sábado, 30 de abril de 2011

MUITA CALMA NESSA HORA

Há alguns anos atrás, quando meu interesse pela história do futebol estava apenas começando, meu tio me deu um conselho do qual nunca mais esqueci: “Nunca discuta futebol. Converse sobre futebol”. Confesso que algumas vezes fica difícil não subir o tom de voz e tentar impor minha opinião quando o assunto é o esporte bretão, mas, na maioria das vezes, sigo o conselho do meu tio e escuto o que o outro tem a dizer.

Na realidade, em um bate-papo futebolístico, não apenas escuto o que dizem, mas também penso no que dizem. Tento descobrir o que levou o próximo a dar aquela opinião. Nos dias de hoje, onde informações e opiniões surgem de tudo quanto é lugar e a qualquer momento, é cada vez mais necessário matutar antes de reproduzir o que lhe foi passado. E é por isso, por exemplo, que meu cérebro está mastigando e processando até hoje uma frase de um amigo que possui mais de 60 anos e era rato de Maracanã na época em que o Santos jogava no estádio: “Messi é tão bom quanto era o Pelé”. Outra frase que fica martelando a minha mente não foi dita, mas escrita pelo jornalista e colunista do jornal Lance!, o Mauro Betting, declarando que o Barcelona é o melhor time que ele já viu jogar desde que começou a acompanhar futebol, nos meados dos anos 70.

Opiniões fortes – fortíssimas! – como estas, merecem um tempo para serem processadas. Ninguém diz ou escreve algo deste porte sem um motivo. No entanto, existe uma frase que nunca em minha vida futebolística vou aceitar, e recentemente tenho a ouvido muito, sempre associada a um triunfo do Barcelona. A frase? “Venceu o futebol!”. Amigos, o Barcelona não é uma metonímia do futebol. Você pode achar que lâmina de barbear e gillete, esponja de aço e bombril, são a mesma coisa, mas não pode pensar que Barcelona e futebol são sinônimos. Como o Santos de Pelé ou o Real Madrid de Puskas e Di Stéfano também não o foram. Nestes últimos três anos, é mais do que normal um apreciador do futebol considerar o time catalão como o melhor do mundo. Os números, os títulos e o jogo de alto nível espelham tal opinião. Porém, esquecer tudo o que se faz e dizer que o Barcelona é a imagem que representa o futebol é um exagero.

Com mais de um século de vida o futebol já viu incontáveis Campeões. Existiram times vencedores que primavam por uma defesa forte e a saída rápida para os contra-ataques, times que eram mestres em alçar a pelota na area em busca do homem-referência, times que transformavam a bola parada no elixir da vitória… O futebol possui uma variedade enorme de estrátegias e uma delas não pode ser eleita para representá-lo. Mesmo que está seja aquela que mais encanta o público, como é o caso da estratégia do Barcelona, o grande expoente do futebol-arte na atualidade. Era neste ponto que eu queria chegar. Quando o Barça vencer uma partida, diga que o futebol-arte venceu, mas não que o futebol venceu.

Na decisão da Copa do Rei, o que o Real Madrid fez com o Barcelona não pode ser nunca ignorado. Marcação forte no meio-campo, passes rápidos e certeiros do Ozil, utilização da mobilidade do Cristiano Ronaldo como centroavante, ótimo aproveitamento nas bolas cruzadas – lembrando que o gol da vitória merengue foi do Cristiano Ronaldo, de cabeça, e o Pepe acertou uma cabeçada na trave. Isso também é futebol! Não é somente o que o senso comum classifica como futebol-arte que deve ser considerado futebol. Esta idéia reduziria um esporte que possui uma infinidade de estrátegias e formas de jogo, cada qual com seus pontos positivos e negativos, em uma música de uma nota só. Mesmo que essa nota seja aquela que por questões culturais melhor soe aos ouvidos da maioria.

O Manchester United, com sua mais do que sólida dupla de zaga formada por Rio Ferdinand e Vidic, não sofreu sequer um golzinho atuando for a de casa na Champions League. Ryan Giggs prova a cada rodada o nível evolutivo da preparação física do século XXI e parece o Benjamin Button do futebol. Alex Ferguson é um dos maiores treinadores da história do esporte. Wayne Rooney voltou a jogar a bola de antes da última Copa do Mundo. O goleiro van der Sar, na contagem regressiva para se aposentar, não deixa passar nem pensamento. No dia 28 de maio, tem tudo para Barcelona e Manchester estarem decidindo a final da Champions League. Quanto vai ser o jogo? Não tenho nem idéia. Pode ser uma goleada do Barcelona, como foi o não tão distante 5 x 0 sobre o Real Madrid, ou o Manchester United pode passar os 90 minutos sem ser ameaçado e vencer o duelo com tranquilidade. Só não aceito que, ao final da partida, alguém venha me dizer que no caso da segunda possibilidade o futebol saiu perdendo.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

COPA LIBERTADORES 2011 - OITAVAS DE FINAL

Fluminense 3 x 1 Libertad (PAR) – Engenhão

Em um jogo bastante complicado o Fluminense deu um grande passo para seguir na Libertadores ao vencer o paraguaio Libertad por 3 x 1.

Para esta primeira partida das oitavas de final do principal torneio Sul-Americano, o treinador do Fluminense, Enderson Moreira, repetiu o time que conseguiu a milagrosa classificação na Argentina e que perdeu para o Flamengo no último domingo. Sendo assim, o Flu iniciou o confronto organizado no 4-2-2-2, com: Ricardo Berna; Mariano, Gum, Edinho e Júlio César; Diguinho e Valencia; Conca e Marquinho; Fred e Rafael Moura. Pelo lado do Libertad, equipe que terminou a fase de grupos com uma campanha somente inferior a do Cruzeiro, o treinador Gregorio Pérez esquematizou sua equipe também no 4-2-2-2, com: Vargas; Bonet, Portocarrero, Canuto e Samudio; Cáceres e Ayala; Gamarra e Rojas; Nuñez e Pavlovich.

Com mais de uma hora de atraso devido a um apagão no Engenhão – o segundo em menos de uma semana – o Fluminense iniciou o jogo já fazendo a alegria de sua torcida. O relógio nem havia alcançado 5 minutos e Rafael Moura aproveitou córner cobrado pelo Marquinho e desviado pelo Edinho para, de cabeça, abrir o placar. O gol marcado cedo deu a impressão de que o Tricolor iria dominar o jogo e criar raízes no campo de ataque, porém não foi o que ocorreu. Durante toda a 1ª etapa, Fluminense e Libertad fizeram uma partida com pouquíssimas tramas ofensivas bem trabalhadas. Com muita boa vontade podemos destacar no Fluminense um certo entrosamento entre a dupla Fred / Rafael Moura e uma mediana participação ofensiva do Mariano. E mesmo sem ter as rédeas do jogo, o Flu perdeu grande chance de ampliar a vantagem poucos minutos antes do intervalo, com o Fred arrematando de primeira uma bela assistência de cabeça do Rafael Moura.

Para a 2ª etapa, de maneira até surpreendente, o Libertad voltou com mais atitude ofensiva e dominou o Fluminense por completo. Concentrando seus ataques pelo lado esquerdo, com o meia Rojas e o lateral Samudio, o Libertad permaneceu 15 minutos somente atacando, enquanto o Tricolor, com um péssimo toque de bola, não tinha idéia de como segurar o ímpeto paraguaio. Resultado: aos 15 minutos o Ricardo Berna saiu mal do gol e o Gamarra empatou o escore de cabeça. Apesar de uma perigosa cabeçada do Valencia, aos 18 minutos, após corner cobrado pelo Conca, o Fluminense ficou até o minuto 25 ainda fora do ar. Foi então que Marquinho e Conca, em minha opinião os dois principais responsáveis pela fraquíssima atuação do Flu no 2º tempo, já que não chamaram a responsabilidade de controlar a posse de bola, resolveram decidir a partida. Primeiro, aos 27 minutos, Marquinho fez jogada linda e acertou um chute ainda mais lindo de fora da área para recolocar o Fluminense na frente. Dois minutinhos depois, em bola parada, o Conca mostrou toda sua categoria e deu números finais ao jogo, já que até o apito final o único lance que poderia alterar o placar, uma falta cobrada pelo Gamarra, foi bem defendida pelo Berna.

Levando em conta que o Fluminense não teve uma grande atuação técnica, a vitória por 3 x 1 foi um resultado excelente. Se não repetir no Paraguai a primeira metade da 2ª etapa desta partida, o Fluzão tem tudo para avançar na Libertadores.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

COPA DO BRASIL 2011 - QUARTAS DE FINAL

Horizonte 0 x 3 Flamengo – Domingão, Horizonte (CE)

O Flamengo ignorou as consideráveis ausências de Maldonado, Léo Moura e Ronaldinho, venceu o Horizonte por 3 x 0 e subiu mais um degrau na escalada rumo ao título da Copa do Brasil.

Mesmo podendo jogar com o regulamento debaixo do braço, já que poderia até empatar sem gols para garantir a vaga na próxima fase, o treinador Roberto Carlos organizou o Horizonte no 4-3-1-2 de maneira bem semelhante a do jogo de ida, no Engenhão, com: Alex; Robert, Carlinhos, Douglas e Junior Cearense; Elanardo, Walter e Hércules; Palhinha; Siloé e Isac. Pelo lado do Flamengo, que precisava vencer ou empatar em mais de dois gols para conquistar a classificação sem a necessidade de disputa por pênaltis, Luxemburgo adotou a estratégia que deu certo no 2º tempo do último Fla-Flu: Bottinelli e Thiago Neves como meias e Renato de volante. Sendo assim, o Rubro Negro iniciou o duelo esquematizado em um 4-2-2-2, com: Felipe; Galhardo, Welinton, David Braz e Rodrigo Alvim; Willians e Renato; Thiago Neves e Bottinelli; Deivid e Wanderley.

Se havia algo que Luxemburgo, os jogadores e os torcedores flamenguistas queriam muito era um gol logo no início da partida, para não deixar o jogo se transformar em uma batalha contra o relógio. E não é que ele veio! O relógio marcava 8 minutos quando Galhardo, que tinha a dura missão de substituir o lesionado Léo Moura, foi cruzar a pelota para a área e, contando com a ajuda do goleiro Alex, sacudiu o filó. O gol fez um bem enorme ao Flamengo, que aproveitou a qualidade do Renato, do Thiago Neves e do Bottinelli para trocar passes e controlar a partida. Não um controle infértil, mas um controle de posse de bola e com oportunidades de gols criadas, em chute longo do Renato, bola parada do Bottinelli e assistências do Thiago Neves para a dupla Wanderley/Deivid. Vale ressaltar que foi em um destes lances que o Wanderley quase marcou um gol digno de placa após receber passe do Thiago Neves e aplicar um espetacular lençol no Walter. E o Horizonte? Bom, depois de perder rapidamente a vantagem adquirida pelo bom empate no Rio de Janeiro, a equipe cearense conseguiu apenas um bom ataque com o Siloé e uma cobrança de falta do Junior Cearense que assustou o Felipe.

Se a abertura do placar com menos de 10 minutos de jogo fez bem ao Flamengo, a situação iria ficar ainda melhor para os rubro negros logo no início da 2ª etapa, aos 2 minutos, depois de um lindo passe do Rodrigo Alvim para o Thiago Neves dar um drible humilhante no Douglas e encontrar o Deivid livre, leve e solto para completar pro fundo das redes. Com 2 x 0 no escore e diante de um Horizonte que não apresentava forças para reverter o resultado, o Flamengo caminhou tranquilo para a classificação. Mesmo tendo diminuído um pouco o volume ofensivo, o Flamengo, comandado pelo Thiago Neves – o dono do jogo – continuou construindo chances de gols. Na mais clara delas Deivid arrematou para fora cara-a-cara com o goleiro Alex. Aos 35 minutos, para fechar com chave de ouro a boa atuação do Fla, o volante Willians arrancou por entre a defesa adversária com enorme autoridade, driblou o Alex e marcou um golaçoaçoaço.

Com a vitória, o Flamengo garantiu a vaga nas quartas de final da Copa do Brasil e, após de eliminar o Fortaleza e o Horizonte, enfrentará mais um cearense no torneio: o Ceará. Agora, depois de espantar a zebra que seria uma eliminação nesta fase da Copa do Brasil, o Fla concentra seus pensamentos no clássico contra o Vasco que pode lhe dar, já neste domingo, o título do Cariocão.

ENQUANTO ISSO NA EUROPA...

Messi está conseguindo fazer o mundo pensar que o que ele faz é normal. Amigos, acreditem, mesmo ele fazendo isso toda semana, não é normal. Não pode ser normal.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

BIBLIOTECA DO FUTEBOLA



Este "Dicionário Santista", da Coleção Camisa 13, é mais um excelente livro de futebol escrito pelo mais excelente ainda José Roberto Torero. De uma maneira agradabilíssima, Torero conta a história deste que é um dos maiores clubes do mundo e a casa do maior jogador de todos os tempos.



Dicionário Santista

Autor: José Roberto Torero

Editora: Ediouro

domingo, 24 de abril de 2011

CAMPEONATO CARIOCA 2011 - TAÇA RIO - SEMI FINAL

Fluminense 1 (4) x (5) 1 Flamengo – Engenhão

O Flamengo superou a ausência do Ronaldinho Gaúcho, a contusão do Léo Moura, a empolgação do Fluminense depois da classificação na Libertadores, as cobranças de penalidades perdidas por Renato e Thiago Neves e carimbou seu passaporte para a decisão da Taça Rio.

Depois de conseguir mais um milagre e se classificar na Copa Libertadores, o treinador Enderson Moreira escalou o Fluminense com o mesmo onze que atuou na Argentina, esquematizado no 4-2-2-2, com: Ricardo Berna; Mariano, Gum, Edinho e Júlio César; Diguinho e Valencia; Conca e Marquinho; Fred e Rafael Moura. Pelo lado do Flamengo, Vanderlei Luxemburgo teve que encontrar uma solução para escalar o Flamengo sem o contundido Ronaldinho Gaúcho. Sendo assim, Luxa organizou o Flamengo com uma dupla de atacantes no 4-3-1-2, com: Felipe, Léo Moura, Welinton, David Braz e Rodrigo Alvim; Willians, Fernando e Renato; Thiago Neves; Diego Maurício e Wanderley.

Os primeiros minutos do clássico foram mais do que agitados, com o Léo Moura arriscando um arremate pelo Flamengo e o Diguinho armando um perigoso contra-ataque para o Fluminense. Pouco depois, o torcedor rubronegro, que já estava preocupado pela ausência do Ronaldinho ganhou mais duas pulgas atrás das orelhas, uma quando Fred deu lindo passe para Rafael Moura driblar o Felipe e sofrer pênalti equivocadamente não marcado pelo árbitro e outra quando Léo Moura teve de ser substituído pelo jovem Galhardo com fortes dores no joelho.

Entre os minutos 12 e 20 praticamente não houve futebol, por motivos de falta de luz, erro da arbitragem ao tentar retornar com o jogo sem os refletores todos acesos, resultando em nova parada, e, por fim, a parada técnica que sempre ocorre nos jogos do Carioca. Um minutinho depois do retorno da parada técnica, Rafael Moura aproveitou falta bem cobrada pelo Marquinho e passe de cabeça do Gum para abrir o placar. Com a vantagem, enquanto o Flamengo errava passes de centímetros e a arbitragem se equivocava de tudo quanto era maneira, o Tricolor conseguiu apresentar um bom futebol e quase ampliou o escore aos 29 minutos, quando Fred recebeu passe de Conca e finalizou com perigo. Vale destacar neste período a boa atuação defensiva do Edinho e a presença do combativo Diguinho no meio-campo.
Depois dos 30 minutos, no entanto, o Fluminense perdeu força, Conca passou a errar passes que não costuma e o Flamengo cresceu um pouco, construindo sua melhor trama ofensiva em um passe do Thiago Neves que o Diego Maurício chutou para difícil defesa do Ricardo Berna.

Para a 2ª etapa, Luxemburgo sacou o sumido Fernando e o perdido Wanderley para colocar Bottinelli e Deivid, buscando dar maior poder ofensivo ao Flamengo, enquanto o Fluminense voltou com o mesmo onze. Durante os primeiros 20 minutos da etapa, o equilíbrio foi a tônica do jogo, tanto nos erros quanto nos acertos. Chances de gols? Duas para o Fluminense, ambas em jogadas envolvendo o Mariano e o Fred e que deram muito trabalho ao Felipe, e uma para o Flamengo, em assistência do Bottinelli, que entrou na partida muito ligado e acertando bons passes, para o Thiago Neves. Veio a parada técnica e dois minutinhos depois o Rubro Negro chegou ao empate em belo cruzamento do Willians – o leão de sempre em campo mas, desta vez, com mais qualidade nos passes – para o Thiago Neves desviar de cabeça, sacudir o filó e alcançar a importante marca de ter feito gols em todos os rivais cariocas neste Estadual.

O gol fez bem para a partida, que ficou mais agitada e totalmente imprevisível, com o Flamengo se postando melhor nos minutos após ter conseguido o empate e o Fluminense mais perigoso nos minutos finais. Diego Maurício, que participou bastante da partida, e Marquinho, após lindo contra-ataque organizado por Conca, Fred e Tartá, poderiam ter dado a vitória para suas equipes, porém o jogo terminou mesmo em 1 x 1.

Na Taça Guanabara, o Flamengo garantiu a vaga na decisão ao bater o Botafogo nos pênaltis, enquanto o Fluminense, também nos pênaltis, foi eliminado pelo Boavista. Agora, na Taça Rio, novamente as penalidades máximas estavam no caminho da dupla Fla-Flu e, assim como no 1º turno, rubro negros saíram felizes e tricolores tristes. Renato e Thiago Neves, dois líderes técnicos da equipe, desperdiçaram suas cobranças por parte do Flamengo, e Souza, Araújo e Tartá, três jogadores que vieram do banco de reservas, perderam seus chutes pelo lado do Fluminense. Souza isolou seu arremate à la Roberto Baggio, Araújo e Tartá não passaram pelo ótimo goleiro Felipe e o Fla pode ser Campeão Carioca já no próximo domingo. Para conseguir essa façanha, o invicto Rubro Negro terá que vencer um embalado e cada vez mais acertado time do Vasco. Essa decisão promete!

CAMPEONATO CARIOCA 2011 - TAÇA RIO - SEMI FINAL

Vasco 1 x 0 Olaria – Engenhão

Em um duelo mais duro do que muitos pensavam, o Vasco bateu o Olaria por 1 x 0 e garantiu sua vaga na decisão da Taça Rio.

Para a primeira semi final da Taça Rio, o treinador vascaíno Ricardo Gomes organizou sua equipe no já costumeiro 4-3-1-2, com: Fernando Prass; Allan, Dedé, Anderson Martins e Ramón; Fellipe Bastos, Rômulo e Felipe; Diego Souza; Eder Luis e Alecsandro. Pelo outro lado, o treinador Cleimar Rocha esquematizou o Olaria de maneira semelhante ao seu rival, também no 4-3-1-2, com: Henrique; Ivan, Thiago Eleutério, Rafael e Amarildo; Danilo, David e Victor; Renan Silva; Felipe e Waldir.

Nos primeiros 20 minutos, ou seja, até a parada técnica, o Vasco teve maior controle da posse de bola, forçou os avanços pelo flanco direito e conseguiu impedir o Olaria de partir para o ataque. No entanto, mesmo com o Felipe aparecendo bem no início da organização das jogadas vascaínas, o goleiro alvianil Henrique teve pouco trabalho. Para se ter uma idéia da falta de profundidade dos ataques do Vasco, a melhor chance criada pela equipe surgiu de um chute torto do Ramón que o Diego Souza empurrou para o fundo das redes em posição irregular, aos 18 minutos. O lance foi bem anulado pela arbitragem. Após a parada técnica, o Vasco continuou encontrando problemas para superar o fechado sistema defensivo do Olaria e, aos 30 minutos, o Alvianil enfim começou a sair para o jogo. Primeiro, o perigoso atacante Felipe aproveitou espaço deixado pelo lateral-direito Allan, que diga-se de passagem realizou um péssimo 1º tempo, e obrigou o Fernando Prass a realizar boa defesa. Depois, aos 35 minutos, o mesmo Felipe acertou um tijolo de fora da área que explodiu no travessão, no melhor lance do seu time na 1ª etapa. Foi neste panorama de crescimento do Olaria no jogo que o Vasco conseguiu abrir o placar quando o Fellipe Bastos aproveitou bobeada do Tiago Eleutério e deu milimétrica assistência para Eder Luis driblar o goleiro e estufar as redes.

Com a vantagem no placar, o Vasco surpreendentemente voltou para a 2ª etapa a mil por hora, alternando ataques pela direita com o Eder Luis com avanços pela esquerda com o Ramón, além de uma marcação pressão de grande eficiência. Em um intervalo de 10 minutos, o Cruzmaltino criou nada menos do que três oportunidades de aumentar o escore, sendo a melhor delas uma arrancada do Eder Luis que quase terminou com o Tiago Eleutério marcando contra. Contudo, num piscar de olhos, o Vasco diminuiu seu volume e permitiu ao Olaria colocar as manguinhas de fora, com o Felipe e o Renan Silva arrematando perigosas bolas de fora da área que deram trabalho ao Fernando Prass. Pouco tempo após a parada técnica, Ricardo Gomes decidiu ouvir os gritos da torcida e colocou o meia Bernardo em campo e, 7 minutinhos depois, o xodó dos vascaínos desperdiçou uma cobrança de pênalti, sofrida por ele mesmo, e, consequentemente, a chance de deixar o final do jogo mais tranquilo para sua equipe.

Nos últimos 15 minutos do confronto, o Olaria partiu com tudo em busca do empate, porém, apesar de deixar o torcedor vascaíno roendo as unhas, não encontrou forças suficientes para alcançá-lo. O apito final decretou a presença do Vasco na final da Taça Rio, feito que não ocorria desde 2004. Agora, o Cruzmaltino passará o domingo de Páscoa assistindo a um Fla-Flu sem favorito e que decidirá quem será o seu próximo rival.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

UMA IMAGEM...



O FUTEBOLA deseja uma FELIZ PÁSCOA para todos os amigos!

COPA DO BRASIL 2011 - OITAVAS DE FINAL


Flamengo 1 x 1 Horizonte – Engenhão



Depois de um bom início de jogo, o Flamengo diminuiu o volume ofensivo e apenas empatou com o Horizonte no Engenhão.


De maneira até certo ponto surpreendente, o treinador Vanderlei Luxemburgo decidiu mandar um Flamengo à campo diferente das partidas recentes. O centroavante Wanderley voltou a ser titular, o mesmo ocorrendo com o garoto Negueba. Outra alteração foi o deslocamento de Renato para a lateral-esquerda. Sendo assim, o Fla adentrou o gramado organizado em um 4-2-3-1, com: Felipe; Léo Moura, Welinton, David Braz e Renato; Willians e Maldonado; Thiago Neves, Ronaldinho e Negueba; Wanderley. Pelo lado do Horizonte, o treinador Roberto Carlos arquitetou sua equipe em um 4-3-2-1, com: Alex; Ederson, Carlinhos, Douglas e Junior Cearense; Elanardo, Walter e Hércules; Padilha e Siloé; Isac.


Quando se tem um duelo daqueles classificados como “Davi x Golias”, a estratégia mais adequada para o time de maior porte é iniciar o jogo a mil por hora e se impor. E foi justamente o que o Flamengo fez. Durante os primeiros 15 minutos do duelo, o Rubro Negro voou baixo e criou nada menos do que quatro oportunidades de gols, sendo a melhor delas um tijolo do Léo Moura de fora da área que explodiu no travessão. E não demorou para a pressão flamenguista dar resultado. O relógio marcava 16 minutos quando Negueba arrancou da esquerda e deu ótimo passe para Wanderley estufar as redes. Mesmo tendo diminuído um pouco o ritmo ofensivo, o Fla ainda esteve perto de ampliar o placar em um arremate longo do Willians que bateu no poste.


No entanto, em um piscar de olhos o Flamengo deixou de ser soberano na partida e o Horizonte começou a dar trabalho – muito trabalho – ao goleiro Felipe. Em um intervalo de segundos, o Elanardo e o Junior Cearense acertaram petardos de longa distância e obrigaram o Felipe a realizar grandes defesas. Poucos minutos depois, aos 37, Siloé arrancou do meio-campo, passou com enorme facilidade pelo Welinton, deu lindo drible no David Braz e foi derrubado na área, gerando o pênalti que foi convertido pelo Elanardo.



Para a 2ª etapa, Luxemburgo sacou o Maldonado e colocou o Rodrigo Alvim na lateral-esquerda, mandando o Renato para a meiúca. Com a nova formação o Flamengo chegou assustar o goleiro Alex em cobrança de falta do Renato, porém com a pelota rolando o time encontrava enormes dificuldades. Dificuldades estas que permaneceriam mesmo com a entrada de Diego Maurício no lugar do Negueba. O tempo passava e o Flamengo, com Ronaldinho, Thiago Neves e Renato pouco inspirados, não conseguia voltar a apresentar o futebol dos primeiros minutos, tendo o Horizonte até certa tranquilidade para segurar o empate. Somente nos últimos minutos, com o Ronaldinho perdendo um gol de cabeça livre, leve e solto e em uma cobrança de falta do Thiago Neves, que o Flamengo esteve próximo de conquistar a vitória, mas o escore final terminou mesmo igual.


O empate com gols foi péssimo para o Flamengo e ótimo para o Horizonte, que poderá jogar fechadinho e explorando os contra-golpes em sua casa. Cabe ao Rubro Negro repetir os primeiros minutos desta partida, sem, contudo, tirar a tomada da fonte quando o relógio alcançar os 30 minutos.


JOGADA RÁPIDA!


- Charles-Ange Laisant, político francês, uma vez disse que “a Matemática é o mais maravilhoso instrumento criado pelo gênio do homem para a descoberta da verdade”. O Fluminense discorda.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

DECISÃO DA COPA DO REI 2010/2011 - REAL MADRID X BARCELONA



Real Madrid 1 x 0 Barcelona – Mestalla, Valencia (ESP)



Em jogo repleto de tensão e nervosismo, o Real Madrid venceu o Barcelona por 1 x 0 com um belo gol do Cristiano Ronaldo e conquistou a Copa do Rei.



Para o decisivo duelo, o treinador Jose Mourinho decidiu mandar o Real Madrid para campo com uma organização semelhante à apresentada no 2º tempo do clássico do último sábado. Assim sendo, o Real entrou em campo no 4-5-1 com: Casillas; Arbeloa, Sergio Ramos, Ricardo Carvalho e Marcelo; Khedira, Pepe, Xabi Alonso, Özil e Di María; Cristiano Ronaldo. Pelo lado do Barcelona, o mesmo 4-3-3 de anos recentes, com a escalação de Mascherano na defesa devido ao fato de o Puyol estar contundido, com: Pinto; Daniel Alves, Mascherano, Piqué e Adriano; Busquets, Xavi e Iniesta; Pedro, Messi e David Villa.



Apesar de muitos – inclusive este que vos fala – terem considerado o Barcelona como favorito para levantar o caneco da Copa do Rei, seria uma enorme incoerência descartar a força do Real Madrid. No entanto, nem o mais fanático torcedor merengue imaginaria ver o que viu na 1ª etapa: o jogo foi para o intervalo com o Barcelona tendo conseguido ficar apenas 36% do tempo com a pelota nos pés. Isso mesmo, os “reis da posse de bola” passaram apenas 36% dos primeiros 45 minutos com a redonda nos pés. O maior responsável por conseguir a façanha de tirar a bola dos pés do Barça foi o sistema ofensivo adiantado armado pelo Jose Mourinho, com destaque para o trio de volantes formado por Pepe, Khedira e Xabi Alonso.



Além de anular qualquer tentativa de atacar do adversário, o Real Madrid, comandado por um certeiro Özil, conseguiu criar excelentes oportunidades de abrir o placar, mas não as converteu em gols. Os lances de destaque foram dois arremates cruzados do Cristiano Ronaldo, ambos em passes do Özil, uma finalização do próprio Özil, e, já aos 43 minutos, uma cabeçada do Pepe que bateu na trave, originada em uma tabelinha entre o Cristiano Ronaldo e o Özil onde o português tocou a bola de ombro. Sensacional!



Após o intervalo, o duelo mudou completamente, com o Barcelona enfim conseguindo trocar passes e o Real Madrid recuando mais do que devia e abdicando do ataque. É compreensível que os jogadores merengues não conseguissem manter o ritmo de marcação da 1ª etapa, porém a liberdade que o Barcelona começou a ter e a falta de poder ofensivo do Real Madrid não estavam nos planos do Jose Mourinho. Contando com o crescimento do Messi na partida, o Barcelona criou raízes no campo de ataque e por pouco não chegou ao gol em duas finalizações do Pedro, uma do Messi e uma linda tabelinha entre o próprio Messi e o Iniesta, que só não virou gol pois o Casillas é um dos melhores – para muitos o melhor – goleiro do mundo.



Quando o relógio marcava 44 minutos, Di María mandou um lindo chute de fora da área e obrigou o goleiro Pinto a uma defesa ainda mais linda. Este arremate, o único lance digno de nota que o Real criou na 2ª etapa, mostrou que os madrilenos não estavam mortos.



E os primeiros minutos da prorrogação trariam a certeza de que o Real realmente não estava morto. Depois de um fulminante contra-ataque iniciado pelo Xabi Alonso e finalizado com muito perigo pelo Cristiano Ronaldo, o Real conseguiu chegar ao gol do título em outra finalização do português, esta de cabeça, aos 12 minutos do 1º tempo, após grande tabelinha entre Di María e Marcelo. O Barcelona sentiu o golpe e encontrou enormes dificuldades para chegar próximo do gol defendido pelo Casillas. Na realidade, o Real esteve mais perto de ampliar o escore do que o Barça de empatar, mas o Pinto defendeu chute do Adebayor.



O apito final, além de dar um importantíssimo caneco para o Real Madrid, trouxe também duas certezas: não existe, nunca existiu e nunca vai existir um time imbatível, e, gostem ou não de sua personalidade, o Jose Mourinho é um treinador do mais alto nível.



¡CONGRATULACIONES, REAL MADRID!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

PREMIER LEAGUE 2010/2011 - 33ª RODADA


RESULTADOS

Birmingham 2 x 0 Sunderland

Blackpool 1 x 3 Wigan

Everton 2 x 0 Blackburn

West Bromwich 1 x 3 Chelsea

West Ham 1 x 2 Aston Villa

Arsenal 1 x 1 Liverpool

Fulham - Bolton

Manchester City - Tottenham

Stoke City - Wolverhampton

Newcastle - Manchester United

ARTILHEIROS

21 gols Dimitar Berbatov (Manchester United)

19 gols Carlos Tévez (Manchester City)

14 gols Darren Bent (Aston Villa)

GIRANDO PELA “TERRA DA RAINHA”

- Em um duelo com um final mais que eletrizante, Arsenal e Liverpool empataram em 1 x 1 e os “Gunners” perderam uma grande oportunidade de encostar no líder Manchester United. O confronto no Emirates Stadium permaneceu empatado até os acréscimos da 2ª etapa, quando van Persie, aos 51 minutos, e Kuyt, aos 56, balançaram as redes em cobranças de pênalti. O longo tempo acrescido pelo árbitro, que diga-se de passagem acertou nos dois pênaltis, ocorreu por causa de uma contusão na cabeça sofrida pelo zagueiro Carragher, do Liverpool. Felizmente foi só um susto.

- Nesta quarta-feira o Arsenal volta à campo para disputar o Clássico Londrino contra o Tottenham. O duelo tem tudo para ser excelente, com o Arsenal jogando suas últimas fichas na tentativa de conquistar o caneco e o Tottenham precisando da vitória para empatar em pontos com o Manchester City na briga pela vaga na próxima Champions League.

domingo, 17 de abril de 2011

CAMPEONATO CARIOCA 2011 TAÇA RIO - 8ª RODADA

CONFRONTOS PELA FASE SEMI FINAL




CLASSIFICAÇÃO FINAL DA FASE DE GRUPOS DA TAÇA RIO












RESULTADOS


Resende 1 x 1 Madureira Cabofriense 1 x 2 Volta Redonda Bangu 1 x 2 Americano Olaria 2 x 2 Vasco Flamengo 1 x 1 Macaé América 1 x 3 Botafogo Boavista 3 x 0 Duque de Caxias Fluminense 1 x 0 Nova Iguaçu


Olaria 2 x 2 Vasco – Moacyrzão


Foi um jogão de bola! Em um duelo emocionante até os últimos segundos, Olaria e Vasco empataram em 2 x 2. O resultado garantiu o Alvianil da Rua Bariri nas semi finais da Taça Rio, o Vasco na liderança do Grupo A e decretou o fim do Cariocão para o Botafogo.


Com a decisão de poupar o lateral-esquerdo Ramón e o centroavante Alecsandro, ambos por já possuírem dois cartões amarelos, o treinador Ricardo Gomes mandou para o jogo um Vasco sem referência na área rival e organizado em um 4-3-1-2 com: Fernando Prass; Allan, Dedé, Anderson Martins e Márcio Careca; Rômulo, Fellipe Bastos e Felipe; Diego Souza; Éder Luís e Leandro. Já pelo lado do Olaria, que disputava a sua mais importante partida em tempos, o técnico Cleimar Rocha esquematizou sua equipe em um 4-2-3-1 com: Henrique; Ivan, Thiago Eleutério, Rafael e Amarildo; David e Victor; Danilo, Renan Silva e Felipe; Waldir.


Desde o apito inicial, foi possível identificar qual seria a postura de ambas as equipes para o confronto. O Vasco, com maior posse de bola, buscava encontrar pelos lados as alternativas para furar a barreira alvianil, a defesa menos vazada da Taça Rio, enquanto o Olaria apostava na velocidade de seus homens de frente para pegar o adversário de calças curtas e decidir a partida nos contra-ataques. Até praticamente o final da 1ª etapa, apesar de dois perigosos arremates do Diego Souza, foi o Olaria quem viu sua estratégia dar certo. Não só pelo sucesso defensivo, que conseguia anular o bom ataque vascaíno, com destaque para o zagueiro Rafael, mas também pelo gol marcado pelo Waldir, em um chute cruzado aos 17 minutos. Somente nos últimos minutinhos da etapa que o Vasco conseguiu ser mais incisivo em suas ações ofensivas e o empate quase chegou em finalizações do Anderson Martins, do Diego Souza e do Leandro, esta última uma puxada de costas que acertou o travessão.


Um dos principais motivos para o Vasco não realizar um 1º tempo de alto volume ofensivo foi a ausência de um centroavante, pois a equipe está acostumada a atuar com um jogador fazendo a referência dentro da área, o Alecsandro. Ricardo Gomes deveria ter iniciado a partida com o Élton, ou, pelo menos, tê-lo colocado no intervalo, fato que não ocorreu. Voltando para o jogo com o mesmo onze inicial, o Vasco logo viu sua situação se complicar ainda mais quando, aos 4 minutos, o Olaria realizou uma linda jogada pelo flanco direito e Felipe aproveitou assistência do Danilo para ampliar o escore. Com dois gols de desvantagem, a torcida vascaína aumentou ainda mais o coro pela entrada do meia Bernardo, que veio a ocorrer aos 13 minutos. E o garoto realmente está com tudo. Logo aos 18 minutos ele cobrou pênalti com força para diminuir o placar. Vale dizer que o pênalti não existiu, tendo o Diego Souza se jogado para forçar o contato com o goleiro Henrique. Nos minutos seguintes, Bernardo continuou levando o Vasco à frente, enquanto o Olaria apostava, e acertava, seus contra-golpes, provando não estar morto na partida. Nos últimos 15 minutos, o jogo, que já era excelente, pegou fogo de vez. Pelo Vasco, Élton, que enfim estava em campo, acertou uma linda bicicleta que passou rente à trave, e o sempre perigoso Éder Luís realizou boa jogada pela direita. Por outro lado, o volante Victor deu trabalho ao Fernando Prass em dois bons chutes.


Existe um ditado que diz que não se deve elogiar goleiro e juiz antes do apito final. Pois bem, o relógio marcava 46 minutos quando Bernardo cobrou corner, o goleiro Henrique, que estava em excelente jornada, saiu caçando borboletas e o Rômulo cabeceou para o fundo das redes, dando número final ao confronto.


No próximo sábado, Vasco e Olaria voltam a se enfrentar, desta vez pela semi final da Taça Rio. Se pelo Vasco o Ricardo Gomes viu que, apesar de escapar de um dos tradicionais rivais, não terá vida fácil, Cleinar Rocha tem todas as armas nas mãos para fazer o Olaria acreditar que a classificação para a decisão é possível. Para os que não torcem nem pelo Vasco, nem pelo o Olaria, a torcida fica para que seja outro jogo emocionante.


JOGADA RÁPIDA!


- Aos 49 minutos do 2º tempo, no Estádio da Cidadania, Ronaldinho Gaúcho teve nos seus pés a oportunidade de colocar o Flamengo em primeiro do Grupo A e, por conseqüência, escapar do Fluminense na semi final. No entanto, o craque rubro negro bateu um pênalti a lá Roberto Baggio e domingo que vem teremos um Fla-Flu que promete.


- Joel Santana largou o Botafogo na liderança do Grupo B da Taça Rio. Em quatro jogos na competição, o Caio Junior obteve uma vitória, dois empates e uma derrota e o Botafogo ficou fora da fase semi final. Se o Botafogo não conseguir a classificação para a próxima fase da Copa do Brasil, nesta quarta-feira, diante do Avaí (o primeiro jogo, no Engenhão, foi 2 x 2), vai ter muito torcedor que pediu a saída do “Papai” Joel arrependido.

sábado, 16 de abril de 2011

LA LIGA 2010/2011 - 32ª RODADA

Real Madrid 1 x 1 Barcelona – Santiago Bernabéu, Madrid (ESP)

O primeiro dos quatro duelos entre Barcelona e Real Madrid que ocorrerão nas próximas semanas, este válido pela Liga Espanhola, terminou empatado em 1 x 1 com Messi e Cristiano Ronaldo marcando, ambos de pênalti, os gols da partida.

Com o objetivo de deixar o seu setor de meio-campo mais consistente e marcador, o treinado José Mourinho escalou o Real Madrid com um tripé de volantes e organizado no 4-5-1 com: Casillas; Sérgio Ramos, Ricardo Carvalho, Albiol e Marcelo; Pepe, Khedira, Xabi Alonso, Di María e Cristiano Ronaldo; Benzema. Já pelo lado do Barcelona, como era de se esperar, Pep Guardiola organizou sua equipe no 4-3-3 com: Valdéz; Daniel Alves, Puyol, Piqué e Adriano; Busquets, Xavi e Iniesta; Pedro, Messi e David Villa.

Nos primeiros 20 minutos da etapa inicial, o Barcelona dominou as ações ofensivas por completo, chegando a possuir absurdos 83% de posse de bola. No entanto, muito devido à muralha branca armada por Mourinho, apenas uma boa oportunidade de gol foi criada pelo Barça, com Messi tentando, e não conseguindo, encobrir o Casillas. Na segunda metade do 1º tempo, o Real Madrid melhorou sua postura ofensiva e começou a exigir mais atenção dos defensores adversários, fato que só não resultou na abertura do placar pois Adriano, que teve uma boa atuação na etapa, salvou uma cabeça do Cristiano Ronaldo sobre a linha. Apesar da maior posse de bola nos primeiros 45 minutos, o Barcelona esteve longe de ser superior em campo, com o Real Madrid conseguindo seis escanteios, contra nenhum do rival, e finalizando mais à gol.

Logo nos primeiros minutinhos da 2ª etapa, o torcedor anfitrião ficou ainda mais esperançoso de um bom resultado quando Cristiano Ronaldo cobrou falta com muita qualidade e acertou o pé da trave. Porém, a alegria branca duraria pouco. Segundos após este belo arremate do Cristiano Ronaldo o zagueiro Albiol cometeu falta em David Villa dentro da área, foi expulso e o Messi, aos 7 minutos, balançou as redes. Com a vitória parcial e um homem a mais em campo, o triunfo do Barça parecia favas contadas, mas, com o passar do tempo, os comandados de Guardiola abandonaram a estratégia de trocar passes no campo de ataque e recuaram mais do que o devido. Resultado: o Real Madrid ressucitou no jogo e chegou ao empate em pênalti cometido pelo Daniel Alves sobre o Marcelo e convertido pelo Cristiano Ronaldo. Vale dizer que nem o Daniel Alves nem o Marcelo, duas das principais armas de suas equipes, estiveram em uma boa jornada, principalmente o lateral do Barça.

Depois de ceder o empate mesmo com a vantagem de onze contra dez, o Barcelona tentou aumentar o seu volume ofensivo, mas quem esteve mais próximo de vencer a partida foi o Real, em finalização do Khedira aos 44 minutos que foi bem defendida pelo Valdés. O apito final decretou um empate que acabou sendo melhor para o Barcelona, que se mantém na liderança e com oito pontos de vantagem sobre o rival faltando apenas seis rodadas para o fim do torneio. Já os amantes do futebol, que esperavam um jogão de bola, estes vão ter que aguardar pelos próximos confrontos. Que bom que não falta muito!

quinta-feira, 14 de abril de 2011

BIBLIOTECA DO FUTEBOLA

Esse "A Verdadeira História do Futebol Brasileiro" é um excelente livro para aqueles que querem saber sobre os mais destacados fatos do esporte no nosso país, desde o seu início até 1950, quando perdemos a Copa do Mundo para o Uruguai no Maracanã. A obra está repleta de histórias interessantíssimas sobre o surgimento de importantes clubes, grandes craques e curiosidades que o leitor vai adorar descobrir.




A Verdadeira História do Futebol Brasileiro

Autor: Loris Baena Cunha

Editora: ABRADE

COPA DO BRASIL 2011 - OITAVAS DE FINAL

Náutico 0 x 3 Vasco – Aflitos, Recife (PE)

Show de bola! Apresentando um grande poder ofensivo e muita solidez, o Vasco venceu o Náutico por 3 x 0 e deixou a classificação para a próxima fase da Copa do Brasil muito bem encaminhada.

Contando com o apoio de sua grande torcida que lotava o Aflitos, o Naútico iniciou a partida escalado pelo treinador Roberto Fernandes em um ousado, pelo menos no papel, 4-3-3 com: Douglas, Elicarlos, Wescley, Válter e Aírton; Derley, Éverton e Eduardo Costa; Kieza, Ricardo Xavier e Bruno Meneghel. Pelo lado carioca, Ricardo Gomes recolocou o garoto Bernardo no banco de reservas e mandou o Vasco para campo organizado em um 4-3-1-2 com: Fernando Prass; Allan, Dedé, Anderson Martins e Ramón; Rômulo, Felipe Bastos e Felipe; Diego Souza; Eder Luís e Alecsandro.

Poucos segundos após o apito inicial, o Náutico quase fez a alegria de seus torcedores quando o Bruno Meneghel, aquele mesmo que foi vice-artilheiro do Carioca de 2009 pelo Resende, obrigou o Fernando Prass a realizar boa defesa. No entanto, com muita consciência e tranquilidade, o Vasco soube esfriar a torcida e o adversário e gradualmente passou a ganhar o controle do jogo. E mais, não só passou a dominar as ações em campo como a criar diversas oportunidades de gols. O Cruzmaltino chegaria às redes aos 31 minutos, com o zagueirão Dedé de cabeça, mas antes disso já havia assustado o goleiro Douglas em uma cabeçada do próprio Dedé, que acertou a trave, e duas finalizações do Diego Souza, que não estava com a pontaria boa. A superioridade do Vasco era tamanha que nem mesmo o 1 x 0 no placar diminuiu o volume do time, e a vantagem só não foi ampliada porque um longo arremate do Felipe Bastos explodiu na trave e uma jogada monumental do Ramón terminou com o zagueiro Válter salvando o Timbu em cima da linha. Vale ressaltar a variedade ofensiva apresentanda pelo Vasco nesta 1ª etapa, com ataques por ambos os flancos, bom aproveitamento das bolas paradas e muita participação dos meias Felipe e Felipe Bastos.

Para o 2º tempo, o treinador Roberto Fernandes percebeu o amplo controle vascaíno no meio-campo e sacou o atacante Kieza para a entrada do Willian, buscando ocupar mais a meiúca e diminuir o domínio do adversário. Infelizmente, para o torcedor pernambucano, a alteração não surtiu efeito e o Vasco permaneceu senhor do jogo. Concentrando mais os avanços pelo lado direito, com o Eder Luís mais participativo do que nos primeiros 45 minutos, o Cruzmaltino não demoraria a sacudir o filó. O relógio apontava 6 minutinhos quando Alecsandro, em condição irregular, não encontrou problemas para empurrar a assistência do Eder Luís para o fundo do gol. Apesar de o Aírton, lateral-esquerdo do Náutico, ter realizado linda jogada e carimbado a trave, aos 25 minutos, o Naútico não apresentou, em nenhum momento do 2º tempo, força para buscar o resultado. Pelo contrário, mesmo com a vantagem de dois tentos o Vasco permaneceu no campo ofensivo e criando chances de gols. Allan, Diego Souza, Felipe Bastos, Bernardo e Jumar, em ordem cronológica, desperdiçaram oportunidades de dar ao Vasco o terceiro gol, com destaque para a incrível chance perdida pelo Bernardo após driblar o goleiro. Já nos acréscimos, contudo, a grande atuação vascaína seria premiada com mais um gol quando Bernardo cobrou falta com categoria e sacudiu o barbante.

Tanto o técnico Ricardo Gomes quanto os jogadores cruzmaltinos merecem aplausos pela excelente apresentação contra o Náutico em um lotado Aflitos. Sem dúvida nenhuma aquele Vasco sem vontade, sem organização e sem qualidade técnica, que disputou a Taça Guanabara, já não existe mais.

terça-feira, 12 de abril de 2011

UEFA CHAMPIONS LEAGUE - QUARTAS DE FINAL

Manchester United 2 x 1 Chelsea – Old Trafford, Manchester (ING)

Em um lotado Old Trafford o Manchester aproveitou a vantagem adquirida na primeira partida e com uma atuação bastante eficiente bateu o Chelsea por 2 x 1 e se classificou para as semi finais da Champions League.


Com a vantagem de poder empatar para garantir a vaga, o treinador Alex Fergusson esquematizou sua equipe com duas linhas de quatro e uma dupla de atacantes, um 4-4-2, escalada com: van der Sar; O’Shea, Ferdinand, Vidic e Evra; Park, Carrick, Ryan Giggs e Nani; Rooney e Chicharito. Pelo lado do Chelsea, Carlo Ancelotti decidiu colocar o atacante Drogba no banco de reservas e organizou sua equipe no 4-3-2-1 com: Cech; Ivanovic, Alex, Terry e Ashley Cole; Ramires, Essien e Malouda; Anelka e Lampard; Fernando Torres.

Os minutos iniciais do duelo foram equilibrados, porém, de maneira até certo ponto surpreendente, o Chelsea cresceu na partida e começou a levar perigo ao goleiro van der Sar. Entre os minutos 10 e 30, contando com boas participações do Fernando Torres e do Anelka, os “Blues” deram trabalho ao sistema defensivo rival e criaram cinco oportunidades de gols, enquanto o United, com Giggs e Nani sumidos, nada produziu ofensivamente no período. Apesar de mais presente no campo de ataque, o Chelsea não conseguiu balançar as redes e, nos últimos 15 minutos do 1º tempo, os “Red Devils” passaram a trabalhar um pouco mais a posse de bola e afastaram o adversário de seu campo. Aos 43 minutos, com o equilíbrio inicial restabelecido, Ryan Giggs recebeu lindo passe do lateral O’Shea e encontrou Chicharito quase sobre a linha fatal para abrir o placar.

Com a obrigação de ter que virar o escore para garantir a classificação, o Chelsea retornou para a 2ª etapa com Drogba no lugar de Fernando Torres. O resultado da alteração, contudo, não foi o esperado pelo treinador Ancelotti e, durante os primeiros 20 minutos, o United quase não encontrou problemas para segurar a vantagem. E, para a alegria do torcedor vermelho, a situação dos “Red Devils” ainda iria melhorar. Depois de ter encaixado dois bons ataques, um finalizado pelo Nani e outro pelo Giggs, o United ficaria com mais um homem em campo quando, aos 24 minutos, Ramires cometeu falta por trás no Nani, recebeu o segundo cartão amarelo e foi mais cedo para o chuveiro.

A expulsão do brasileiro parecia ser o fim das esperanças azuis e a cada minuto que passava o jogo ficava mais na mão do United. No entanto, aos 31 minutos, quando ninguém esperava, Essien acertou lindo passe para Drogba arrematar para o fundo do gol. Era tudo que o Chelsea precisava para ganhar força e buscar a vaga, mas o torcedor azul nem havia terminado de comemorar o gol e Park, em mais uma assistência do Giggs, recolocou os donos da casa na frente. Impressionante como esse tal de Ryan Giggs joga bola. Aos 37 anos e escalado como volante, ele foi o autor dos passes de todos os três gols – incluindo o do jogo de ida – que sua equipe marcou no Chelsea. Além de correr mais que muito jogador de 20 anos.

O gol do Park fechou o caixão do Chelsea e provavelmente decreta o fim do ciclo de Carlo Ancelotti no clube. Já Alex Fergusson chega a mais uma semi final de Champions League e aguarda, fora um milagre milanês, o Schalke 04 para buscar a vaga na decisão.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

UMA IMAGEM...


"O rei se curva ante a dor que o Brasil todo sentiu". Foto vencedora do Prêmio Esso de Fotografia de 1963 que mostra o exato momento no qual Pelé sentiu a contusão que o impediu de disputar toda a Copa do Mundo de 1962.

Foto: Alberto Ferreira

domingo, 10 de abril de 2011

CAMPEONATO CARIOCA 2011 - TAÇA RIO - 7ª RODADA

RESULTADOS
Nova Iguaçu 1 x 1 Bangu / Volta Redonda 0 x 0 Olaria / Madureira 2 x 1 Boavista / Vasco 2 x 1 Cabofriense / Macaé 1 x 1 América / Duque de Caxias 2 x 1 Resende / Americano 1 x 5 Fluminense / Botafogo 0 x 2 Flamengo /

Botafogo 0 x 2 Flamengo – Engenhão

Com uma atuação segura, de muita consciência tática e dois gols do Thiago Neves, o Flamengo venceu o Botafogo e garantiu sua classificação para a fase semi-final da Taça Rio.

Devido à sapecada que o Fluminense deu no Americano, o Flamengo poderia até mesmo ser derrotado que permaneceria na 2ª colocação do Grupo A, enquanto o Botafogo precisava urgentemente dos três pontos pois iniciava o duelo fora da zona de classificação. Ainda buscando dar sua cara à equipe, Caio Junior esquematizou o Alvinegro para o importante Clássico no 4-3-2-1, iniciando com: Jefferson; Alessandro, Antônio Carlos, João Felipe e Somália; Arévalo Ríos, Marcelo Mattos e Bruno Thiago; Everton, Herrera e Loco Abreu. Pelo Flamengo, Luxemburgo, parecendo enfim encontrar sua escalação predileta, mandou o time à campo escalado no 4-3-2-1 com: Felipe; Léo Moura, Welinton, David Braz e Rodrigo Alvim; Maldonado, Willians e Renato; Ronaldinho, Thiago Neves e Deivid.

Como era de se esperar, o Clássico teve os seus primeiros minutos de bastante equilíbrio, com as duas equipes buscando seus jogadores de maior destaque. Enquanto no Flamengo o Ronaldinho Gaúcho aparecia mais do que o Thiago Neves e o Léo Moura, as outras principais armas de ataque do time, o Botafogo concentrava suas forças na tentativa de colocar a pelota na cabeça do Loco Abreu. Antes da parada técnica, foi o Flamengo quem esteve mais próximo de abrir o placar através de uma cabeçada do Ronaldinho aos 14 minutos, após ótimo cruzamento do Rodrigo Alvim. Com o passar do tempo, o Botafogo, tendo o Herrera aberto pela direita e o Everton pela esquerda, começou a sentir falta de um jogador capaz de arquitetar suas tramas e o Flamengo passou a dominar as ações ofensivas. Mais encorpado no campo de ataque, o Rubro Negro chegaria ao seu primeiro em grande assistência do Renato para o Thiago Neves, livre, leve e solto, empurrar para o fundo do barbante. Vale destacar aqui o essencial papel que o Renato vem destacando neste Flamengo 2011, sendo um jogador de enorme importância na composição do meio-campo além de aparecer constantemente na organização das jogadas ofensivas.

Para o 2º tempo, o Caio Junior tentou aumentar o volume ofensivo de seu time colocando o lateral Lucas como meia aberto pela direita, centralizando o Everton e deslocando o Herrera para a esquerda. Foi assim que, contando com a boa entrada do Lucas, o Bota viveu seu melhor momento na partida durante os primeiros minutos da etapa final, apesar de não levar perigo real ao goleiro Felipe. Já o Flamengo, mesmo sem modificar o onze que iniciou o confronto, voltou do intervalo adotando uma postura totalmente diferente da apresentada na 1ª etapa, se mostrando mais defensivo e apostando nos contra-ataques. Passado o breve momento no qual o Botafogo, explorando os avanços do Lucas, incomodou o sistema defensivo rival, os contra-ataques rubro negros começaram a aparecer. O melhor deles, aos 26 minutos, foi um lançamento do Ronaldinho para o Thiago Neves que quase encontrou o Diego Maurício na cara do gol.

Muito seguro em campo, permitindo ao Botafogo um único lance perigoso em arremate longo do Marcelo Mattos aos 30 minutos, o Flamengo marcaria o seu segundo gol perto do apito final, em jogada iniciada pelo Léo Moura e finalizada com categoria pelo Thiago Neves, que pelos dois gols marcados merece o prêmio de melhor jogador em campo.

Com a vitória o Flamengo está a apenas 180 minutos de conquistar o Cariocão 2011. Por outro lado, o Botafogo, que desde a saída do treinador Joel Santana não venceu sequer uma partida na Taça Rio, decidirá o seu destino na última rodada, no próximo domingo.

JOGADA RÁPIDA!

- Depois de dar um baita susto no seu torcedor, permitindo que o Americano abrisse o placar no duelo disputado no Moacyrzão, o Fluminense, comandado por uma bela atuação do argentino Conca – como é bom ver esse baixinho jogando o que sabe! – conseguiu uma bela virada, venceu por 5 x 1 e alcançou a liderança do Grupo B.

- Antes mesmo da última rodada da Taça Rio, o Cariocão já conheceu os seus dois rebaixados: Cabofriense e América. Para os mais antigos, que chamavam o América de “o segundo time de todo carioca”, a nova queda do “Diabo” causa tristeza. Já circula pelo clube a idéia de que a salvação do futuro seria Romário na presidência. A pergunta que fica é: Será que o “Baixinho” aguentaria o ritmo de uma vida de deputado federal e presidente do América?

sábado, 9 de abril de 2011

NA VITÓRIA OU NA DERROTA, HOJE E SEMPRE GUARANI!


Há um século atrás, a literatura, a música e o futebol, três preciosas pérolas de nossa cultura, se uniram no nascimento de um dos mais importantes clubes do futebol brasileiro. Escrito em meados do século XIX por José de Alencar, o romance “O Guarani” inspiraria uma ópera homônima do compositor e maestro campineiro Carlos Gomes. Ópera esta que, no dia 2 de abril de 1911, seria homenageada e passaria a dar nome a um recém-fundado clube de futebol da cidade de Campinas, o Guarani Futebol Clube.

Hoje, o FUTEBOLA está aqui para parabenizar este símbolo do futebol brasileiro pelos seus 100 anos de vida. Amigos, não é nada fácil completar um século de vida, e durante tanto tempo seria impossível um clube não encontrar pedras pelo caminho. No caso do Guarani, a maior pedra foi encontrada recentemente e hoje o clube está distante da elite do futebol estadual e nacional. Para os que amam o esporte bretão, a atual situação do Bugre Campineiro entristece, porém não apaga os grandes feitos e conquistas do clube.

O Guarani só viria a se tornar personagem frequente na elite do futebol paulista a partir do final da década de 40, quando o presidente da Federação Paulista de Futebol, Roberto Gomes Pedrosa, implantou o profissionalismo no interior de São Paulo e criou a 2ª Divisão do Paulistão, que dava ao Campeão o direito de disputar a Primeirona – o Guarani conquistaria o seu acesso em 1949. No entanto, dois pontos se destacam e não podem deixar de ser lembrados sobre o período amador do Guarani. O primeiro deles remonta à 1927, quando, como convidado, o Guarani disputou seu primeiro Campeonato Paulista, organziado pela APEA (Associação Paulista de Esportes Atléticos), e terminou na 4ª colocação. Outra memória que deixa o torcedor alviverde feliz é a passagem do centroavante Zuza pelo clube na década de 40. Com invejável faro de gol, Zuza entrou para a galeria de ídolos do Guarani como maior artilheiro de sua história e também do clássico contra a Ponte Preta, o “Derby Campineiro”.

A partir da década de 70, o Guarani não só começaria a montar onzes de primeiro nível do futebol brasileiro como a revelar craques do maior dos quilates. No triênio 74/75/76, o Bugre conquistou o Tricampeonato do Interior de São Paulo, sendo que no último ano também conquistaria o 1º turno do Paulistão contando com com nomes que ficariam para sempre nas lembranças do torcedor. A escalação? Neneca; Miranda, Amaral, Nelson e Deodoro; Flamarion e Zenon; Davi, Renato, Andre Catimba e Ziza. Dois anos mais tarde, em 1978, o Guarani escreveria de vez o seu nome nos anais do futebol nacional ao conquistar o Campeonato Brasileiro. Vale – e muito! – ressaltar que até hoje o Guarani é o único clube do interior a ter conquistado um Brasileirão. Além de possuir valiosos nomes que já vinham desde a grande campanha de 1976, como o goleirão Neneca, o lateral Miranda e os cracaços Zenon e Renato, a Seleção Alviverde de 1978 ainda cotava com dois gênios do futebol brasileiro: o dono do meio-campo Zé Carlos e o garoto Careca, que com apenas 17 anos já mostrava aquele futebol que o tranformaria em um dos maiores atacantes do planeta bola. Completando o Esquadrão Bugrino comandado pelo treinador Carlos Alberto Silva estavam os defensores Mauro, Gomes e Edson e os avantes Capitão e Bozó.

Após levantar o caneco nacional em 1978, o Guarani continuou brindando o amante do futebol com grandes equipes. Em 1982, liderados pela dupla Careca / Jorge Mendonça, o Alviverde Campineiro terminou o Brasileirão em 3º lugar. Quatro anos mais tarde, em 1986, com uma equipe maravilhosa que tinha Ricardo Rocha, Marco Antônio Boiadeiro, Evair e João Paulo, o Bugre chegaria a final do Brasileiro, perdendo a decisão – vejam que ironia – para o São Paulo de Careca. No ano de 1988, este timaço ganharia o reforço do talentosíssimo meia Neto e alcançaria outro vice-campeonato, desta vez o do Paulistão. Já em 1994, novamente sob a batuta de Carlos Alberto Silva, seria a vez de Amoroso e Luizão encantarem o país e o Guarani terminar o Brasileiro na 3ª colocação.

Não são poucos os torcedores por todo o Brasil que sentem falta de ver o Brinco de Ouro lotado e grandes craques vestindo o tradicional manto alviverde do Guarani Futebol Clube. Eu sou um destes, e continuarei torcendo para ver o Bugre de volta para o seu lugar, que é ao lado dos gigantes do nosso futebol.

PARABÉNS, GUARANI!

sexta-feira, 8 de abril de 2011

BIBLIOTECA DO FUTEBOLA

Se existe algo melhor do que ler uma boa história de futebol, esta é ler uma boa história de futebol escrita por João Saldanha. Magnífico livro que não pode faltar nas prateleiras de quem ama o futebol.



Os Subterrâneos do Futebol

Autor: João Saldanha

Editora: Livraria José Olympio

quinta-feira, 7 de abril de 2011

COPA LIBERTADORES 2011 - FASE DE GRUPOS

Nacional 2 x 0 Fluminense – Estádio Centenário, Montevidéu (URU)


Complicou de vez! Depois de ter realizado um bom 1º tempo no Centenário de Montevidéu, o Fluminense retornou do intervalo de maneira completamente diferente, sofreu dois gols do matador Garcia e está em situação delicadíssima no Grupo 3 da Libertadores.


Para esta importantíssima partida, o treinador interino fixo Enderson Moreira escalou o Fluminense no 4-2-2-2, esquema já característico deste Flu pós-Muricy Ramalho, com: Ricardo Berna; Mariano, Gum, Edinho e Júlio César; Diguinho e Valencia; Conca e Souza; Fred e Emerson. Pelo Nacional, o técnico Carrasco esquematizou sua equipe no 4-3-3 com: Muñoz; Godoy, Jádson, Coates e Gabriel Marques; Piriz, Cabrera e Pereyra; Charquero, Garcia e Viudez.


Diante de um Estádio lotado e pulsante, a primeira tarefa do Fluminense após o apito inicial seria impedir o Nacional de gostar do jogo, ou seja, esfriar a partida. E o Tricolor foi perfeito nesta missão, não só anulando qualquer ação ofensiva uruguaia nos primeiros 15 minutos como ameaçando o goleiro Muñoz em duas oportunidades, uma com o Souza e outra com o Emerson. Este bom início tranquilizou o Flu, que criou raízes no campo de ataque e dominou o duelo até o intervalo. No entanto, apesar da maior posse de bola e de tentar dinamizar seus ataques, variando avanços pelos dois flancos e pelo centro, o Tricolor pecou pela falta de poder ofensivo e não arquitetou mais nenhuma clara oportunidade de balançar as redes até o fim da 1ª etapa.


Para a tristeza do torcedor tricolor, o castigo por o time não ter aproveitado a superioridade no 1º tempo não tardaria a chegar. Foram necessários apenas 5 minutinhos para o Cabrera alçar a pelota na área, o Edinho mostrar que não possui nenhum cacoete para o jogo aéreo e o centroavante Garcia, alguns centímetros impedido, marcar um belo gol de cabeça. O Fluminense sentiu o tento sofrido, mas sentiria mais ainda a entrada do veterano meia argentino Gallardo, aos 8 minutos. Com sua gigantesca qualidade no passe, Gallardo infernizou o sistema defensivo tricolor, participando de uma boa trama segundos após entrar em campo. Aos 21 minutos, quando o Fluminense ainda estava totalmente perdido, Gallardo deu espetacular assistência para o Garcia tocar na saída do Ricardo Berna e colocar 2 x 0 no placar. Placar este que só não foi novamente alterado aos 23 minutos pois o Gum salvou sobre a linha outra ótima finalização do endiabrado Garcia, após mais um passe do não menos endiabrado Gallardo.


Diante de uma situação crítica, o técnico Enderson Moreira, que já havia colocado o Deco em campo, tentou aumentar a força ofensiva da equipe com as entradas do Araújo e do Rafael Moura nos lugares do Júlio César e do Diguinho, porém de nada adiantou. Estes jogadores que entraram, assim como os apagados Conca e Fred, nada conseguiram fazer para levar o Flu ao empate. Nos últimos 20 minutos da 2ª etapa, os uruguaios não encontraram dificuldades para segurar o resultado e o único problema que tiveram foi a expulsão do Gallardo, já aos 40 minutos.


Apesar da derrota, a classificação tricolor para a próxima fase ainda é possível. Além de ter que ganhar o seu próximo duelo, contra o Argentinos Juniors, na Argentina, o Fluminense terá que torcer por uma combinação de resultados. Vale dizer que esta postagem foi escrita antes do encerramento do duelo entre Argentinos Juniors e América do México.


JOGADA RÁPIDA!


Pela Copa do Brasil, o Botafogo e o Vasco garantiram suas vagas na próxima fase da competição. O “Glorioso”, com dois gols do Loco Abreu, bateu o Paraná por 3 x 0 e agora irá enfrentar o Avaí, adversário consideravelmente mais forte do que o próprio Paraná e o River do Sergipe, que foram eliminadas pelo Bota neste torneio. Já em São Januário, o Vasco precisou suar litros e mais litros para vencer o ABC por 2 x 1, com o gol da classificação, assinalado pelo meia Bernardo, ocorrendo somente aos 32 minutos da 2ª etapa. Agora, nas oitavas de final, o Cruzmaltino enfrentará o Náutico.

terça-feira, 5 de abril de 2011

UMA IMAGEM...


Rivais no campo político, norte-americanos e iranianos confraternizam antes do duelo válido pela Copa do Mundo de 1998.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

POSTAGEM 500!

Olá amigos do FUTEBOLA!


Hoje o blog está comemorando 500 postagens e gostaria de compartilhar com todos a minha grande felicidade pela marca.


Desde que dei o pontapé inicial do FUTEBOLA, posso afirmar com todas as letras que o meu interesse pelo "esporte bretão" só aumentou, assim como também aumentaram o número de jogos vistos, o de livros na prateleira, o de documentários na estante... E prometo melhorar cada vez mais.


Alguns meses atrás, um grande amigo meu veio até mim e disse:


- Diano, inventei um slogan para o seu blog: "FUTEBOLA - Futebol com História"


Ainda não estampei este slogam aqui no blog, mas sempre penso nele quando estou escrevendo uma nova postagem. Meu objetivo é transformar este espaço em um lugar onde os torcedores encontrem não só os comentários dos jogos atuais, sejam os disputados em nossos gramados ou pelo resto do mundo, mas também histórias que mantenham viva a memória do futebol. Acredito que, pouco a pouco, estou conseguindo construir esta minha meta. Falando em histórias, aqui vai uma que li faz apenas dois dias, mas tenho certeza de que nunca esquecerei.


Corria a I Guerra Mundial e, em uma determinada frente de batalha, ingleses e alemães duelavam nos cansativos e intermináveis combates de trincheiras, onde cada metro de terreno conquistado era de extrema importância. Foi então que chegou a noite de Natal e o que parecia impossível ocorreu. Por livre e espontânea vontade, os rivais saíram de suas trincheiras para beber, conversar, comer... E neste clima inimaginável, eis que surge uma bola de futebol. Isso mesmo, em meio ao combate, alemães e ingleses largaram suas armas e iniciaram uma partida de futebol. Realmente o futebol é muito mais que um simples jogo.

domingo, 3 de abril de 2011

CAMPEONATO CARIOCA 2011 - TAÇA RIO - 6ª RODADA





RESULTADOS


Nova Iguaçu 3 x 2 Cabofriense / Madureira 2 x 1 América / Volta Redonda 1 x 2 Fluminense / Macaé 2 x 1 Boavista / Duque de Caxias 0 x 2 Flamengo / Americano 0 x 0 Olaria /Vasco 4 x 0 Bangu / Botafogo 1 x 1 Resende


Vasco 4 x 0 Bangu – São Januário

Com uma atuação nota 10 do meia Felipe, sem dúvidas a melhor desde o seu retorno, o Vasco goleou o Bangu por 4 x 0 e se manteve na ponta do Grupo A da Taça Rio.

Ainda buscando a formação ideal para a sua equipe, Ricardo Gomes deixou o jovem Bernardo no banco de reservas e organizou o Vasco em um 4-4-2 com: Fernando Prass; Allan, Dedé, Anderson Martins e Ramón; Rômulo, Felipe Bastos, Felipe e Diego Souza, Éder Luís e Alecsandro. Pelo lado do Bangu, o ex-volante e agora técnico Marcão mandou o Alvirrubro de Moça Bonita para o jogo também no 4-4-2, com: Thiago Leal; Gedeílson, Abílio, Diego Padilha e Fabiano Silva; Joziel, Rafael, Ricardinho e Tiano; Pipico e Somália.

Os primeiros 20 minutos do duelo, ou seja, do apito inicial até a parada técnica, foram agitados e com diversas oportunidades de gols. No Vasco, Felipe Bastos e Felipe apareciam bem nas tramas ofensivas e incomodavam bastante o sistema defensivo adversário, enquanto o Bangu tinha no meia Tiano, que mandou uma bomba no travessão em cobrança de falta, seu principal jogador. Porém, este equilíbrio apresentado nesta primeira parte do confronto não retornaria após a parada técnica. O motivo? O volante alvirrubro Rafael recebeu o segundo cartão amarelo, aos 18 minutos, e foi mais cedo para o chuveiro. Com um homem a mais em campo e, consequentemente, mais espaços para arquitetar tramas ofensivas, o meia Felipe deu início a um verdadeiro show de bola. Teve lindo passe para Éder Luís carimbar a trave, milimétrica assitência para o zagueiro Dedé abrir o placar, aos 40 minutos, outra assistência, já na 2ª etapa, para Éder Luís acertar um belo arremate e ampliar a vantagem, bola perfeita para o Bernardo deixar o Alecsandro livre, leve e solto e marcar o seu primeiro gol pelo clube e, por fim, uma finalização de gigantesca categoria que fechou a goleada vascaína. Isso mesmo, amigos, dos quatro gols do Vasco o Felipe participou diretamente de três deles com passes e ainda marcou o quarto. Atuação que entra para a galeria das melhores do Cariocão 2011.

Além do espetáculo proporcionado pelo Felipe, o Vasco também contou com ótimas apresentações do zagueiro Dedé, cada vez mais idolatrado pelos torcedores, do Éder Luís, que por pouco não marcou um gol de placa, e do meia Bernardo, que entrou na metade da 2ª etapa e não deixou o ritmo da equipe cair. Por outro lado, Diego Souza esteve em um nível abaixo dos companheiros e o Alecsandro, apesar do gol, precisará mostrar mais se quiser permanecer entre no onze inicial. No Bangu, o destaque maior ficou por conta do goleiro Thiago Leal, cuja presença evitou que a equipe sofresse uma goleada semelhante à sofrida pelo América na Taça Guanabara, quando o “Diabo” levou 9 x 0 do Vasco.

Além de deixar o Vasco na ponta da tabela, esta ótima atuação contra o Bangu tem tudo para influenciar na partida da próxima quarta-feira, quando o “Gigante da Colina” enfrentará o ABC pela Copa do Brasil e precisa da vitória para avançar – o empate sem gols leva a decisão para os pênaltis e qualquer outro empate dá a classificação ao ABC. Se repetir o futebol deste domingo, o Vasco tem tudo para avançar no torneio nacional.

JOGADA RÁPIDA!

Depois de um 1º tempo horroroso, no qual saiu derrota por 1 x 0, o Botafogo cresceu na etapa final e conseguiu empatar o duelo contra o Resende com um gol do zagueiro artilheiro Antônio Carlos. Apesar de manter o Botafogo na zona de classificação para a próxima fase, o empate não foi nada bom para o Fogão, pois o obriga a vencer o Clássico contra o Flamengo na próxima rodada para não precisar ter que torcer contra o Olaria e o Fluminense.

BIBLIOTECA DO FUTEBOLA

Para quem gosta de futebol e de política, ou melhor, para quem gosta de quando o futebol e a política se misturam, este é um livro que deve ser lido. "Palmeiras x Corinthians 1945 - O Jogo Vermelho" conta a história do duelo amistoso e beneficente para o MUT (Movimento Unificador dos Trabalhadores) que teve o objetivo de arrecadar fundos para a campanha eleitoral do Partido Comunista do Brasil (PCB). O autor Aldo Rebelo conta com detalhes os momentos mais importantes da organização deste histórico confronto e, é claro, de como foi o jogão de bola.


Palmeiras x Corinthians 1945 - O Jogo Vermelho

Autor: Aldo Rebelo

Editora: Unesp