segunda-feira, 31 de agosto de 2015

CAMPEONATO BRASILEIRO 2015 – 21ª RODADA – FLUMINENSE X ATLÉTICO MINEIRO


Fluminense 1 x 2 Atlético Mineiro – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Desfalcado de Fred e com Ronaldinho apagado, Fluminense perde para o Atlético Mineiro e termina a rodada fora do G4.

Refino técnica para encarar o Atlético Mineiro o Fluminense até que tem, mas, neste momento do campeonato, o Atlético é um time mais maduro taticamente e sólido fisicamente do que o Flu. Na questão física, o grande abismo ficou evidente no duelo entre os responsáveis pela organização das tramas ofensivas. Enquanto Cícero e Ronaldinho trotavam e pareciam treinar, Giovanni Augusto e Luan esbanjavam dinamismo e vitalidade. Já em termos táticos, vale observar a atuação dos volantes. Pelos donos da casa, Jean e Edson mais se esforçavam do que ocupavam os espaços, enquanto os atleticanos Leandro Donizete e Rafael Carioca sabiam o momento certo de adiantar a marcação para pressionar e de recuá-la para proteger os zagueiros.

O Atlético Mineiro esteve longe de uma atuação avassaladora, mas foi consistente, consciente e confiante o suficiente para conquistar três pontos valiosos. Na etapa inicial, o Galo teve a bola em seus pés por mais tempo e sempre buscou se aproximar da meta rival. Na melhor aproximação, Giovanni Augusto, aos 21, concluiu de cabeça um perfeito cruzamento de Luan. Mesmo desgovernado e com Cícero e Ronaldinho nulos e anulados, o Fluminense conseguiu levar dois perigos ao goleiro Victor, com Wallington Paulista, aos 17, e Jean, aos 42.

A potência que faltou ao Flu na etapa inicial apareceu logo no primeiro minuto após o intervalo, com Wellington Paulista aproveitando lançamento de Gum para empatar. Empolgado pela torcida e pela boa entrada de Gerson, o Tricolor viveu seus melhores momentos em seguida, mas esses não foram bons o bastante para produzirem a virada. Para piorar a vida verde, branca e grená, o Galo não tardou a se recuperar. Depois de Giovanni Augusto, Léo Silva e Douglas Santos tentarem, Patric recolocou o Galo na frente, aos 37. Foi não apenas um belo gol, mas o gol da vitória, pois a cabeçada que Cícero deu aos 46 e poderia igualar tudo acabou por explodir no travessão.

Fluminense: Diego Cavalieri; Renato (Vinícius), Gum, Marlon e Victor Oliveira (Gerson); Jean e Edson; Cícero, Ronaldinho (Magno Alves) e Gustavo Scarpa; Wellington Paulista. Técnico: Enderson Moreira.

Atlético Mineiro: Victor; Marcos Rocha, Léo Silva, Jemerson e Douglas Santos; Leandro Donizete e Rafael Carioca; Luan (Patric), Giovanni Augusto e Thiago Ribeiro (Dátolo); Lucas Pratto. Técnico: Levir Culpi.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

COPA DO BRASIL 2015 – OITAVAS DE FINAL – VASCO X FLAMENGO


Vasco 1 x 1 Flamengo – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Herói do título carioca, Rafael Silva sai do banco e marca o gol que o Vasco precisava para eliminar o Flamengo e seguir na Copa do Brasil.

Uma vez mais, Vasco e Flamengo fizeram um confronto nervoso, faltoso, picotado e sem refino técnico. E uma vez mais os vascaínos se mostraram mais à vontade diante deste cenário tenso, algo surpreendente por dois motivos. Primeiro pela infernal fase vivida pelos cruz-maltinos no Brasileirão, e, segundo, pelo fato de o Flamengo ter largado na frente do placar pouco após o apito inicial. Aos 7 minutos, Jorge bateu cruzado, o impedido César Martins pulou a bola e Madson a empurrou contra o próprio patrimônio.

A expectativa de que o Flamengo tomasse as rédeas do jogo devido ao gol marcado cedo não tardou a se mostrar furada. Aos 17, Guerrero saiu contundido. Aos 34, Ederson saiu machucado. Com Paulinho e Marcelo Cirino, o Rubro-Negro tornou-se um time de uma nota só: a nota do contra-ataque. Por sua vez, o Vasco, recuperado do golpe sofrido, soube se aproveitar do recuo flamenguista e terminou a primeira etapa em cima do rival, mesmo sem conseguir levar perigo ao Paulo Victor.

Para tentar dar mais liga a um Flamengo excessivamente defensivo e que bicava para frente toda bola que parava em seus pés, Oswaldo de Oliveira transformou Sheik e Cirino em uma dupla de ataque e abriu Everton e Paulinho nas pontas. No entanto, apesar da leve (levíssima) melhora rubro-negra, foi o Vasco que, aos 15, criou a grande chance da partida até então, com Anderson Salles finalizando dois cruzamentos do Nenê que não viraram gol por um triz.

Após este lance o Vasco percebeu que não precisaria tramar nenhuma grande jogada para furar a frágil retaguarda adversária. Para isso, bastava caprichar nas bolas alçadas na área. Foi assim que, aos 36, num momento onde o Flamengo arriscava alguns bons chutes de fora da área, Nenê cruzou e Rafael Silva, que entrara em campo havia apenas alguns segundos, cabeceou para empatar. O caminho para a festa vascaína estava aberto, pois só houve mais tempo para um chute torto do Sheik e a expulsão do Pará. Uma festa contida, é verdade, mas ainda assim uma festa.


Vasco: Martín Silva; Madson (Jean Patrick), Anderson Salles, Rodrigo e Christiano; Serginho e Guiñazu; Julio dos Santos, Nenê e Jorge Henrique (Rafael Silva); Riascos (Thalles). Técnico: Jorginho.

Flamengo: Paulo Victor; Pará, César Martins, Samir e Jorge; Márcio Araújo, Canteros e Everton (Jonas); Ederson (Marcelo Cirino), Emerson Sheik e Guerrero (Paulinho). Técnico: Oswaldo de Oliveira.

domingo, 23 de agosto de 2015

CAMPEONATO BRASILEIRO 2015 – 20ª RODADA – FLAMENGO X SÃO PAULO


Flamengo 2 x 1 São Paulo – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Flamengo sai atrás no placar, mas aproveita falhas bisonhas da defesa tricolor e bate o São Paulo com gols de Ederson e Guerrero.

Bastou um punhado de minutos para que o cenário do confronto se desenhasse. Empolgado pelo apoio de mais de 40 mil torcedores, o Flamengo começou o jogo em cima do São Paulo, que gastava suas energias mais para se defender do que para acionar seus avantes. Porém, apesar de ter aprofundado ataques pela direita e alçado algumas bolas na área rival, o Fla não conseguia criar chances concretas de botar a bola na rede. Daí a indignação do torcedor rubro-negro quando o São Paulo, que não tinha a bola nos pés e não encaixava contra-ataques, abriu o marcador: aos 35, Carlinhos bateu córner, Samir e o goleiro César se embolaram e Luiz Ricardo fez um a zero para os visitantes.

A falha patética da defesa flamenguista não tardaria a ser retribuída pela retaguarda são-paulina. E em dobro. Primeiro, aos 41, nenhum tricolor cortou um chutão do goleiro César e Ederson aproveitou para empatar. Depois, nos dois primeiros minutos após o intervalo, os defensores paulistas deram três paçocadas que deixaram Guerrero na cara do gol. Se desperdiçou as duas primeiras chances, o peruano não falhou na terceira, quando recebeu passe do adversário Auro, e virou para o Fla. A partir daí, o passar do tempo fez o Flamengo trocar a postura mais agressiva por cautela e contra-ataques, enquanto o Sampa teve que se lançar à frente. Assim caminharam até o apito final, sendo que não seria exagero dizer que os cariocas terminaram o jogo mais perto de um placar mais dilatado.

O principal problema tricolor no Maraca não foi nem a desconcentração nem a falta de inspiração técnica, mas sim o caos tático que as alterações implementadas pelo treinador Osorio causaram. Durante os 90 minutos, Bruno foi lateral-direito e ponta-direita. Thiago Mendes foi volante e lateral-direito. Hudson foi meia, volante e lateral-direito. Carlinhos foi ponta-direita e volante pela esquerda. Rodrigo Caio foi volante e zagueiro. Até um time maduro taticamente, o que nem de longe é o caso do São Paulo, teria dificuldade em assimilar tantas modificações.

Flamengo: César; Pará, Wallace, Samir e Everton; Canteros e Márcio Araújo; Ederson (Paulinho), Alan Patrick (Luiz Antônio) e Emerson Sheik; Guerrero. Técnico: Oswaldo de Oliveira.

São Paulo: Renan Ribeiro; Bruno (Auro), Lucão (Wesley), Luiz Eduardo e Michel Bastos; Thiago Mendes e Rodrigo Caio; Carlinhos, Hudson e Alexandre Pato; Centurión (Wilder). Técnico: Juan Carlos Osorio.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

COPA BRASIL 2015 – OITAVAS DE FINAL – FLAMENGO X VASCO


Flamengo 0 x 1 Vasco – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Em clássico mais faltoso que bem jogado, Vasco vence Flamengo com gol de Jorge Henrique e larga na frente nas oitavas da Copa do Brasil.

O recém-terminado primeiro turno do Campeonato Brasileiro apresentou uma média de 27,73 faltas por jogo. Pois somente nos 45 minutos iniciais no Maracanã, Flamengo e Vasco cometeram, juntos, 26 faltas, ou seja, quase o mesmo número que em média se comete durante uma partida inteira do Brasileirão. A maior parte destas infrações se concentrou nos primeiros 15 minutos, período no qual a bola permaneceu muito mais tempo parada do que rolando.

Após este início picado de jogo, uma finalização de Guerrero bem defendida por Martín Silva mostrou que o clássico não viveria somente de pancada. A chance que o Fla teve de abrir o placar logo foi respondida pelo Vasco, que entre os minutos 17 e 22 criou três oportunidades de sacudir o filó, com Nenê, Julio dos Santos e Serginho. Passada a pressão vascaína, o Rubro-Negro respirou fundo e passou a buscar a iniciativa, mas nada conseguiu produzir diante De um bem organizado sistema defensivo cruz-maltino.

Os três amarelos distribuídos nos primeiros 8 minutos após o intervalo mostraram que a etapa final seguiria recheada de faltas. E no meio deste montão de faltas o Vasco voltou a se impor e a apresentar maior ocupação ofensiva. Foi neste cenário que, aos 13, Riascos recebeu lançamento, se aproveitou da fragilidade da marcação de Wallace e rolou para Jorge Henrique, em chute certeiro, fazer um a zero. O mesmo Wallace, aos 24, falhou na marcação, matou um contra-ataque vascaíno com falta e recebeu cartão vermelho.

Com 20 minutos por jogar, um homem a mais e diante de um adversário que conseguira tramar apenas uma jogada relevante em mais de uma hora de futebol, o Vasco tinha tudo para ser mais ousado na busca por ampliar a vantagem de um gol. No entanto, nem o time adotou uma postura mais agressiva dentro de campo nem o estreante treinador Jorginho realizou substituições que pudessem aumentar a potência ofensiva da equipe. E assim, ainda com faltas daqui, faltas de lá, amarelo para um e amarelo para outro, o apito final chegou para decretar fim de papo. Pelo menos até a próxima quarta-feira...

Flamengo: César; Pará, Marcelo, Wallace e Jorge; Canteros e Márcio Araújo; Emerson Sheik, Ederson (Jajá) e Everton (Samir); Guerrero. Técnico: Cristóvão Borges.

Vasco: Martín Silva; Madson, Anderson Salles, Rodrigo e Christiano; Serginho e Guiñazu; Julio dos Santos, Nenê (Jhon Cley) e Jorge Henrique (Dagoberto); Riascos (Thalles). Técnico: Jorginho

sábado, 15 de agosto de 2015

CAMPEONATO BRASILEIRO 2015 – 19ª RODADA – VASCO X CORITIBA


Vasco 0 x 1 Coritiba – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Vasco perde para Coritiba com gol nos acréscimos, vira o turno na lanterna e vive situação desesperadora no Brasileirão.

Com a obrigação de conquistar os três pontos diante de sua torcida e de um adversário direto na briga pela degola, o Vasco foi obrigado a tomar a iniciativa no Maracanã. Escalado com quatro homens de frente – Dagoberto, Riascos e os estreantes Nenê e Jorge Henrique –, o Cruz-Maltino buscou o ataque desde o apito inicial, forçando o Coritiba a ter que se defender com concentração antes de pensar em avançar.

Se o Vasco teve um mérito na etapa inicial foi o de não buscar o gol na base do bumba-meu-boi. Mesmo diante da situação tenebrosa que vive e das evidentes limitações técnicas e físicas, o Cruz-Maltino tentou trabalhar a bola, fazer jogadas de linha de fundo e se aproximar dos arredores da área adversária. Porém, este mérito foi suplantado pela falta de poder de finalização, e o máximo que o Vasco se aproximou de abrir o escore foi uma cabeçada por cima do zagueiro Rodrigo.

Se no primeiro tempo o concentrado Coritiba deu sinais de vida ofensiva apenas em dois contra-golpes (no melhor deles Lúcio Flávio parou em defesa de Jordi), após o intervalo as oportunidades paranaenses surgiram em maior quantidade. Não é que os alviverdes tenham mudado de estratégia, longe disso, mas o passar do tempo fez o Vasco se lançar ao ataque como se não houvesse o amanhã, o que deixou sua retaguarda ainda mais aberta.

Apesar dos vascaínos errarem passes em profusão e de os alviverdes desperdiçarem contra-golpes de fácil execução, a ultima meia hora de jogo foi repleta de chances de gols. Lúcio Flávio cobrou falta que passou raspando e Rodrigo respondeu para o Vasco com um arremate que foi cortado sobre a linha. Contra-ataques curitibanos com cinco avantes foram respondidos com finalizações de quase-gol de Riascos e Christiano.

Diante de tamanho lá e cá desordenado, cravar o resultado final era impossível. No entanto, o Vasco começou a perder potência perto do fim e o Coritiba, corajoso, adiantou seus avantes, numa postura que acabaria por ser recompensada: aos 47, Rafhael Lucas cortou passe de Jomar e rolou para Evandro ir às redes e afundar ainda mais o Vasco.

Vasco: Jordi; Madson, Jomar, Rodrigo e Christiano; Serginho e Lucas; Jorge Henrique (Jhon Cley), Nenê e Dagoberto (Herrera); Riascos (Thalles). Técnico: Celso Roth.

Coritiba: Wilson; Leandro Silva, Walisson Maia, Rafael Marques e Juan; Misael (Esquerdinha) e João Paulo; Negueba, Lúcio Flávio e Thiago Galhardo (Rafhael Lucas); Henrique (Evandro). Técnico: Ney Franco.


quinta-feira, 13 de agosto de 2015

CAMPEONATO CARIOCA 2015 – 18ª RODADA – FLAMENGO X ATLÉTICO PARANAENSE


Flamengo 3 x 2 Atlético Paranaense – Maracanã, Rio de Janeiro

Com três gols no primeiro tempo, Flamengo bate Atlético Paranaense e se reencontra com a vitória após duas rodadas.  

Com uma linha de quatro meio-campistas onde Márcio Araújo e Everton, abertos, ajudavam na marcação aos pontas atleticanos, e Canteros e Alan Patrick, pelo meio, estavam encarregados de ditar o ritmo, o Flamengo começou o jogo de forma equilibrada e não tardou muito a sair na frente: aos 11, Alan Patrick cobrou córner e Wallace, de cabeça, fez um a zero.

A vantagem no placar foi como uma dose de cautela para os cariocas, que passaram a se posicionar de forma mais recuada, deixando a bola em pés paranaenses. Bem postado, o Fla parecia ter a situação controlada, porém os problemas defensivos do time em jogadas aéreas são tão alarmantes que Hernani, aos 24, igualou de cuca.

Ato contínuo ao empate, o Flamengo voltou a tomar a iniciativa das tramas ofensivas. Mais na base da intensidade do que no toque de bola, Sheik e companhia impuseram um ritmo forte o suficiente para complicar a vida da frágil retaguarda atleticana, que contou com os zagueiros Vilches e Kadu em jornada horripilante. Antes mesmo do intervalo, Sheik, aos 39, e Alan Patrick, em linda cobrança de falta, aos 44, fizeram 3 a 1.

O Flamengo voltou para a segunda etapa tentando encontrar um meio termo: não queria recuar excessivamente nem se abrir muito. Neste ponto, a capacidade de Sheik de segurar a bola no ataque e de chamar faltas foi pra lá de importante. Sabedor de que o Furacão precisava de mais potência, Milton Mendes começou a mexer nas peças ofensivas, mas o time seguiu com dificuldades para acionar o Walter e criar pelos lados.

Uma vez mais o Fla parecia com a situação controlada. Uma vez mais o Atlético foi às redes em bola aérea, desta vez com Kadu, aos 20. Os indícios de que os atleticanos se lançariam em busca da pressão eram grandes, mas Hernani cometeu falta dura em Sheik, foi expulso aos 34, e o máximo que o Furacão conseguiu antes do apito final foi um chute longo do Walter.

Flamengo: César; Pará, César Martins, Wallace (Samir) e Jorge; Canteros (Jonas), Alan Patrick, Márcio Araújo e Everton; Ederson (Kayke); Emerson Sheik. Técnico: Cristóvão Borges.

Atlético Paranaense: Weverton; Eduardo, Vilches, Kadu e Sidcley; Otávio (Daniel Hernández) e Hernani; Nikão (Crysan), Bruno Mota (Barrientos) e Marcos Guilherme; Walter. Técnico: Milton Mendes.

domingo, 9 de agosto de 2015

CAMPEONATO BRASILEIRO 2015 – 17ª RODADA – GRÊMIO X INTERNACIONAL


Grêmio 5 x 0 Internacional – Arena Grêmio, Porto Alegre (RS)

Grêmio joga uma barbaridade, massacra o Internacional, assume a terceira posição do Brasileiro e, de quebra, aumenta a crise do rival.

Aberrante! Está é a palavra que descreve a diferença de estrutura psicológica entre os rivais na Arena Grêmio. Enquanto os colorados pareciam múmias cabisbaixas a remoer a eliminação da Libertadores há quase 20 dias, os tricolores levaram a sério a máxima de que clássico é decisão e esbanjaram concentração, disposição e vibração. Edinho e Giuliano, só para ficar com dois ex-vermelhos, foram raça pura do início ao fim.

Em termos físicos, o Grêmio, sempre que quis, aumentou a intensidade do jogo até um patamar que o Internacional não tinha a menor condição de alcançar. A firmeza, a velocidade e a movimentação dos tricolores sempre estiveram muitos níveis acima da fragilidade e lentidão do Colorado. Até mesmo Maicon, Giuliano e Douglas, meio-campistas que mais se destacam pela técnica do que pelo vigor, estiveram com todo gás.

Taticamente a comparação entre o Grêmio de Roger e o Inter do interino Odair Hellman é de uma covardia de dar pena. Estático e perdido, o Inter se viu em desespero para conter a mobilidade de Giuliano, Pedro Rocha e Luan, o dono do jogo, que impressionou pela maturidade tática para atuar como centroavante. Leve como uma pluma, Luan caiu pelos lados da área, saiu da área, entrou na área, se afastou da área, fez gol de fora da área, fez gol da pequena área...

Por fim, mas tão importante quanto todos os outros motivos, o Grêmio sobrou tecnicamente. Douglas, mesmo tendo perdido um pênalti quando o jogo estava empatado, distribuiu assistências caprichadas. Maicon arredondou a saída de bola e ditou o ritmo. Giuliano acertou um balaço para abrir o escore. Fernandinho entrou voando no fim para anotar o quarto e cruzar a bola que Réver empurrou contra a própria meta no fechamento da goleada. Até mesmo os zagueiros Geromel e Erazo estiveram mais inspirados do que de costume.

E foi assim, igualmente avassalador em termos psicológicos, físicos, táticos e técnicos, que o Grêmio detonou seu grande rival e entrou na zona nobre do Brasileirão.

Grêmio: Marcelo Grohe; Galhardo, Geromel, Erazo e Marcelo Oliveira; Edinho e Maicon; Giuliano, Douglas (Maxi Rodríguez) e Pedro Rocha (Fernandinho); Luan (Bobô). Técnico: Roger Carvalho.

Internacional: Alisson; Willian, Réver, Juan e Ernando; Rodrigo Dourado, Wellington, Anderson (Alex), Eduardo Sasha e Valdívia (Vitinho); Lisandro López (Nilton). Técnico: Odair Hellman.

sábado, 1 de agosto de 2015

CAMPEONATO BRASILEIRO 2015 – 16ª RODADA – FLUMINENSE X GRÊMIO


Fluminense 1 x 0 Grêmio – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Na convincente estreia de Ronaldinho, Fluminense bate Grêmio no Maracanã e dorme o sábado no G4 do Brasileirão.

Longe de ser intenso, o Fluminense começou levemente melhor o jogo no Maracanã. Escalado como centroavante, Ronaldinho trotava conservadoramente devido aos dois meses longe dos gramados, mas levava um baita perigo ao inseguro goleiro Tiago nas cobranças de bola parada. Em duas delas, uma batida diretamente e outra cruzada na cabeça do Henrique, o Flu quase abriu o placar. Como também quase o fez aos 21, quando Marcos Junior, viu sua finalização ser cortada sobre a linha.

A partir daí, porém, o cenário mudou e o Grêmio, antes inofensivo e inseguro, tomou conta da partida. Com passes de Douglas e Maicon e movimentação de Luan e Pedro Rocha, os gaúchos criaram raízes no campo ofensivo e fizeram Diego Cavaleiri trabalhar duro. Em ordem cronológica, o Grêmio chegou em chute longo de Douglas, cabeçada na trave do Erazo e arremate torto do Pedro Rocha.

Se o intervalo parecia haver feito bem ao Fluminense, a infantil expulsão do volante gremista Walace, logos aos 4, fez ainda melhor. Era a hora de o Flu se inflar de confiança e partir para encurralar o rival, mas como não foi o que ocorreu, Enderson Moreira buscou mudar a cara do time com substituições.

Foi então que, com pouco mais de 20 minutos por jogar, Ronaldinho, já como meia e sabedor de que ficaria em campo até o apito final, surpreendentemente passou a chamar o jogo como até então não havia feito, a ponto de iniciar, com um belo passe elevado, a jogada que terminaria com Marcos Junior, aos 32, fazendo um a zero. Um que quase virou dois em passe de Ronaldinho para Magno Alves.

A vantagem de ter um homem e um gol a mais deveria ter dado ao Flu uma certa calma para levar o jogo até o fim. Deveria, porém o time recuou em excesso, o Grêmio cresceu demais e só não chegou ao empate porque Pedro Rocha, aos 43, quase na pequena área, desviou para fora. E assim, numa estreia muito melhor do que a encomenda, Ronaldinho começa com vitória sua caminhada nas Laranjeiras.

Fluminense: Diego Cavalieri; Wellington Silva, Marlon, Henrique e Breno Lopes (Wellington Paulista); Jean e Edson; Gerson (Magno Alves), Marcos Junior e Osvaldo (Gustavo Scarpa); Ronaldinho. Técnico: Enderson Moreira.

Grêmio: Tiago; Galhardo, Erazo, Geromel e Marcelo Hermes; Walace e Maicon; William Schuster (Edinho), Douglas (Fernandinho) e Pedro Rocha; Luan (Braian Rodríguez). Técnico: Roger Machado.