FINAL – BRASIL 3 X 2 EUA
3o e 4o LUGAR – ESPANHA 3 X 2 ÁFRICA DO SUL
Olá amigos do FUTEBOLA!
A Copa das Confederações foi sensacional e o principal responsável por isso foi a Seleção Brasileira. Todos os jogos em que o Escrete Canarinho esteve em campo foram jogaços. A partida de estréia do Brasil, contra o Egito, foi dramática até o fim, assim como a semi-final contra os donos da casa, quando Daniel Alves conseguiu a façanha de calar as divertidas vuvuzelas. Contra EUA e Itália, na fase de grupos, o Brasil deu show, principalmente contra os italianos, que mostraram como nenhuma equipe no mundo pode jogar de peito aberto contra nós. Para coroar a campanha brasileira, mais um jogo memorável: a finalíssima contra os Estados Unidos. Este duelo final, assim como toda a Copa das Confederações, fez o Brasil crescer muito como equipe. Foi um aprendizado enorme para o que realmente importa. Ela. A Copa do Mundo.
BRASIL 3 X 2 EUA
Que jogo!
Os Estados Unidos conseguiram, na 1ª etapa da final contra o Brasil, o que parecia impossível. A equipe atuou melhor do que na histórica vitória contra a Espanha. Novamente Onyewu e DeMerit, dupla de zaga americana, estiveram excelentes, assim como os defensivos laterais Spector e Bocanegra. Quem também estava com tudo na partida eram os meias Dempsey e Donovan. Se o primeiro é um jogagor moderno, que sabe atacar e defender, o segundo possui uma qualidade incrível para organizar contra-ataques. Sejamos sinceros. No 1º tempo, toda a equipe americana esteve magnífica. Se o primeiro gol marcado por Dempsey pareceu um golpe de sorte, o segundo, assinalado por Donovan, foi monumental. O contra-ataque armado por Donovan e Davies foi digno de se tornar video-aula. Algo do tipo “Como organizar um contra-ataque perfeito”. Minha única reação após assistir esta jogada foi aplaudir. E tem gente que diz que ver um jogo tático não é bonito.
Diante de um goleiro intransponível, defensores impecáveis, meias onipresentes e atacantes perigosíssimos, o que o Brasil poderia fazer para, após sair para o intervalo perdendo por 2 a 0, reverter este jogo? A partida parecia desenhada. Parecia que a história do futebol queria dar um capítulo para os Estados Unidos. Talvez alguns possam achar que estou exagerando nesta afirmação, mas o Brasil é a única Seleção no mundo capaz de virar uma partida destas. Não virar qualquer 2 a 0, mas virar este 2 a 0. Sabem o porque de eu achar isso? Por causa de Garrincha, de Pelé, de Zico, de Romário, de Ronaldo... Isso mesmo. Bastou 40 segundos do 2º tempo para Luís Fabiano marcar um gol. Não um gol comum, mas um gol que fez o adversário lembrar que estava enfrentando o Brasil. Fez o Brasil lembrar que é Brasil. O único Penta-campeão do Mundo. O páis do futebol. Toda a confiança americana acabou em 40 segundos. Agora eles estavam diante de uma equipe que iria dar tudo para vencer.
Se os contra-ataques americanos rarearam, a pressão brasileira se multiplicou. É impressionante como o Kaká, mesmo não jogando bem, joga muito. O “kara” não pára. Quando ele, em uma entrevista, disse estar pronto para liderar o Brasil, não estava mentindo. Sem querer diminuir a importância de Lúcio, Juan ou Gilberto Silva, mas Kaká é o líder que a Seleção precisava. Todos sabem que ele é o mais paparicado pela torcida e imprensa, porém nem por isso deixa de correr, marcar, dar carrinho, voltar para buscar jogo, cair pelas pontas, driblar, cabecear... Por falar em cabecear, Kaká teria marcado o gol de empate do Brasil em uma cabeçada, porém a arbitragem não viu a bola entrar e mandou o jogo seguir. Nesta altura, os americanos só se defendiam . Acabara o encanto. O “Yes, we can!” havia virado “Can we?”.
Devido à espetacular atuação do goleiro Howard, o segundo gol brasileiro só podia sair mesmo após muito sufoco. Depois que Kaká passou voando pelo lateral-direito Spector, que diga-se de passagem foi a única vez em que ele foi batido no jogo, a bola foi rolada com perfeição para Robinho carimbar o travessão. Metade do país deve ter soltado aquele palavrão, mas o alívio logo viria no rebote da baliza. Luís Fabiano, sempre ele, empatou o jogo. Amigos, o Fabuloso já faz parte dos maiores centroavantes do mundo. Além de ser infernal com a camisa do Sevilla, ele parece vestir a amarelinha como se fosse feita de seda, tamanha a leveza que a camisa parece ter em seu corpo. Queria pedir licença ao lendário Nélson Rodrigues para utilizar suas palavras. Em uma de suas crônicas, falando sobre Waldo, atacante tricolor na década de 50, Nélson Rodrigues disse o seguinte: “Tremendo esse Waldo! Muitos craques brasileiros sofrem, no estrangeiro, de tremendo descontrole emocional e jogam pedrinhas. Waldo, não. Em Niterói, na Patagônia ou na Groenlândia, é o mesmíssimo monstro do gol.”. Faço destas, minhas palavras para elogiar Luís Fabiano.
O jogo estava empatado e faltavam pouco mais de 15 minutos. Os EUA queriam a prorrogação. O Brasil a vitória. Como é bom ver o Brasil jogando com raça. Raça. Uma palavra que lembra nosso capitão Lúcio. Um jogador que mesmo quando nossa equipe foi de uma apatia jamais vista, como na Copa do Mundo de 2006, conseguiu ser símbolo de força de vontade. Se muitos jogadores mereciam marcar o gol do título, era Lúcio quem mais merecia. O cruzamento de Elano foi perfeito. Se fosse no primeiro tempo, a confiança teria feito o zagueiro americano pular mais alto e cortar a bola. Mas ela havia acabado com o primeiro gol de Luís Fabiano. A pelota tinha endereço certo. A cabeça de Lúcio. O fundo da rede. Era o gol da conquista. O choro do Lúcio me lembrou o de Branco, na Copa de 94, quando também colocou um 3 a 2 no placar, na ocasião, contra a Holanda. Que isso seja um bom presságio.
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