quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

CAMPEONATO CARIOCA 2013 - TAÇA GUANABARA - 4ª RODADA - VASCO X FLAMENGO



Vasco 2 x 4 Flamengo – Engenhão, Rio de Janeiro (RJ)

Em noite iluminada do garoto Rafinha, Flamengo mostra bom futebol ofensivo, faz 4 a 2 no Vasco em clássico repleto de golaços, e se torna a melhor campanha do Carioca.

Para se manter como único 100% no Cariocão, o Vasco não poderia contar com Carlos Alberto, contundido. Assim, o treinador Gaúcho organizou a equipe no 4-3-1-2 com: Alessandro; Abuda, Dedé, André Ribeiro e Wendell; Fellipe Soutto, Pedro Ken e John Cley; Bernardo; Eder Luis e Leonardo. Mesmo após os comentários de que Dorival Junior mudaria o time para o clássico, a escalação das últimas rodadas foi mantida e o Flamengo foi no 4-3-3 com: Felipe; Léo Moura, Renato Santos, González e João Paulo; Cáceres, Ibson e Elias; Nixon, Rafinha e Hernane.

O Clássico dos Milhões demorou para ganhar seus contornos dentro de campo. Por cerca de 20 minutos, Flamengo e Vasco lutaram uns contra os outros e todos com a bola, sem que bons passes ou dribles dessem as caras. O divisor de águas da partida foi o gol do “Brocador” Hernane, aos 23 minutos, depois de Ibson – mais uma vez em boa jornada – dar passe profundo para Rafinha e o goleiro Alessandro não agasalhar a redonda. Aí, tudo ficou mais bem definido. O Flamengo a apostar na velocidade que, aos 30, originou sensacional contra-ataque tramado por Elias e Rafinha e completado de peito por Nixon – à la Raí e Messi em finais de Mundiais de Clubes. O Vasco, a explorar a pontaria certeira de Bernardo nas bolas alçadas e o caos aéreo da defesa rubro-negra para diminuir, com Pedro Ken, aos 32, e quase empatar.

O torcedor ainda se reacomodava nas arquibancadas, poltronas e cadeiras de bar quando Cléber Santana, que entrara no lugar de Nixon, recebeu bola de Rafinha e acertou um tijolaço para ampliar o escore. O relógio marcava 5 minutos, e o Vasco não tinha mais escolha senão atacar com tudo. Tenório veio para o jogo e deu mais vivacidade para o Cruz-Maltino, que criou uma, duas, três boas jogadas até ver Rafinha, o dono da noite, arrancar de seu próprio campo, passar como um raio por André Ribeiro e Dedé e, aos 18, marcar um golão. Bravamente, o Vasco não desistiu. Aproveitou-se das saídas de Ibson e Rafinha, se postou no campo de ataque, viu o garoto Dakson acertar um pombo sem asa, Eder Luis perder clara chance e André Ribeiro carimbar o poste. Tentou, sim, mas não tirou a importante vitória das mãos rubro-negras.

O mais importante do triunfo flamenguista, além da confiança que proporciona a vitória contra um grande rival, é que, hoje, diferente de poucas semanas atrás, o torcedor do Flamengo sabe escalar o seu time titular. Em outras palavras, pouco a pouco Dorival começa a ter uma estrutura definida. Aquela em que alguns nomes podem mudar, mas o modo de jogar da equipe não.  

UMA IMAGEM




















The Greatests!

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

OLHO TÁTICO - COPA DEL REY - SEMI FINAL - REAL MADRID
















O Real Madrid recebeu o Barcelona para a primeira partida da semi final da Copa Del Rey e saiu de campo com um empate após gol de cabeça do zagueiro Varane, o melhor homem em campo junto com o dinâmico barcelonista Fábregas, responsável por abrir o placar.

É máxima já batida a que diz que nenhum time tem estrutura física para marcar por pressão durante todo o jogo. No entanto, o Real Madrid poderia ter apostado mais na postura avançada de seu meio-campo e no combate à saída de bola blaugrana. Foi assim que durante os primeiros dez ou quinze minutos de jogo os brancos fizeram Puyol rifar a bola, Xavi se atrapalhar e dominaram a partida. Mas, aos poucos, o que era uma marcação constante se tornou esporádica, e o Real não só perdeu sua melhor alternativa ofensiva – a de roubar a bola mais próximo ao gol adversário – como permitiu ao Barcelona o seu inigualável trocar de passes.

Outro pecado tático dos comandados de José Mourinho foi ignorar por total e completo o seu flanco esquerdo. Tudo bem que a ausência de Marcelo faz o Real perder muito de sua potência por ali, mas um setor que tem Cristiano Ronaldo e que poderia ter a ajuda de Özil deveria ser bem mais produtivo. É inaceitável que durante os 90 minutos de jogo a equipe não tenha criado sequer uma boa trama ofensiva por este setor. Assim, não foi nenhuma surpresa o gol de empate – Fábregas abrira o placar aos 4 minutos da 2ª etapa – ter surgido pelo lado direito. Mais ainda porque após a substituição de Callejón por Modric´, Özil caiu pelo setor e cresceu de produtividade, sendo ele o autor da assistência para o tento de cabeça do zagueiro francês Varane, aos 36.

Para um treinador que se considera especial, Mourinho não pode permitir que seu time deixe escapar uma oportunidade de dominar o Barcelona, como poderia fazer caso apertasse mais a marcação pressão, nem que ataque de maneira capenga, só por um lado do campo. Espera-se mais do seu Real Madrid...

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

BIBLIOTECA DO FUTEBOLA - BEASTLY FURY



As leituras futebolísticas de todo e qualquer interessado pelo “esporte bretão” são (ou serão) divididas em antes e depois desta fantástica obra Richard Sanders. “Beastly Fury” conta, desde o mais cedo possível, como o futebol chegou às escolas inglesas, viu suas regras unificadas, o afastamento do Rugby, o estabelecimento da Football Association, a importância dos escoceses, a ascensão da classe operária, as lutas sociais internas... E conta com recortes de jornais, declarações e tudo mais para explicitar o máximo o nascimento do futebol. O leitor irá compreender com enorme clareza como a primeira final da FA Cup, em 1872, teve um público de dois mil torcedores e, menos de 30 anos depois, em 1901, recebeu 110.820. Após “Beastly Fury”, os argumentos para a supremacia do futebol perante outros esportes no mundo serão bem mais sólidos do que o “é um jogo mais simples e divertido”.



















Beastly Fury – The Strange Birth of British Football
Autor: Richard Sanders
Editora: Bantam




domingo, 27 de janeiro de 2013

CAMPEONATO CARIOCA 2013 - TAÇA GUANABARA 3ª RODADA - BOTAFOGO X FLUMINENSE













RESULTADOS
Friburguense 2 x 3 Audax
Nova Iguaçu 3 x 0 Duque de Caxias
Macaé 2 x 0 Quissamã
Resende 2 x 4 Vasco
Boavista 0 x 1 Madureira
Olaria 0 x 2 Bangu
Flamengo 1 x 0 Volta Redonda
Botafogo 1 x 1 Fluminense

ARTILHARIA
4 Gols – Bernardo (Vasco)
3 Gols – Hernane (Flamengo)

Botafogo 1 x 1 Fluminense – Engenhão, Rio de Janeiro (RJ)

Wellington Nem e Seedorf brindam torcedores com jogadas de pura habilidade e “Clássico Vovô” termina empatado em 1 a 1.

Depois de empatar com o Bangu na última rodada, o Botafogo necessitava de uma vitória para não se afastar ainda mais da zona de classificação. Ainda sem Seedorf no onze inicial, Osvaldo de Oliveira organizou o time no 4-2-3-1 com: Jefferson; Gilberto, Bolívar, Antônio Carlos e Márcio Azevedo; Marcelo Mattos e Jadson; Fellype Gabriel, Andrezinho e Lodeiro; Bruno Mendes. Cada vez mais próximo do time que pretende escalar na busca pela inédita Libertadores – Gum, Deco e Fred ainda não foram a campo em 2013, assim como os contratados Felipe e Monzón – Abel Braga montou o Fluminense sem um homem de referência e esquematizado no 4-3-1-2 com: Diego Cavalieri; Bruno, Digão, Leandro Euzébio e Carlinhos; Valencia, Jean e Diguinho; Thiago Neves; Wellington Nem e Rafael Sóbis.

Números puros dos goleiros dariam a entender que o Botafogo foi mais produtivo ofensivamente na etapa inicial do que o Fluminense, já que Diego Cavalieri realizou mais defesas do que Jefferson. Contudo, enquanto o arqueiro tricolor não encontrou dificuldades para agarrar chutes fracos e mal colocados, Jefferson via o perigo por perto a cada arrancada do “Capeta em Forma de Guri” Wellington Nem ou dos avanços do lateral-direito Bruno. Em outras palavras, o torcedor alvinegro roeu muito mais as unhas do que o tricolor no 1º tempo. E foi justamente em uma trama de Bruno e Nem, aos 42 minutos, que o atacante, com uma mescla de velocidade e tranquilidade, fez um a zero Fluzão. Antes, uma falta do Thiago Neves, um cruzamento do Digão e um rush do Nem já haviam colocado o grito de gol na garganta dos tricolores.

Base de todo esquema adotado pelo Osvaldo de Oliveira, o setor de meio-campo botafoguense, frágil nos primeiros 45 minutos, evoluiu a olho nu com a entrada de Seedorf no lugar de Jadson, logo aos 6 minutos. Sob a batuta do holandês, o Botafogo adotou uma postura mais avançada que, se por um lado deu espaços para um contra-golpe organizado por Jean que Nem desperdiçou cara-a-cara com Jefferson, por outro fez o Bota chegar ao empate: Seedorf, como se visse toda a muvuca na grande área em câmera lenta, tabelou com Lodeiro e colocou a redonda na cabeça de Bolívar, o mais novo zagueiro-artilheiro do Fogão. O relógio marcava 28 minutos, e, até o apito final, o Botafogo esteve mais consciente em campo, sem, no entanto, conseguir a virada que o colocaria na vice-liderança de seu grupo.

Na próxima rodada, o Botafogo pega o surpreendente Audax no provável calor de uma tarde de verão Moça Bonita. Sem exageros: é jogo importantíssimo para a estabilidade do “Glorioso” neste início de temporada. Já o torcedor do Fluminense, na mesma quarta-feira, estará mais preocupado em saber quem será seu adversário na fase de grupos da Libertadores: Grêmio ou LDU.

CURTINHAS PELO CARIOCÃO!

- Não tem birra do Ibson nem estreia do Elias. O personagem rubro-negro neste início de Carioca é o centroavante Hernane. Com a pressão não só de ser o único homem de referência no elenco flamenguista, como o de ter que aproveitar a chance de sua vida, Hernane se doa ao máximo, briga contra suas limitações técnicas e faz gols de típico centroavante. Este último, nos acréscimos do jogo e que deu a vitória sobre o Volta Redonda, minutos após ter perdido uma oportunidade quase na linha fatal, lhe dá mais “vidas” para se sustentar no difícil jogo que é vestir a camisa do Flamengo.

- Em sua primeira – e muito boa – passagem pelo Vasco, Bernardo nunca alcançou o status de titular absoluto. Saiu de uma maneira desagradável da Colina para o Santos, não se destacou no Alvinegro Praiano e voltou ao Cruz-Maltino longe de ser considerado um grande reforço. Porém, nas três primeiras rodadas, Bernardo não só lidera o ataque vascaíno de 11 gols (média de 3,67 por jogo) como é o artilheiro do campeonato.

- E o Audax, ein? Com Fabiano Eller e Nélio, ex-esperança flamenguista que os apressados de plantão chamavam de o “Novo Zico”, o time de São João de Meriti termina a 3ª rodada invicto. Macaé e Duque de Caxias, por exemplo, que brigaram em 2012 para chegar a Segundona do Brasileiro, não chegam nem perto dos sete pontos conquistados pelo Audax.  

sábado, 26 de janeiro de 2013

ANIVERSÁRIO DE 4 ANOS DO FUTEBOLA!!!


SORTEIO DE BRINDE OFICIAL DO WEST HAM UNITED!!!

Basta curtir a página 
http://www.facebook.com/pages/Futebola-RJ/912837242189781

Para comemorar o quarto aniversário do FUTEBOLA, o blog realizará, no dia 5 de fevereiro, um sorteio de badgets comemorativos do clube inglês West Ham United, casa do lendário zagueiro Bobby Moore e que foi Campeão da Copa dos Campeões da Europa em 1965.

Para participar do sorteio é moleza. Basta curtir a página do FUTEBOLA no Facebook.
http://www.facebook.com/pages/Futebola-RJ/912837242189781

- O resultado do sorteio será divulgado dia 05 de fevereiro de 2013.

- O vencedor receberá o presente em sua casa, através dos correios, desde que more no Brasil. Caso o sorteado seja do exterior, este poderá indicar alguém que more no Brasil para receber o prêmio.

Conto com a participação de todos os amigos!

Boa sorte e muito obrigado pelos quatro anos de companhia!
  

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

BEM MAIS QUE UMA FIRULA


“Eu ia quebrá-lo”, esta foi a resposta de Nunes, do Botafogo de Ribeirão Preto, após ser protagonista – pela porta dos fundos – do infindável repertório de dribles do cada dia mais imprevisível Neymar, que desta feita contou com um lençol nunca antes visto no Planeta Bola. E, mais uma vez, lá vamos nós falar sobre o respeito no futebol. Mesmo quando um drible não tem um fim senão ele mesmo, ou seja, o drible pelo drible, ele representa bem mais do que a análise simplória de menosprezo ao adversário. Até mesmo as tão amaldiçoadas embaixadinhas “a troco de nada” possuem forte influência no roteiro de uma partida.

Hoje já não existe mais dúvida da importância da estrutura psicológica no mundo dos esportes. Até mesmo em modalidades competitivas que não são consideradas como esporte pela definição tradicional, caso do Fisiculturismo, o psicológico é fundamental. Vejam o documentário “Pumping Iron” e confirmem pelas palavras do veterano Arnold Schwarzenegger, que conta sua estratégia para vencer o novato Lou Ferrigno no Mr. Olympia de 1975.

E o boxe? O controle mental dentro do ringue e a extroversão – muitas vezes considerada desrespeitosa – de Muhammad Ali foram tão essenciais para sua elevação ao status de maior da história quanto o seu jogo de braços e pernas que o fazia “voar como uma borboleta e picar como uma abelha”.  

Mas não precisamos voltar tantas décadas para encontrarmos exemplos. Imaginem, amigos, o que pensam os adversários de Usain Bolt diante de suas imitações de raio, danças robóticas e erguer de braços antes mesmo de cruzar a linha de chegada? É um pensamento enxuto acreditar que o jamaicano faz isso apenas para rebaixar os rivais. Ele o faz por saber que sua tranquilidade representa o desespero dos outros.

E assim como Schwarzenegger, Ali e Bolt, Neymar sabe que deixa um adversário moralmente no fundo do poço quando o entorta, o desconcerta, o deixa com o GPS desconfigurado, o que abre caminhos para a vitória de sua equipe. Mas mesmo quando a Joia Santista quer demonstrar suas habilidades apenas para brindar os torcedores que tanto o idolatram, não há nada de errado. Aqueles adversários que não estão satisfeito com a situação têm uma alternativa bem simples para evitá-la que não “grudá-lo na tela”, como disse o mesmo Nunes: roubem-lhe a bola.

Agora, se Nunes e outros açougueiros do campo não possuem capacidade para tanto, não acabem com a alegria dos mendigos do futebol, que, como o escritor Eduardo Galeano, “andam pelo mundo, de chapéu na mão, e nos estádios suplicam: - uma linda jogada, pelo amor de Deus! E quando acontece o bom futebol, agradecem o milagre, sem se importarem com o clube ou o país que o oferece". 

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

ELÓIGICO E SUAS LÓGICAS
















Elóigico é um fanático torcedor do São Sebastião Futebol Clube que sempre coloca a paixão à frente da razão – como quase todos os torcedores, né? E quem fica perdida com tanto fanatismo de Elóigico é sua filha, Edinha, que mora junto com seu pai em uma simples casinha que vive futebol 24 horas por dia.

Desenho de Paulo Sales e roteiro de Diano Massarani

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

CAMPEONATO CARIOCA 2013 - TAÇA GUANABARA 2ª RODADA - MADUREIRA X FLAMENGO



Madureira 1 x 1 Flamengo – Conselheiro Galvão, Rio de Janeiro (RJ)

Flamengo larga na frente com lindo gol, sofre empate em cobrança de pênalti e por pouco não sai de Conselheiro Galvão derrotado pelo Madureira.

Depois de empatar na estreia contra o Resende, o Madureira contava com o trunfo de jogar no seu tradicional estádio para surpreender o Flamengo, e o treinador Alexandre Gama organizou o time no 4-4-2 com: Márcio; Diego Renan, Zé Carlos, Roberto Júnior e Gabriel; Gílson, Ramón, Rodrigo e Índio; Jean e Derley. Com duas alterações em relação ao onze inicial que venceu o Quissamã – Felipe Dias e González entraram nos lugares de Ramón, suspenso, e Frauches –, Dorival Júnior repetiu o 4-3-3 e escalou: Felipe; Léo Moura, Renato Santos, González e Felipe Dias; Cáceres, Rodolfo e Ibson; Rafinha, Nixon e Hernane.

Não é somente a belíssima trama entre Rodolfo e Ibson, que este completou para o fundo das redes, aos 39 minutos, que justifica a superioridade do Flamengo sobre o Madureira na 1ª etapa. O rubro-Negro apresentou, nos primeiros 45 minutos, movimentações ofensivas que merecem destaque. A melhor delas a participação na organização ofensiva dos volantes Ibson e Rodolfo, e o próprio gol serve de exemplo. A outra, o ímpeto do ponta-direita, que não se acanha em cair também pela esquerda, Rafinha. Muito acionado, Rafinha levou a retaguarda suburbana à loucura. Tivessem caprichado um pouco mais nos momentos decisivos, os flamenguistas poderiam ter construído um placar mais vantajoso antes do intervalo.

Contudo, não o fizeram, e o Madureira voltou quente como a tarde carioca para igualar em apenas sete minutinhos: Rodrigo cobrou firme e forte o pênalti que Felipe Dias cometera em Derley. Pouco depois, o mesmo Rodrigo puxou rápido contra-ataque e o mesmo Derley quase fez a alegria dos tricolores. O Flamengo ficava cada vez mais pálido com as alterações realizadas pelo Dorival Júnior - que já trocara Nixon por Adryan e ainda sacaria Felipe Dias e Rodolfo para as entradas de Renato e Luiz Antônio - e o Madureira se aproveitava para levar perigo, sempre com Derley, ao goleiro Felipe. A improdutividade rubro-negra era tamanha que suas melhores chances de gol na 2ª etapa ocorreram somente no finalzinho, quando o zagueiro tricolor Zé Carlos quase empurrou a pelota contra o próprio patrimônio por duas vezes.

O calorão que fez os jogadores parecerem pedaços de legumes a boiar em uma escaldante tigela de sopa não pode servir de desculpa para a péssima atuação do Flamengo na 2ª etapa. Diferente da altitude, um fator natural que favorece apenas os mandantes, o sol também castigou o Madureira, que, no entanto, fez um ótimo 2º tempo.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

MULTICAMPEÕES ESTADUAIS - REGIÃO NORTE

Dos sete clubes que alcançaram a façanha do heptacampeonato estadual no país, três vêm da Região Norte. São o Clube do Remo (Belém – PA), o Ferroviário Atlético Clube (Porto Velho – RO) e o Rio Branco Football Club (Rio Branco – AC).

Fundado em 1905 para a prática de esportes náuticos, o futebol chegou ao Clube do Remo em 1913, justamente quando começa a histórica sequência de sete canecos. Isso mesmo, logo em seu primeiro ano nos gramados, o Leão Azul já começou a mostrar o quanto era feroz e deixou para trás o União Sportiva, até então grande força no Pará. Somadas as campanhas vitoriosas entre 1913 e 1919, o Remo teve apenas uma derrota. O grande destaque azulino era o atacante Rubilar, autor de gols marcantes como os primeiros da história do clube e do clássico Re-Pa, contra o Paysandu.

Criado nos arredores de uma das maiores obras da engenharia do país, a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, o Ferroviário Atlético Clube já não possui mais o futebol como uma de suas atividades. Assim, períodos gloriosos como o vivido como o entre 1946 e 1952, quando estabeleceu o recorde rondoniano de sete títulos consecutivos, viraram apenas retratos na parede da sede social. Futuro diferente teve o Rio Branco Football Club, hepta entre 1935 e 1941 e que até os dias de hoje se destaca no futebol do Norte. Em 1997, por exemplo, se tornou o primeiro clube da região a disputar uma competição oficial internacional, no caso a Copa Conmebol.

Os multicampeões nortistas não param por aí. De longe o maior campeão do Amazonas (40 títulos), o Nacional Futebol Clube (Manaus – AM) também é o soberano estadual no quesito troféus em sequência, com seis entre 1976 e 1981, período no qual sempre disputou a 1ª Divisão do Brasileirão. Se o time considerado mais forte foi o de 1978, com o zagueiro Paulo Galvão e o atacante Careca, no de 1976 é possível ver nomes conhecidos como o goleiro Borrachinha e Alcir Portela.

Com o mesmo número de conquistas que o Nacional, seis, está o Esporte Clube Macapá (Macapá – AP), que chegou ao feito entre 1954 e 1959. Para a tristeza dos torcedores do clube cuja mascote é um simpático aviãozinho, o Macapá, maior vencedor amapaense, já não figura mais entre os protagonistas locais.

A seleta lista de maiores vencedores em sequência do Norte fica completa com o Baré Esporte Clube (Boa Vista – RR), que quando ainda se chamava Atlético Baré Clube levantou o Tetra em Roraima entre 1964 e 1967. Contudo, o maior orgulho do “Mais Querido”, como é conhecido o Baré, é ter visto o inigualável Garrincha a vestir sua camisa. No caçula dos Estaduais pelo país, o Campeonato de Tocantins, a maior hegemonia é a que o Tricampeão Gurupi Esporte Clube (Gurupi – TO) mantém nos dias atuais. Será que vem o Tetra em 2013?

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

UMA IMAGEM



“Aí é que está o milagre:
— o povo ria antes da jogada,
da graça, da pirueta.
Ria adivinhando que Garrincha
ia fazer a sua grande ária,
como na ópera.”

Nelson Rodrigues


domingo, 20 de janeiro de 2013

CAMPEONATO CARIOCA 2013 - TAÇA GUANABARA - 1ª RODADA - BOTAFOGO X DUQUE DE CAXIAS














RESULTADOS
Olaria 0 x 0 Audax
Friburguense 2 x 1 Bangu
Flamengo 2 x 0 Quissamã
Resende 1 x 1 Madureira
Boavista 0 x 3 Vasco
Nova Iguaçu 0 x 2 Fluminense
Macaé 1 x 3 Volta Redonda
Botafogo 3 x 0 Duque de Caxias

ARTILHARIA
2 Gols
Hernane (Flamengo)
Léo Andrade (Volta Redonda)
Wagner (Fluminense)

Botafogo 3 x 0 Duque de Caxias – Engenhão, Rio de Janeiro

Letal nas bolas paradas, Fogão marca três gols em um intervalo de 10 minutos, bate o Duque de Caxias e chega a sua centésima vitória no Engenhão.

Ainda sem poder contar com 100% de sua força – as ausências foram Seedorf, Lucas, André Bahia e os garotos que estavam com a Seleção sub-20 –, o Botafogo foi a campo organizado pelo Oswaldo de Oliveira no já costumeiro 4-2-3-1 com: Jefferson; Gilberto, Bolívar, Antônio Carlos e Márcio Azevedo; Renato e Marcelo Mattos; Fellype Gabriel, Andrezinho e Lodeiro; Henrique. Depois de ficar a um pequeno passo de conseguir a vaga na Segundona do Brasileirão deste ano, o Duque de Caxias começou o Carioca escalado no 4-3-2-1 com: Fernando; Jefinho, Paulão, Sérgio Rafael e Pedro Júnior; Renan, André Gomes e Marcus Vinícus; Carlos Alberto e Thiago Souza; Charles Chad.

Os primeiros 20 minutos no Engenhão não anunciaram o quão fácil seria a vitória botafoguense. Não que o Duque de Caxias tenha pressionado neste período e dado enorme trabalho ao goleiro Jefferson, mas o Botafogo, lento e sem criatividade, encontrava dificuldades para tomar as rédeas da partida e errava tolamente na saída de bola – após uma paçocada do Bolívar, Charles Chad quase inaugurou o placar. Foi então que surgiu a bola parada para mudar o cenário do duelo. Entre os minutos 24 e 34, cobranças alvinegras resultaram em gols de Andrezinho, Bolívar e Antônio Carlos, este último após uma jogada ensaiada entre Lodeiro, Fellype Gabriel e Andrezinho digna de aplausos e do tapete que está o gramado do Engenhão.

Com três a zero no escore e um Duque de Caxias sem poder e qualidade para uma histórica reação, o Botafogo fez da etapa final um spa. Poderia ter transformado o placar contundente numa goleada impiedosa, como mostraram duas belíssimas jogadas individuais do garoto Gilberto, o lateral-direito. Contudo, seria incoerente exigir que o Fogo pisasse fundo no acelerador com a vitória já garantida. Ainda mais por ser o primeiro jogo da temporada. De pontos negativos no passeio alvinegro, a contusão do Renato, que foi substituído ainda no 1º tempo, e a falta de encaixe do atacante isolado Henrique, que não conseguiu trocar figurinhas com o talentoso trio formado por Fellype Gabriel, Lodeiro e Andrezinho.

Ficou claro como a luz do sol que o Botafogo, diferente, por exemplo, de Flamengo e Vasco, não começa o ano do zero. A base montada em 2012 é o maior reforço alvinegro para esta temporada que acaba de se iniciar.

CURTINHAS PELO CARIOCÃO!

- O primeiro passo para uma vitória fácil diante de um dos chamados “pequenos” é balançar a rede cedo. Foi o que o Flamengo conseguiu diante do estreante no Carioca Quissamã, num triunfo que tem como maior benefício a elevação de moral do centroavante Hernane, autor dos dois gols do jogo e que durante um bom tempo terá a missão de honrar a camisa 9 rubro-negra.   

- Para os torcedores do Vasco que estavam pessimistas, a boa atuação de Carlos Alberto, Pedro Ken, Bernardo e companhia contra Boavista traz alívio e a certeza de que o pesadelo de um início de Cariocão como o de 2011, quando fez apenas um mísero pontinho em cinco rodadas, não se repetirá.

- O Fluminense precisou de mais de uma hora de um péssimo futebol diante do Nova Iguaçu para Abel Braga desfazer o confuso esquema improvisado que havia adotado e colocar um lateral-esquerdo (Ronan) e um pensador (Wagner) no time. Resultado: duas ótimas jogadas pelos flancos – uma de Wellington Silva e outra do próprio Ronan – e gols de cabeça do Wagner.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

ELÓIGICO E SUAS LÓGICAS















Elóigico é um fanático torcedor do São Sebastião Futebol Clube que sempre coloca a paixão à frente da razão – como quase todos os torcedores, né? E quem fica perdida com tanto fanatismo de Elóigico é sua filha, Edinha, que mora junto com seu pai em uma simples casinha que vive futebol 24 horas por dia.

Desenho de Paulo Sales e roteiro de Diano Massarani

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

COPA SÃO PAULO DE FUTEBOL JÚNIOR 2013 - 16 AVOS DE FINAL - VASCO X GOIÁS


Vasco 1 x 5 Goiás – Estádio Dr. Francisco de Palma Travassos, Ribeirão Preto

O Vasco entrou em campo como a última oportunidade do Rio de Janeiro de avançar para a fase oitavas de final da Copinha, pois Fluminense e Botafogo já haviam ficado pelo caminho. E nem sequer por um minuto o Cruz-Maltino deu a impressão de que conseguiria superar o Goiás e seguir no torneio. Goiás que, por sinal, teve uma atuação grandiosa, com homens de frente que souberam aproveitar o frágil – e põe frágil nisso – sistema defensivo vascaíno. O centroavante Paulo e os meias Erik e Liniker deram um show de bola e, sem muito esforço, construíram a goleada. Difícil escolher um só nome esmeraldino, mas Paulo, com dois bonitos gols e uma não menos bela assistência para o Erik, merece aplausos efusivos. Rodrigo e Arthur completaram o placar para o Goiás. Já pelo lado do Vasco, só ressalvas negativas. A retaguarda permitiu arremates de tudo quanto era distância, além de ter mais buracos que as mais degradadas rodovias brasileiras, enquanto que, ofensivamente, Índio, Marquinhos – que nada produziu e ainda reclamou com o treinador Sorato ao ser substituído – e companhia não foram capazes nem de testar a solidez dos zagueiros goianos. E Daniel foi pior ainda, ao perder a cabeça e quase arrancar a do Liniker com uma cotovelada. O gol no fim do jogo, assinalado pelo zagueiro Thadeu Paraguai, não alivia em nada a medíocre apresentação vascaína.

GIRO PELA COPINHA!

Com dois pênaltis perdidos pelo atacante Biro Biro – que não pode se abalar com os erros a ponto de sair dos trilhos –, o atual vice-campeão, Fluminense, foi eliminado pelo Cruzeiro na disputa por penalidades após o empate em um a um no tempo normal. O Botafogo, por sua vez, também sofreu com as penalidades máximas, origem dos dois tentos do Fortaleza no triunfo tricolor por 2 a 0.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

BIBLIOTECA DO FUTEBOLA - QUANDO O FUTEBOL ANDAVA DE TREM


Uma obra que os amantes da história do futebol brasileiro vão ler com enorme entusiasmo. “Quando o Futebol Andava de Trem” leva o leitor a um passeio pelos clubes ferroviários Brasil afora, sejam eles grandes campeões estaduais, como a Desportiva Ferroviária e o Ferroviário Atlético Clube (CE), ou clubes amadores de influência restrita. Além de conhecer dados sobre a fundação e os momentos de maior brilho destes clubes, o autor Ernani Buchmann faz um breve relato sobre as estradas de ferro no país: as construções, os conflitos, o ápice, a decadência... Um fenômeno tão importante para a popularização do futebol no Brasil, como o nascimento e estabelecimento dos clubes ferroviários, não poderia ficar sem registro. Ainda bem que o maquinista Ernani Buchmann decidiu comandar esta viagem.


















Quando o Futebol Andava de Trem - Memória dos Times Ferroviários Brasileiros
Autor: Ernani Buchmann
Edirora: Imprensa Oficial do Paraná

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

LUZ, CÂMERA, GOL! - THE GAME OF THEIR LIVES / DUELO DE CAMPEÕES (2005)


No futebol o improvável é uma constante e os números insistem em tropeçar na própria certeza. E aquele que talvez seja o maior símbolo do inesperado nos gramados teve o Brasil como palco, mas não como protagonista. A vitória dos semi-profissionais norte-americanos sobre os ingleses, “Pais do Futebol”, na Copa do Mundo de 1950, entrou para a história não só do torneio, mas do esporte como um todo (Antes da Copa, as apostas para o campeão mundial pagavam 3-1 para a Inglaterra e inacreditáveis 500-1 para o Estados Unidos). E é justamente este gigante triunfo da Seleção Americana que o filme “The Game of Their Lives” levou para as telas na forma de ficção.

Existem equívocos cronológicos como colocar o duelo Inglaterra versus EUA como se fosse a estreia de ambos no Mundial, quando na verdade eles se enfrentaram pela 2ª rodada, e ignorar as partidas norte-americanas pelas Eliminatórias, contra México e Cuba, para dizer que os jogadores se conheceram poucos dias antes do embarque para o Brasil. Contudo, eles podem ficar a cargo da licença poética que toda boa história tem direito. E “The Game of Their Lives” é sim uma boa história.

O maior mérito do filme, além do registro de um feito esportivo sem igual, é tornar “mais vivo” nomes inesquecíveis do futebol estadunidense, como o goleiro Frank Borghi (Gerard Butler), o capitão Walter Bahr (Wes Bentley), o haitiano Joe Gaetjens (Jimmy Jean-Louis) e os atacantes Gino Pariani (Louis Mandylor) e Frank Wallace (Jay Rodan). Do filme para a pesquisa sobre os feitos destes jogadores históricos e como era o futebol nos Estados Unidos nos anos 50 é um pulo que todo amante do futebol vai adorar dar.

“The Game of Their Lives” é daqueles filmes para se ter o DVD na estante, pois sempre que o impossível se colocar à frente, seja no futebol ou não, e uma história de triunfo contra todas as probabilidades for necessária, ele será de grande valor.


The Game of Their Lives (2005)
Nome no Brasil: Duelo de Campeões
Direção: David Anspaugh
Roteiro: Geoffrey Douglas (livro), Angelo Pizzo
Elenco: Gerard Butler, Wes Bentley, Jay Rodan, Louis Mandylor, Terry Kinney, Jimmy Jean-Louis, John Rhys-Davies e Patrick Stewart


domingo, 13 de janeiro de 2013

COPA SÃO PAULO DE FUTEBOL JÚNIOR 2013 - 3ª RODADA



Jogos da Segunda Fase (dias 15 e 16 de janeiro)

Vasco x Goiás
Botafogo x Fortaleza
Cruzeiro x Fluminense

A última rodada da fase de grupos da Copinha terminou em empate para todos os times cariocas. Bom para Vasco, Botafogo e Fluminense, que se garantiram no mata-mata. Péssimo para o Flamengo, que não passou de um 2 a 2 contra o América-SP e, assim como em 2012, arruma as bagagens mais cedo do que deveria para um clube que tem como slogan histórico “Craque o Flamengo faz em casa”.

Vasco e Botafogo classificaram-se na liderança de seus respectivos grupos. O Cruz-Maltino após o um a um contra o Comercial-SP, pelo grupo K, e o Glorioso depois de empatar, pelo mesmo placar, com o Taubaté-SP, pelo grupo O. Na fase 16 avos de final, o Vasco encara o Goiás, enquanto o Fogo pega o Fortaleza. Se ainda não é a hora de a cobra fumar um charuto cubano, pelo menos é a de um cigarro de palha, pois os adversários dos alvinegros cariocas já possuem um nome bem mais forte no cenário nacional do que os encontrados na fase inicial.

Já o Fluminense terá pela frente um casca grossa: o Cruzeiro. Depois de terminar o grupo S empatado em pontos com o Velo Clube-SP – adversário no 2 a 2 pela 3ª rodada –, o Tricolor ficou com a vice-liderança devido ao menor saldo de gols e, com sete pontos, se classificou pelo índice técnico entre os segundo colocados.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

OLHO TÁTICO - PSG - LIGUE 1 2012/2013 - 20ª RODADA - ESTREIA DE LUCAS


Na boa estreia de Lucas, PSG joga um tempo inteiro com um homem a menos – Thiago Motta foi expulso –, perde o capitão Thiago Silva lesionado, desperdiça um punhado de oportunidades de gols e não passa de um empate mudo com o Ajaccio. Com o tropeço em pleno Parc des Princes, a Ligue 1 pode terminar a 20ª rodada com Lyon ou Olympique de Marseille como novo líder.

Adepto de carteirinha do 4-3-1-2, Carlo Ancelotti seguiu a máxima de que o treinador deve montar o esquema tático em função dos jogadores, e não o contrário, como muitos fazem, e organizou o Paris Saint Germain no 4-2-3-1, com o estreante Lucas posicionado exatamente no mesmo lugar onde, com a camisa são-paulina, ele encantou os brasileiros: no flanco direito do campo. Não como um ponta à moda antiga, daqueles que não desgrudam da linha lateral, mas um ponta que também tem funções defensivas e liberdade para infiltrar pela meiúca quando achar necessário.

E foi assim que Lucas conseguiu se sobressair diante de quase todos os seus companheiros na desencaixada atuação parisiense. Ibrahimovic´, um tanto quanto desleixado, parecia em Saturno ou Plutão, enquanto Lavezzi teve um ou dois lampejos e Pastore nem isso. Sem um padrão de movimentação e de passes que facilitasse a missão de superar um time cuja mentalidade era apenas a de não sofrer gols e que tinha um sistema defensivo que contava com cinco defensores e três volantes, o PSG teve na individualidade do Lucas e nos avanços do vigoroso volante Matuidi suas melhores opções. E isto tanto na etapa inicial, quanto na final, quando já estava sem Thiago Motta, expulso nos acréscimos do 1º tempo por um carrinho criminoso.

Resultado péssimo à parte, Lucas pode ficar satisfeito com sua estreia. Chamou mais a responsabilidade de armar as jogadas do que todos os seus companheiros de ataque e teve sucesso em algumas delas, como a que colocou a redonda na cabeça do zagueiro Alex, que obrigou o goleiro mexicano Ochoa a uma defesa milagrosa. Sem dúvidas o tempo será seu melhor amigo. Assim como do PSG, que ainda tem muito – muito! – para evoluir em termos táticos.


MULTICAMPEÕES ESTADUAIS - REGIÃO CENTRO-OESTE


Por ordem de relevância em termos de competições nacionais, as hegemonias na região central do país começarão a ser contadas por Goiás, onde o Goiânia Esporte Clube e o mais vitorioso da região, o Goiás Esporte Clube, dividem o posto de maior multicampeão.

Assim como a história do futebol goiano pode ser dividida em antes e depois do Serra Dourada, o tradicional estádio também é a linha que separa os recordistas de canecos levantados em sequência no estado. Entre 1950 e 1954, o Goiânia, comandado pelo goleador Foca – único tri-artilheiro seguido do Goianão (51/52/53) –, viveu sua melhor época com o Pentacampeonato Estadual. Entretanto, desde a inauguração do Serra Dourada, em 1975, o “Galo Carijó” nunca mais cantou forte.

Por outro lado, é justamente a partir de meados dos anos 70 que o Goiás começa a se tornar o papão de títulos nesta região próspera em grandes músicos sertanejos, com o ápice do seu domínio sendo exercido no fim da década de 90.

O time que iniciou o histórico Penta Goiano entre 1996 e 2000 era recheado de figurinhas conhecidas Brasil afora, como o zagueirão Sílvio Criciúma, os meias Lúcio “Bala”, Evandro “Chaveirinho” e o artilheiro Dill. Vale ainda destacar que neste ano de 1996 o Goiás realizou sua segunda melhor campanha em Brasileiros – a melhor viria em 2005 –, chegando até a fase semi final. Alguns felizes anos para o torcedor esmeraldino depois, o Goiás fechou o Penta em 2000 com um timaço que tinha, além de Dill, presente em todos os títulos, os futuramente Campeões Mundiais de Clubes Josué, Danilo e Fernandão.

Do Distrito Federal vem o caçula dos multicampeões estaduais. Fundado em 2000, o Brasiliense teve uma ascensão meteórica no futebol nacional, com um vice na Copa do Brasil e um vitoriosa Série C logo em 2002. E o que estava bom para o “Jacaré” ficaria ainda melhor em 2004, ano que marcou o primeiro título estadual e a incrível, para um clube tão jovem, chegada à Série A do Brasileirão. De 2004 até 2009, sob a batuta de Iranildo “Chuchu”, jogador que mais gols e partidas fez com a camisa amarela, e participações pontuais do zagueiro Durval (2004) e do centroavante Fábio Junior (2009), só deu Brasiliense no Campeonato Candango.

Apesar de o Brasiliense ser, à primeira vista, o único com seis títulos consecutivos na Região Centro-Oeste, o bom senso permite o torcedor do Operário Futebol Clube, da cidade de Campo Grande (MS), se considerar um Hexa. É que, na realidade, o Operário foi duas vezes Tri em sequência, uma quando o Estado do Mato Grosso ainda não havia sido dividido (1976/1977/1978) e outra já no Campeonato Sul-Mato-Grossense (1979/1980/1981). Neste “segundo Tri”, que, além de completar o Hexa é único no Mato Grosso do Sul, o destaque alvinegro foi o meia Arturzinho, um cigano de passagens marcantes em vários clubes pelo país. Entretanto, o time operariano escreveu mais fortemente sua história é o de 1977, o do Bi Estadual, quando dois lendários goleiros, Castilho, como técnico, e Manga, debaixo do travessão, ainda levaram o “Galo” ao 3º lugar no Brasileirão.

Entre 1979 e 1982, o Mixto Esporte Clube, de Cuiabá, repetiria no Mato Grosso o mesmo Tetra que conseguira antes da divisão (1951-1954), se tornando, assim, um recordista mato-grossense duplo. Em outras palavras, o único Tetra pré e pós separação. Inesquecíveis craques mato-grossenses como os atacantes Bife, maior artilheiro do estádio José Fregalli, o “Verdão”, e Tostão II foram essenciais no início dos anos 80, um período onde o Mixto fazia algumas peripécias na Série A do Brasileirão.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

UMA IMAGEM


Gérson “Canhotinha de Ouro” e Rei Pelé recebem orientações do treinador da Seleção Brasileira, João “Sem Medo” Saldanha. 

COPA SÃO PAULO DE FUTEBOL JÚNIOR 2013 - ITAÚNA-MG X FLUMINENSE


Grupo S – Itaúna-MG 0 x 2 Fluminense

Contra o Itaúna-MG, em sua segunda partida pelo grupo S na Copinha 2013, o Fluminense ficou no meio do caminho entre a burocracia e o bom futebol. Se por um lado o Flu não conseguiu impor sua superioridade técnica para dominar o confronto de forma ampla e irrestrita – os mineiros Warley e Juninho tiveram liberdade para jogar e o primeiro chegou a acertar um petardo no travessão quando o placar ainda estava zerado –, por outro fez o suficiente para sacudir o barbante duas vezes, em ótimas finalizações do veloz Biro Biro.

Apesar dos dois gols do Biro Biro, o garoto que merece o carimbo “Fique de Olho” mais fortemente é o lateral-direito Pablo. Veloz, hábil e incisivo, Pablo parecia uma Ferrari diante de calhambeques itaunenses, e foi – de longe! – a melhor opção ofensiva tricolor. Não à toa foi de seu pé direito que nasceu o gol inaugural. Agora, cá entre nós, amigos: o que o Fluzão tem para produzir tão bons laterais em suas categorias de base? Pelo visto, Pablo tem tudo para seguir a linhagem de Marcelo e companhia.

Com duas vitórias em dois jogos, o Fluminense ainda não tem sua classificação para a fase mata-mata garantida e se não quiser depender de outros resultados para avançar como um dos sete melhores vices, precisará vencer o também 100% Velo Clube, que tem a vantagem do empate devido ao melhor saldo de gols – 7 a 4.

GIRO PELA COPINHA!

Também sem pontos perdidos até o momento, Vasco e Botafogo chegam à última rodada em situação melhor que a do Fluminense, pois precisam apenas do empate para terminar na liderança de seus respectivos grupos. Pelo K, o Cruz-Maltino enfrenta o Comercial-SP, enquanto o Fogão encara o Taubaté-SP pelo O. Situação um pouco mais complicada vive o Flamengo no grupo E. Após golear o Santos-AP por 7 a 0, com dois gols de Duglas Baggio, o Rubro-Negro chega a rodada decisiva com a necessidade de vencer o líder e 100% América-SP para não repetir 2012 e ser eliminado ainda na fase inicial do torneio.  

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

NOMES DOS ESTÁDIOS - ILHA DO RETIRO

Um palco tradicionalíssimo do futebol brasileiro, a Ilha do Retiro viveu um de seus momentos mais importantes em 1955, ano em que o Sport Club do Recife comemorava o seu cinquentenário. Inaugurada em 4 de abril de 1937, a Ilha finalizaria, 18 anos depois, sua segunda reforma – a primeira havia sido em 1950, quando o estádio ganhou a honra de ser uma das sedes da Copa do Mundo.

Na remodelação iniciada em 1953 e que acarretou na construção de um novo lance de arquibancada, poço artesiano, campo de treinamento, bilheterias e portão olímpico, além da instalação da iluminação, um nome foi essencial por seu apoio, sobretudo econômico: Adelmar da Costa Carvalho, que se tornaria o Presidente do clube entre 1955 e 1958.

Político, empresário e industrial de enorme sucesso em Recife, com obras que se tornaram cartões postais de uma época, como a Casa do Navio, uma residência bem semelhante ao famoso transatlântico Queen Elizabeth, Adelmar Carvalho trabalhou nas mais diferentes frentes. Seus esforços para a criação da Clínica do Câncer e alguns programas para difundir a arte entre os jovens são dois exemplos relevantes.

Ao nomear a Ilha do Retiro como Estádio Adelmar da Costa Carvalho, o Sport homenageia não só um rubro-negro de coração, mas um recifense que fez história.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

MULTICAMPEÕES ESTADUAIS - REGIÃO SUL


O pontapé inicial da série “Multicampeões Estaduais”, que listará aquele que mais títulos venceu consecutivamente em cada estado do país, será dado lá na parte de baixo do mapa nacional, na Região Sul, uma área repleta de esquadrões que marcaram história no futebol brasileiro, dentre eles, os dois únicos Octacampeões.

Em Santa Catarina, estado que atualmente tem sua força representada por cinco clubes nas duas primeiras divisões do Campeonato Brasileiro, o Joinville deixa os tradicionais da capital Florianópolis como Avaí e Figueirense a comer poeira. São nada menos do que oito taças conquistadas entre 1978 e 1985, um período que se tornou ainda mais glorioso para o torcedor tricolor pelo fato de ser Nardela a maior estrela da companhia. Nardela é, simplesmente, o maior goleador e jogador que mais vestiu a camisa do Joinville em todos os tempos.

Oito canecos também alcançou o Internacional, entre 1969 e 1976, no Rio Grande do Sul. Também, com lendas como a muralha Manga, o xerife Figueroa e o elegante Falcão – só para citar três dentre tantos geniais craques –, a vida do Colorado era só festa. E até o país se renderia a tamanha categoria no biênio 75/76, quando este gigante sagrou-se Bicampeão Brasileiro. O recorde deste Internacional se torna ainda mais valioso ao se recordar que ele não foi atingido nem mesmo por inesquecíveis “Seleções Gaúchas” como o também vermelho “Rolo Compressor” da década de 40, de craques como Tesourinha e Carlitos, e o Grêmio de Aírton Pavilhão, que conquistou 12 títulos em 13 anos nos anos 50 e 60.

Um empate entre gigantes é o resultado que a história até os dias de hoje reservou para o Paraná, onde o já extinto Britânia e o Coritiba têm o direito de gritar “Hexacampeão!”. O Britânia, conseguiu a façanha quando o futebol ainda dava seus primeiros passos no estado, entre os anos de 1918 e 1923. E para reforçar ainda mais a superioridade do Alvirrubro, todos os artilheiros do torneio nestes anos vestiam sua camisa. Foram eles: Joaquim Martin, duas vezes, Romualdo, Zito, Maximino e Faeco. As láureas, porém, não foram suficientes para manter o clube, e hoje, após uma série de fusões, pode dizer que existe um pouquinho do sangue do Britânia correndo nas veias do Paraná.

O feito do Britânia só viria a ser igualado quase meio século depois, quando o “Flecha Loira” Dirceu Krüger, adorado ícone coxa-branca, liderou um inesquecível time alviverde à hegemonia paranaense entre 1971 e 1976. Durante estes anos dourados, nomes como o goleiro Jairo, jogador que mais atuou pelo clube, o zagueiro Duílio, o lateral Nilo e o ponta Aladim também fizeram o torcedor coritibano sorrir de alegria. Troféus como estes e o do Torneio do Povo de 1973 foram de suma importância para a consolidação do Coxa no cenário nacional.

domingo, 6 de janeiro de 2013

COPA SÃO PAULO DE FUTEBOL JÚNIOR 2013 - FLAMENGO X RONDONÓPOLIS










Flamengo 0 x 0 Rondonópolis – Grupo E

Em 2012, os jogos do Rondonópolis-MT na Copinha apontaram uma média de mais de 6 gols por partida, enquanto o atacante do Flamengo Douglas Baggio, sozinho, ganhou destaque na mídia por marcar incríveis 72 gols em 57 jogos. Em outras palavras, tudo que o espectador esperava, estivesse ele no Estádio Benedito Teixeira ou na poltrona de casa, era uma partida com muitas bolas nas redes. Não foi. Pelo contrário, nem uma mísera bolinha sacudiu o filó.

O Flamengo, com Donizete “Panterinha”, Rodolfo, Douglas Baggio e Rafinha na linha de ataque, se fez mais presente no campo ofensivo e criou as melhores oportunidades de gols. Baggio finalizou fraco sem goleiro e cabeceou um milimétrico cruzamento por cima da meta, Rodolfo acertou um belo arremate que o goleiro Anderson desviou antes de raspar na trave, “Panterinha” levou perigo de dentro da área... Porém, este punhado de chances não foi suficiente para inaugurar a meta mato-grossense. Na realidade, o Rubro-Negro deu a impressão de ter jogado os 90 minutos sempre na primeira ou segunda marcha, como se fosse um motorista cauteloso recém-saído da autoescola, e este foi o principal motivo do placar mudo.

Difícil entender a falta de sede de vitória flamenguista. Seria por considerar o Rondonópolis o adversário mais forte do grupo? Seria frio na barriga, sempre maior numa estreia? Seria a confiança na vitória nos próximos dois jogos? Bom, apenas os próximos dias revelarão um pouco mais do verdadeiro potencial ofensivo da garotada rubro-negra.

GIRO PELA COPINHA!

Os alvinegros cariocas começaram o torneio com vitórias pra lá de suadas. Pelo grupo K, o Vasco venceu o Botafogo de Ribeirão Preto por 2 x 1. O time que lançou Dr. Sócrates para o mundo saiu na frente com gol de Hugo, mas o Cruz-Maltino conseguiu a virada com a ajuda do zagueiro Jam, que marcou contra, e, aos 42 minutos da 2ª etapa, através do Marquinhos. Já no grupo O, o Botafogo cortou um dobrado para bater o Santo André pela diferença mínima. Fernandez foi às redes quase nos acréscimos finais.

Neste domingo, o atual vice-campeão, Fluminense, estreia contra o Atlético Acreano em partida válida pelo grupo S. 

sábado, 5 de janeiro de 2013

UMA IMAGEM



















O ainda menino Falcão na Copa São Paulo de Futebol Júnior. Eram os primeiros passos que o tornariam o maior nome da história colorada e o levariam a ser chamado de “Rei de Roma”.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

BIBLIOTECA DO FUTEBOLA - UM SÉCULO DE FUTEBOL NO BRASIL


Logo nas primeiras páginas deste livro é possível ler a declaração de fundação do Sport Club Rio Grande (RS), mais antigo clube de futebol do país. E não termina por aí. Claudio Dienstmann e Pedro Ernesto Denardin fazem uma linha do tempo dos, digamos, “futebóis ancestrais” até o estabelecimento do futebol moderno, e ainda contam como os principais clubes brasileiros nasceram. “Um Século de Futebol no Brasil – do Sport Club Rio Grande ao Clube dos Treze” traz, em poucas páginas, muita informação relevante para quem se interessa pela história do futebol.




















Um Século de Futebol no Brasil – do Sport Club Rio Grande ao Clube dos Treze
Autores: Claudio Dienstmann e Pedro Ernesto Denardin
Editora: Aplub

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

BATENDO BAFO - BOTAFOGO VICE-CAMPEÃO BRASILEIRO DE 1992


Apenas duas vezes na história do futebol nacional a decisão do Campeonato Brasileiro foi palco de um clássico carioca. A primeira delas foi em 1984, quando o Fluminense de Romerito passou pelo Vasco de Roberto Dinamite, enquanto a segunda veio oito anos depois, em 1992. Nesta, o Flamengo do “Vovô Garoto” Júnior venceu um Botafogo que muitos na época consideravam um melhor time no papel. Time este que o amigo pode ver nas figurinhas abaixo com uma precisão de quase 100%, pois de todos os botafoguenses que participaram das duas partidas finais (3 x 0 Flamengo e empate em 2 x 2), apenas Vivinho não está no álbum. Os cromos de maior destaque são o do zagueiro Márcio Santos, que em breve se tornaria Campeão da Copa do Mundo de 1994, e o do letal trio ofensivo formado por Valdeir “The Flash”, Pichetti e Renato Gaúcho, este envolvido numa baita confusão por participar de um churrasco com o flamenguista Gaúcho após a derrota alvinegra na primeira decisão.







quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

LUZ, CÂMERA, GOL! - EL CHANFLE II (1982)


Nesta sequência do imperdível El Chanfle (1979), o personagem que dá nome a série, interpretado por Roberto Bolaños, deixou de ser o roupeiro para ser o treinador das divisões infantis do América do México.

Preocupado com a situação do clube e a queda do número de torcedores no estádio, o Presidente, Sr. Matute (Rubén Aguirre), convoca um simpósio a ser realizado em um hotel de luxo. Nele, além de Chanfle e sua esposa, Tere (Florinda Meza), estarão presentes, entre outros, o famoso treinador Secudo (Sergio Ramos) e o médico Dr. Najera (Edgar Vivar). E todos acabarão envolvidos num esquema de contrabando organizado por bandidos pra lá de atrapalhados.

Alguns debates futebolísticos bem interessantes e atuais são levantados, como um entre Chanfle e Secudo sobre qual seria a melhor estratégia entre apostar nas divisões de base ou contratar jogadores já formados – algo muito semelhante ao que vemos hoje em dia com os gigantes espanhóis Barcelona e Real Madrid.

Já para dar gargalhadas, Bolaños e companhia não precisam de apresentações ou comentários. Para os fãs do seriado Chaves e Chapolin, El Chafle II lembra muito os episódios que se passam em Acapulco, quando um hotel paradisíaco é o cenário de muita risada.

Como diz a máxima – que como qualquer outra possui suas exceções – a sequência não é tão boa quanto a primeira película. Porém, rir com estes atores que marcaram época no México e no Brasil é sempre uma boa pedida.

 

















El Chanfle II (1982)
Direção: Roberto Bolaños
Roteiro: Roberto Bolaños
Elenco: Roberto Bolaños, Florinda Meza, María Antonieta de las Nieves, Rubén Aguirre, Edgar Vivar, Raúl 'Chato' Padilla, Angelines Fernández, Sergio Ramos