Nome: Guaracy Januzzi
Data de nascimento: 4 de janeiro de 1916
Faleceu em 19 de novembro de 1978
Posição: centroavante
Clubes:
Atlético Mineiro (1933 a 1941)
Flamengo (1941)
Siderúrgica –MG (1942)
Títulos:
Campeonato Mineiro – 1936, 1938 e 1939 – Atlético Mineiro
Campeão dos Campeões – 1937 – Atlético Mineiro
Destaques:
- Conhecido pelo apelido de “Perigo Loiro”, Guará foi o principal jogador de um dos maiores times da história do Atlético Mineiro. O esquadrão que começava com o lendário goleiro Kafunga, que defendeu o Atlético por duas décadas e mais de 600 jogos, passava pelo grande Zezé Procópio, que em 1938 integraria a Seleção Brasileira 3ª colocada na Copa do Mundo, e chegava ao ofensivo Nicola, cracaço e amigo de Guará desde a infância. Em Ubá, onde Guará e Nicola jogavam, ainda crianças, pelo Aimóres, costumavam dizer que eles não apenas faziam chover, mas provocavam vendavais e inundações.
Este timaço do Galo é tão importante, que o hino do clube lhe faz uma homenagem no trecho “Nós somos Campeões dos Campeões. Somos o orgulho do Esporte Nacional.” Em 1937, o futebol brasileiro ainda sofria com o debate profissionalismo x amadorismo, quando a FBF (Federação Brasileira de Futebol), que representava os clubes profissionais, criou um torneio envolvendo Fluminense(RJ), Portuguesa(SP), Rio Branco(ES) e Atlético Mineiro, campeões estaduais em 1936. Apesar do ruim início, quando foi goleado por 6 a 0 para o Fluminense, o Galo emplacou uma sequência de três vitórias seguidas, jogando em casa, e sagrou-se Campeão dos Campeões.
- Com nada menos que 168 gols na carreira, Guará é o quarto maior artilheiro da história do Galo. Destes gols, 24 foram marcados contra o rival Palestra Itália (que poucos anos mais tarde se tornaria o Cruzeiro), o que o coloca como segundo maior artilheiro do clássico, atrás apenas do palestrino Niginho. Apesar do corpo franzino, Guará era um atacante que beirava a perfeição. Além de passes magistrais e uma habilidade rara, sabia marcar gols de tudo quanto era jeito. Era tão genial que até arrumava tempo para inventar jogadas diferente, como a que ele nomeou de “Viva São João”. Após passar do meio do campo, Guará dava um chutão para o alto, mandando a pelota na direção da área adversária. Era aí que ele mostrava como era completo. Primeiro utilizava-se de toda sua velocidade para chegar na área rival antes da bola cair e, em seguida, apresentava sua impulsão e qualidade no cabeceio para mandar a bola pro fundo das redes. Só mesmo um gênio como Guará para, em um mesmo lance, contabilizar um gol e uma assistência.
- O dia 4 de junho de 1939, ficará marcado para sempre como um dos mais tristes na história atleticana. Era dia de Atlético x Palestra e os torcedores do Galo esperavam ver mais um show de Guará. Após realizar uma defesa, o goleiro Kafunga busca um rápido contra-ataque e lança a bola alta para Guará, que estava marcado pelo defensor palestrino Caieira. Os dois sobem na disputa da pelota. Os dois caem, após o choque de cabeças. Somente Caieira levanta. O silêncio no estádio torna-se ainda maior quando o médico atleticano leva as mãos à cabeça e ordena a retirada de Guará do campo. A situação era ruim e o craque, em coma, é enviado ao Pronto-Socorro de Belo Horizonte e depois para o Hospital. Foram 72 horas em estado de choque, com grande risco de perder a vida, e quase um mês internado. Os torcedores atleticanos lotavam de assinaturas o livro de visitas do hospital. Aos poucos o craque foi se recuperando e até tentou retornar aos gramados, porém nunca mais foi o mesmo e encerrou a carreira de maneira prematura. Uma das mais bem boladas frases que já li, foi dita por Ary Barroso sobre o fato: “A fama teve inveja de Guará”.
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