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Espanha 1 x 0 Alemanha
“Perdendo ou ganhando, não mudamos nosso estilo”. Esta preciosa frase, dita por um amigo meu espanhol, representa fielmente o que foi o duelo entre as duas Seleções mais fortes da Copa do Mundo 2010. Sem mudar praticamente uma vírgula do que vem apresentando em todo Mundial – na realidade já vem apresentando este mesmo estilo de jogo faz um bom tempo – a Espanha engoliu a Alemanha e garantiu a vaga na tão sonhada final.
Do apito inicial até o suado gol da vitória, marcado aos 28 minutos da 2ª etapa, a Espanha dominou por completo as ações ofensivas do jogo. Contando desde o início com sua impecável capacidade para trocar passes no campo ofensivo, a “Fúria” – que não tem nada de furiosa, tamanha a tranquilidade que apresenta dentro das quatro-linhas – se postou integralmente no campo de ataque e com poucos minutos já deixava a partida ao seu feitio. Parecia que era a Espanha e não a Alemanha que buscava sua oitava final de Mundial, tamanha a autoridade com a qual os espanhóis dominaram a partida na 1ª etapa. As chances reais de abrir o placar foram poucas, uma com David Villa e outra com Puyol, porém a Espanha rondou os 45 minutos a área muito bem defendida pelo goleiro Neuer e pelos zagueiros Mertesacker e Friedrich. E a única coisa que a Alemanha conseguiu fazer neste 1º tempo foi mesmo se defender. Seria um exagero creditar a péssima atuação ofensiva alemã à ausência do suspenso Muller. A realidade é que Podolski, Schweinsteiger e Ozil, todos os três, não mostraram um pingo do futebol das partidas anteriores. A Alemanha não era nem sombra da grande equipe que sapecou 4 x 1 na Inglaterra e 4 x 0 na Argentina.
Assim como nos duelos diante de Portugal e Paraguai, respectivamente nas oitavas e quartas, a Espanha voltou para a 2ª etapa empatando em 0 x 0. Alguma mudança de estilo em relação aos primeiros 45 minutos? Não, nenhuma. O mesmo toque de bola e a mesma movimentação dos meias eram as armas espanholas para buscar a vitória. E em 13 minutos a Espanha criou nada menos do que cinco oportunidades de balançar as redes. Com o volante Xabi Alonso tendo toda a liberdade para atacar, já que a Alemanha estava compeltamente acuada e nem sonhava em produzir algo ofensivo, e Iniesta e Xavi, talvez a melhor dupla de meias do futebol Mundial, enfim jogando mais próximos, a “Fúria” não abriu o marcador por pouco. Vale destacar um ponto que favorece demais a Seleção Espanhola. Dos jogadores de meio-campo da equipe, Xabi Alonso, Busquets, Pedro, Xavi e Iniesta, apenas o primeiro não atua pelo Barcelona, ou seja, entrosamento é o que não falta na meiúca dos comandados de Vicente Del Bosque.
Somente aos 23 minutos a Alemanha resolveu dar sinal de vida, quando uma arrancada de Podolski pela esquerda terminou com um arremate de Kroos nas mãos de Casillas. Isso mesmo, o poderoso ataque alemão precisou de mais de uma hora para assustar a retaguarda espanhola. Entretanto, este lance não mudou a cara do jogo, não foi o início da postura ofensiva alemã. A Espanha continuou trocando passes, seguiu bem postada no campo de ataque e chegou ao tento da vitória em um córner cobrado por Xavi que Puyol cabeceou pro fundo do gol com grande estilo. Um prêmio à um dos melhores e mais raçudos zagueiros planeta. Para fazer justiça, vale dizer também que Piqué, parceiro de Puyol no Barcelona e também na Seleção, realizou mais uma bela partida. Em desvantagem, a Alemanha resolveu sair para o abafa e tentar o empate na base da tradição, da camisa. A Espanha, apesar de ter desperdiçado um grande contra-ataque com o jovem Pedro, até ficou um pouco perdida durante uns 10 minutinhos, mas mesmo assim segurou o desorganizado ataque alemão.
O apito final decretou, enfim, a Espanha como uma finalista de Copa do Mundo. E com todos os méritos possíveis. Agora teremos uma final de Mundial entre duas equipes que nunca levantaram o caneco, fato que não ocorre desde 1978 quando Argentina e Holanda se enfrentaram. Estou contando os minutos para este jogão que vai decir quem será o mais novo integrante do seleto grupo dos Campeões Mundiais.
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CONHECENDO MAIS DA COPA DO MUNDO...
- Os suecos Tore Keller e Nils Liedholm possuem dois recordes interessantes. O primeiro é o jogador mais velho (33 anos e 159 dias) a marcar 3 gols em uma mesma partida de Mundial, feito conquistado no duelo contra Cuba em 1938. Já Liedholm é o jogador mais velho (35 anos e 263 dias) a balançar as redes em uma final de Copa, marca alcançada diante do Brasil em 1958.
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