Vasco 4 x 0 Vitória – São Januário, Rio de Janeiro (RJ)
Flamengo 0 x 0 Internacional – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Corinthians 1 x 0 Fluminense – Pacaembu, São Paulo (SP)
Olá amigos do FUTEBOLA!
A rodada da Copa do Brasil deste meado de semana mobilizou o torcedor carioca. Além de dois grandes clássicos do nosso futebol, como foram Flamengo x Internacional e Corinthians x Fluminense, o Vasco atropelou o Vitória em São Januário. Mesmo sem poder contar com os, teoricamente, cinco clubes mais fortes do país, que disputam a Taça Libertadores, a Copa do Brasil está mostrando um excelente nível este ano. Vamos aos destaques dos jogos que eu consegui assistir desta importante rodada.
MANDOU BEM!
- Pode parecer estranho, mas o Vasco não teve uma atuação de gala contra o Vitória. A goleada por 4 a 0 foi sim inquestionável, porém a equipe vascaína esteve longe mostrar um belo futebol. O que saltou aos olhos foi a eficiência do time nas jogadas de bola parada e em aproveitar os erros da defesa do Vitória. A falha de Leandro Almeida no gol marcado por Carlos Alberto, o primeiro do Vasco, chegou a ser cômica. Já no gol seguinte, de Élton, toda a defesa baiana não conseguiu cortar um simples escanteio, onde a bola ficou pipocando na área. Após o intervalo, o Vasco selou sua classificação em aproximadamente 15 minutos. Se no início do ano, Paulo Sérgio e Nílton surpreenderam com o primeiro sempre acertando os cruzamentos para o segundo balançar as redes de cabeça, nesta partida eles mostraram a qualidade no chute direto para o gol. Em duas cobranças de falta, na entrada da área, eles decidiram o jogo, e a classificação vascaína. Chovendo no molhado, acredito que para disputar a longa Série B o Vasco precisará de um elenco homogêneo, onde os reservas podem virar titulares da noite para o dia. No momento atual, Nílton e Léo Lima dão uma maior consistência ao meio-de-campo vascaíno do que Mateus e Jeférson, que, no entanto, serão muito úteis ao longo do ano. O mesmo raciocínio poderá ser aplicado ao Élton, que deverá ser o barrado quando Aloísio possuir condições de jogo.
- Que o Flamengo não conseguiu um bom resultado ao empatar sem gols com o Internacional, em pleno Maracanã, é fato. Porém, a equipe rubro-negra atuou os 90 minutos em busca da vitória, e isso deve ser elogiado. Se o problema da falta de poder de finalização do time flamenguista é visível, a capacidade de pressionar o adversário e criar oportunidades de gols é enorme. Nesta partida contra o Internacional, o Flamengo tentou de tudo quanto é maneira furar a retranca colorada, mas quando se junta a falta de qualidade nas conclusões com a falta de sorte, não há como balançar as redes. Foram tantas chances criadas, que os pequeninos Éverton e Juan conseguiram, de cabeça, carimbar as traves do goleiro Lauro. Por falar em Lauro, o que foi a defesa que ele realizou após chute de Angelim, à queima-roupa? Realmente não era (mais uma vez) o dia de a bola entrar. E ainda teve mais duas belas finalizações do Kleberson, uma de cabeça, depois de bom passe de Éverton, e um chute que passou raspando a trave após excepcional assistência de Íbson. Estranho o fato de nenhuma das claras oportunidades que o Flamengo criou ter passado pelos pés dos centroavantes? Em se tratando do Flamengo, não.
- Gostei, e muito, da formação defensiva utilizada pelo Cuca nesta partida. O Aírton se saiu muito bem atuando na cobertura, assim como Willians de zagueiro-direito (mesmo que depois ele tenha sido deslocado para acompanhar o D´Alessandro, foi como beque-direito que ele começou o jogo). As excelentes e importantes ultrapassagens que Ronaldo Angelim realiza pelo lado esquerdo, foram vistas, principalmente no 1º tempo, com Willians pela direita. Se o Cuca sempre disse que o Willians possui bom poder ofensivo, acredito que fazer a função semelhante à do Angelin, seja mesmo o papel adequado para ele. Sobre a presença do Toró como titular, os aplausos da torcida, após sua saída por cansaço, ilustram sua boa atuação. Em minha opinião, o Toró é muito pouco aproveitado pelo Cuca, porém acredito que após esta atuação terá mais oportunidades de mostrar seu futebol. Fechando o sistema defensivo rubro-negro, o cada dia mais sensacional goleiro Bruno. Realmente não tenho palavras para comentar sobre sua defesa em cabeçada do Nilmar, aos 41 minutos do 2º tempo. Somente Bruno, em todo o país, conseguiria salvar o lance que exigiu reflexo e habilidade com os pés, de outro mundo.
- Não acompanho o Campeonato Argentino com a frequência que desejava, até pela questão do horário, já que muitos jogos são simultâneos aos do Brasileirão. Por este motivo, não posso ser convicto em afirmar se o técnico da Seleção Argentina, o Maradona, possui um certo preconceito com os jogadores que não atuam na Europa. Já sobre o nosso treinador Dunga, possuo toda a certeza possível que ele não vê com bons olhos os que atuam em nossos gramados. Por que motivo estou falando sobre este assunto? Simples. Por causa da dupla de argentinos do Internacional, D´Alessandro e Guiñazu. Se D´Alessandro foi completamente anulado pela marcação do Flamengo, nesta partida, a atuação de Guiñazu foi daquelas de se gravar em dvd e vender com o título “Como ser um grande volante”. Guiñazu é daqueles jogadores que podem afirmar, ao final de uma partida, que correu por 90 minutos. E mais, correu pelo campo inteiro. Assistí-lo jogar. é realmente uma aula de como marcar e sair para o jogo com qualidade. Sei que D´Alessandro já vem merecendo uma convocação para a Seleção Argentina faz um tempinho, mas meu lobby desta vez vai para o Guiñazu, apesar de ter a leve impressão de que o Maradona não está nem aí para ele.
MANDOU MAL!
- Amigos, eu sei que não se pode analisar uma equipe somente por uma partida assistida. Mas observem o caso. Desde o início do ano que estou esperando para poder assistir ao Internacional atuar. Cada goleada que o Colorado aplicava no Campeonato Gaúcho, cada vitória sobre o Grêmio, cada roubada de bola do Guiñazu, cada assistência do D´Alessandro, cada gol do Nilmar, o último gol do Nilmar, me fizeram acreditar que o Internacional é uma das melhores equipes do mundo. Sendo sincero, ainda acredito. Porém, este fato não me impede de ficar decepcionado com a atuação colorada no Maracanã. Armado em um verdadeiro ferrolho, de fazer inveja a qualquer treinador retranqueiro, o Internacional, em momento algum, se preoucupou em mostrar a qualidade que possui. Será que o Colorado sentiu a pressão de enfrentar um time tão ofensivo (em intensidade, não em qualidade) quanto ele? Repito, continuo acreditando ser o Internacional favorito à todos os títulos que disputar no ano, mas esperava muito mais da equipe, no Maracanã.
- Muito dura é a briga para saber quem foi pior jogador desta rodada da Copa do Brasil. O atacante do Flamengo Obina ou o defensor do Vitória Luciano Almeida? A cada jogo que passa, percebe-se mais que Obina não está em condições de jogar no Flamengo. Nesta partida contra o Internacional, além de não criar sequer uma perigosa jogada ofensiva, atrapalhou muito o time com as faltas que constantemente cometia. Já o zagueiro/lateral Luciano Almeida fez uma jogada digna de filme dos Trapalhões. Após cobrança de falta do vascaíno Nílton, a bola parou em seus pés, dentro de sua área. O que ele fez? Entregou-a nos pés de Carlos Alberto, que abriu o placar para o Vasco. E teve mais. Com o placar mostrando 3 a 0 para o Vasco, Luciano inventou de cortar uma bola com a mão na entrada da área. Além de ser expulso, a infração resultou no gol de falta de Nílton, fechando a goleada vascaína.
ENQUANTO ISSO EM RECIFE…
Simplesmente monumental o duelo entre Sport e Palmeiras, válido pelo segundo jogo das oitavas-de-final da Taça Libertadores. O Sport havia perdido o primeiro jogo por 1 a 0 e, jogando na pulsante Ilha do Retiro, já era de se imaginar a pressão que iria impor ao Palmeiras. Surpreendente foi a atitude do Verdão de abdicar completamente do ataque para tentar segurar o ímpeto do Leão. Com exceção de uma escapulida pela esquerda do Keirrison e um chute de fora da área do Maurício Ramos, o 1º tempo foi dominado integralmente pelo Sport. Em minhas contas, o time pernambucano teve nada menos do que seis claríssimas chances de abrir o placar, mas encontrou do outro lado ou goleiro Marcos. Ou melhor, São Marcos. Não tem como não chamá-lo de santo após as duas defesas que realizou em conclusões de Paulo Baier. Na primeira, o camisa 10 do Sport cabeceou a bola a queima roupa e Marcos mostrou um reflexo único para salvar. Já na segunda, Paulo Baier recebeu açucarado passe e, quase na pequena área, chutou em cima do goleiro/milagroso. Como não existe santo sem sorte, na terceira vez que Paulo Baier pintou na área palmeirense e conseguiu ultrapassar Marcos, a bola saiu lentamente à esquerda da trave. Resumo da ópera: o 1º tempo foi um verdadeiro ataque x defesa onde Marcos impediu Paulo Baier de entrar na galeria de ídolos do Sport.
Após o intervalo, nada de diferente no ritmo do jogo. Com 10 minutos, o Palmeiras não preocupava nem um pouco o goleiro Magrão e já havia feito seu torcedor prender a respiração por duas vezes. Porém, os jogadores do Sport são humanos e, como tais, ficam nervosos com o tic-tac do relógio. O tempo passava e a retranca palmeirense, apoiada em zagueiros que não perdiam uma bola pelo alto, meias que não paravam de marcar por 1 só minuto e um goleiro inadjetivável, não era furada. Aos poucos os perigosos ataques pernambucanos foram perdendo a força e o placar parecia mesmo que terminaria inalterado. Mas como o futebol não tem um pingo de lógica, no momento em que o Sport não conseguia se organizar, nem nada organizar, Luciano Henrique fez linda jogada pela esquerda e cruzou para Wilson balançar a rede. A Ilha do Retiro veio abaixo. Restavam aproximadamente 10 minutos para o final e o Sport voltou a atacar com tudo e com todos. Aos 48 o lance que ficará marcado para sempre na história do Leão. Após mais uma boa jogada de Luciano Henrique, o excelente atacante Ciro recebe a bola na entrada da área, gira sobre o zagueiro e manda o chute certeiro. Com a mesma divindade com que se abre um mar ou se anda sobre a água, Marcos voa para, com um leve toque, fazer a bola explodir na trave. Inacreditável!
Decisão de pênaltis! A maior crueldade que pode existir para o coração de um torcedor. A maior glória que pode existir para um goleiro. A cada cobrança que Marcos defendia, mais eu percebia o quanto ele é iluminado. Ao defender o terceiro e derradeiro pênalti, que deu a vaga ao Verdão, eu tive a certeza. O torcedor palmeirense deve, todo dia antes de dormir, ajoelhar-se e rezar para São Marcos.
ENQUANTO ISSO NA ALEMANHA...
O Borussia Dortmund veio para o jogo, contra o Wolfsburg, embalado pelas 7 vitórias consecutivas e pela chance de se aproximar da zona de classificação para a Champions League. Um ponto interessante do duelo foi que um time era exatamente o espelho do outro, ambos formados por uma linha de 4 defensores, um losango no meio de campo e uma dupla de ataque. Porém, se as táticas (não a organização tática, mas o esquema tático) das equipes se assemelham, a diferença técnica vista em campo foi enorme, mesmo com o excelente meia organizador e camisa 10 do Wolfsburg, Misimovic, mostrando um futebol muito abaixo do que vinha apresentando. A responsabilidade de decidir o jogo, e fazer o Wolfsburg dar um passo enorme rumo ao inédito título, esteve nos pés de Grafite e Dzeko. Quem não acompanha a Bundesliga pode achar que estou exagerando, entretanto poucas duplas de ataque no mundo tem mostrado o entrosamento e a eficiência de Grafite/Dzeko. Para se ter uma idéia desta afinidade, é preciso apenas descrever os gols da belíssima vitória do Wolfsburgo por 3 a 0, que pôs fim à arrancada do Borussia Dortmund. Josué faz linda tabela com Grafite e passa para Dzeco abrir o placar, aos 15 minutos do 1º tempo. Apenas 2 minutos após o intervalo, a zaga do Borussia bobeia e Dzeko deixa Grafite na cara do gol. 2 a 0 Wolfsburg. O jogo se encaminhava para o final quando, aos 39 minutos, Grafite faz espetacular jogada e retribui a assistência para Dzeko colocar números finais no jogo. Se você não está convencido, lhe darei um feito incrível alcançado pela dupla. Pela primeira vez na história da Bundesliga, dois jogadores da mesma equipe ultrapassam os 20 gols, cada. Grafite está na artilharia com 24 gols e Dzeko possui 22. Se esta dupla é a principal força do Wolfsburg para buscar o inédito título da Bundesliga, não podemos nos esquecer do fator casa, já que esta foi a 15ª vitória da equipe, em seus domínios, em 16 jogos (houve um empate).
O mais impressionante do Campeonato Alemão, é que mesmo com esta excelente campanha, os rivais não deixam o Wolfsburg disparar na ponta da tabela. Muito pelo contrário, o torneio está totalmente indefinido. Nesta rodada de meio de semana, dos 5 perseguidores do Wolfsburg, somente o Dortmund não venceu. A esta altura do campeonato, podemos falar que uma derrota, para qualquer time, significa o fim do sonho de ser campeão. Vamos aos resultados envolvendo os atuais 5 primeiros colocados, como eles estão na classificação e os próximos duelos.
Resultados
Bayern Munique 3 x 0 Bayer Leverkusen
Colônia 1 x 2 Hertha Berlim
Wolfsburg 3 x 0 Borussia Dortmund
Schalke 04 1 x 2 Stuttgart
Hamburgo 3 x 1 Bochum
Classificação
1 – Wolfsburg 63 pontos
2 – Bayern de Munique 63 pontos
3 – Hertha Berlim 62 pontos
4 – Stuttgart 61 pontos
5 – Hamburgo 58 pontos
Próximos jogos
1899 Hoffenheim x Bayern Munique
Hertha Berlim x Schalke 04
Hannover 96 x Wolfsburg
Stuttgart x Energie Cottbus
Hamburgo x Colonia
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