domingo, 27 de setembro de 2015

CAMPEONATO BRASILEIRO 2015 – 28ª RODADA – FLAMENGO X VASCO


Flamengo 1 x 2 Vasco – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Vasco volta a se impor contra o Flamengo, vence rival de virada e ganha mais esperança para a antes impossível missão de escapar da degola.

Quando Guerrero aproveitou cruzamento de Jorge e escorou de cabeça para Sheik fazer um a zero para o Flamengo, o relógio marcava 11 minutos do primeiro tempo. Quem olhasse para a tabela do campeonato tinha todo o direito de pensar que a vantagem conseguida pelo Fla fosse desestabilizar o Vasco. No entanto, quem puxasse na memória os outros Clássicos dos Milhões de 2015, principalmente os válidos pela Copa do Brasil, se lembraria que autoridade e tranquilidade têm sido características frequentes nas últimas atuações vascaínas contra seu maior rival. E novamente foram.

Como o Vasco se viu na obrigação de sair para o jogo, o Flamengo teve a oportunidade de se aproveitar da fragilidade defensiva dos volantes cruz-maltinos, Andrezinho e Bruno Gallo, e da fragilidade física de Jorge Henrique, que o impedia de auxiliar na marcação. No entanto, ao invés de buscar os contra-ataques, o Fla usou e abusou dos chutões para frente. E para piorar a situação ofensiva rubro-negra, Guerrero e Sheik, jogadores com grande capacidade para segurar a bola, não conseguiam prender a redonda e cometiam faltas em sequência.

Foi assim que o Vasco ganhou o meio-campo, adiantou a postura, rondou a área rival, incomodou em bolas aéreas... Oportunidades de balançar o filó, porém, o Cruz-Maltino só criou na segunda etapa. E não tardou a convertê-las em gols. Se aos 8, dentro da pequena área, Leandrão perdeu chance incrível para empatar, o zagueiro Rodrigo, aos 12, o fez com uma bomba em cobrança de falta. Os vascaínos ainda comemoravam quando, aos 14, o lateral flamenguista Jorge cabeceou a redonda na própria mão dentro da área: na cobrança de pênalti, Nenê virou.

Com meia hora por jogar, o Flamengo teria que abandonar o receio e se lançar à frente. Para isso, Ederson e Marcelo Cirino foram a campo. Porém, depois de passar praticamente todo o jogo abdicando de atacar, o Fla jamais conseguiu ter consciência para criar ou potência para pressionar. E assim, o Vasco voltou a bater seu grande rival e encheu ainda mais o tanque de esperança para as próximas batalhas.

Flamengo: Paulo Victor; Pará (Aírton), César Martins, Samir e Jorge; Márcio Araújo, Canteros (Marcelo Cirino) e Alan Patrick; Paulinho (Ederson), Emerson Sheik e Guerrero. Técnico: Oswaldo de Oliveira.

Vasco: Martín Silva; Madson, Luan, Rodrigo e Julio Cesar; Bruno Gallo, Andrezinho, Julio dos Santos (Guiñazu) e Jorge Henrique (Rafael Vaz); Nenê (Lucas) e Leandrão. Técnico: Jorginho.

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

COPA DO BRASIL 2015 – QUARTAS DE FINAL – SÃO PAULO X VASCO


São Paulo 3 x 0 Vasco – Morumbi, São Paulo (SP)

Vasco não suporta noite inspirada de Alexandre Pato e companhia, perde por 3 a 0 para o São Paulo e se complica na Copa do Brasil.

Diferente do Brasileiro, onde vive situação ainda desesperadora, o Vasco entrou em campo para enfrentar o São Paulo sem a obrigação de vencer. Porém, o que poderia ser um fator de tranquilidade acabou por se tornar fonte de uma cautela excessiva. Em poucas palavras, faltou sede de vitória ao Vasco. Por sua vez, o São Paulo conseguiu misturar tranquilidade e potência ofensiva em doses ideais. Confortável e sem pressa, os tricolores tiveram paciência para trocar passes e esperar que a retaguarda vascaína falhasse. E como falhou!

Rafael Vaz deu toda liberdade que Ganso precisava para pensar e passar. Madson e Serginho jamais encontraram Alexandre Pato, assim como, do outro lado, Julio Cesar e Bruno Gallo foram dominados por Michel Bastos. No miolo da zaga, Rodrigo e, principalmente, Luan sofreram com a presença de Luis Fabiano. E para completar o caos defensivo vascaíno, o inseguro goleiro Martín Silva falhou nos dois gols de Pato que abriram o triunfo são-paulino. Primeiro, aos 25, Pato acertou um belo, porém defensável, arremate longo, e, depois, aos 35, ampliou após péssima saída pelo chão de Martín Silva.

Na segunda etapa, o Vasco criou coragem para se lançar à frente, mas um quase-gol de Luis Fabiano, logo aos 4 minutos, mostrou que o São Paulo não iria abdicar de atacar. Se as entradas de Julio dos Santos e Thalles não tornaram o Vasco dominate, pelo menos deram mais companhia a Nenê e Andrezinho. No entanto, o São Paulo estava em uma jornada tão sólida e consciente que rapidamente se recuperou do pequeno crescimento vascaíno e, aos 31, ampliou a já confortável vantagem com Luis Fabiano completando linda jogada de Wilder.

Com 15 minutos por jogar, não restava ao Vasco alternativa a não ser atacar, ainda mais depois que, aos 35, Luis Fabiano deixou o campo contundido e o São Paulo, já todo modificado, com apenas 10 jogadores. Coube, então, a Rogério Ceni, com duas ótimas defesas, mostrar que não eram apenas os avantes tricolores que estavam inspirados e garantir a vitória incontestável do São Paulo.  

São Paulo: Rogério Ceni; Bruno (Wesley), Rodrigo Caio, Lucão e Carlinhos (Reinaldo); Breno e Thiago Mendes; Michel Bastos, Paulo Henrique Ganso e Alexandre Pato (Wilder); Luis Fabiano. Técnico: Juan Carlos Osorio.

Vasco: Martín Silva; Madson, Luan, Rodrigo e Julio Cesar; Rafael Vaz (Julio dos Santos), Serginho e Bruno Gallo (Thalles); Andrezinho e Nenê; Herrera (Riascos). Técnico: Jorginho.

domingo, 20 de setembro de 2015

CAMPEONATO BRASILEIRO 2015 – 27ª RODADA – ATLÉTICO MINEIRO X FLAMENGO


Atlético Mineiro 4 x 1 Flamengo – Independência, Belo Horizonte (MG)

Flamengo abusa dos erros, sofre goleada acachapante do Atlético Mineiro e se afasta da zona de classificação para a próxima Libertadores.

Cheio de atitude, o Flamengo iniciou o embate no Independência disposto e encarar o Atlético Mineiro de peito aberto. E não seria exagero dizer que o começo rubro-negro foi animador, com uma boa finalização de Guerrero, aos 6, e um pênalti sofrido por Marcelo Cirino, aos 8. Porém, a coragem que o Fla apresentou não foi acompanhada de refino técnico, e a péssima cobrança da penalidade realizada por Alan Patrick – Victor defendeu sem problemas – deu início a uma sucessão de erros imperdoáveis por parte dos cariocas.

Aos 15 minutos, Dátolo foi à linha de fundo e cruzou para a área. Desesperado, o zagueiro flamenguista Marcelo empurrou a pelota contra o próprio patrimônio e colocou os mineiros na frente. Se a réplica rubro-negra foi rápida com o gol de Paulinho, aos 18, a tréplica atleticana também não tardou: aos 25, Dátolo cruzou, Jemerson foi mais alto que Samir e, de cabeça, fez dois a um para o Galo. Daí até a chegada do intervalo, o Flamengo demonstrou atitude para manter a posse de bola e trocar os chutões pela transição pelo chão. Mas foi só, pois incomodar o Victor foi algo que passou longe da capacidade ofensiva vermelha e preta.

Para ter chances de reverter a vantagem atleticana, o Flamengo não poderia mais se dar ao luxo de cometer erros pífios. Porém, os cometeu e, aos 9, em mais um cruzamento do preciso Dátolo, Jemerson subiu mais que Marcelo, Samir e Guerrero e anotou o terceiro tento mineiro. Aí o Flamengo se abateu e abriu o caminho para que o Atlético esbanjasse toda sua potência ofensiva. Agora, o Galo juntava as jogadas aéreas com tramas de pé em pé. Foi assim que, aos 25, Dátolo, que já era um dos nomes do jogo com três assistências, deu uma caneta surreal em Pará e concluiu com perfeição para fechar a goleada mineira.

Domingo que vem, no Maracanã, o Flamengo enfrenta o rival Vasco esperançoso de escapar da degola. Uma partida decisiva para o Rubro-Negro mostrar se tem fôlego para brigar pelo G4 ou se a arrancada recente foi só fogo de palha.

Atlético Mineiro: Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Jemerson e Douglas Santos; Leandro Donizete e Rafael Carioca; Luan, Dátolo (Josué) e Thiago Ribeiro (Patric); Lucas Pratto (Carlos). Técnico: Levir Culpi.

Flamengo: Paulo Victor; Pará, Marcelo, Samir e Everton; Márcio Araújo, Canteros e Alan Patrick (Almir); Marcelo Cirino (Ederson), Paulinho e Guerrero (Kayke). Técnico: Oswaldo de Oliveira.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

CAMPEONATO BRASILEIRO 2015 – 26ª RODADA – CRUZEIRO X VASCO


Cruzeiro 2 x 2 Vasco – Mineirão, Belo Horizonte (MG)

Com dois gols de Rafael Silva, Vasco arranca empate com Cruzeiro no Mineirão e segue vivo na sua árdua luta para escapar da degola.

O maior mérito de celestes e cruz-maltinos no Mineirão foi o de entender, desde cedo, que o resultado que eles necessitavam precisava ser buscado através de muita luta, o que tornou o embate uma batalha ferrenha do início ao fim. Logo aos 4 minutos, Marquinhos fez Jordi salvar a meta vascaína com a ponta dos dedos, mas, a partir daí, e de forma até surpreendente, o Cruz-Maltino se mostrou mais encorpado que os anfitriões.

Confiante e organizado, o Vasco não apenas pôs fim no avanço inicial cruzeirense como, aos 25, abriu o placar com Rafael Silva. Porém, nem deu tempo para perceber como os cariocas se comportariam com a vantagem, pois William, no lance seguinte, acertou um balaço de fora da área para empatar. A igualdade fez um bem enorme à Raposa, que se lançou ao ataque, adotou a marcação por pressão e teve no ímpeto de Alisson sua grande arma para buscar a virada. Virada esta que se não veio em cabeçada de Manoel, aos 35, chegou em trama refinada convertida por Alisson, aos 41.

No intervalo, a missão de Jorginho era a de devolver aos seus comandados a confiança dos minutos iniciais, e pode-se dizer que o treinador acertou neste ponto. Com apenas alguns segundos da etapa final, Nenê perdeu chance incrível de empatar. Cheio de brio, o Vasco atacava como se não houvesse o amanhã e deixava espaços para os contra-ataques do Cruzeiro, que quase voltou às redes em duas escapadas do Alisson. Apesar da boa entrada de Andrezinho, aos 14, o Vasco começou a perder força com o passar do tempo, o que obrigou Jorginho realizar novas alterações. E o resultado veio aos 35, quando Rafael Silva igualou tudo de cabeça.

Com 10 minutos por jogar, foi a vez de o Cruzeiro avançar e de o Vasco se defender com unhas, dentes e chutões. Aos 46, Julio dos Santos foi expulso por isolar a bola com o jogo parado, possibilitando que o Cruzeiro tivesse mais espaços para se aproximar da vitória, que quase chegou com William e De Arrascaeta. No fim, um empate ruim para nenhum os dois, mas bom de se assistir pela emoção.

Cruzeiro: Fábio; Ceará, Manoel, Bruno Rodrigo (Paulo André) e Pará; Henrique, Willians e Ariel Cabral (Vinícius Araújo); Marquinhos (De Arrascaeta), Alisson e Willian. Técnico: Mano Menezes.

Vasco: Jordi; Madson, Luan, Rodrigo e Julio Cesar; Serginho (Renato Kayser), Julio dos Santos, Bruno Gallo e Nenê (Andrezinho); Rafael Silva e Herrera (Thalles). Técnico: Jorginho.

domingo, 13 de setembro de 2015

CAMPEONATO BRASILEIRO 2015 – 25ª RODADA – SPORT X FLUMINENSE


Sport 1 x 0 Fluminense – Arena Pernambuco, Recife (PE)

Fluminense perde novamente, desta vez para o Sport, e se afasta ainda mais da briga por uma vaga na próxima Libertadores.

Antes de começar a falar do embate entre cariocas e pernambucanos, vale tocar em um ponto bem peculiar de um campeonato por pontos corridos com longas 38 rodadas. Quando Fluminense e Sport se enfrentaram na sexta rodada, ambos viviam uma boa fase, tendo o Tricolor três vitórias e um empate e o Rubro-Negro, então invicto, as mesmas três vitórias. No entanto, para o duelo da 25ª rodada, os dois times entraram em campo carregando péssimas sequências. Nas 10 rodadas que antecederam o apito inicial, o Flu conquistara míseros dois triunfos, enquanto o Leão sequer conseguira comemorar uma única vitória.

Aos 7 minutos da etapa inicial, no momento em que Gerson arrancou e foi derrubado por Durval na entrada da área, os tricolores não sabiam, mas esta seria a única trama ofensiva de qualidade que o Fluminense organizaria em toda a partida. Jean cobrou a falta com perigo e daí até os 30 minutos do segundo tempo, o Sport controlou o jogo. Não que o Leão estivesse feroz como fora em seus melhores momentos na competição, longe disso, mas se mostrou sólido o suficiente para fazer um a zero com Danilo, aos 17, e para ditar o ritmo do jogo a seu prazer.

Mesclando lentas trocas de passes com pequenas faltas, o Sport decidiu e conseguiu levar o jogo em banho-maria por um tempo muito maior do que o Fluminense poderia permitir. Para tentar por fim ao deserto de criatividade tricolor, Enderson Moreira lançou mão de Michael e Osvaldo, aos 13 da segunda etapa, e de Vinícius, aos 31. Em termos de organização tática e capacidade de criar tramas refinadas, o Fluminense em nada evoluiu com as alterações, mas, pelo menos, ganhou um pouco de potência para tentar pressionar no fim.

Na base da individualidade de Osvaldo, o jogador mais acionado nos minutos finais, o Flu tentou buscar o Fred nas bolas aéreas, mas a atuação destacada do defensor Matheus Ferraz impediu que a redonda chegasse ao centroavante. E assim, com mais um revés, o Fluminense, antes um possível candidato ao título, se encontra, agora, a sete pontos de distância tanto da zona de rebaixamento como do G4.

Sport: Danilo Fernandes; Ferrugem, Matheus Ferraz, Durval e Danilo; Rithely, Diego Souza, Maikon Leite (Régis) e Marlone (Élber); Hernane e André (Wendel). Técnico: Eduardo Batista.

Fluminense: Diego Cavalieri; Wellington Silva, Gum, Marlom e Léo; Edson (Vinícius) e Jean; Gustavo Scarpa (Michael), Marcos Junior (Osvaldo) e Gerson; Fred. Técnico: Enderson Moreira.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

CAMPEONATO BRASILEIRO 2015 – 24ª RODADA – FLAMENGO X CRUZEIRO


Flamengo 2 x 0 Cruzeiro – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Flamengo bate Cruzeiro no Maracanã, chega à quinta vitória consecutiva no Brasileiro e termina a rodada na zona de classificação para a próxima Libertadores.

Os primeiro minutos do Flamengo no Maracanã foram como o esperado. Embalados pelos mais de 40 mil torcedores e pelos últimos resultados positivos, os rubro-negros começaram com domínio das ações ofensivas e sem medo de ser feliz. Quando o Cruzeiro, aos 12, em cabeçada de Paulo André que Paulo Victor defendeu magistralmente, quase abriu o placar, parecia apenas um lance incapaz de alterar o panorama da partida. Porém, não foi o que ocorreu. Daí em diante, o então agressivo e consciente Flamengo perdeu as rédeas do jogo, a posse de bola, o poder ofensivo e permitiu que o Cruzeiro se sentisse em casa.

Por cerca de 30 minutos, o Cruzeiro adiantou seu meio-campo e trocou passes sem ser importunado, sem, porém, demonstrar potência suficiente para voltar a importunar Paulo Victor. Tudo caminhava para que, no intervalo, o treinador cruzeirense Mano Menezes tivesse mais motivos para sorrir do que o rubro-negro Oswaldo de Oliveira, até que vieram os acréscimos. Aos 46, Alan Patrick fez linda jogada com Kayke e concluiu em gol: um a zero Fla.

A vantagem no placar não apenas deu mais tranquilidade ao intervalo do Flamengo como fez com que o time voltasse para a etapa final sem a pressão de ter que se lançar à frente. Assim, com um Fla devagar e sem fome e um Cruzeiro que esbarrava nas limitações técnicas de seus avantes, o segundo tempo transcorria pra lá de frio quando, aos 23, Luiz Antônio acertou um foguete de fora da área e marcou um dos mais belos gols do Brasileirão.

O Cruzeiro, que já havia acusado o golpe de sofrer um gol nos acréscimos do primeiro tempo, sentiu demais o segundo tento sofrido e praticamente jogou a toalha, não impondo nenhuma dificuldade à tarefa rubro-negra de fazer o tempo passar e o apito final chegar. Se vale ressaltar que o Fla esteve longe de brindar seus torcedores com uma grande atuação, vale mais ainda lembrar que um time que quer terminar na zona nobre do Brasileiro precisa conquistar vitórias mesmo quando não tem uma jornada inspirada. Neste ponto, méritos do Flamengo.

Flamengo: Paulo Victor; Pará, Wallace (César Martins) e Jorge; Jonas, Luiz Antônio e Alan Patrick; Paulinho (Jajá), Emerson Sheik (Marcelo Cirino) e Kayke. Técnico: Oswaldo de Oliveira.

Cruzeiro: Fábio; Ceará, Manoel, Paulo André e Pará; Willians, Henrique e Ariel Cabral (Marcos Vinícius); Willian, Alano (Marquinhos) e Vinícius Araújo (De Arrascaeta). Técnico: Mano Menezes.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

AMISTOSOS DA SELEÇÃO BRASILEIRA


Uma vez mais os amistosos da seleção brasileira se mostraram preparativos que não preparam. Contra a Costa Rica, o Brasil fez acontecer nos 15 minutos iniciais para, depois, abandonar o jogo. Somente no finzinho apareceram alguns brilharecos técnicos de Kaká e Neymar, mas nada capaz de ampliar o triunfo pelo placar mínimo. Diante dos Estados Unidos, mais um gol cedo de Hulk e mais um primeiro tempo morno. No intervalo, veio Neymar. Dezoito minutos depois, Lucas e Rafinha. Os três juntos e misturados esbanjaram técnica e o magro um a zero virou uma goleada por 4 a 1.

Além de Neymar, que em 22 minutos contra os EUA sofreu pênalti, converteu a cobrança, fez corta-luz no gol de Rafinha e anotou mais um golaço, o Brasil apresentou outros destaques técnicos. Douglas Costa parece mais confiante após a chegada ao Bayern, William é e será titular absoluto, Rafinha entrou solto, Lucas Lima pode se soltar mais e Lucas não ficará mais de fora das convocações. No entanto, se os amistosos permitiram que o Brasil apresentasse uma parte de seu potencial técnico, estes mesmos amistosos não ajudaram em nada para que a seleção crescesse em termos físicos, táticos e psicológicos.

Fisicamente, os jogos foram lentos e frouxos, sendo possível contar nos dedos os momentos em que o Brasil teve sua saída de bola pressionada seriamente, o que, diga-se de passagem, não impediu que a seleção exagerasse nas ligações diretas, principalmente contra a Costa Rica. Taticamente, costarriquenhos e americanos pareciam bonecos de time de totó, incapazes de qualquer deslocamento ou variação que pudesse complicar a retaguarda brasileira. Psicologicamente, os embates não exigiram mais dos brasileiros do que exigiriam partidas beneficentes de fim de ano. Catimba, faltas duras e bate-bocas passaram longe dos amistosos com cara e focinho de amistosos.

Assim, se o objetivo dos amistosos era o de encher um pouco mais os cofres da CBF, talvez eles tenham sido bem sucedidos, apesar do público bem mais ou menos. No entanto, se o objetivo era preparar a seleção para a encardida, intensa, pegada, dinâmica, discutida e tensa Eliminatórias da Copa do Mundo, ambos os amistosos não serviram para nada.

domingo, 6 de setembro de 2015

CAMPEONATO BRASILEIRO 2015 – 23ª RODADA – FLUMINENSE X FLAMENGO


Fluminense 1 x 3 Flamengo – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Flamengo bate Fluminense por 3 a 1 e toma a frente do rival na briga por uma vaga na próxima Libertadores.

O Rubro-Negro entrou em campo ostentando três vitórias seguidas. O Tricolor das Laranjeiras, por sua vez, adentrou o gramado carregando uma péssima sequência de três derrotas. E o momento vivido por cada equipe acabou refletido nos primeiros minutos do clássico. Incisivo e cheio de ímpeto, o Flamengo partiu para o ataque logo após ouvir o apito inicial e com apenas dois minutos já havia obrigado Diego Cavalieri a duas defesaças, em cabeçada de Wallace e arremate de Kayke, que ainda triscou na trave.

A intensidade do Fla começou a dar resultado aos 11, quando a arbitragem não viu Wallace dar assistência de braço para Sheik marcar. Logo depois, aos 14, Pará encontrou Kayke que, com categoria, anotou o segundo tento flamenguista. O Fluminense estava tão perdido tática e psicologicamente que o Rubro-Negro, mesmo com uma nova postura mais recuada, seguiu mais perigoso, a ponto de Kayke, em contra-ataques, ter tido duas chances claras para ampliar a vantagem. Aos poucos, bem lentamente, o Flu conseguiu respirar fundo e parar de ser ameaçado, mas, até a chegada do intervalo, nada além disso.
  
Se a entrada de Paulinho no lugar de Armero (Everton virou lateral-esquerdo) fez o Flamengo começar a segunda etapa em ritmo forte, a troca do volante Pierre pelo avante Marcos Junior também deu mais vida ao Fluminense. Agora, o Flu conseguia responder aos ataques rubro-negros, tanto que, numa escapada de Marcos Junior, Samir fez pênalti em Michael e Jean converteu. Ao invés de criar raízes em seu próprio campo para segurar a vantagem, o Fla teve o mérito de seguir agressivo e acabou recompensado aos 23: Kayke pegou rebote da própria finalização e cruzou para Paulinho fazer 3 a 1.

O Flu acusou o golpe e não se reergueu com as entradas de Gerson e Wellington Paulista. Quando Cícero sofreu empurrão que resultou na expulsão de Everton e exigiu que Paulo Victor realizasse defesa difícil na cobrança da falta, o relógio já marcava 50 minutos e a vitória rubro-negra estava decretada. Assim como está decretado que o Flamengo entrou na briga pelo G4.

Fluminense: Diego Cavalieri; Wellington Silva, Gum, Henrique e Gustavo Scarpa; Jean, Pierre (Marcos Junior) e Douglas; Cícero, Osvaldo (Gerson) e Michael (Wellington Paulista). Técnico: Enderson Moreira.

Flamengo: Paulo Victor; Pará, Wallace (César Martins), Samir e Armero (Paulinho); Márcio Araújo (Jonas), Canteros e Alan Patrick; Everton, Emerson Sheik e Kayke. Técnico: Oswaldo de Oliveira.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

CAMPEONATO BRASILEIRO 2015 – 22ª RODADA – CORINTHIANS X FLUMINENSE


Corinthians 2 x 0 Fluminense – Arena Corinthians, São Paulo (SP)

Novamente sem inspiração e poder ofensivo, Fluminense cai diante do Corinthians em Itaquera e se afasta ainda mais do G4 do Brasileiro.

A tabela reservou para o Fluminense confrontos seguidos contra Atlético Mineiro e Corinthians, os dois grandes concorrentes ao título do Brasileirão. Em ambos os embates o Tricolor esteve longe de repetir suas melhores atuações no torneio e acabou batido, sem dificuldades, pelos alvinegros de Minas Gerais e de São Paulo. Diante do Corinthians, em Itaquera, o Flu não apenas foi capaz de criar somente duas míseras chances de gols, como permitiu que o Timão sacudisse o barbante em duas oportunidades e construísse outras cinco perigosas tramas que por pouco não terminaram também nas redes.

Os problemas defensivos tricolores não tardaram a aparecer. Antes que o relógio chegasse ao quinto minuto, Jean já havia errado um passe simples que permitiu uma ótima arrancada de Jadson e uma melhor finalização do garoto Marciel: um a zero Timão. As atuações destes três jogadores envolvidos no lance do gol de abertura ajudam a entender como foi a partida. Pelo Fluminense, Jean pecou demais na proteção à frágil retaguarda e errou saídas de bola que não costuma. Já pelo lado do Corinthians, Marciel imprimiu um intenso ritmo de ida-e-volta, roubou bolas e apareceu no ataque, enquanto Jadson esbanjou qualidade nos passes e participou das melhores jogadas corintianas.

Com a vantagem conquistada cedo, o Corinthians – muito maduro taticamente, diga-se de passagem – teve tranquilidade para alternar momentos de valorização da posse de bola e outros de resguardo defensivo e saída em velocidade. Em ambos os casos, o Timão não encontrou obstáculos para se aproximar do seu segundo gol, que saiu apenas aos 25 da etapa final, através do Ralf, mas poderia ter nascido antes se os corintianos, principalmente Malcom, tivessem maior poder de decisão. Por parte do pobre e desértico Fluminense, apenas duas bolas alçadas na área pelo Gustavo Scarpa: a primeira Gerson desperdiçou, e a segunda, Cícero converteu em lance anulado por impedimento. Para quem quer o G4, o Flu fez muito pouco. Para quem perdeu cinco das últimas seis partidas, fez o que a fase permite.

Corinthians: Cássio; Fagner, Edu Dracena, Gil e Guilherme Arana; Ralf e Marciel; Jadson (Rildo), Danilo e Malcom (Rodriguinho); Vagner Love (Romero). Técnico: Tite.

Fluminense: Diego Cavalieri; Renato, Henrique, Antônio Carlos e Gustavo Scarpa; Edson e Jean; Marcos Júnior, Cícero (Vinícius) e Gerson (Osvaldo); Wellington Paulista (Michael). Técnico: Enderson Moreira.