Olá amigos do FUTEBOLA!
Espanha 1 x 0 Holanda
Demorou. Foram necessários 80 anos e 19 edições da Copa do Mundo para a Espanha, enfim, se sagrar Campeã do Mundo. E, como era de se esperar, a “Fúria” teve que enfrentar muitas dificuldades na decisão diante da Holanda. Foi um jogo tenso, em que, durante os 120 minutos, apenas um ser vivo no mundo sabia quem seria o vencedor: o polvo Paul.
A Espanha iniciou a partida de maneira avassaladora. Em 11 minutos de jogo, os espanhóis já haviam criado três claras oportunidades de abrir o placar. Uma cabeçada do Sérgio Ramos, que obrigou o goleiro Stekelenburg a realizar uma das mais belas defesas da Copa, um chute cruzado do mesmo Sérgio Ramos e um belo arremate de primeira do David Villa fazia parecer que a Espanha iria engolir a Holanda. Entretanto, não foi o que ocorreu. Indo na direção contrária ao meu pensamento após estes belos minutos iniciais espanhóis, a Holanda conseguiu tirar a Espanha de seu campo de defesa e mudou o ritmo da partida. Adiantando a marcação e dificultando bastante a famosa troca de passes do adversário, a Holanda passou o restante da 1ª etapa sem mais ser incomodada. Tudo bem que os holandeses só assustaram o goleiro Casillas em uma devolução de bola do van der Wiel, que quase marcou um histórico “gol fair play”, e com uma jogada individual do Robben já aos 45 minutos. O único mérito da Holanda nestes primeiros 45 minutos foi ter impedido a Espanha de trocar passes no campo de ataque e se postar ofensivamente. A meu ver é pouco para uma Seleção que buscava o título de melhor do mundo.
Na 2ª etapa o jogo se mostrou mais aberto. Em 16 minutos a Espanha chegou em duas bolas paradas, com uma cabeçada do Puyol e com Xavi, e a Holanda também levou perigo em duas oportunidades, ambas com Robben. Em uma destas oportunidades holandesas, aos 16 minutos, Robben perdeu aquela que vai ficar marcada como o momento mais próximo que a Holanda teve de conquistar o caneco. Após receber um passe magistral de Sneijder, Robben arrancou livre, leve e solto e chutou em cima de Casillas. Foi uma excelente defesa, mas foi mais gol perdido do Robben que gol salvo pelo Casillas. Depois desta oportunidade, a “Laranja” resolveu adotar a postura mais equivocada quando se enfrenta a Espanha: recuar demasiadamente e aguardar o contra-golpe. Até teve um contra-ataque aos 37 minutos, quando Robben ganhou de Puyol na corrida, naquela que foi a única falha do cabeludo zagueiro espanhol em todo o jogo, e novamente desperdiçou uma grande chance cara-a-cara com Casillas. Antes disso, porém, a Espanha quase havia aberto o placar com David Villa, após bela jogada do ponta-direita Jésus Navas, que entrou muito bem no lugar do Pedro, e com uma cabeçada do Sérgio Ramos em cruzamento do Xavi. Apesar do jogo mais aberto, o placar permaneceu inalterado na 2ª etapa e a decisão foi para a prorrogação.
No finzinho do 2º tempo, o treinador espanhol Vicente Del Bosque, que já havia acertado em cheio com a entrada do Jésus Navas, realizou uma alteração que, digo sem exageros, decidiu a Copa do Mundo. A entrada de Fábregas no lugar do Xabi Alonso aumentou muito o poder de penetração espanhol e ainda fez o Iniesta, muito sumido até então, mostrar o gigante futebol que possui. Nos 15 minutos do 1º tempo da prorrogação, a Espanha teve quatro excelentes chances de balançar as redes. Teve assistência do Iniesta que Fábregas desperdiçou na cara do Stekelenburg, Fábregas devolvendo a assistência para o Iniesta que demorou muito para arrematar, Jésus Navas fazendo boa jogada pela direita e novamente Fábregas arrematando, desta vez de fora da área, após passar por um corredor holandês. A caldo holandês tava engrossando e parecia que Sneijder, Robben e cia não tinham forças para mudar o rumo da partida. Talvez também percebendo isso, o próprio goleiro Stekelenburg demorava para recolocar a redonda em jogo, mesmo com o placar empatado. Na volta para a 2ª etapa da prorrogação, a dupla Xavi e Iniesta enfim realizou uma jogada em conjunto. E não foi uma trama qualquer, mais um sensacional toque do Xavi que deixaria o Iniesta com grandes chances de sacudir o filó, mas o zagueiro Heitinga cometeu falta, recebeu o segundo amarelo e foi expulso. Vale ressaltar aqui a enorme quantidade de faltas que a Holanda cometeu no jogo, ou melhor, em todo o Mundial. Ao longo da competição, a “Laranja” foi a Seleção que mais cometeu faltas (126 faltas cometidas) e mais recebeu amarelos (22 amarelos recebidos).
Voltando ao jogo, agora mesmo que, com um homem a menos, a Holanda iria apenas se defender. Porém não adiantou, pois novamente a dupla Iniesta/Fábregas, voltou a aparecer. O relógio marcava 10 minutos quando Fábregas encontrou Iniesta na área e o carequinha mandou o sapato na Jabulani para decidir a Copa do Mundo e entrar para a história. Era o gol que os espanhóis esperavam desde 1930, o passaporte para o seleto grupo de Campeões Mundiais. E mais! A Espanha 2010 entra neste grupo de cabeça erguida, podendo tratar qualquer outro Campeão do Mundo de igual para igual. Afinal, no passaporte espanhol vem escrito o sensacional retrospecto na campanha que formou esta grande equipe: 54 jogos – 49 vitórias, 3 empates e 2 derrotas.
¡CONGRATULACIONES, ESPAÑA!
Nenhum comentário:
Postar um comentário