Olá, amigos do FUTEBOLA!
Nesta postagem, o blog tem a alegria de apresentar um ótimo bate-papo com o ex-atacante Palhinha, Campeão de nada menos do que 3 Copas Libertadores. Palhinha fala sobre toda a sua carreira – desde o início no América Mineiro até a conquista do histórico Campeonato Peruano de 2001, passando, é claro, por São Paulo e Cruzeiro. O craque também tenta explicar o porquê de não ter dado certo no Flamengo e, surpreendentemente, afirma saber e não poder contar o motivo de não ter ido a Copa do Mundo de 1994. Vamos ao bate-papo com esta grande figura do nosso futebol.
FUTEBOLA: Primeiro, gostaria que contasse um pouco como foi o seu início no futebol. De onde veio o apelido Palhinha? Quando percebeu que seria um jogador profissional? Qual foi a importância da passagem pelo América Mineiro? É verdade que foi o Telê Santana quem te levou para o São Paulo?
PALHINHA: Meu inicio no futebol foi em Carangola, nos torneios escolares, e o apelido veio através do treinador da escolinha do Venda Nova, time do bairro onde eu morava em Belo Horizonte. O Tiãozinho torce para o Corinthians e começou a colocar apelido em cada um do time com os nomes de alguns jogadores do Corinthians. Como era muito pequeno, magrelo e cabelo raspado, ganhei o apelido de Palhinha. O América foi o clube que me deu oportunidade de ser visto pelos outros clubes. Sou o que sou hoje graças ao America. Foi lá que o Telê me viu, começou a me acompanhar e depois pediu a minha contratação.
FUTEBOLA: Somente pelo São Paulo foram 2 Libertadores, 2 Mundiais, 2 Recopas, 1 Supercopa e 1 Paulistão em menos de 5 anos. Qual foi o segredo deste São Paulo do início dos anos 90, que está entre os maiores times da história do futebol?
PALHINHA: O São Paulo tinha comando desde o Presidente até o Telê. Não se tinha essa frescura que se tem hoje. Nós trabalhávamos muito e jogávamos mais que esses que estão hoje aí. E o mais importante é que respeitávamos uns aos outros e não importava quem seria a estrela. Na minha época no São Paulo era o Raí, e ele merecia ser pois trabalhava mais do que muitos. Hoje, eles se acham e não jogam nada e por isso o São Paulo vem perdendo o espaço que conquistou.
FUTEBOLA: Este esquadrão do São Paulo seria capaz de derrotar o Barcelona de hoje?
PALHINHA: Acho que daria um grande jogo e que teríamos chances sim de derrotar o Barcelona de hoje. O nosso time era bom demais.
FUTEBOLA: Lembro-me perfeitamente de sua figurinha no álbum da Copa do Mundo de 1994. Apesar das constantes convocações para a Seleção Brasileira e de grandes atuações, como aquela contra o Paraguai, quando, vestindo a camisa 10, você marcou dois golaços contra o Chilavert, o que faltou para você estar presente na Copa dos Estados Unidos?
PALHINHA: Pior que eu sei o motivo pelo qual não fui convocado para a Copa do Mundo e não posso te dizer. Porém, foram ótimos jogadores e ganharam a Copa.
FUTEBOLA: Vencer aquele Palmeiras de 1996 na decisão da Copa do Brasil e conquistar a Libertadores de 1997 após perder os três primeiros jogos pareciam tarefas impossíveis. O que representou para você estes dois triunfos – Copa do Brasil de 96 e Libertadores de 97 – com a camisa cruzeirense?
PALHINHA: Para mim representou tudo de bom, porque eu saí do São Paulo e falavam que eu era bom porque tinha grandes jogadores do meu lado. Só que se esqueceram que no Cruzeiro também tinha grandes jogadores e ali pude mostrar, junto com os outros, que éramos bons ou melhores que muitos que tinham em outros times. No Cruzeiro foram 4 títulos em quase 2 anos de clube.
FUTEBOLA: Em 1998 você chegou ao Flamengo para jogar ao lado de craques como Romário, Marcos Assunção, Zé Roberto e Rodrigo Fabri. Por que este Flamengo não engrenou? Faltou um Telê Santana para dar certo?
PALHINHA: Um time não se faz só com bons jogadores. Se não tiver comando, disciplina, envolvimento... No Flamengo dessa época nao tinha nada disso. O Telê faz falta em qualquer time.
FUTEBOLA: Depois do Flamengo, você passou um período onde atuou por diversos times. O título da Copa Sul-Minas de 2000, até pelo fato de ser conquistado com o América Mineiro, clube que o lançou, foi o momento mais marcante deste período?
PALHINHA: O engraçado foi que quando passei por outros clubes, fui passando e sendo campeão (só não fui campeão no Flamengo, Botafogo de Ribeirão Preto, Chapecoense, Farroupilha e Comercial). Todos os títulos foram importantes pra mim. No América foi o mais importante porque acho que paguei a minha divida de gratidão que tenho pelo clube.
FUTEBOLA: Como foi a experiência no futebol peruano, quando, pelo Alianza Lima, você conquistou um histórico Campeonato Nacional? (Em 2001, o Alianza Lima de Palhinha venceu a decisão do Campeonato Peruano contra o Cienciano. Naquele ano, ambos os clubes comemoravam o centenário.)
PALHINHA: Nós, brasileiros, falamos que somos apaixonados pelo futebol, mas acho que temos que viver no Peru e ver como que eles são mais apaixonados do que nós. Lá no Peru foi tudo de bom, porque o clube contratou o Paulo Autuori, levou alguns grandes jogadores e fizemos um baita time. Vencer no ano do centenario marcou mais ainda a minha passagem por lá.
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