Olá amigos do FUTEBOLA!
O meado de semana contou com dois duelos do mais alto nível. Pela Copa do Brasil o Coringão mostrou que não só voltou à elite como está no topo dela. Talvez somente o Cruzeiro, que venceu o Grêmio na semi-final da Libertadores, esteja no mesmo ritmo que o Corinthians. Não digo isso pelos resultados obtidos apenas, mas sim pelo futebol apresentado. Vamos ver como o Timão conquistou o merecido título, como o Cruzeiro irá brigar para ter a honra de enfrentar o Barcelona em dezembro e, como o Vasco, em um jogo meio que escondido dentre tantos duelos decisivos, empatou novamente em 0 a 0, na Série B.
Vasco 0 x 0 Bragantino – São Januário, Rio de Janeiro (RJ)
MANDOU BEM!
- É provável que muitos estejam “metendo o pau” no Vasco da Gama, após o empate, mais um, em 0 a 0 com o Bragantino. Desta vez não vou criticar a equipe cruzmaltina, pois foi louvável a atitude do treinador Dorival Júnior e de todo o time de não desistir de buscar a vitória. Claro que faltou qualidade técnica e competência, mas prefiro deixar as críticas para a próxima vez que o Vasco as merecer. Mesmo tendo feito um 1º tempo ruim, o Vasco poderia ter ido para o intervalo vencendo o jogo. Como o empate persistia, na 2ª etapa, Dorival abandonou a cautela e foi para cima, deixando em campo Carlos Alberto, Alex Teixeira, Robinho, Alan Kardec e Philippe Coutinho. Claro que a equipe ficou exposta, porém o Bragantino sofreu mais com a pressão vascaína do que o Vasco com os contra-ataques paulistas. Cobranças de falta com o jovem e improvisado lateral-esquerdo Morisco, cabeçadas com Titi e Alan Kardec, chute de fora da área com Carlos Alberto, chutes de dentro da área com Alex Teixeira, Robinho e Philippe Coutinho, cruzamentos do Paulo Sérgio... O Vasco tentou de tudo quanto foi maneira, mas realmente este não era o dia de balançar as redes.
- Dentre os jogadores ofensivos vascaínos, queria destacar a atuação do Robinho. Após realizar um bom Cariocão, pelo Volta Redonda, Robinho começou a atuar pelo Vasco em um período onde a equipe vem sendo bastante criticada. Ainda é cedo para falar, mas parece que o atacante não sentiu o peso e a pressão de vestir a camisa cruzmaltina. Nesta partida contra o Bragantino, aparecia no jogo em todos os momentos e sempre tentava ser objetivo. Além de ser bastante incisivo, suas jogadas foram muito bonitas, como uma pela ponta-direita, ainda no 1º tempo, quando deixou dois adversários para trás. Repito que ainda é muito cedo para fazer algum prognóstico, mas sendo otimista, pode ser que a dupla Robinho/Aloísio Chulapa consiga fazer o Vasco mostrar uma força ofensiva que anda sumida.
- Sensacional a atuação do goleiro do Bragantino, Gilvan. Desde bolas fáceis até as bolas impossíveis, ele agarrou tudo. Mesmo com muitos jogadores atrás, o Bragantino não mostrava nenhuma qualidade defensiva e se escorava no seu arqueiro. Dentre suas principais defesas, a mais marcante foi quando voou para buscar uma cabeçada certeira de Alan Kardec. A bola foi no chão, como manda o figurino, e tinha endereço certo, mas Gilvan foi buscá-la e assegurou o empate que interessava sua equipe. Disparado o melhor homem em campo.
MANDOU MAL!
- Que Nílton e Léo Lima não vem apresentando um futebol de alto nível, não é nenhuma novidade. Neste duelo contra o Bragantino, entretanto, ambos, além de não ajudarem a equipe, ainda atrapalharam. A criatividade do meio-campo do Vasco, que dependia muito dos dois, foi praticamente nula e as bolas que eles perderam tentando organizar o time resultavam sempre em perigosos contra-ataques. Ou seja, não conseguiram criar situações ofensivas para o Vasco, mas as criavam para o Bragantino. Se repetirem mais atuações como esta, tanto Nílton quanto Léo Lima serão rapidamente sacados do time.
Corinthians 2 x 2 Internacional – Beira-Rio, Porto Alegre (RS)
MANDOU BEM!
- Para variar, o atacante corintiano Jorge Henrique realizou mais uma apresentação de gala na Copa do Brasil. Sei que estou sendo repetitivo, já que venho o elogiando desde sua excelente atuação contra o Fluminense, no Maracanã, mas ele merece. A velocidade e a raça que o fazem infernizar qualquer defesa, Jorge Henrique já mostrava nos tempos de Botafogo, porém a qualidade que tem demonstrado nas finalizações parece ser fruto de muito treinamento. Após ter marcado um belo gol no primeiro jogo da decisão, Jorge Henrique outra vez balançou a rede, na partida decisiva. Além destas qualidades ofensivas, o atacante é peça fundamental na composição defensiva do Timão, já que está sempre presente na marcação pelos lados do campo. Em minha opinião, Jorge Henrique merece o prêmio de melhor jogador da Copa do Brasil.
- Mesmo não tendo realizado boas partidas com a Seleção Brasileira, na Copa das Confederações, André Santos claramente voltou do torneio mais prestigiado do que seu “rival” na briga pela vaga, Kléber. Se levarmos em consideração esta final da Copa do Brasil, podemos falar que Kléber nem é mais uma ameaça ao André Santos. O lateral-esquerdo corintiano teve uma atuação de altíssimo nível. Participando efetivamente do ataque e da defesa, ele deu linda assistência para o gol de Jorge Henrique, marcou um belo gol em chute forte dentro da área e não deixou D´Alessandro ter vida fácil em seu setor. Pode não parecer, mas, mesmo ainda faltando um ano para a Copa do Mundo, André Santos deu um grande passo rumo à África do Sul.
- Tendo elogiado os dois jogadores que, em minha opinião, foram os melhores em campo, está na hora de dar os parabéns à toda equipe do Timão. Neste duelo contra o forte Internacional, o Corinthians mostrou, mais uma vez, uma organização e um jogo coletivo empolgantes. O time esteve excelente “do goleiro ao ponta-esquerda”, diriam os antigos. A cada dia que passa a dupla de zaga formada por Chicão e William demonstra mais qualidade e competência. O trabalho dos dois é muito facilitado pela mentalide dos seus companheiros. Os laterais, os volantes e até os atacantes sabem perfeitamente como devem se portar em campo. Já ofensivamente, podemos dizer que a bola não “queima” nos pés do Corinthians. Talvez pela presença de Ronaldo, que prende muito a atenção dos marcadores, os jogadores corintianos conseguem se movimentar com bastante qualidade, pois sempre possuem um espaço em aberto no campo. É visível que o trabalho do Mano Menezes está rendendo frutos. Claro que o Timão tem alguns erros para acertar (não gosto quando a equipe recua muito, como contra o Fluminense, no Maracanã, e neste jogo, após abrir 2 a 0), porém uma boa campanha na Taça Libertadores, em 2010, ano do centenário corintiano, está muito bem encaminhada.
MANDOU MAL!
- Fiquei muito desapontado com as atuações de Ronaldo e Nilmar, os dois atacantes que são, para muitos, os melhores do país. Como tudo que Ronaldo faz é grandioso, o passe que ele deu para André Santos marcar o segundo gol do Timão está sendo mais valorizado do que o normal. Fora isso, sua presença em campo foi notada apenas pelas duas claríssimas chances de gols que desperdiçou. Já Nilmar nem foi percebido em campo. Como centroavante, no 1º tempo, e ponta-direita, no segundo, Nilmar não conseguiu participar do jogo. Pode até ser que o período em que ficou apenas brincando de “rachão”, enquanto servia a Seleção Brasileira, tenha o prejudicado, porém não é a justificativa para uma partida tão ruim quanto a que realizou.
- A atitude do argentino D´Alessandro, após ser expulso, de querer brigar com o William, foi de uma imaturidade imensa. Tudo bem que ele teve motivos para ficar nervoso, já que claramente o Cristian estava fingindo contusão para retardar o jogo, porém querer brigar em campo já é demais. Este papelão foi idêntico ao do palmeirense Diego Souza, que agrediu o zagueiro do Santos, Domingos, na semi-final do Paulistão. A intenção de ambos, D´Alessandro e Diego Souza, era fazer filme para a torcida. E pior que tem gente que aplaude.
Grêmio 2 x 2 Cruzeiro – Olímpico, Porto Alegre (RS)
MANDOU BEM!
- Amigos, é bem provável que muitos não concordem com esta opinião que vou dar agora, mas lá vai ela. O atacante cruzeirense Kléber é o melhor jogador do Brasil nesta metade de 2009. De janeiro para cá, ninguém jogou mais bola do que o “Gladiador”. Eu não sou daqueles que insistem em dizer que o futebol brasileiro é nivelado por baixo e gosto de assitir muitos talentos do nosso futebol, sendo, atualmente, o Kléber quem mais me agrada. É impressionante a união de técnica, força física e raça presente neste jogador. Após estes dois duelos contra o Grêmio na Libertadores, mais uma qualidade do Kléber me chamou a atenção: sua inteligência em campo. A capacidade que ele possui de saber explorar os espaços vazios que surgem é sensacional. No primeiro jogo semi-final, suas principais jogadas foram realizadas pelo lado esquerdo do ataque cruzeirense e, neste jogo de agora, preferiu utilizar o outro lado do campo. Em ambas as partidas, ele infernizou a defesa gremista. A semana começou com Fred e Adriano decepcionando no Fla-Flu, passou pelo apagado duelo entre Nilmar e Ronaldo, na final da Copa do Brasil, e chegou em mais uma atuação excelente de Kléber, contra o Grêmio. Pontos para o “Gladiador”. Que a briga pelo posto de melhor do país siga até o fim do ano.
- O torcedor botafoguense não deve estar nada satisfeito com a situação da equipe, que ocupa a lanterna do Brasileirão. Por que estou falando disso? Porque enquanto o Botafogo mostra um pequeno poderio ofensivo, sua antiga dupla de ataque, formada por Jorge Henrique e Welington Paulista, está arrebentando. Contando com um parceiro que, como citei antes, sabe se movimentar, Welington Paulista está fazendo um excelente papel como referência. Além do gol marcado no primeiro duelo contra o Grêmio, o centroavante azul foi de uma eficiência impressionante savudir o filó duas vezes em três minutos, no Olímpico. Se o sistema defensivo do Cruzeiro não é dos mais confiáveis, o ataque está se mostrando de alto nível. Que venha o Estudiantes.
MANDOU MAL!
- Se a palavra eficiência é a que ilustra a classificação do Cruzeiro para a final da Libertadores, ela passa longe da atuação gremista. Ou melhor, das atuações gremistas. Se no primeiro duelo o Tricolor perdeu, em 22 minutos, três claríssimas oportunidades de balançar as redes, no jogo no Olímpico pressionou o Cruzeiro por 33 minutos para, em seguida, sofrer um gol aos 34 e outro aos 36. Tudo bem que a raça mostrada pelo Grêmio no 2º tempo foi contagiante, porém não pode apagar os erros cometidos pela equipe. O treinador Paulo Autuori terá trabalho para transformar os bons jogadores ofensivos do Grêmio em um bom setor ofensivo.
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