ESCÓCIA – 9ª COLOCADA NA COPA DO MUNDO DE 1974
ELENCO
Goleiro: David Harvey, Thomson Allan, Jim Stewart
Defensores: Sandy Jardine, Danny McGrain, Jim Holton, Martin Buchan, John Blackley, Willie Donachie, Gordon McQueen, Erich Schaedler
Meio - Campistas: Billy Bremner, David Ray, Jimmy Johnstone, Peter Cormack, Donald Ford, Tommy Hutchison
Atacantes: Peter Lorimer, Kenny Dalglish, Joe Jordan, Denis Law, Willie Morgan
Técnico: Willie Ormond
CAMPANHA
Escócia 2 x 0 Zaire
Escócia 0 x 0 Brasil
Escócia 1 x 1 Iuguslávia
A Copa do Mundo de 1974, na Alemanha Ocidental, ficou marcada pelo surgimento de uma Seleção que muitos consideram uma das melhores que a Copa já viu: o “Carrossel Holândes”. Krol, Cruyff, Neeskens e cia, encantaram o planeta bola com um futebol dinâmico e de uma qualidade técnica impressionante e só foram parados na final do torneio porque encontraram os anfitriões, comandados Franz Beckenbauer. Porém, o texto que vem a seguir, não é para falar sobre a “Laranja Mecânica”, mas sim de uma Seleção que, acreditem, foi eliminada na 1ª fase da competição tendo conquistado uma vitória e dois empates.
Nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 1974, a Escócia enfrentou a Tchecoslováquia e a Dinamarca na disputa pela vaga. Dois fatos merecem ser ressaltados: o primeiro deles é que a Escócia, ao conquistar a classificação, deixou fora da Copa do Mundo a Tchecoslováquia, que em 1976 conquistaria nada menos do que a Eurocopa e o outro destaque vai para a chinelada de 4 a 1 que a Escócia aplicou na Dinamarca, em Copenhage(DIN). Se a Escócia não chegava na Copa do Mundo para brigar pelo caneco, também estava longe de chegar para ser um saco de pancadas.
Como ocorre atualmente, os jogadores da Seleção Escocesa estavam divididos entre os clubes do próprio país e os ingleses. Dentre os jogadores que atuavam na Inglaterra, estavam dois dos maiores jogadores escoceses e aqueles que, na época, eram os mais experientes da Seleção Escocesa: Denis Law e Billy Bremner. Apenas uma frase seria suficiente para definir a qualidade de Denis Law: Law é o segundo maior artilheiro da história do Manchester United, atrás apenas de Bobby Charlton. A década de 60 foi o período de glória de Denis Law, quando conquistou dois títulos do Campeonato Inglês (64/65 e 67/68), conquistou a Copa dos Campeões da Europa (67/68), apesar de uma contusão no joelho o tirar dos últimos jogos e, para fechar suas honras com chave de ouro, conquistou em 1964 o prêmio Bola de Ouro como melhor jogador europeu. Enquanto Denis Law era uma grande estrela ofensiva, Billy Bremner era um meia defensivo que com muita raça e espírito de liderança se tornou para muitos o maior jogador da história do Leeds. Tendo atuado quase 20 anos no Leeds, Bremner também conquistou dois títulos (68/69 e 73/74) e foi 5 vezes vice do Campeonato Inglês além ter chegado em uma final da Copa dos Campeões da Europa (74/75), quando perdeu para o Bayern de Munique de Franz Beckenbauer. Suas quase 600 partidas pelo Leeds, jogadas com impressionante garra, lhe renderam uma estátua na frente do Estádio Elland Road, guardando para a eternidade sua importância para o clube.
Dos clubes escoceses, o destaque ficava por conta do jovem Kenny Dalglish. Diferente de Denis Law, que aos 34 anos já era um jogador consagrado e estava terminando sua carreira, Dalglish ainda estava começando a mostrar seu potencial. E que potencial! Com 23 anos e atuando pelo Celtic, ele chegou à Copa do Mundo de 74 com três títulos do Campeonato Escocês (71/72, 72/73 e 73/74) e quase 100 gols na carreira. Ninguém tinha dúvidas de que Dalglish seria um grande jogador, porém ele se tornou mais. Se tornou uma lenda. Em 1977, Dalglish chegaria ao Liverpool para conquistar 6 títulos do Campeonato Inglês (78/79, 79/80, 81/82, 82/83, 83/84 e 85/86) além de 3 Copa dos Campeões da Europa (77/78, 80/81 e 83/84). Nas vésperas da Copa do Mundo de 74, Dalglish já estava se consolidando como principal jogador do Celtic e o Mundial seria uma grande oportunidade de mostrar todas suas qualidades.
Logo no sorteio dos grupos da Copa do Mundo, a Escócia não teve muita sorte e caiu no mesmo grupo de Brasil, Iugoslávia e Zaire. Na estréia, uma fácil vitória por 2 a 0 sobre os africanos serviu para diminuir o nervosismo por disputar uma competição tão difícil. Contra o Brasil de Rivelino e Jairzinho, dupla de craques Campeões da Copa de 70, e a Iugoslávia do grande meia Acimovic, vieram dois empates que mostraram como a Escócia era uma equipe de alto nível. Porém, como Brasil e Iugoslávia venceram a frágil equipe do Zaire por maior diferença de gols, respectivamente 3 x 0 e 9 x 0, os escoceses foram eliminados do torneio e não conseguiram fazer a Escócia passar de fase pela primeira vez na história da Copa do Mundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário