*Dinamarca 1 x 3 Japão – Grupo E
Camarões 1 x 2 Holanda – Grupo E
*jogo assistido
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Com todos os méritos possíveis e mais uma excelente atuação o Japão garantiu uma histórica classificação para a 2ª fase da Copa do Mundo. A vitória de 3 x 1 sobre a Dinamarca mostrou, assim como a classificação da Coréia do Sul, como o futebol asiático esta evoluindo.
Como na outra partida do grupo E se enfrentavam o eliminado Camarões e a classificada Holanda, todas as tensões do grupo estavam concentradas em Japão x Dinamarca. Precisando apenas do empate para garantir sua vaga, os japoneses poderiam, como ocorre com diversas equipes nesta situação, apenas se defender. Porém, assim como nos confrontos anteriores, contra camaroneses e holandeses, o Japão mostrou sim uma postura mais defensiva, mas em nenhum momento abdicou do ataque, como provou as boas oportunidades que tiveram Matsui e Hasebe, ambas aos 12 minutos da 1ª etapa. A Dinamarca, que precisava da vitória de qualquer maneira, não conseguia produzir nada de muito concreto diante do mais que organizado sistema defensivo japonês. Como sua melhor arma ofensiva, as tramas pela direita com Rommedahl, estava completamente anulada, os dinamarqueses assustaram apenas em duas oportunidades durante todo o 1º tempo, ambas com o irreconhecível Tomasson, que não é nem sombra do bom atacante que já foi. Resumo: no duelo entre Rommedahl, melhor jogador da Dinamarca nas duas partidas anteriores sempre caindo pela direita, e a defesa japonesa, a vitória foi dos “Samurais”. E como citei anteriormente, o Japão não desistiu de atacar em nenhum momento e o resultado desta postura foi os dois gols marcados em 30 minutos. Com duas cobranças de falta impecáveis, primeiro com Honda e depois com Endo, o Japão conseguiu deixar muito bem encaminhada a sua classificação antes mesmo do intervalo.
Uma rápida pausa no jogo para mostrar como funciona o organizado esquema japonês. Logo a frente do goleiro Kawashima se encontra uma linha de 4 defensores (Nagatomo, Marco Túlio Tanaka, Nakazawa e Komano, da esquerda para a direita) onde os laterais raramente avançam e a sólida dupla de zaga possui qualidade nas bolas aéreas, principalmente o brazuca Marco Túlio. Responsável por nunca deixar a linha de 4 defensores no mano a mano com o ataque adversário e também por iniciar com qualidade os ataques japoneses temos uma nova linha de 5 meias. No centro desta linha, Abe é o homem mais próximo dos zagueiros e que menos aparece no campo de ataque. Hasebe pela direita e Endo pela esquerda auxiliam no congestionamento da meiúca e são os principais nomes da saída de bola japonesa. Como opções para as jogadas pelo lado do campo o Japão possui a dupla Matsui/Okubo. Sempre pela direita, Matsui é, a meu ver, a principal fonte de produção ofensiva do Japão, tendo sido o melhor homem em campo na vitória sobre Camarões e feito um belo jogo diante da Dinamarca. Lá na frente, como único atacante, porém recebendo sempre a companhia de quem vem de trás, Honda se destaca pela movimentação e boa capacidade de finalização. Neste duelo diante da Dinamarca ele foi, sem dúvidas, o nome do jogo, por ter marcado um golaço e dado o passe para o terceiro após uma linda entortada no seu marcador.
A Dinamarca voltou para a 2ª etapa buscando a missão quase impossível, marcar os três gols. Esbarrando na própria falta de qualidade técnica, na pouca produtividade do Rommedahl e, claro, na boa retaguarda japonesa, o máximo conseguido foi um gol do Tomasson em rebote do próprio pênalti perdido. Já o Japão do 2º tempo foi quase o mesmo. Exceto um pedaço, entre 10 e 30 minutos, quando diminiui o ímpeto ofensivo, mais por cansaço que por mentalidade, permaneceu atacando a totalmente esburacada defesa dinamarquesa. E foi assim que aos 39 minutos Honda fez genial jogada e Okasaki completou pro fundo das redes fechando o placar.
Com a maioria dos jogadores atuando no próprio país e um técnico local, o Japão consegue mostrar neste Mundial o que muita Seleção Européia não teve capacidade: um futebol organizado e eficiente. Os “Samurais Azuis” ganharam mais um fã.
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CONHECENDO MAIS DA COPA DO MUNDO...
- São seis as Seleções que conseguiram conquistar o título Mundial atuando em casa. Uruguai (1930), Itália (1934), Inglaterra (1966), Alemanha Ocidental (1974), Argentina (1978) e França (1998). Como lembrança triste para o torcedor brasileiro surge a Copa do Mundo de 1950, que o Brasil foi sede e deixou escapar o caneco no último jogo, diante do Uruguai, no conhecido "Maracanazo".
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