Flamengo 1 x 2 Vasco – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Vasco volta a se impor contra o Flamengo, vence rival de
virada e ganha mais esperança para a antes impossível missão de escapar da degola.
Quando Guerrero aproveitou cruzamento de Jorge e escorou de
cabeça para Sheik fazer um a zero para o Flamengo, o relógio marcava 11 minutos
do primeiro tempo. Quem olhasse para a tabela do campeonato tinha todo o
direito de pensar que a vantagem conseguida pelo Fla fosse desestabilizar o
Vasco. No entanto, quem puxasse na memória os outros Clássicos dos Milhões de 2015,
principalmente os válidos pela Copa do Brasil, se lembraria que autoridade e
tranquilidade têm sido características frequentes nas últimas atuações
vascaínas contra seu maior rival. E novamente foram.
Como o Vasco se viu na obrigação de sair para o jogo, o
Flamengo teve a oportunidade de se aproveitar da fragilidade defensiva dos
volantes cruz-maltinos, Andrezinho e Bruno Gallo, e da fragilidade física de
Jorge Henrique, que o impedia de auxiliar na marcação. No entanto, ao invés de
buscar os contra-ataques, o Fla usou e abusou dos chutões para frente. E para
piorar a situação ofensiva rubro-negra, Guerrero e Sheik, jogadores com grande
capacidade para segurar a bola, não conseguiam prender a redonda e cometiam faltas
em sequência.
Foi assim que o Vasco ganhou o meio-campo, adiantou a postura,
rondou a área rival, incomodou em bolas aéreas... Oportunidades de balançar o
filó, porém, o Cruz-Maltino só criou na segunda etapa. E não tardou a
convertê-las em gols. Se aos 8, dentro da pequena área, Leandrão perdeu chance incrível
para empatar, o zagueiro Rodrigo, aos 12, o fez com uma bomba em cobrança de
falta. Os vascaínos ainda comemoravam quando, aos 14, o lateral flamenguista
Jorge cabeceou a redonda na própria mão dentro da área: na cobrança de pênalti,
Nenê virou.
Com meia hora por jogar, o Flamengo teria que abandonar o receio
e se lançar à frente. Para isso, Ederson e Marcelo Cirino foram a campo. Porém,
depois de passar praticamente todo o jogo abdicando de atacar, o Fla jamais
conseguiu ter consciência para criar ou potência para pressionar. E assim, o
Vasco voltou a bater seu grande rival e encheu ainda mais o tanque de esperança
para as próximas batalhas.
Flamengo: Paulo Victor; Pará (Aírton), César Martins, Samir e
Jorge; Márcio Araújo, Canteros (Marcelo Cirino) e Alan Patrick; Paulinho
(Ederson), Emerson Sheik e Guerrero. Técnico: Oswaldo de Oliveira.
Vasco: Martín Silva; Madson, Luan, Rodrigo e Julio Cesar;
Bruno Gallo, Andrezinho, Julio dos Santos (Guiñazu) e Jorge Henrique (Rafael
Vaz); Nenê (Lucas) e Leandrão. Técnico: Jorginho.