Vasco 2 x 4 Flamengo – Engenhão, Rio de Janeiro (RJ)
Em noite iluminada do garoto Rafinha, Flamengo mostra bom
futebol ofensivo, faz 4 a 2 no Vasco em clássico repleto de golaços, e se torna
a melhor campanha do Carioca.
Para se manter como único 100% no Cariocão, o Vasco não
poderia contar com Carlos Alberto, contundido. Assim, o treinador Gaúcho
organizou a equipe no 4-3-1-2 com: Alessandro; Abuda, Dedé, André Ribeiro e
Wendell; Fellipe Soutto, Pedro Ken e John Cley; Bernardo; Eder Luis e Leonardo.
Mesmo após os comentários de que Dorival Junior mudaria o time para o clássico,
a escalação das últimas rodadas foi mantida e o Flamengo foi no 4-3-3 com:
Felipe; Léo Moura, Renato Santos, González e João Paulo; Cáceres, Ibson e
Elias; Nixon, Rafinha e Hernane.
O Clássico dos Milhões demorou para ganhar seus contornos
dentro de campo. Por cerca de 20 minutos, Flamengo e Vasco lutaram uns contra
os outros e todos com a bola, sem que bons passes ou dribles dessem as caras. O
divisor de águas da partida foi o gol do “Brocador” Hernane, aos 23 minutos,
depois de Ibson – mais uma vez em boa jornada – dar passe profundo para Rafinha
e o goleiro Alessandro não agasalhar a redonda. Aí, tudo ficou mais bem
definido. O Flamengo a apostar na velocidade que, aos 30, originou sensacional
contra-ataque tramado por Elias e Rafinha e completado de peito por Nixon – à la Raí e Messi em finais de Mundiais de Clubes. O Vasco, a explorar a pontaria
certeira de Bernardo nas bolas alçadas e o caos aéreo da defesa rubro-negra
para diminuir, com Pedro Ken, aos 32, e quase empatar.
O torcedor ainda se reacomodava nas arquibancadas, poltronas
e cadeiras de bar quando Cléber Santana, que entrara no lugar de Nixon, recebeu
bola de Rafinha e acertou um tijolaço para ampliar o escore. O relógio marcava
5 minutos, e o Vasco não tinha mais escolha senão atacar com tudo. Tenório veio
para o jogo e deu mais vivacidade para o Cruz-Maltino, que criou uma, duas,
três boas jogadas até ver Rafinha, o dono da noite, arrancar de seu próprio
campo, passar como um raio por André Ribeiro e Dedé e, aos 18, marcar um golão.
Bravamente, o Vasco não desistiu. Aproveitou-se das saídas de Ibson e Rafinha, se
postou no campo de ataque, viu o garoto Dakson acertar um pombo sem asa, Eder
Luis perder clara chance e André Ribeiro carimbar o poste. Tentou, sim, mas não
tirou a importante vitória das mãos rubro-negras.
O mais importante do triunfo flamenguista, além da confiança
que proporciona a vitória contra um grande rival, é que, hoje, diferente de
poucas semanas atrás, o torcedor do Flamengo sabe escalar o seu time titular.
Em outras palavras, pouco a pouco Dorival começa a ter uma estrutura definida.
Aquela em que alguns nomes podem mudar, mas o modo de jogar da equipe não.