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Uruguai (4) 1 x 1 (2) Gana
Provando que a Copa do Mundo não termina com a eliminação do Brasil, poucas horinhas depois de a Holanda nos tirar o sonho do Hexa, Gana e Uruguai realizaram o melhor jogo do Mundial. Equilíbrio, qualidade técnica, organização tática, drama, emoção... teve de tudo neste inesquecível duelo que colocou os uruguaios na semi-final de uma Copa depois de 40 anos.
Os primeiros 45 minutos de jogo no Soccer City podem ser perfeitamente divididos em duas partes. Na primeira delas, do apito inicial até os 25 minutos, o Uruguai conseguiu controlar qualquer tentativa de Gana de assustar o goleiro Muslera e dominou completamente as ações ofensivas. Com Luis Suárez, para variar, infernizando a retaguarda adversária e Forlán não tão bem como em partidas anteriores, mas sempre um incômodo, a “Celeste” criou três chances de sacudir o filó, mas não obteve êxito. Já na segunda metade deste 1º tempo, de maneira repentina, Gana assumiu o controle ofensivo do embate. Com Prince Boateng mostrando novamente ser um dos destaques do torneio e o atacante Gyan “avisando” que deve ser marcado de perto, as “Estrelas Negras” reverteram a cara do jogo. Nos acréscimos, aos 46 minutos, o meia Muntari, acertou um belo arremate longo, o goleiro Muslera saltou mal e Gana abriu o placar.
O jogo voltou do intervalo com Forlán enfim provando sua importância. Se na 1ª etapa ele só havia aparecido bem em um único lance, dando bom passe para o Cavani, agora ele estava com tudo. Logo aos 9 minutos ele cobrou bem uma falta, contou com a contribuição do goleiro ganês Kingson e empatou o escore. Depois disso ainda participou diretamente de mais duas boas tramas ofensivas que Luis Suárez não concluiu com sucesso. O Uruguai ainda realizou uma linda jogada pela esquerda, com Fucile e Lodeiro, que o mesmo Luis Suárez chutou para bela defesa de Kingson. Entretanto, diferentemente do 1º tempo, que teve cada parte dominado por uma equipe, desta vez Gana não ficou parada olhando o rival atacar. Enquanto Luis Suárez não conseguia levantar o véu da noiva pelo lado azul, Gyan e Muntari assustaram o goleiro Muslera. Apesar de algumas falhas técnicas, como as dos goleiros, a partida apresentou um ótimo nível e muita tensão. A qualquer momento um jogador como Forlán, Luis Suárez, Gyan ou Muntari, só para citar os que, a meu ver, eram os jogadores com maior poder de decisão em campo, poderia colocar a redonda pra dentro e decidir o duelo.
O tempo normal terminou, mas a prorrogação continuou tensa e imprevisível, principalmente na 2ª etapa. Apesar de a primeira boa chance no tempo extra ter sido uruguaia, com Forlán, Gana se utilizou de sua maior força física para buscar mais o ataque. Adiyah e Boateng, duas vezes, passaram perto de decidir a partida. Porém, ninguém contou com a chance que Gyan teve em seus pés. Faltando poucos minutos para o final do 2º tempo da prorrogação Gana teve a chance de alçar a pelota na área em uma cobrança de falta. Pantsil colocou a redonda no pagode e o que se seguiu foi inacreditável. Boateng desviou de cabeça, Muslera rebateu a pelota que sobrou para Appiah chutar da pequena área e Luis Suárez tirar com os pés em cima da linha. No rebote, Adiyah cabeceou para garantir a classificação de Gana, mas Luis Suárez novamente evitou a consagração africana. Entretanto, desta vez Suárez salvou com as mãos. Pênalti para Gana e o atacante Gyan, que já havia convertido duas penalidades neste Mundial, tinha nos seus pés a chance de colocar, pela primeira vez na história, uma Seleção Africana entre as quatro melhores do mundo. E isso na Copa da África! Porém, Gyan desperdiçou esta chance única e a partida foi para a decisão nos pênaltis.
Apesar de toda a coragem de Gyan, que foi o primeiro a cobrar uma penalidade na decisão e o fez com muita qualidade, Gana desperdiçou duas cobranças e deixou a última bola cair nos pés de ninguém menos que Loco Abreu. Amigos, a cada dia que passa cresce mais minha admiração por este centroavante. Não vem ao caso elogiar no momento sua enorme qualidade nas bolas aéreas ou sua liderança sobre os companheiros, fatores que muito admiro nele, mas é impossível não se assustar com tamanha calma nos momentos decisivos. Depois de ser responsável direto pelo Botafogo conquistar o Campeonato Carioca diante do Flamengo, ao cobrar um pênalti com a maior categoria do planeta quando estava diante do goleiro Bruno, reconhecidamente um expert em defender penalidades, Loco Abreu foi mais longe. Diferente de Gyan, Abreu não sentiu o peso de entrar para a história e com uma cobrança de pênalti fenomenal, onde somente acariciou a redonda, colocou o Uruguai na semi-final. Vai ter frieza assim lá na África do Sul!
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CONHECENDO MAIS DA COPA DO MUNDO...
- O mexicano Antonio Carbajal e Mohamed Al-Deayea, da Arábia Saudita, são os goleiros que mais sofreram gols na história dos Mundiais, com 25 gols sofridos. Carbajal disputou cinco edições da Copa do Mundo, dividindo o recorde de Copas jogadas com o alemão Lothar Matthaüs. Já Al-Deayea participou de quatro Mundiais.
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