domingo, 30 de setembro de 2012

CAMPEONATO BRASILEIRO 2012 - 27ª RODADA - FLAMENGO X FLUMINENSE










RESULTADOS

Vasco 3 x 1 Figueirense
Cruzeiro 0 x 0 Internacional
Portuguesa 1 x 1 Atlético Mineiro
Náutico 2 x 0 Atlético Goianiense
Palmeiras 3 x 0 Ponte Preta
Flamengo 0 x 1 Fluminense
Corinthians 3 x 0 Sport
Coritiba 1 x 1 São Paulo
Bahia 2 x 0 Botafogo
Grêmio 1 x 1 Santos


ARTILHARIA
13 Gols
Fred (Fluminense)
11 Gols
Bruno Mineiro (Portuguesa)
Luís Fabiano (São Paulo)
Vagner Love (Flamengo)


Flamengo 0 x 1 Fluminense – Engenhão, Rio de Janeiro (RJ)

Alta Voltagem! Fla-Flu faz jus aos seus cem anos de história e a toda a expectativa criada e termina com um golaçoaçoaço do Fred que coloca o Tricolor com seis pontos de vantagem na liderança do Brasileirão.

Em relação à marcante vitória sobre o Atlético Mineiro, apenas o volante paraguaio Cáceres não estava presente no onze inicial do Flamengo que foi organizado pelo Dorival Júnior no 4-3-1-2 com: Felipe; Wellington Silva, Frauches, González e Ramón; Amaral, Íbson e Léo Moura; Cléber Santana; Liedson e Vagner Love. Novamente com seu quarteto do terror em campo e com a chance de ficar ainda mais líder do Brasileirão, o Fluminense foi montado pelo Abel Braga no 4-3-3 com: Diego Cavalieri; Bruno, Gum, Digão e Carlinhos; Edinho, Deco e Jean; Wellington Nem, Thiago Neves e Fred.  

Talvez nenhum clube do campeonato tenha tantos jogadores com o dom do protagonismo como o Fluminense. Além de Deco, Thiago Neves e Fred, craques que tiram o sono dos adversários não é de hoje, Wellington Nem e Diego Cavalieri vivem fase excepcional. Bastou cinco minutos de passes clarividentes do Deco, um deles magistral concluído com um voleio de quem sabe muito do Fred, para o Tricolor conseguir o gol que o Flamengo não foi capaz de marcar. E olha que o Rubro-Negro mostrou consciência tática, bom toque de bola, um Cléber Santana com passes desbravadores e dois quase-gols do Íbson. Uma rápida observação: quem diria que, no fechar da última das janelas, já no desespero, o Flamengo acharia em Cléber Santana um organizador de jogo de mão cheia?

O bom clássico da 1ª etapa se tornou pura empolgação após o intervalo. Por meia hora, o Fluminense parecia desprezar a posse de bola, mas quando a tinha era mais perigoso que o justiceiro Paul Kersey, do filme Desejo de Matar. Duas cobranças de falta na trave do Thiago Neves e um contra-ataque onde o raçudo Ramón, sozinho, parou Thiago Neves, Nem e Fred, poderiam ter dado ao Flu um final de jogo mais tranquilo. Contudo, o Flamengo colocou a faca entre os dentes e, já com Bottinelli, Nixon e Renato em campo, partiu ferozmente para o ataque. Aí, amigos, foi uma avalanche em preto e vermelho. Cléber Santana perdeu quase na linha fatal, o intransponível Cavalieri defendeu pênalti sofrido pelo cada dia melhor Wellington Silva e pessimamente batido pelo Bottinelli, e Love foi às redes em tento corretamente anulado por um impedimento de centímetros. E ainda sobrou um tempinho para Ramón ser expulso.

Muitos dirão que a vitória tricolor foi injusta. Não foi. Não vence injustamente quem tem um Cavalieri que está salvando tudo que marcos Carneiro de Mendonça, Batatais, Castilho, Félix e Paulo Victor salvaram em tempos passados, um leonino Gum que dá a vida em campo em cada minuto de cada partida, um Fred que nas últimas 33 vezes que entrou em campo pelo Brasileiro marcou 32 gols, um Deco que atuou em apenas 11 partidas no torneio, mas está invicto com nove vitórias.


CURTINHAS PELO BRASILEIRÃO

- De acordo com a lógica que não existe no futebol, a partir de qual rodada mesmo que o Juninho Pernambucano começaria a sentir o peso da idade?

- A falta que Marcos Assunção estava fazendo ao então moribundo Palmeiras era das maiores que um jogador pode fazer em um esporte onde onze entram em campo. A cada fim de semana a esperança se torna mais verde.

- O lotado e pulsante Estádio Olímpico assistia a vitória do Grêmio por um a zero quando Neymar, a fonte de criatividade santista, recebeu o cartão vermelho, aos sete da 2ª etapa. Nem o mais branco dos santistas imaginava um cenário no qual, aos 49 minutos, Bernardo estaria cobrando uma falta no travessão para quase virar um placar que Bruno Rodrigo empatara minutos antes.

sábado, 29 de setembro de 2012

ANÁLISE TÁTICA - PREMIER LEAGUE 2012/2013 - 6ª RODADA - ARSENAL















Parecia que o Arsenal teria uma vida mais tranquila nos duelos contra o Chelsea após o carrasco Drogba deixar os “Blues” rumo ao futebol chinês. Só parecia. No Emirates Stadium, os “Gunners” sofreram dois gols originados na bola parada do Juan Mata – Fernando Torres desviou o primeiro e a redonda entrou direto no segundo – e, na 6ª rodada, foram derrotados pela primeira vez na Premier League 2012/2013.

O primeiro ponto que deve ser destacado na estrutura do time do norte de Londres é que Arsène Wenger priorizou, durante cada segundo dos mais 90 minutos, o esquema tático em relação aos jogadores. Em outras palavras, o treinador francês montou o seu 4-2-3-1 e nele encaixou os seus comandados, ao invés de pensar em uma formação que pudesse melhor extrair o potencial de cada um.

Vejamos: Gervinho, habituado com o jogo pelos flancos, era único atacante centralizado; Podolski esteve aberto pela esquerda, longe da zona de finalização; Cazorla não visitou em nenhum momento os lados do campo, região por onde muito fez em sua época no Campeonato Espanhol; o nada veloz e arisco Ramsey começou de meia aberto pela direita – ainda na 1ª etapa ele iria para sua posição original, de volante, com a saída do contundido Diaby e a entrada de Chamberlain na direita.

Apesar do belo gol de Gervinho, que, naquele momento, aos 41 minutos do 1º tempo, empatava o jogo em um a um, o Arsenal não mostrou solidez nem consistência ofensiva durante o clássico. O ponto máximo da importância dada por Arsène Wenger ao 4-2-3-1 veio aos 21 minutos da etapa final, quando o Chelsea já voltara a liderar o placar. Podolski e Ramsey deram vez a Giroud e Walcott. Giroud se tornou o homem de referência, Chamberlain – acreditem! – virou volante ao lado do Arteta, e o esquema foi mantido.

Um que queira defender o Arsenal pode se valer do fato de o time ter sofrido dois gols em cobranças de falta e que, principalmente após o intervalo, os “Gunners” até conseguiram levar perigo ao goleiro Cech, inicialmente em tramas do Podolski e, no final, com finalizações do Giroud. Contudo, esteve muito visível que o inalterável e imutável 4-2-3-1 não proporcionou aos homens de frente, aos responsáveis pela alegria da galera, as melhores condições de jogo. 

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

UMA IMAGEM












Um guerreiro. Um lutador. Um tricolor. Descanse em paz, Ted Boy Marino.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

ELÓIGICO E SUAS LÓGICAS














Elóigico é um fanático torcedor do São Sebastião Futebol Clube que sempre coloca a paixão à frente da razão – como quase todos os torcedores, né? E quem fica perdida com tanto fanatismo de Elóigico é sua filha, Edinha, que mora junto com seu pai em uma simples casinha que vive futebol 24 horas por dia.


Desenho de Paulo Sales e roteiro de Diano Massarani

CAMPEONATO BRASILEIRO 2012 - 14ª RODADA - JOGO ADIADO - FLAMENGO X ATLÉTICO MINEIRO


Flamengo 2 x 1 Atlético Mineiro – Engenhão, Rio de Janeiro (RJ)

Ronaldinho recebe marcação cerrada de quase 40 mil rubro-negros, tem noite apagada e, com gols da dupla Love/Liedson, Flamengo conquista vitória que o coloca na metade superior da tábua de classificação.

Para o duelo que, além de valer essenciais três pontos, tinha um enorme peso psicológico, pelo sentimento negativo que a maior parte da torcida rubro-negra nutre por Ronaldinho, Dorival Junior organizou o Flamengo no 4-2-2-2 com: Felipe; Wellington Silva, Frauches, González e Ramón; Cáceres e Amaral; Cléber Santana e Léo Moura; Liedson e Vagner Love. Com a chance de ficar a apenas um ponto da liderança e, assim, continuar a depender apenas de suas forças para ser Campeão, o Atlético Mineiro foi montado pelo Cuca no 4-2-3-1 com: Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Réver e Richarlyson; Leandro Donizetti e Pierre; Danilinho, Ronaldinho e Escudero; Jô.

Considerado por muitos como a maior rivalidade entre clubes de diferentes estados do futebol brasileiro, este Fla versus “Galo” ainda tinha mais o ingrediente do reencontro entre Ronaldinho e a torcida rubro-negra. Para um confronto deste porte, entrar 100% ligado é essencial. O Flamengo entrou. O Atlético não. O resultado foi uma 1ª etapa onde o Clube da Gávea mostrou uma eficiente marcação pressão, muita disposição, bom jogo de meio-campo com Léo Moura e Cléber Santana – que inclusive mandou um chutaço na trave – e foi para o intervalo com a vitória por um a zero, golão de Vagner Love, aos 21 minutos, em jogada de “Homem Borracha”.

A leve melhora que o Alvinegro apresentou no fim do 1º tempo se concretizaria em empate menos de 5 minutos após o intervalo. Marcos Rocha, que ganhou total liberdade para se movimentar após a entrada de Carlos César no lugar de Leandro Donizetti, fez jogada pela esquerda e Jô completou. Mas o dia, ou melhor, a noite, era do Mengão, e Liedson, aos 10, esbanjou faro de gol para aproveitar arrancada de Wellington Silva – à la Léo Moura nos melhores tempos. Dois a um. A tensão e a indefinição durariam até o apito final. Se por um lado elas poderiam ter sido ainda maiores, caso o zagueiro Réver não cometesse a bobeira de agredir o Cáceres e ser expulso, também poderiam ter sido menores, se a chicotada do “já em casa no Flamengo” Cléber Santana beijasse as redes ao invés do poste, aos 38 minutos.

Não só pelos nomes, mas, e principalmente, pela atitude, o Flamengo dos últimos jogos em nada tem a ver com o apático e infértil time de poucas rodadas atrás. Por um outro ponto de vista, o Atlético Mineiro também não. 

terça-feira, 25 de setembro de 2012

UMA IMAGEM



















O balé de Johan Cruyff

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

OLHO TÁTICO - LIVERPOOL - PREMIER LEAGUE 2012/2013 - 5ª RODADA














Liverpool joga mais de um tempo com um homem a menos, cria mais oportunidades de gols que o Manchester United, mas perde para o grande rival nacional e continua sem vitórias na Premier League 2012/2013.

Para tentar seu primeiro triunfo no Inglês, o treinador Brendan Rodgers escalou o Liverpool no cada dia mais usado 4-2-3-1, com o destaque para o posicionamento do preciso Steven Gerrard como volante, atrás do tripé de meias. Sempre perto da linha central, Gerrard deu qualidade aos passes de sua equipe e ainda descolou alguns lindos e milimétricos lançamentos.

Diante de um adversário com uma postura recuada e no aguardo de espaços para buscar o ataque, o time da "Terra dos Beatles" se manteve praticamente toda a 1ª etapa no campo ofensivo e, mesmo após a expulsão do perdido Shelvey, aos 38 minutos, continuou mais próximo de sacudir o filó. O garoto Sterling, de 17 anos, aberto pelo flanco direito, e o centroavante uruguaio Luis Suárez foram os nomes de maior periculosidade antes do intervalo.

Para encarar um 2º tempo com apenas 10 homens, Rodgers trocou Borini pelo espanhol Suso e organizou duas linhas de quatro, uma na defesa e outra no meio – esta formada, da direita para a esquerda, por Sterling, Gerrard, Allen e Suso. Em menos de cinco minutos, o placar que era de zero a zero já apontava um a um: belos gols de Gerrard e do lateral brasileiro Rafael. Ignorando a desvantagem numérica, os anfitriões viveram um ótimo período até o minuto 25, quando Suso e Suárez infernizaram a defesa rival e deram um baita trabalho ao goleiro Lindegaard.

Vale destacar que, tanto como meia aberto pela esquerda, como mais próximo ao Luis Suárez, posicionamento que adotou após Sterling dar lugar a Henderson, aos 21, o menino Suso mostrou um futebol incisivo que merece atenção. Contudo, aos 30 minutos, Valencia foi tocado por Johnson na área e van Persie converteu o pênalti que deu a vitória aos “Red Devils” e aumentou a sequência sem triunfos do Liverpool para cinco jogos.

Na zona de rebaixamento e com apenas dois pontos conquistados em cinco rodadas, resta ao Liverpool a esperança de que, após criar quase dez boas oportunidades de balançar as redes contra um fechado Manchester United, com o agravante de ter apenas 10 homens durante mais de uma etapa, a situação tende a melhorar. Principalmente se os garotos Sterling e Suso mantiverem a personalidade e o ímpeto que apresentaram no clássico.

domingo, 23 de setembro de 2012

CAMPEONATO BRASILEIRO 2012 - 26ª RODADA - BOTAFOGO X CORINTHIANS








RESULTADOS

Fluminense 2 x 1 Náutico
Figueirense 1 x 3 Palmeiras
Santos 1 x Portuguesa
Botafogo 2 x 2 Corinthians
São Paulo 1 x 0 Cruzeiro
Ponte Preta 0 x 0 Vasco
Atlético Goianiense 1 x 2 Flamengo
Internacional 3 x 1 Bahia
Atlético Mineiro 0 x 0 Grêmio
Sport 1 x 0 Coritiba

ARTILHARIA
12 Gols
Fred (Fluminense)
11 Gols
Bruno Mineiro (Portuguesa)
Luís Fabiano (São Paulo)
10 Gols
Vagner Love (Flamengo)
9 Gols
Alecsandro (Vasco)
Adriano (Figueirense)
Wellington Paulista (Cruzeiro)


Botafogo 2 x 2 Corinthians – Engenhão, Rio de Janeiro (RJ)

Seedorf, bárbaro, marca duas vezes e Fogão empata com o Corinthians em briga de cachorro grande no Engenhão.

O retorno do holandês Seedorf era o destaque no onze inicial do Botafogo, que foi organizado pelo Osvaldo de Oliveira no 4-2-3-1 com: Jefferson; Lucas, Fábio Ferreira, Dória e Márcio Azevedo; Gabriel e Jadson; Fellype Gabriel, Andrezinho e Seedorf; Elkesson. Com um quarteto ofensivo totalmente diferente do que levantou o caneco da Libertadores, o Corinthians foi montado pelo Tite no 4-2-3-1 com: Cássio; Edenílson, Wallace, Paulo André e Alessandro; Paulinho e Ralf; Romarinho, Douglas e Martínez; Guerrero.

O Bota teve um início dourado como o uniforme que estreava, e em um providencial avanço do Gabriel, Seedorf fez a alegria da galera com apenas cinco minutinhos. Mas o sólido e forte Corinthians não sentiu o momento desfavorável e, antes de o relógio apontar o minuto 15, já havia transformado a desvantagem de um gol em uma vitória parcial por 2 a 1. Em duas cochiladas da defesa alvinegra, Guerrero e Douglas, este de pênalti, viraram o escore. Escore que poderia ter sido ampliado se não fosse uma defesaça do Jefferson após cabeçada do Romarinho. Depois dos elétricos 15 minutos iniciais, o “Timão” conseguiu tirar a alta voltagem do confronto e, ora mais relaxado, ora mais concentrado, levou o jogo até o intervalo sem permitir problemas ao goleiro Cássio nem os levar para o Jefferson.

E assim, “em casa” no Engenhão, o Corinthians foi levando a 2ª etapa do jeito que gosta, ou seja, sem arriscar ofensivamente nem fornecer espaços para o adversário – em alguns momentos, com os recuos de Martínez e Romarinho, a linha defensiva corintiana contava com seis homens. Além dos méritos táticos dos comandados do Tite, vale ressaltar que Andrezinho, Fellype Gabriel e Seedorf, os organizadores botafoguenses, não conseguiam realizar tramas em conjunto. Restava, então, ao Botafogo, um daqueles lances onde a técnica quebra a tática, o imprevisível supera o padrão, o craque vence o conjunto. E ele veio dos mágicos pés de Seedorf, que, aos 29 minutos, recebeu a redonda na esquerda e a colocou para dormir no fundo do gol.

A tranquilidade do Corinthians sofreu um abalo e o Botafogo, na base da empolgação, partiu em busca dos três pontos, o que deixou o duelo quente como em seu início. Porém, uma cobrança de falta do corintiano Jorge Henrique e uma cabeçada do Dória não encontraram as redes e o apito final veio para decretar o empate.

CURTINHAS PELO BRASILEIRÃO!

- Na volta do “Mago” Deco aos campos, o Fluzão abriu 2 a 0, adotou uma estratégia equivocada para segurar o placar e quase viu o Náutico lhe roubar preciosos pontos. O impossível Fred, é claro, levantou o véu da noiva. Nos últimos 32 jogos de Brasileirão, o goleador tricolor assinalou 31 gols. Pirraça de treinador de Seleção Brasileira tem limites.

- No meio da semana, Íbson afirmou que o Flamengo não vai cair para a Segundona. Contra o Atlético Goianiense, Cléber Santana estreou com gol e Liedson foi às redes pela primeira vez em seu retorno ao Fla. Parece que a palavrinha “confiança” resolveu passar um tempo na Gávea.

- No Independência lotado – o que é uma redundância – Atlético Mineiro e Grêmio fizeram um jogo duro, suado, brigado, tenso, nervoso. Placar final: zero a zero para o Fluminense.

- Na 25ª rodada, o São Paulo fora o único dentre os oito primeiros colocados a conquistar uma vitória. Já neste fim de semana, o Tricolor Paulista voltou a somar três pontos e ainda viu Grêmio, Vasco e Botafogo empatarem. E mais! Diante de 40 mil presentes no Morumbi, o Sampa ainda apresentou Paulo Henrique Ganso. O fim de campeonato são-paulino promete.

sábado, 22 de setembro de 2012

FUTEBOL COM HISTÓRIA - MANDANTES PRA LÁ DE ESPERTOS



No futebol, assim como em qualquer esporte, é impossível triunfar de véspera. São muitos os fatores que aumentam o favoritismo de um lado ou de outro, mas vencer antes do apito inicial, nunquinha. Um dos grandes produtores da sensação de “já ganhou” é o fator casa, como se a Copa do Mundo de 50, maior memória de um mandante derrotado na história do futebol nacional – quiçá mundial – não estivesse presente nos livros.

Os benefícios de atuar em casa são inúmeros, desde a ausência da necessidade de viajar até o apoio da torcida, privilégios que influem diretamente nas estruturas física e psicológica da equipe. Porém, a história guarda dois exemplos de vantagens em ser o anfitrião que são, ao mesmo tempo, folclóricos e de rara esperteza.

Um deles possui como protagonista o infinito zagueiro Mauro Galvão, único nome a receber o prêmio Bola de Prata da Revista Placar, equivalente a estar na Seleção do Campeonato Brasileiro, em três décadas: 1979 e 1985, pelo Internacional, e 1997, quando defendia o Vasco. E foi justamente com a camisa cruz-maltina que o já experiente zagueiro pôs em prática uma vantagem de jogar em casa que poucos seriam capazes. Em São Januário, Mauro Galvão e seus companheiros utilizavam um poste que se encontrava fora das quatro linhas como referência para realizar a linha de impedimento, que, assim, ficava menos “burra”.

A praticidade do treinador Zezé Moreira, um treinador cuja importância tática para o futebol brasileiro é imensurável, também é digna dos mais efusivos aplausos. Diante das dificuldades de Tonho, seu lateral na época em que comandava o Bahia, em encontrar o momento certo para alçar a gorduchinha na área rival, Zezé teve a genial ideia de utilizar os cartazes de publicidade como guia. Deste modo, aconselhou seu jogador a sempre receber a bola na altura da propaganda da Tinturaria Oriente e a cruzar na área logo que chegasse ao cartaz do Café Tamoio. A evolução de Tonho foi enorme!

Tanto a linha de impedimento liderada pelo Mauro Galvão quanto os ensinamentos de Zezé Moreira, mostram muito de uma das principais características da cultura futebolística brasileira: a esperteza. Não no sentido de ludibriar juízes ou adversários, pois isto é picaretagem, mas esperteza no sentido de encontrar maneiras para, com o que tem em mãos, superar os obstáculos que surgem no caminho.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

BIBLIOTECA DO FUTEBOLA - SUL-AMERICANO 1919


Existem títulos que são bem mais do que apenas um caneco na sala de troféus. Que nos diga o Sul-Americano de 1919, conquistado pelo Brasil de maneira espetacular em uma grande final contra os uruguaios, então Bicampeões Continentais. A empolgação dos torcedores que lotaram o Estádio das Laranjeiras em todos os jogos, o florescer da paixão brasileira pelo “esporte bretão”, a idolatria por Friedenreich... Tudo sobre este histórico triunfo nacional está contado pelo sucinto e agradável texto de Roberto Sander e por imagens preciosas no livro “Sul-Americano de 1919 – Quando o Brasil descobriu o Futebol”.



















Sul-Americano de 1919 – Quando o Brasil descobriu o Futebol
Autor: Roberto Sander
Maquinaria Editora

SUPERCLÁSSICO 2012 - BRASIL X ARGENTINA


Brasil 2 x 1 Argentina – Serra Dourada, Goiânia (GO)

Neymar marca de pênalti no último minuto, coloca o Brasil em vantagem no Superclássico e alivia um pouco a situação do treinador Mano Menezes, que já escutava os pedidos por Felipão.

Após dois amistosos sem relevância, Mano Menezes organizou a “caseira” Seleção Brasileira no 4-2-3-1 com: Jefferson; Lucas Mendes, Dedé, Réver e Fábio Santos; Paulinho e Ralf; Lucas Silva, Jadson e Neymar; Luís Fabiano. Com três jogadores que atuam no futebol brasileiro no seu onze inicial, a Argentina foi escalada pelo Alejandro Sabella no 3-5-2 com: Ustari; López, Sebá Domínguez e Desábato; Peruzzi, Maxi Rodríguez, Braña, Guiñazu e Clemente Rodríguez; Martínez e Barcos.

O juiz apitou pela primeira vez, Lucas Silva, o são-paulino, deu um banho de cuia no Clemente Rodríguez e o Brasil logo começou a trocar passes e mais passes sem conseguir penetrar na muralha argentina formada por uma linha de cinco defensores e três volantes. Assim transcorreu o Superclássico até o minuto 19, quando, pela primeira vez, os argentinos trataram a pelota com o carinho que se trata uma señora ao bailar um tango e o corintiano Martínez abriu o placar. Um rápido empate se fazia necessário para o Brasil, pois, caso permanecesse muito tempo atrás do escore, jogadores e torcedores ficariam impacientes. E ele veio aos 25, em cobrança de falta de Neymar e gol do impedido Paulinho. Daí até o intervalo, o Brasil continuou sem produzir nada a ser destacado com a bola rolando e a Argentina a visitar o campo de ataque raríssimas vezes.

A única diferença entre a etapa inicial e os primeiros 15 minutos da final foi que os times trocaram de lado. Só. Furar a retaguarda argentina com jogadas individuais de Lucas e Neymar estava muito difícil, pois toda a marcação estava sempre bem coberta, e como faltava ao Brasil um jogador com o passe clarividente, as oportunidades de gols não surgiam. Mano colocou Thiago Neves, Leandro Damião e Wellington Nem, mas a evolução foi nula e a cada minuto a Argentina ficava mais perto do desejoso empate. O andar do relógio também trouxe as vaias e os gritos de “Fora, Mano” e “Volta, Felipão”. Gritos que só não ganharam maior intensidade após o apito final porque, poucos segundos antes dele, Desábato conseguiu a façanha de cometer duas infrações no mesmo lance (falta no Damião e mão na bola) e Neymar converteu o pênalti para dar a vitória ao Brasil.

Dentro de 15 dias, a Argentina jogará em casa e com a necessidade de buscar a vitória, o que torna o cenário do jogo bem diferente do que se viu no Serra Dourada. Se por um lado os brasileiros sentirão os malefícios de atuar como visitante, maiores por ser um visitante em solo argentino, por outro encontrará mais espaços para tentar produzir um futebol de melhor qualidade. 

terça-feira, 18 de setembro de 2012

JUNINHO, “SHEIK” E RONALDINHO NO SUPERCLÁSSICO. POR QUE NÃO?



O Superclássico, a Copa Roca do século XXI, é válido, apesar de algumas vozes, geralmente as mesmas que querem o fim dos Estaduais e a adequação do calendário nacional ao europeu, gritarem contra este ida-e-volta entre Brasil e Argentina. Ele, o Superclássico, ajuda a manter acesa a chama da rivalidade entre brasileiros e argentinos, além de ser um duelo muito – mas muito! – mais divertido de se assistir do que os amistosos recentes da Seleção Brasileira.

E seria bem mais divertido se a convocação fosse realizada sem ter a Copa do Mundo em vista. Até porque, convenhamos, o processo de formação da equipe nacional que vai disputar o Mundial de 2014 – pessimamente realizado até o momento, por sinal – não deveria levar em conta as partidas contra uma Argentina que não terá nenhum dos jogadores que estiveram na última rodada das Eliminatórias Sul-Americanas, o empate em 1 a 1 contra o Peru.

Esta era pra ser a Seleção Brasileira de Juninho Pernambucano, melhor jogador do 1º turno do Brasileirão ao lado do jovem atleticano Bernard, de Emerson “Sheik”, dono da decisão da Libertadores contra o Boca Juniors, e Ronaldinho Gaúcho, que vive sua melhor fase em tempos. A única justificativa para este trio não estar presente no Superclássico é que Juninho, “Sheik” e Ronaldinho não fazem parte do planejamento para a Copa do Mundo de 2014. Porém, pela bola que estão jogando, estes, principalmente, e até alguns outros mereciam a oportunidade de encarar a Argentina.

Eles se motivariam, o jogo seria mais bem jogado, os torcedores ficariam mais animados, a Seleção mais carismática... No entanto, o planejamento rumo ao Hexa, que inclui amistosos contra Gabão, Egito, África do Sul e China, não pode parar.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

BATENDO BAFO - HOLANDA 1974


Algumas – poucas – Seleções conseguem ganhar um capítulo na história do futebol mesmo sem terem levantado a Copa do Mundo. Esta, a Holanda de 1974, a “Laranja Mecânica”, o “Carrossel Holandês”, não merece só um capítulo, mas uma coletânea de obras. Uma das maneiras de ilustrar a força hercúlea desta equipe vice-campeã mundial é a lembrança das vitórias sobre Uruguai, Argentina e Brasil, as três potências do futebol sul-americano, com um saldo de oito gols a favor e nenhum contra. Agora, troquemos as palavras por figurinhas e vejamos Cruyff e brilhante companhia no álbum da Copa do Mundo de 1974.

domingo, 16 de setembro de 2012

CAMPEONATO BRASILEIRO 2012 - 25ª RODADA - CRUZEIRO X VASCO









RESULTADOS
Fluminense 1 x 2 Atlético Goianiense
São Paulo 2 x 1 Portuguesa
Palmeiras 0 x 2 Corinthians
Cruzeiro 1 x 1 Vasco
Coritiba 1 x 2 Santos
Náutico 1 x 0 Atlético Mineiro
Bahia 2 x 1 Figueirense
Flamengo 1 x 1 Grêmio
Internacional 2 x 2 Sport
Ponte Preta 0 x 0 Botafogo

ARTILHARIA
11 Gols
Fred (Fluminense)
Luís Fabiano (São Paulo)
10 Gols
Vagner Love (Flamengo)
9 Gols
Alecsandro (Vasco)
Bruno Mineiro (Portuguesa)
Wellington Paulista (Cruzeiro)

Cruzeiro 1 x 1 Vasco, Estádio Dilzon Luiz de Melo, Varginha (MG)

Cruzeiro e Vasco fazem duelo equilibrado, com muitas chances de gols e empatam na “capital brasileira dos alienígenas”.

Longe do bom momento que viveu no início do Brasileirão, o Cruzeiro foi para o embate montado pelo Celso Roth no 4-3-1-2 com: Fábio; Ceará, Thiago Carvalho, Matheus e Éverton; Leandro Guerreiro, Tinga e Charles; Montillo; Wallyson e Wellington Paulista. Para sua estreia no comando da caravela cruz-maltina, Marcelo Oliveira optou por manter a base e escalou o Vasco no 4-3-1-2 com: Fernando Prass; Jonas, Dedé, Renato Silva e William Matheus; Nílton, Juninho Pernambucano e Wendel; Carlos Alberto; Eder Luis e Tenório.

Quando, logo aos 3 minutos, Renato Silva pensou que a bola fosse um OVNI (objeto voador não identificado), se assustou e a empurrou contra as próprias redes, o Cruzeiro ganhou uma oportunidade imensa de tomar as rédeas do confronto e dar fim a sua sequência de ruins resultados. Porém, sem valorizar a bola no meio-campo e com um Montillo com a cabeça em Marte, o Cruzeiro viu o Vasco chegar ao empate após cobrança de falta de Juninho – um extraterrestre em bolas paradas – falha do goleiro Fábio e finalização de Nílton, aos 27 minutos. Mesmo a anos-luz de uma grande apresentação, azuis e alvinegros ainda poderiam ter alterado o placar antes do intervalo. O Cruzeiro sempre com a dupla Wallyson e Wellington Paulista e o Vasco em um cruzamento perfeito do Nílton para cabeçada do Tenório e defesa de outro mundo do Fábio.

O panorama do 2º tempo foi diferente, com um Vasco mais incisivo no ataque. Tanto que em menos de 15 minutos Tenório já havia perdido um gol após driblar o goleiro e marcado um anulado por impedimento. Carlos Alberto, que parecia ter sido abduzido de tão avoado em campo, também teve a sua chance. Para mostrar que estava viva, a “Raposa”, novamente com participação do Wallyson, o destaque celeste, encaixou um perigoso ataque que terminou em cabeçada de Wellington Paulista e defesa do Fernando Prass. Apesar de o Vasco se mostrar com mais opções de ataque, era impossível cravar um vencedor. Roth e Oliveira mudaram suas equipes, mas o cenário continuou o mesmo. Na sua principal arma, a bola parada do Juninho, o Vasco quase garantiu os três pontos, mas a cinematográfica cabeçada do Dedé acabou por passar a centímetros da meta azul.

Diante das derrotas de Fluminense e Atlético Mineiro, e até pelas chances que criou na etapa final, o apito final deixou um gostinho azedo na boca dos vascaínos, que, no entanto, continuam firmes e fortes no G4.

CURTINHAS DO BRASILEIRÃO.

- As derrotas de Flu e “Galo” foram verdadeiras rasteiras nos apostadores da loteria esportiva. Coisas do futebol, principalmente no caso tricolor.

- A criatividade e a espontaneidade do Neymar merecem ser estudadas pelos cursos universitários de Belas Artes.

- Como que o Palmeiras vai se salvar?

- Apesar do empate que aumenta o jejum de vitórias para sete jogos, a atuação do Flamengo contra o Grêmio pode ser um divisor de águas na briga dos rubro-negros contra a degola. Se entrar em campo para as próximas partidas com a mesma vontade demonstrada contra o Tricolor Gaúcho, o fim de ano será tranquilo para o Fla.

- Dos oito primeiros colocados na tabela, apenas o São Paulo venceu. Não à toa o Brasileirão é chamado de campeonato mais equilibrado do mundo.

sábado, 15 de setembro de 2012

OLHO TÁTICO - PSG - LIGUE 1 2012/2013 - 4ª RODADA


Com um punhado de ausências – entre desfalques e jogadores que ainda nem estrearam, caso de Thiago Silva – o PSG passou pelo então invicto Toulouse por 2 a 0, gols de Pastore e Ibrahimovic, e conquistou sua segunda vitória na Ligue 1, o Campeonato Francês.

Ainda em processo inicial de formação tática no PSG, já que o torneio se encontra apenas na 5ª rodada, o treinador italiano Carlo Ancelotti organizou sua equipe no mesmo 4-3-1-2 que durante quase uma década foi sua marca registrada no Milan. No entanto, sem muito esforço, uma diferença salta aos olhos na comparação, por exemplo, com o Milan de 2005, que perdeu a histórica final da Champions League para o Liverpool, nos pênaltis: o “número 1” rossoneri era Kaká, um jogador mais incisivo e veloz do que Pastore, que, neste esquema, é o encarregado de jogar atrás da dupla de ataque.

Não existe aqui nenhum tipo de desvalorização do futebol do Pastore, mas apenas uma comparação de estilos. Do seu modo, o argentino foi essencial para a vitória parisiense. Primeiro, aos 37 minutos da etapa inicial, recebeu perfeito passe do volante Verratti e encobriu o goleiro Ahamada. Depois, já no 2º tempo, aos 24, iniciou a jogada que passou pelos pés de Ménez e terminou em mais um gol – o quinto no torneio – de Ibrahimovic´.

Ambos os gols surgiram quando o PSG não era senhor da partida. Até porque, em nenhum momento, os Parisiens conseguiram se impor, se plantar no campo de ataque, pressionar o rival. Se não passou muitos sustos – o goleiro Sirigu e os zagueiros Alex e Sakho pouco trabalharam – o mais novo milionário do futebol europeu também esteve longe de apresentar um futebol ofensivamente sólido e consistente.

Com a vantagem de dois gols, Ancelotti realizou suas três substituições e, para ter um fim de jogo mais tranquilo, montou uma linha de quatro no meio-campo com Maxwell, Matuidi, Thiago Motta e Chantôme. Armand ocupou a lateral-esquerda e Nenê, que atuou pouco e ainda conseguiu cobrar um ótimo córner que Alex quase transformou em gol, foi fazer companhia a Ibra no ataque.

Pelas peças que tem e ainda terá em mãos, o 4-3-1-2 que Ancelotti conhece tão bem pode ser um esquema-base bastante sólido. O que não impede, porém, uma formação com dois pontas como carta na manga. Principalmente porque, dentro de alguns meses, Lucas chegará a Paris.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

ELÓIGICO E SUAS LÓGICAS














Elóigico é um fanático torcedor do São Sebastião Futebol Clube que sempre coloca a paixão à frente da razão – como quase todos os torcedores, né? E quem fica perdida com tanto fanatismo de Elóigico é sua filha, Edinha, que mora junto com seu pai em uma simples casinha que vive futebol 24 horas por dia.

Desenho de Paulo Sales e roteiro de Diano Massarani

CAMPEONATO BRASILEIRO 2012 - 24ª RODADA - SANTOS X FLAMENGO


Santos 2 x 0 Flamengo – Vila Belmiro, Santos (SP)

Dois belíssimos gols santistas no apagar das luzes – de Victor Andrade e Neymar – deixam o Flamengo mais perto da zona da degola do Brasileirão.

Com Neymar em campo – o que não é tão comum no Brasileiro devido às seguidas convocações da Seleção Brasileira – Muricy Ramalho organizou o Santos no 4-2-2-2 com: Rafael; Bruno Peres, Bruno Rodrigo, Durval e Léo; Adriano e Arouca; Patito Rodriguez e Felipe Anderson; Neymar e André. Há cinco jogos sem sentir o sabor da vitória, o Flamengo foi para o jogo sem a dupla gringa formada por González e Cáceres e escalado pelo Dorival Júnior no 4-3-2-1 com: Felipe; Léo Moura, Welinton, Frauches e Ramón; Muralha, Luiz Antônio e Íbson; Mattheus e Adryan; Vagner Love.

Para qualquer adversário do Santos, e com o Flamengo não seria diferente, a principal missão defensiva é parar o Neymar. E, durante o 1º tempo, até pode-se dizer que o Fla teve sucesso em conter o camisa 11 santista, apesar do excesso de faltas que resultou em três cartões amarelos (Welinton, Léo Moura e Luiz Antônio) e em uma perigosa cobrança de bola parada do próprio Neymar elasticamente defendida pelo Felipe. Ofensivamente, o Rubro-Negro não apresentou nenhum padrão, mas, quando a redonda chegou nos pés de Adryan e de Love, boas chances de gols foram criadas, sendo a melhor delas uma linda finalização de letra do “Artilheiro do Amor”.

Quase toda a etapa final transcorreu com Flamengo e Santos sem conseguirem criar sequer uma trama ofensiva bem feita. Nem mesmo as mais básicas, como avanços pelas laterais com bolas alçadas na área rival. Foi neste panorama infrutífero que, aos 39 minutos, quando Love dominou lançamento do goleiro Felipe e se colocou cara a cara com o Rafael, o torcedor rubro-negro imaginou o melhor dos cenários. Porém, dois minutinhos depois o placar apontava Santos dois, Flamengo zero. O arremate do Love beijara o poste, enquanto os de Victor Andrade e de Neymar, ambos em jogadas iniciadas pelo lateral Bruno Peres, foram dormir no fundo do barbante.

Rodada após rodada, uma nuvem cinzenta ganha mais volume sobre a Gávea. E a previsão é de sonoras trovoadas, pois nos próximos 16 dias o Flamengo enfrentará Fluminense, Atlético Mineiro e Grêmio, nada menos do que os três melhores colocados do Brasileirão.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

UM POUCO DE LONDRES. UM POUCO DE FUTEBOL.


Foram quinze dias em Londres, para a cobertura dos Jogos Paralímpicos que ficarão para a história como um divisor do esporte adaptado. O motivo? Devido ao acolhimento dos londrinos – impressionante como a qualquer hora e dia os 80 mil lugares do maravilhoso Estádio Olímpico estavam lotados – e da mídia – quando, por exemplo, o brasileiro Alan Fonteles venceu o ícone Oscar Pistorius, ele foi, simplesmente, a capa inteira do jornal “The Times”. O crescimento do movimento paralímpico, nível dos atletas, presença do público, índices de audiência, patrocínios, espaço na mídia, entre Pequim 2008 e Londres 2012 foi enorme, e as previsões são ainda mais otimistas para o próximo ciclo que se encerra no Rio de Janeiro, em 2016.

Mas falemos de futebol. Dentre as memórias que trouxe de Londres, como algumas conversas com senhores que presenciaram a conquista inglesa da Copa do Mundo de 1966, uma, importante, vem da Holanda. Uma palestra, um abraço, um rápido bate-papo e uma foto com Johan Cruyff, o símbolo da Holanda de 1974, a inesquecível “Laranja Mecânica”.

Esta alegria se juntaria a outras mais e também a algumas decepções. Amigos, confesso que não foi a melhor das sensações visitar uma loja de artigos esportivos de exagerados seis andares (!!!) e não encontrar sequer uma peça referente a um clube brasileiro. Uma criança londrina pode ter o uniforme de clubes gregos, portugueses, escoceses... mas não pode comprar a camisa do Santos de Neymar, por exemplo. Em um mundo como o de hoje, jogar a culpa na distância entre América e Europa seria uma baita hipocrisia, até mesmo porque nenhum de nós encontraremos dificuldades para comprar, por aqui, um uniforme inteirinho de um clube europeu.

Porém, antes de conquistar o além-mar, os clubes brasileiros precisam pensar em dominar a própria terra. No Rio de Janeiro, é possível encontrar lojinhas dos grandes. Uma do Botafogo aqui, do Flamengo acolá, do Fluminense ali, do Vasco acá... Lojinhas bonitinhas, arrumadinhas, bem feitinhas e dignas de pena para quem teve a oportunidade visitar a loja do West Ham. E olha que, apesar de tradicionalíssimo, como a maioria dos ingleses, o West Ham está longe de ser um protagonista no futebol que hoje se joga lá na “Terra da Rainha”. Amigos, que loja! Gigantesca. Nela encontra-se tudo dos “Hammers” e de seus grandes craques, do passado e do presente. Minha idolatria pelo lendário zagueiro Bobby Moore duplicou minutos após entrar naquele mundo violeta e azul claro. Seria inconveniente pensar que os clubes brasileiros, que pagam folhas salariais de milhões de reais, pudessem ter mega lojas como esta citada?

Um salto das lojas esportivas para as livrarias. É praticamente impossível descrever o sorriso de um fanático por livros ao entrar na maior livraria de Londres, perguntar onde era a seção de esportes e se deparar com mais de uma dezena de grandes estantes. Só de futebol eram mais de 300 obras. Coleções completas das mais interessantes, biografias de craques consagrados, de desconhecidos e de jogadores ainda em início de carreira, guerra e futebol, política e futebol, sociologia e futebol... Se a moeda local não fosse quase quatro vezes mais valiosa do que a nossa, uma mala nova se faria necessária. Já por aqui, não é comum sair de sebos com dores nas costas, pois a pequena prateleira de esportes se encontra no fundo da última estante.

Uma vez acompanhei uma discussão sobre qual outra cidade do mundo, além do Rio de Janeiro, teria quatro grandes clubes. Londres surgiu como resposta e como mais lenha no fogoso debate. Sem querer estabelecer uma comparação entre a tradição dos cariocas (ou brasileiros) e dos londrinos, a ideia de que o meu, o seu, os nossos clubes têm muito a aprender com os de lá se tornou ainda mais sólida após 15 dias recebendo a inspiração do Big Ben.

domingo, 9 de setembro de 2012

UMA IMAGEM















Di Stéfano e Puskás comemoram o título da Copa dos Campeões da Europa de 1960, após a vitória do Real Madrid por 7 a 3 sobre o Eintracht Frankfurt. O húngaro marcou quatro gols e o argentino outros três, naquela que é considerada por muitos como a maior apresentação da história do futebol.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

ELÓIGICO E SUAS LÓGICAS














Elóigico é um fanático torcedor do São Sebastião Futebol Clube que sempre coloca a paixão à frente da razão – como quase todos os torcedores, né? E quem fica perdida com tanto fanatismo de Elóigico é sua filha, Edinha, que mora junto com seu pai em uma simples casinha que vive futebol 24 horas por dia.


Desenho de Paulo Sales e roteiro de Diano Massarani


quinta-feira, 6 de setembro de 2012

FUTEBOL É ARTE



Professora de arte há mais de 25 anos, a texana Laurie Pace possui suas obras, com um característico tom de vivacidade, espalhadas por museus dos mais diversos cantos do mundo e em materiais de tudo quanto é tipo, como revistas, capas de CDs, livros... Esta obra selecionada chama-se "Heads Up", e, por ela, é possível entender o que chamam "tom de vivacidade" das obras de Laurie Pace.


quarta-feira, 5 de setembro de 2012

BIBLIOTECA DO FUTEBOLA - OS REIS DO FUTEBOL


Quase um século atrás, em 1925, para ser mais exato, o lendário Club Athlético Paulistano realizou a primeira excursão de um clube brasileiro à Europa. Clodoaldo, Filó, Friedenreich, Araken Patuska e outros craques desfilaram por gramados franceses, suíços e portugueses, numa verdadeira embaixada que divulgou a cultura esportiva brasileira pelo "Velho Continente". Nesta obra, o próprio Araken Patuska, com a colaboração de Marinho de Macedo, conta em todos os detalhes possíveis como foi a gloriosa e vitoriosa excursão. Não é um livro fácil de ser encontrado, muito menos de ser encontrado por um precinho camarada, mas um conselho para aqueles que tiverem a oportunidade de tê-lo em mãos: devore-o. No sentido figurado, é claro.


















Os Reis do Futebol
Autor: Araken Patuska

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

UMA IMAGEM














Felipão "chega junto" a um adversário em sua época de zagueiro.  

domingo, 2 de setembro de 2012

GÊNIOS DAS PALAVRAS - COELHO NETO


A crônica abaixo foi escrita por ninguém menos do que Coelho Neto, quando da excursão do Paulistano para a Europa, a primeira realizada por um clube brasileiro ao “Velho Continente”. A partida em questão foi a primeira do Paulistano em gramados europeus, uma histórica vitória de virada. Divirtam-se com tão mágicas palavras.

O Club Athlético Paulistano entrou com o pé direito em Paris. No princípio do jogo, com o pé no lodo, como se achou, meteu os pés pelas mãos não fazendo mais do que cair, não só no chão enlameado, como no ridículo.

A assistência, diante de tantos e tão seguidos trambolhões, rompeu em assuada vendo que os nossos rapazes, mais do que a bola de couro, andavam no campo aos boléus. De repente, porém, a um brado enérgico do capitão, que via as coisas em mau pé, puseram-se todos os do grupo firmes, tomando pé e começou desde logo a investida.

Ponta pé na bola, era gol na certa e, do pé para a mão, os já vaiados com o “vae vitis” passaram a ser aplaudidos e aclamados como senhores da situação. E não houve mais por-lhes o pé adiante.

Tão ágeis se mostravam os jogadores nos passes e arremessos que, aos franceses maravilhados, parecia que os pés que por ali andavam não eram de homens, mas de vento, principalmente os de Friedenreich que valiam por dois ciclones.

E a França, por mais que se esforçasse, fazendo finca-pé para não ser levada de vencida, não teve senão render-se, ficando aos pés do Brasil que, desta vez provou, e perante juízes íntegros de várias nacionalidades, constituindo um Conselho Superior de Nações ou Liga, como agora se diz em estilo jarreteiro, que o Brasil sabe pelo menos onde põe o pé.

Aquilo mesmo das escorregadelas e trambolhões iniciais tenho, para mim, que foi um ardil ou truque dos rapazes, um meio astuto de esconder o jogo no começo para dar maior brilho à vitória final.

Assim entraram fazendo corpo mole, pisando em pés de lã para às súbitas, darem aquela formidável rasteira pondo em pantana o famoso selecionado com o escore de 7 x 2.

O que muitas das tais embaixadas diplomáticas, que nos custam os olhos da cara, não conseguiram fazer com a cabeça, com as mãos e até com a língua, araviando discursos simpáticos, realizaram em hora meio os rapazes, e brilhantemente, com os pés.

O Brasil tem hoje um pé na Cidade Luz, é o pé do Paulistano, e por esse pé fica o mundo conhecendo o valor do colosso sul americano como, segundo o adágio, pelo dedo se conhece o gigante.

Ora, sendo o pé do corpo, pode o Brasil dizer ufano que está com os alicerces de sua glória firmados no poleiro de Chantecler, podendo doravante cantar de galo ele que, até bem pouco, nem como pinto piava.

Dirão, agora, as más línguas – e elas são tantas e afiadíssimas, prontas sempre a nos cortarem a pele, que esse jogo foi o pé de que se serviu o Brasil para tornar-se mundialmente conhecido.

Mas não foi ele o único que entrou de pés nas terras europeias.

Os uruguaios impuseram-se nas Olimpíadas pelos pés e os argentinos vão também pisando louros no velho Continente e, onde quer que apareçam sul-americanos, não há quem resista de pé aos chutes que os tornou famosos.

Está a questão neste pé, felizmente esportivo e não de guerra, e os franceses sentidos das derrotas que lhes têm infligido nos seus próprios campos os bárbaros cá desta banda, estudam meios de descalçar a bota que lhes aperta o calo de amor próprio, calo que deve doer como mil diabos.

Pode ser que consigam alguma coisa, mas os nossos, que não põem pé em ramo verde, estão tratando de melhorar o time, substituindo nele certos jogadores que reputam fracos. É o que se chama um remonte.

Eu, capitão do time, não consentiria na mudança deixando as coisas no mesmo pé, porque esse, enfim, já conhece o terreno em que vai pisar, daí... Quem anda a pé e que sabe onde lhe aperta o sapato.

A França não contava com o resultado do jogo e quando os brasileiros tiraram o pé do lodo marcando sete gols contra dois, a surpresa foi grande.

Conhecesse ela o refrão dos nossos maiores que diz: Debaixo dos pés se levantam desastres, e certo não cantaria vitória antes do tempo, guardando o riso e a vaia para depois da fritura dos ovos.

Mas o que passou, passou. A verdade é que conseguimos por os pés em Paris... tratemos agora de entrar com o resto do corpo e de cabeça.

Crônica retirada do livro “Os Reis do Futebol”