Na última segunda-feira a CBF criou uma comissão de clubes
para estudar o formato do Brasileirão e eis que o embate entre pontos corridos
e fase classificatória seguida de mata-mata voltou às manchetes esportivas.
Poucas discussões são tão interessantes no nosso futebol como esta, tanto por
ser ela repleta de variantes, como por jamais ter fim, já que não existe um
formato definitivamente melhor do que o outro.
O objetivo aqui não é defender o mata-mata ou os pontos
corridos, nem mesmo apresentar uma alternativa híbrida, algo que já foi feito
em outras oportunidades. O desejo destes parágrafos e tentar manter este
interessante debate vivo, pois o que se vê cada vez mais é comentarista esportivo,
profissional ou não, tratando a superioridade dos pontos corridos como indiscutível
e a ideia da volta do mata-mata como um câncer a ser curado.
Dois dos principais motivos para o formato com a reta final
em mata-mata ser diminuído pelos defensores dos pontos corridos não são
intrínsecos ao próprio formato. Em primeiro lugar, critica-se o mata-mata pelo
fato de ele ser apoiado por figuras nefastas como Eurico Miranda, Marco Polo
Del Nero e a entidade TV Globo. Porém, não podemos nos esquecer que o maléfico
Ricardo Teixeira foi um incentivador dos pontos corridos.
Em segundo lugar, menospreza-se o mata-mata porque as
principais ligas europeias não o adotam, como se a igualdade de formatos fosse
um passo a ser obrigatoriamente dado para tornar o nosso futebol tão evoluído
como o do Velho Continente. Tal visão é bastante questionável, ainda mais se
lembrarmos que todas as épocas de ouro do futebol brasileiro se deram em
paralelo a campeonatos nacionais sem formato por pontos corridos.
Sendo repetitivo, o desejo aqui não é defender este ou aquele
formato, mas tentar lembrar aos amantes do futebol que os pontos corridos não
são indiscutíveis. Pelo contrário, desde que a discussão se foque nas vantagens
e desvantagens intrínsecas aos formatos, o debate entre pontos corridos e
mata-mata é dos mais prazerosos.
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