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Estados Unidos 0 x 2 Brasil – New Meadowlands, New Jersey (EUA)
A estréia de Mano Menezes como treinador da Seleção Brasileira superou muito, mas muito, as minhas expectativas. Neste momento, estou diante do meu teclado com um largo sorriso no rosto, graças ao futebol encantador jogado por Neymar, Ganso e primorosa companhia.
Bastou apenas uma partida para a Seleção Brasileira apresentar um futebol absurdamente diferente do que vinha apresentando nos últimos anos, sob o comando do treinador Dunga. Se antes a principal arma “canarinho” eram contra-ataques e bolas paradas e as jogadas ofensivas se concentravam no lado direito, nesta nova equipe as armas são outras. Para se ter uma idéia, o Brasil criou nada menos do que 16 boas oportunidades de abrir o marcador e nenhuma destas surgiu de uma bola parada. Sob a batuta do trio santista Robinho, Ganso e Neymar, que formavam um tripé de meias atrás do atacante Pato e a frente de Ramires e Lucas, a Seleção mostrou precioso toque de bola, enorme talento para jogadas individuais e alternância entre ataques pela esquerda, pela direita e pela meiúca. Os partidários do futebol-arte já estão gritando que a Seleção mudou da água pro vinho.
Apesar de o Estados Unidos ter criado a primeira boa oportunidade de abrir o placar, logo aos dois minutinhos em uma penetração do Donovan pelo meio, a Seleção Brasileira aos poucos ganhou o controle das ações ofensivas do jogo. Aos 28 minutos, quando já dominávamos os norte-americanos por completo e já havíamos perdido duas excelentes oportunidades, uma com o Pato e outra com o André Santos, o mesmo André Santos chegou a linha de fundo e cruzou a pelota na cabeça do estreante e iluminado Neymar que marcou seu primeiro gol com a camisa amarelinha. Adotando uma postura digna de muitos aplausos, a Seleção ignorou o fato de estar em vantagem no placar, permaneceu bem postada no campo de ataque e não parou de criar chances de gols. Entretanto, as tramas ofensivas brasileiras ganharam um toque de qualidade maior após o 1 x 0. O motivo? Paulo Henrique Ganso, que não realizou boa primeira metade do 1º tempo, se ligou na partida e passou a reger o ataque brasileiro. E é impressionante a capacidade deste nosso novo camisa dez. Em apenas 10 minutinhos mostrando o que sabe, Ganso participou de três ótimas jogadas. Primeiro aproveitou uma precisa e preciosa roubada de bola do volante Lucas, que diga-se de passagem também esteve em grande noite, e puxou um contra-ataque que Robinho finalizou levando perigo ao goleiro Howard. Depois foi a vez de Ganso achar Neymar que fez a galera gritar “Uhhhh”. Por fim, aos 46 minutos, Ganso deixou a redonda com o já titular absoluto da Seleção Ramires e o mais novo reforço do Chelsea deu passe magistral para Pato driblar o goleiro e ampliar a vantagem brazuca.
Após o intervalo o jogo não mudou de cara e durante toda a 2ª etapa o Brasil esteve mais próximo de fazer o terceiro do que o Estados Unidos de diminuir o placar. A dupla de zaga formada por Tiago Silva e David Luiz e o goleiro Victor apenas assistiram a partida, tamanha a superioridade brasileira. Mantendo a alternância de jogadas, ora pela direita, ora pela esquerda, e ainda aproveitando o aparecimento de algumas oportunidades de acertar um contra-ataque, pois o Estados Unidos começava a deixar mais espaços defensivos, o Brasil só não chegou ao terceiro gol pois não caprichou como devia nas finalizações. Nestes 45 minutos do 2º tempo, a Seleção criou incríveis 10 claras chances de sacudir o filó, com Robinho acertando o pé da trave, Ganso mandando um balaço também no poste e o meia Carlos Eduardo perdendo um gol sozinho na pequena área. Vale ressaltar a naturalidade com a qual o Brasil chegava ao gol norte-americano, com gigante qualidade na troca de passes, lindos dribles (como o lateral-direito Spector sofreu, principalmente diante do Neymar) e muita objetividade.
Pensei que demoraria mais um tempo para fazer esta afirmação, porém precisei de apenas 90 minutos para acreditar e dizer: Começou uma nova Era na Seleção Brasileira!
opa opa.. graças a Deus um futebol que dá gosto de assistir... neymar, ganso, robinho pato e cia. Chega de Elano ser o principal do time.
ResponderExcluirO Mano colocou o esquema que fez sucesso no Corinthians com a base do melhor time do primeiro semestre desse ano.
Gostei do David Luiz na zaga, acho que jogou mais bola até que o Thiago Silva.
André Santos pra mim foi o melhor em campo.
Valeu a pena ter matado aula ontem pra ver o jogo.
Podia botar um jogo do Brasil agora no maraca pra garotada ver o que vem por aí na proxima copa. Jogo de fechamento do maraca, duvido que não lote, com uma seleção jogando Futebol mesmo com letra maiuscula.
Mas é isso ae amigão
um abraço
Excelente estréia!
ResponderExcluirEu também não acreditava muito no Mano como técnico da Seleção Brasileira, mas posso dizer agora que ele começou com o pé direito. Chamou jogadores excelentes, que já jogam demais hoje e ainda possuem grande futuro. Montou um esquema que permitiu jogadores ainda desentrosados fazerem um jogaço. Conseguiu mudar a cara da seleção apenas com a estréia. Agora é manter com sabedoria a qualidade das convocações, dando chance também a outros talentos que forem surgindo...
Assim a renovação para a próxima Copa do Mundo está muito bem encaminhada. Renovação esta que deve ser feita em vários aspectos e é urgente:
- primeiro pela média de idade da seleção que jogou a Copa na África (29 anos);
- segundo pela qualidade daquela seleção (o auge foi até um ano atrás, quando jogou a Copa estava em decadência);
- terceiro pelo estilo de jogo daquela seleção (deixava demasiadamente de lado o futebol-arte, característico do futebol brasileiro, para primar pelo "jogo duro e eficiente dos contra-ataques e bolas paradas");
- quarto pela falta de flexibilidade do comando. O Dunga pecou por levar jogadores consagrados que não estavam bem e, ao mesmo tempo, não convocar, para eventuais opções na Copa - que no fim das contas se mostraram necessárias - outros atletas de mesmo nível e características que estivessem num melhor momento, sob o argumento de "manter o grupo que vinha jogando sempre". Por exemplo levar Kaká e Luis Fabiano naquelas condições de jogo, tendo como reservas Júlio Batista e Grafite, deixando de convocar Ganso e Neymar, ou mesmo o Ronaldinho Gaúcho e Pato, que vinham bem no Milan.
E claro... mais importante que o Mano foram esses jogadores, que resgataram o gosto de ver a seleção jogando. Todos que entraram em campo tem futebol pra jogar a Copa no futuro (exceto o Ederson, que se machucou e não deu pra ver). Na maioria são muito jovens, e podem evoluir ainda mais até lá. Acho que ainda persiste o problema da lateral esquerda, embora o André Santos tenha feito ótima partida. Acho que o Marcelo do Real Madrid deve ganhar chances. Até lá há tempo suficiente pra consolidar alguém na posição.
Já estou ansioso pra ver como esse time irá ser montado ao longo do tempo e, principalmente, como jogará nas próximas competições.