uma vez mais presentes na atuação do jogador. Sua presença no ataque é muito útil, pelo fato de não deixar Maicosuel sobrecarregado.
- Leandro Guerreiro: Neste show ofensivo proporcionado pelo time do Botafogo, o melhor homem em campo, na minha opinião, foi um defensor. O volante/zagueiro ( foi volante até a entrada de Léo Silva aos 8 minutos da 2ª etapa, quando recuou para a defesa ) esteve implacável na marcação. Nada passava por ele. Não importava se o adversário tentava o passe, o drible ou a arrancada, o resultado era sempre o mesmo: bola no pé de Leandro. Sua atuação foi de gigantesca importância para o Botafogo conseguir atacar com vários jogadores sem se preocupar muito com o contra-ataque adversário. Até um amigo meu, que não é fã de Leandro Guerreiro, se rendeu exclamando: “Hoje o cabeludo tá demais!”.
- Thiaguinho: Mesmo com o Botafogo concentrando suas ações pelo lado direito do campo, o ala-esquerda Thiaguinho sempre esteve presente no ataque. Não saber utilizar a perna esquerda as vezes o atrapalha em atuar por este lado do campo, porém ele esteve sempre colaborando com as jogadas ofensivas da equipe. Na 1ª etapa quase marcou um golaço ao driblar dois adversários com extrema facilidade e mandar uma bomba pro gol.
- Lucas Silva: Admito que não sou fã do jogador e raramente o vejo fazer uma boa partida. Nesta decisão ele estava muito sumido em campo e o treinador Ney Franco estava prestes a substituí-lo quando ele decidiu aparecer. Em lindo passe de Juninho, Lucas mostrou qualidade ao driblar o goleiro e, em velocidade, concluir com perfeição para balançar a rede. Mesmo com o gol marcado ele foi substituído, mas saiu de campo sob os aplausos da galera.
- Maicosuel: Realmente o jovem Maicosuel está assumindo o papel de líder técnico do time. A facilidade que ele possui de se esconder das partidas parece estar dando lugar a uma imensa vontade de participar do jogo. Sejam em arrancadas ou dribles curtos, em bolas paradas ou chutes de primeira, jogadas pela esquerda ou pela direita, lá está Maicosuel. “Nossa! Este cara prende muito a bola!”, alguns irão dizer. Concordo plenamente, porém sejamos sinceros. Tem como reclamar de um jogador que, em 8 partidas disputadas, balança a rede 6 vezes e anota 6 assistências em seu caderninho? Da mesma forma, poderíamos dizer que dos 20 gols marcados pelo Botafogo na Taça Guanabara, 12 saíram de seus pés. Na decisão contra o Resende ele esteve ótimo ofensivamente, ora pelos lados do campo, ora pelo meio. No finalzinho, só para aumentar o grito de “É campeão!!!” da galera, ele deixou sua marca, após falha cômica no sistema defensivo do Resende. Em minha opinião, Maicosuel ainda tem um longo caminho de aprendizado pela frente, mas foi o melhor jogador da Taça Guanabara.
- Reinaldo: Impressionante o vigor físico que Reinaldo está demonstrando. Alguns jogadores demoram meses para adquirir boa forma, porém o atacante, que ainda começou o torneio machucado, está voando. Neste jogo em especial, Reinaldo não parou de correr nunca e praticamente em todas as jogadas ofensivas produzidas pelo Botafogo era possível vê-lo no enquadramento da tv. Reinaldo mostrou oportunismo ao marcar o gol, o primeiro do time, que deu a tranquilidade para o Botafogo vencer a partida e ainda colaborou com ótimas arrancadas. Como ponto negativo, apenas o fato de estar desperdiçando muitas chances de “sacudir o véu da noiva”.
- Léo Silva: Eu acredito que o motivo do bom volante Léo Silva ter iniciado a partida no banco de reservas foi a opção de Ney Franco de manter 3 zagueiros de origem e Leandro Guerreiro como volante, assim como fizera contra o Fluminense. Acredito também, que o treinador terá que repensar esta escolha. Léo Silva vem se mostrando um volante que sabe marcar e atacar com qualidade. Se contra o Resende seu poder de marcação não foi necessário, ele participou de dois ótimos lances ofensivos, sendo que um deles resultou no gol de Maicosuel.
- Jean Carioca: O jovem entrou em campo com vontade de mostrar qualidade. Apareceu mais do que Lucas Silva, jogador que substituiu, porém não teve a felicidade de marcar um gol. Na tranquila Taça Rio que o Botafogo terá pela frente, Jean é um jogador que deve ser utilizado com frequência.
- Wellington Jr.: Não irei dar uma bronca no jovem Wellington Jr.. Digamos que ter entrado em campo aos 38 minutos do 2º tempo e ser expulso 4 minutos depois servirá como experiência. Então Sr. Wellington, vê se não repete uma dessas, hein.
- Ney Franco: O Botafogo contou com o treinador certo para esta decisão. Apesar de a organização tática do time ter sido excelente, Ney foi fundamental por outro motivo. No Campeonato Mineiro de 2005, Ney treinava o “pequeno” Ipatinga, que se sagrou campeão após vencer o poderoso Cruzeiro. Por saber como fazer um time modesto ser campeão, ele também soube como anular qualquer tentativa do Resende de crescer no jogo. O Botafogo se impôs, atacou o jogo inteiro, sufocou o adversário e fez sua torcida não parar de cantar. Resumindo: o Botafogo assumiu o papel de favorito. Muito desta atitude botafoguense, podem apostar, foi devido à preleção de Ney Franco.
ENQUANTO ISSO NA ALEMANHA…
- Terminada a quinta rodada do returno da Bundesliga, três dos candidatos ao título estão decepcionando. Bayern de Munique, Hoffenheim e Bayer Leverkusen conseguiram, cada um, apenas uma vitória no 2º turno da competição. Neste domingo, o Bayern de Munique enfrentou o Werder Bremen, que por sinal faz uma campanha pífia apesar do bom sistema ofensivo, fora de casa. Com 15 minutos da 1ª etapa o zagueiro brasileiro Naldo, do time de Bremen, foi expulso, fazendo com o Bayern passasse a ter a obrigação da vitória. Ribéry e Zé Roberto ( atuando pela lateral-esquerda ) tentaram de muitas maneiras superar o sistema defensivo do time anfitrião, porém o goleiro Vander estava inspiradíssimo. O Werder, mesmo com um homem a menos, explorava, algumas vezes o fraco setor de defesa do Bayern e quase alcançou a vitória com Pizarro desperdiçando uma chance clara de gol. Final de jogo e 0 a 0 no placar, contudo a falta de gols não demonstra a bela partida que ocorreu. Com mais um jogo sem vitória, o Bayern de Munique caiu para o quinto lugar ( foi ultrapassado pelo Wolfsburg, que sapecou o então líder no início da rodada, Hamburgo, por 3 a 1 com 2 gols de Grafite ) e acreditem, está fora da zona de classificação para a Champions League.
- Não consegui assistir ao jogo Hertha Berlin 2 x 1 Borussia M`gladbach pois ocorreu no mesmo horário de Borussia Dortmund 0 x 0 Hoffenheim. Entretanto, não poderia deixar de citar mais uma vitória do Hertha que assumiu o topo da tabela. Contando com os brasileiros Cícero e Raffael na armação das jogadas e um finalizador iluminado, como vem se mostrando o ucraniano Voronin, este elenco pode entrar para a história. O motivo? Desde 1931 o Hertha Berlin não conquista a liga nacional.
Realmente mereceu ganhar a Taça.
ResponderExcluirCom um time cuja folha de pagamento é barata se comparado a Flamengo e Fluminense, foi a única equipe que apresentou um padrão de jogo bem definido e com qualidade.