segunda-feira, 28 de abril de 2014

FUTEBOL É ARTE

















Romero Britto – nascido em Recife, a 6 de outubro de 1963 – é o que podemos chamar de cidadão do mundo, e não seria exagero dizer que ele alcançou um status talvez nunca alcançado por nenhum pintor brasileiro. Assim como seus oito irmãos – um deles, Baltemar Britto, é inclusive treinador e já foi auxiliar de José Mourinho –, o artista pernambucano é apaixonado por futebol. Hoje, na atual função de embaixador da Copa do Mundo 2014, Britto empresta as cores, a vida e a peculiaridade de sua arte para o esporte mais popular do planeta.

domingo, 27 de abril de 2014

CAMPEONATO BRASILEIRO 2014 – 2ª RODADA – CORINTHIANS X FLAMENGO


Corinthians 2 x 0 Flamengo – Pacaembu, São Paulo (SP)

Na despedida alvinegra do Pacaembu, Flamengo joga mais de um tempo com um homem a menos e cai diante de um Corinthians que fez apenas o suficiente para vencer.

Os dois clubes de maior torcida do Brasil fizeram um primeiro tempo tão pobre, mas tão pobre, que deu até pena. Fora o gol corintiano, aos 9 minutos, nascido em córner e bem concluído pelo Guilherme, nada foi criado ofensivamente que merecesse aplausos. Nem por alvinegros, nem por rubro-negros.

Pelo lado do Flamengo, muito da pobreza ofensiva pode ser creditada à escolha do lento e previsível André Santos como único meia armador, posição que, em princípio, deveria ser ocupada por um jogador criativo, de pensamento rápido e qualidade no passe capaz de obedecer a este pensamento. Já pelo lado do Corinthians, a infertilidade com a bola nos pés pode ser colocada na conta de uma vontade de se resguardar tão grande que beirou a preguiça.

A expulsão de Léo Moura, no fim da etapa inicial, e uma bela finalização no travessão do Fábio Santos, logo após o início do segundo tempo, deram a entender que o Corinthians iria deixar a cautela excessiva de lado e tomar as rédeas do confronto. Que nada! De maneira até surpreendente, o Flamengo, principalmente quando já formava como o trio Mugni, Paulinho e Nixon, começou a rondar a área alvinegra e dar trabalho ao goleiro Cássio.

O crescimento rubro-negro fez com que ali pela metade do segundo tempo o gol de empate flamenguista parecesse até maduro. Porém, minuto após minuto, as forças do Fla se esvaíram e o Corinthians, numa das raras vezes que conseguiu tramar um lance de ataque, deu números finais ao embate em cruzamento de Fábio Santos e desvio do zagueiro Gil.

Pela festa realizada pelos quase 40 mil presentes nas arquibancadas, pela histórica despedida do estádio que sempre o recebeu de coração aberto e por ter jogado um tempo inteiro com um homem a mais, o Corinthians poderia (e deveria) ter apresentado um melhor futebol. Quanto ao Flamengo, resta juntar os cacos da derrota rapidamente e começar a buscar um rumo antes que a briga contra o rebaixamento não se torne o seu único objetivo.

Corinthians: Cássio; Fagner, Cleber, Gil e Fábio Santos; Guilherme, Ralf, Jádson e Petros (Danilo); Romarinho (Malcom) e Guerrero (Luciano). Técnico: Mano Menezes.

Flamengo: Felipe; Léo Moura, Wallace, Samir e João Paulo; Cáceres, Márcio Araújo, Luiz Antônio e Paulinho; André Santos (Mugni); Alecsandro (Nixon). Técnico: Jayme de Almeida.

sábado, 26 de abril de 2014

JOGOS INESQUECÍVEIS DO BRASILEIRÃO - PALMEIRAS X FLUMINENSE - 2012


Palmeiras 2 x 3 Fluminense

Campeonato Brasileiro 2012 – 35ª rodada

Prudentão, Presidente Prudente (SP)

11 de Novembro de 2012

Palmeiras: Bruno; Wesley, Maurício Ramos, Henrique (Román) e Juninho; João Denoni, Marcos Assunção (Luan), Correa e Patrick Vieira; Obina (Maikon Leite) e Barcos. Técnico: Gilson Kleina.

Fluminense: Diego Cavalieri; Bruno (Diguinho), Leandro Euzébio, Gum e Carlinhos; Edinho, Jean e Thiago Neves; Wellington Nem (Marcos Júnior), Fred e Rafael Sóbis (Valencia). Técnico: Abel Braga.

Gols: Fred (Fluminense), aos 45’ de primeiro tempo; Maurício Ramos (Palmeiras-contra), aos 8’; Barcos (Palmeiras), aos 16’; Patrick Vieira (Palmeiras), aos 19’ e Fred (Fluminense), aos 42’ do segundo tempo.

Foi épico! Foi vibrante! Foi de tirar o fôlego! O que Fluminense e Palmeiras fizeram naquele domingo foi de ressuscitar defunto. Os tricolores adentraram o gramado com chances de sair dele como campeões brasileiros, chances estas que se tornaram quase certeza quando Fred e Maurício Ramos, contra, colocaram dois a zero no placar e o vascaíno Alecsandro fez o gol de empate diante do Atlético Mineiro, único rival do Flu na briga pelo título. Se tudo seguisse assim, o caneco já poderia ser endereçado para as Laranjeiras.

Porém, o desesperado Palmeiras, que vivia uma árdua luta contra o rebaixamento, tirou forças sabe-se lá de onde e num piscar de olhos igualou tudo, com Barcos e Patrick Vieira. Faltavam uns 30 minutos para o fim. E que minutos! O Alviverde se mostrava imponente e ostentava sua fibra. O Tricolor lutava com amor e vigor. E nesse momento, fez a diferença em favor do Fluzão o fato de contar com os dois melhores jogadores daquele campeonato.


O goleiro Diego Cavalieri, que salvou milagrosamente o que seria o tento da virada palmeirense, e o artilheiro Fred, que com a precisão de quem sabe tudo de grande área fez o gol do ponto final, o gol da vitória histórica, o gol do título.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

A VANTAGEM IMPOSTA


Já há algum tempo ganhou tom de verdade absoluta futebolística que em um confronto de ida e volta é melhor ser visitante primeiro e anfitrião depois. Dito de outro modo, jogar os últimos 90 de um duelo de 180 minutos em casa se tornou uma vantagem inegável. E realmente seria?

O grande benefício de ser mandante na segunda partida de uma mata-mata é estar ao lado da torcida nos momentos derradeiros. Este, porém, é um benefício bem relativo, pois uma combinação entre resultado desfavorável e atuação ruim no caminhar do jogo de volta inquieta o antes esperançoso torcedor e o apoio das arquibancadas tem grandes possibilidades de se transformar em desestabilizadoras vaias.

Outro dito ponto positivo de mandar a partida de volta é entrar em seu próprio campo já sabedor do resultado que precisa fazer para se classificar. Ora, bolas, onde está a vantagem em saber, por exemplo, que é necessário vencer por três, quatro ou cinco gols de diferença? Para um time de psicológico fraco, como são muitos no futebol brasileiro, a necessidade de golear para passar de fase é suficiente para desorganizá-lo taticamente, fragilizá-lo tecnicamente e esgotá-lo fisicamente.


A intenção aqui não é a de inverter os polos, ou seja, decretar que é melhor jogar a primeira partida em casa e a segunda fora. Ser visitante na volta também tem seus problemas. Na verdade, vantagem mesmo seria um time poder olhar para si próprio, para o seu departamento médico, para o calendário da competição (com o intuito de compará-lo com outros torneios simultâneos), para o adversário e para a casa do adversário (altitude? caldeirão? viagem longa?) e decidir qual seria a ordem do mando de campo que ele considera mais vantajosa. Isso sim seria vantagem, não a imposição que atualmente é feita.

COPA LIBERTADORES 2014 - OITAVAS DE FINAL - SAN LORENZO X GRÊMIO


San Lorenzo 1 x 0 Grêmio – Estádio Nuevo Gasometro, Buenos Aires (Argentina)

Em jogo truncado e de poucas oportunidades de gols, Grêmio perde para o San Lorenzo e precisará vencer em Porto Alegre para seguir adiante na Libertadores.

Durante os 90 minutos, o mérito gremista foi o de não deixar o calor das arquibancadas descer ao gramado e inflamar os anfitriões. Em outras palavras, não existiu pressão do San Lorenzo no Nuevo Gasometro. Para critérios de comparação, vale ressaltar que, diante do Tricolor Gaúcho, os argentinos construíram apenas três oportunidades de gols, um número pequeno, ainda mais se comparado com as 10 chances que foram criadas na vitória por três a zero que eliminou o Botafogo.

Fechadinho em seu próprio campo e sempre chegando junto (os ligados volantes Edinho e Riveros que nos digam), o Grêmio dificultou muito a vida dos meias e laterais argentinos. Piatti, por exemplo, esteve em campo por mais de uma hora e nada – nadica de nada – conseguiu produzir em termos ofensivos. O mesmo vale para o Villalba, e também valeria para o arisco Correa, mas este soube aproveitar a única dormida no ponto dos gaúchos para fazer um a zero, aos 6 minutos do segundo tempo.

Até se ver em desvantagem, a única alternativa gremista para buscar o ataque era a velocidade do Dudu, que exerceu muito bem a função de auxiliar a defesa e iniciar os contragolpes. Porém, assim que o San Lorenzo foi às redes, Ramiro deu lugar a Luan e o Tricolor se aproveitou de um surpreendente acanhamento dos argentinos para buscar o ataque com mais convicção. Sem muito refino, o mais perto que o Grêmio esteve do empate foi uma cobrança de falta na linha da pequena área (recuo para o goleiro) que Barcos mandou por cima da meta.

No finzinho, um arremate do Cavallaro quase ampliou a vantagem argentina, o que seria um golpe enorme nas pretensões tricolores. No entanto, a pelota não entrou e derrota por um a zero é perfeitamente reversível em Porto Alegre.

San Lorenzo: Torrico; Buffarini, Valdés, Gentiletti e Más; Mercier e Ortigoza; Villalba (Cavallaro), Correa (Elizari) e Piatti (Kannemann); Matos. Técnico: Edgardo Bauza.


Grêmio: Marcelo Grohe; Pará, Werley, Pedro Geromel e Léo Gago (Breno); Riveros, Edinho e Ramiro (Luan); Zé Roberto (Maxi Rodríguez) e Dudu; Barcos. Enderson Moreira.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

GÊNIOS DAS PALAVRAS

El Juramento
Por Gabriel García Márquez

[Crônica do ícone da literatura sul-americana sobre a primeira vez que foi a um estádio de futebol. A partida em questão é o duelo colombiano entre Junior de Barranquilla, do atacante brasileiro Heleno de Freitas, contra o Millonarios, do argentino Alfredo Di Stéfano, realizado no dia 14 de junho de 1950]

Y entonces resolví asistir al estadio. Como era un encuentro más sonado que todos los anteriores, tuve que irme temprano. Confieso que nunca en mi vida he llegado tan temprano a ninguna parte y que de ninguna tampoco he salido tan agotado.

Alfonso y Germán no tomaron nunca la iniciativa de convertirme a esa religión dominical del futbol, con todo y que ellos debieron sospechar que alguna vez me iba a convertir en ese energúmeno, limpio de cualquier barniz que pueda ser considerado como el último rastro de civilización, que fui ayer en las graderías del municipal. El primer instante de lucidez en que caí en la cuenta de que estaba convertido en un hincha intempestivo, fue cuando advertí que durante toda mi vida había tenido algo de que muchas veces me había ufanado y que ayer me estorbaba de una manera inaceptable: el sentido del ridículo. Ahora me explico por qué esos caballeros habitualmente tan almidonados, se sienten como un calamar en su tinta cuando se colocan, con todas las de la ley, su gorrita a varios colores.

Es que con ese solo gesto, quedan automáticamente convertidos en otras personas, como si la gorrita no fuera sino el uniforme de una nueva personalidad. No sé si mi matrícula de hincha esté todavía demasiado fresca para permitirme ciertas observaciones personales acerca del partido… En primer término, me pareció que el Junior dominó a Millonarios desde el primer momento. Si la línea blanca que divide la cancha en dos mitades significa algo, mi afirmación anterior es cierta, puesto que muy pocas veces pudo estar la bola, en el primer tiempo, dentro de la mitad correspondiente a la portería del Junior. (¿Qué tal va mi debut como comentarista de futbol?).

Por otra parte, si los jugadores del Junior no hubieran sido ciertamente jugadores sino escritores, me parece que el maestro Heleno habría sido un extraordinario autor de novelas policíacas. Su sentido del cálculo, sus reposados movimientos de investigador y finalmente sus desenlaces rápidos y sorpresivos le otorgan suficientes méritos para ser el creador de un nuevo detective para la novelística de policía. Haroldo, por su parte, habría sido una especie de Marcelino Menéndez y Pelayo, con esa facilidad que tiene el brasileño para estar en todas partes a la vez y en todas ellas trabajando, atendiendo simultáneamente a once señores, como si de lo que se tratara no fuera de colocar un gol sino de escribir todos los mamotretos que don Marcelino escribiera. Berascochea habría sido, ni más ni menos, un autor fecundo, pero así hubiera escrito setecientos tomos, todos ellos habrían sido acerca de la importancia de las cabezas de alfiler. Y qué gran crítico de artes habría sido Dos Santos –que ayer se portó como cuatro– cortándole el paso a todos los escribidorcillos que pretendieran llegar, así fuera con los mayores esfuerzos, a la portería de la inmortalidad. De Latour habría escrito versos. Inspirados poemas de largometraje, cosa que no podría decirse de Ary. Porque de Ary no puede decirse nada, ya que sus compañeros del Junior no le dieron oportunidad de demostrar al menos sus más modestas condiciones literarias.

Y esto por no entrar con los Millonarios, cuyo gran Di Stéfano, si de algo sabe, es de retórica.

No creo haber perdido nada con este irrevocable ingreso que hoy hago –públicamente– a la santa hermandad de los hinchas. Lo único que deseo, ahora, es convertir a alguien. Y creo que va a ser a mi distinguido amigo, el doctor Adalberto Reyes, a quien voy a convidar a las graderías del Municipal en el primer partido de la segunda vuelta, con el propósito de que no siga siendo –desde el punto de vista deportivo– la oveja descarriada”.

domingo, 20 de abril de 2014

CAMPEONATO BRASILEIRO 2014 - 1ª RODADA - SÃO PAULO X BOTAFOGO


São Paulo 3 x 0 Botafogo – Morumbi, São Paulo (SP)

Frágil e tímido, Botafogo não resiste ao São Paulo no Morumbi e estreia no Brasileirão com uma sonora derrota por três a zero.

Pelo pouco tempo de trabalho no clube, era totalmente compreensível que o estreante Vágner Mancini optasse por uma formação semelhante à que vinha sendo utilizada pelo ex-técnico Eduardo Hungaro. O que nem de longe foi possível de se compreender, porém, foi a postura de coadjuvante do Botafogo. Em poucas palavras, a atuação alvinegra em nada mudou se comparada com aquela apatia enorme mostrada diante do San Lorenzo, pela Libertadores, há cerca de duas semanas.

Logo após o apito inicial o cenário do confronto já estava desenhado: o Botafogo foi ao jogo com a proposta de se fechar em seu próprio campo, deixar a bola nos pés tricolores e aguardar pelos espaços para contra-atacar. Porém, os alvinegros foram tão frágeis defensivamente que o São Paulo teve a bola e os espaços para construir tramas ofensivas quando bem entendesse.

Com o trio Bochilia, Ganso e Pato repleto de liberdade para esbanjar técnica, o Tricolor criou nada menos do cinco dos chamados melhores momentos na etapa inicial e foi para o intervalo com uma ótima vantagem de 2 a 0, gols de Antônio Carlos, aos 12, e Douglas, aos 21, este último após perfeita assistência de Pato.

Na busca por dar vida ao seu time, Mancini lançou mão de Bolatti e Zeballos no intervalo, mas, aos 10, uma trama refinadíssima entre Pato, Ganso e Luís Fabiano terminou em gol do centroavante e colocou fim a qualquer esperança botafoguense de sair do Morumbi com um bom resultado. Abre parêntese. Apesar de não ter ido às redes, Pato fez um partidaço e foi essencial para o triunfo tricolor. Fecha parêntese.

Já sem maiores pretensões na partida, o Bota conseguiria criar, através do Zeballos, seus únicos bons lances ofensivos, mas o ligado Rogério Ceni impediu que o adversário chegasse sequer ao gol de honra. Ainda é cedo para qualquer previsão mais contundente, mas, sem dúvidas, este é um preocupante início de Brasileirão para os de General Severiano e um empolgante começo para os do Morumbi.

São Paulo: Rogério Ceni; Douglas, Rodrigo Caio, Antônio Carlos e Alvaro Pereira (Reinaldo); Maicon e Souza; Boschilia (Pabón), Ganso e Pato (Osvaldo); Luís Fabiano. Técnico: Muricy Ramalho.


Botafogo: Jefferson; Edilson (Lucas), Bolívar, Dória e Júlio César; Gabriel e Marcelo Mattos; Lodeiro, Jorge Wágner (Bolatti) e Wallyson (Zeballos); Ferreyra. Técnico: Vágner Mancini.

sábado, 19 de abril de 2014

JOGOS INESQUECÍVEIS DO BRASILEIRÃO - BOTAFOGO X SÃO PAULO 2007


Botafogo 0 x 2 São Paulo

Campeonato Brasileiro 2007 – 18ª rodada

Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

08 de Agosto de 2007

Botafogo: Marcos Leandro; Juninho, Renato Silva e Luciano Almeida (Adriano Felício); Joílson, Túlio, Leandro Guerreiro, Lúcio Flávio (Ricardinho) e Jorge Henrique (Alessandro); André Lima e Dodô. Técnico: Cuca.

São Paulo:  Rogério Ceni; Alex Silva, Breno e Miranda; Reasco (Hernanes), Josué, Richarlyson, Leandro (Diego Tardelli) e Jorge Wagner; Dagoberto (Júnior) e Borges. Técnico: Muricy Ramalho.

Gols: Alex Silva (São Paulo), aos 18 minutos do 2º tempo, e Leandro (São Paulo), aos 28 minutos do 2º tempo.

Chamar de decisão antecipada poderia ser um exagero, afinal era apenas a 18ª de um total de 38 rodadas, mas que aquele Botafogo versus São Paulo teve clima de final, isso teve. O Tricolor entrou no Maracanã como o líder do Brasileirão 2007 (34 pontos conquistados em 17 partidas). O Fogo, por sua vez, vinha na segunda colocação, com 32 pontos e um jogo a menos que o rival da noite. Em poucas palavras, quem vencesse o duelo no “Maior do Mundo” dormiria aconchegante na ponta da tabela.

O retrospecto de 25 jogos sem perder no Maracanã, o apoio de quase 50 mil alvinegros nas arquibancadas e o estilo ofensivo dos comandados de Cuca fizeram o Botafogo mais presente no ataque. Chutes de fora da área foram disparados e bolas foram bem cruzadas sobre a área tricolor, mas nada capaz de tirar o São Paulo do eixo. O time treinado pelo Muricy Ramalho realmente sabia como controlar um jogo, como não deixar o adversário crescer e, o principal, como vencer partidas deste tipo.

Esta, em particular, o Sampa venceu com gols na etapa final: Alex Silva, de cabeça, e Leandro, em veloz arrancada, este último após uma infantil expulsão do volante Túlio ter deixado o Bota com apenas 10 homens. O triunfo solidificou o São Paulo na liderança, de onde não sairia mais até o capitão Rogério Ceni erguer a taça de Campeão. Já para o Botafogo, o revés foi a chave para uma queda de rendimento que fez o clube terminar o torneio na nona colocação.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

VAI COMEÇAR O BRASILEIRÃO! VAI MESMO?


Estamos a menos de dois meses de ter em nossos gramados o mais importante torneio do futebol: a Copa do Mundo. Na Europa, a Champions League promete duelos de tirar o fôlego para os próximos dias, enquanto as Ligas Inglesa e Espanhola vivem uma reta final dos sonhos para os que pelos seus clubes torcem ou não. Pelas próximas semanas, Cruzeiro, Grêmio e Atlético Mineiro se dedicarão de corpo e alma à Libertadores. E, para completar, as finais dos Estaduais ainda estão na boca do povo, com equívocos de arbitragem, goleadas sonoras e triunfos improváveis. No meio disso tudo, vai começar o Campeonato Brasileiro.

É triste ver o desleixo como é tratado o principal torneio tupiniquim. O intuito aqui não é apresentar soluções para o problema, como medidas organizacionais, ações de marketing, possibilidades de mudanças de calendário, criações de comissões técnicas, jurídicas e de arbitragem, estabelecimento de planos para fiscalização dos estádios e dos torcedores que estes irão frequentar... O objetivo não é listar o que poderia ter sido feito para melhorar a competição, mas mostrar indignação com o fato de nada ter sido feito neste sentido.

Assusta como a CBF, do novo (Novo? Ele não mandava antes?) presidente Marco Polo del Nero, é incapaz de resolver questões simples. Se desde muito se tem motivos para duvidar da integridade dos dirigentes da Confederação, há algum tempo as dúvidas apontam também para a capacidade profissional destes. Será que a entidade nada faz porque os seus membros pensam apenas nos próprios benefícios ou porque eles realmente não possuem ideia do que fazer para colocar o principal Campeonato do país historicamente mais admirado do futebol mundial no seu devido lugar? Um pouco de cada. Ou pior, muito de cada.

E assim, meio que camuflado, vai começar o Brasileirão. Pelo menos os seus jogos vão começar, pois quando ele será assunto nas esquinas, mesas de bares, telefones celulares e reuniões familiares é uma previsão impossível.

COPA LIBERTADORES 2014 – OITAVAS DE FINAL – CRUZEIRO X CERRO PORTEÑO


Cruzeiro 1 x 1 Cerro Porteño – Mineirão, Belo Horizonte (MG)

Com gol de Samudio no apagar das luzes, Cruzeiro empata com Cerro Porteño em Belo Horizonte, na primeira partida das oitavas de final da Libertadores.

O início azul no Mineirão foi eletrizante! Marcação pressão que não deixava o Cerro Porteño respirar, rápidas e incisivas trocas de passes, bolas perigosamente cruzadas na área, Éverton Ribeiro endiabrado e arremates longos e médios que obrigaram o portero Fernández a realizar defesas dificílimas. Lembrou em tudo o time que atropelou os rivais no Brasileirão de 2013. Ou melhor, quase tudo, pois se no último torneio nacional a Raposa assustava pela facilidade com que balançava as redes, desta vez, diante dos paraguaios, faltou transformar a superioridade em gols.

O tempo passou, a bola azul não entrou, o volume ofensivo diminuiu e o Cerro Porteño conseguiu puxar um ar para se organizar melhor defensivamente. E os paraguaios não só ajeitaram suas duas linhas de quatro homens na retaguarda como souberam aproveitar a bobeada da defesa cruzeirense – pelo alto e por baixo – para, aos 31 minutos, fazer um a zero através de Ángel Romero.

A Raposa sentiu o golpe e nem mesmo o intervalo foi capaz de recolocá-la nos eixos. Pelo contrário. Se havia um gol maduro nos primeiros minutos da etapa final este era o segundo do Cerro Porteño, que esteve muito perto de ampliar o escore. Foi somente nos 15 minutos finais, quando os paraguaios já estavam preocupados somente em manter a ótima vantagem, que o Cruzeiro voltou a pressionar.

Não foi uma pressão como a do início da partida, mas uma pressão com pressa, mas na base da individualidade e do “vamos que vamos”. E vejam que ironia. Quando deu um show de organização tática e refino técnico, o Cruzeiro não foi capaz de sacudir o filó. Porém, quando partiu para o abafa, para o “um por todos, todos por um”, chegou às redes com Samudio, no penúltimo minuto de jogo. Coisas do futebol...

Cruzeiro: Fábio; Ceará (Mayke), Dedé, Bruno Rodrigo e Samudio; Henrique e Lucas Silva; Elber (Borges), Éverton Ribeiro e Willian; Júlio Baptista (Marlone). Técnico: Marcelo Oliveira.

Cerro Porteño: Fernández; Bonet, Cardoso, Ortiz e Alonso; Julio dos Santos, Oviedo, Corujo e Óscar Romero (Candia); Ángel Romero (Beltrán) e Guiza (Torres). Técnico: Francisco Arce. 

terça-feira, 15 de abril de 2014

BATENDO BAFO - CORINTHIANS 1990

No início da década de 1990, o Corinthians não contava em sua biografia com sequer um título nacional de grande porte. Nem Taça Brasil, nem Torneio Roberto Gomes Pedrosa, nem Campeonato Brasileiro e nem a recém-criada Copa do Brasil. Mas o primeiro ano da década foi o ano da mudança. Liderado pelo goleiro roqueiro Ronaldo e pelo craque Neto, que se tornaria um dos maiores ídolos da história do clube apesar de ter passado por todos os grandes rivais estaduais corintianos, o Timão bateu o São Paulo nos dois jogos decisivos (ambos por um a zero, o primeiro com gol de Wilson Mano e, o segundo, de Tupãzinho) e colocou o primeiro caneco nacional em sua sala de troféus.




domingo, 13 de abril de 2014

FLAMENGO CAMPEÃO CARIOCA DE 2014


Flamengo 1 x 1 Vasco – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Com gol irregular de Márcio Araújo nos acréscimos, Flamengo empata com Vasco e conquista o 33º título Carioca de sua história.

O cenário inicial do jogo era previsível. O Flamengo – como provavelmente faria qualquer time brasileiro atual ao começar uma partida em vantagem – se posicionaria em seu próprio campo à espera da brecha para contra-atacar. A bola, assim, ficaria a maior parte do tempo em pés vascaínos. Dito e feito. Durante não só todo o primeiro tempo, mas até Douglas abrir o placar, aos 30 minutos da etapa final, este foi o panorama do clássico.

Esquematizado com duas linhas de quatro, o Flamengo armou uma barreira em seu próprio campo. Uma barreira que esteve longe de ser intransponível, já que o Vasco conseguiu levar algo de perigo com William Barbio sobre André Santos, em bolas paradas e em arremates longos, mas que foi sólida o suficiente para manter o placar em branco.

Foi então que Chicão e André Rocha discutiram e o juiz mandou ambos mais cedo para o chuveiro. O jogo ficou mais aberto e melhor para o Cruz-Maltino e, aos 28, Erazo deu um carrinho na área imperdoável até para um sub-15, derrubou Pedro Ken e Douglas colocou o Vasco na frente. Com 15 minutos por jogar, o Fla teria que mudar completamente os seus planos.

Sem condições técnicas, táticas, físicas e psicológicas para pressionar de maneira consciente, o Flamengo partiu para o “bumba meu boi” e conseguiu acuar o adversário. O resultado veio nos acréscimos: Léo Moura cobrou escanteio, Wallace cabeceou na trave e Márcio Araújo, numa banheira daquelas com hidromassagem e tudo, empatou para dar o caneco ao Fla.
  
Sem dúvidas milhões de rubro-negros não estão nem aí para o fato de o gol do título ter sido ilegal. O saudoso flamenguista Ary Barroso mesmo era um que dizia que “o ideal de uma vitória sobre o Vasco para decidir campeonato é Flamengo 1 a 0 e gol feito com a mão, todo mundo vendo, inclusive o juiz, porque se o juiz não visse, não tinha graça nenhuma”.

Coincidência, ou não, o fato é que um torneio que começou sem prestígio, apresentou gramados pantanosos, times desinteressados, um regulamento feito nas coxas e uma média de público vergonhosa, termina mais manchado por um gol irregular.

Flamengo: Felipe; Léo Moura, Chicão, Wallace e André Santos (Nixon); Amaral (Gabriel), Márcio Araújo, Luiz Antônio e Paulinho; Everton (Erazo); Alecsandro.Técnico: Jayme de Almeida.

Vasco: Martín Silva; André Rocha, Luan, Rodrigo e Diego Renan; Pedro Ken e Guiñazu; Willian Barbio (Reginaldo), Pedro Ken e Fellipe Bastos (Bernardo); Thalles (Aranda). Técnico: Adilson Batista.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

FRED E OS “TORCEDORES DO BEM”


O gol de Fred, o quinto da goleada sobre o Horizonte que classificou o Fluminense para a segunda fase da Copa do Brasil, foi um gol qualquer se levarmos em consideração apenas o que acontece dentro das quatro linhas, pois o jogo já estava decidido e ele nasceu de uma jogada caduca. Mas para o futebol brasileiro como um todo, foi um verdadeiro gol de placa. Foi um gol que simbolizou o rompimento de um dos maiores nomes da história recente (e não recente) do Tricolor Carioca e o torcedor organizado.

Quando o arremate de Fred cruzou a linha fatal, os torcedores que não fazem parte das organizadas (e que o centroavante nomeou de “torcedores do bem”) comemoraram e entoaram o famoso “O Fred vai te pegar!”. Os torcedores organizados, porém, arredondaram a boca e vaiaram o centroavante. No momento que o escritor Eduardo Galeano magistralmente chamou de o “orgasmo do futebol”, quem mandou a bola para a rede foi vaiado.

Fred anunciou o rompimento com a torcida organizada do Fluminense após ser perseguido, no meado da semana, por cerca de 20 marmanjos. Não é a primeira vez que estes fundamentalistas da bola se fazem valer de violência (física ou não) para demonstrar insatisfação com as atuações e a vida privada do camisa nove. Desta vez, para o bem do futebol, Fred decidiu enfrentar os malfeitores.

Abre parêntese. Nem todos os torcedores organizados são prejudiciais ao futebol, mas seria impossível, em termos de atitude, romper apenas com os que são. Fecha parêntese.

A atitude do artilheiro de dedicar seus gols apenas aos “torcedores do bem” é mais do que simbólica. De agora em diante, toda vez que Fred fizer um gol (e ele ainda fará muitos), os amantes da violência, os principais responsáveis pelo esvaziamento dos estádios, os sanguessugas disfarçados de apaixonados saberão que aquele gol não foi para eles.

Se mais jogadores abraçarem a causa – e se todos os jogadores abraçarem a causa! –, nunca mais estes destruidores sentirão o doce gosto de comemorar uma rede balançada, uma defesa milagrosa, um carrinho perfeito, um drible mágico, um passe precioso... E assim, partirá dos jogadores a atitude de enfrentamento que dirigentes de clubes e entidades futebolísticas e autoridades políticas jamais tiveram coragem para tomar.

COPA LIBERTADORES 2014 – FASE DE GRUPOS – SAN LORENZO X BOTAFOGO


San Lorenzo 3 x 0 Botafogo – Estádio Nuevo Gasometro, Buenos Aires (Argentina)

Botafogo não oferece dificuldades ao San Lorenzo, perde por 3 a 0 e dá adeus à Libertadores.

A vantagem do empate fez um mal enorme ao Botafogo. Desde o apito inicial ficou estampado na postura alvinegra o desejo de apenas aguentar a pressão, apenas se defender. O Bota não jogou com o regulamento debaixo do braço, jogou com o regulamento agarrado ao coração. Se segurou nele com tamanha intensidade que, quando se viu em desvantagem, não teve nem ideia do que fazer para reverter a situação.

Fora duas finalizações do Wallyson, uma em cada etapa, somente o San Lorenzo atacou. E como atacou! O time do Papa Francisco se manteve com a pelota nos pés e ao redor da área defendida pelo Jefferson até fazer um a zero com Villalba, aos 28 da etapa inicial, e, na sequência, se aproveitando de um Botafogo sem GPS, acelerou o ritmo e esteve bem perto de ampliar o placar.

A superioridade argentina na etapa inicial não foi nada perto do que viria após o intervalo. Logo aos 8, Piatti, que teve liberdade para fazer o que bem entendesse do primeiro ao último trilar do apito, arrematou de fora da área com precisão: dois a zero San Lorenzo.

Este placar classificaria o time de Almagro caso o Independiente del Valle não vencesse o Unión Española no outro duelo do grupo. Porém, como lá no Chile os gols não paravam de sair, o San Lorenzo não pôde se dar ao luxo de pisar no freio e seguiu encurralando um Bota ainda mais aberto pelas substituições.

Quando o Independiente del Valle fez 5 a 4 no Chile, resultado que obrigava uma vitória por três tentos do San Lorenzo, a fragilidade botafoguense ficou ainda mais evidente. Os anfitriões voltaram a criar oportunidades com inacreditável facilidade até Piatti – de longe o melhor homem em campo, não só pelas bolas na rede – marcar com invejável categoria aquele que seria o gol da classificação argentina, aos 44.  

Em números, o Botafogo – fora o Unión Española, já classificado – foi quem iniciou a rodada com a maior das vantagens, o que torna ainda mais inaceitável a apatia apresentada em Buenos Aires. Enquanto San Lorenzo e Independiente del Valle lutaram com todas as forças em busca da classificação, o Alvinegro se comportou como um mero figurante. E pagou caro por isso.

San Lorenzo: Torrico; Buffarini, Valdés, Gentiletti e Más (Navarro); Mercier, Ortigoza e Piatti; Villalba (Cavallaro), Correa (Elizari) e Matos. Técnico: Edgardo Bauza.


Botafogo: Jefferson; Lucas, Bolívar, Dória e Julio Cesar; Airton (Bolatti) e Gabriel (Henrique); Lodeiro, Jorge Wagner e Wallyson (Fabiano); Ferreyra. Técnico: Eduardo Hungaro. 

segunda-feira, 7 de abril de 2014

FAVORITOS! OU FAVORITOS?


Pelo retrospecto recente de três títulos consecutivos (Santos, Corinthians e Atlético Mineiro), pelo maior potencial econômico e, consequentemente, pelos melhores elencos no papel (seja lá qual for a importância disso), os brasileiros entraram na Libertadores com pompas de favoritos. A ausência do Boca Juniors – o único para quem os torcedores tupiniquins aceitam ser derrotados sem gritar “Que zebra!” – pretendia deixar o caminho para o principal título continental ainda menos pedregoso. Mas é quando a bola rola que a história se desenrola...

Favoritismo, amigos, não é sinônimo de vida fácil. Poderia me fazer valer de qualquer um dos grupos para ilustrar tal afirmação, mas ficarei com o do Flamengo. O título da Copa do Brasil após superar quatro dos seis melhores classificados do último Campeonato Brasileiro e uma chave com León, Bolívar e Emelec, clubes que nunca foram finalistas na história da Libertadores, levaram a uma ideia de que o Rubro-Negro teria vida tranquila na primeira fase. Esta ideia, diga-se de passagem, ignorou o fato de estes três clubes terem levantado um caneco nacional no ano passado.

Pois bem, com duas vitórias em cinco jogos, o Flamengo chega à última rodada sem a vaga no mata-mata garantida e, mais importante ainda, sem demonstrar ter um time superior aos seus adversários. Atlético Paranaense, Botafogo e Cruzeiro (até tu, Brutus!) vivem situação semelhante. É verdade que todos dependem de suas próprias forças, mas, hoje, com uma rodada por jogar, apenas Grêmio e Atlético Mineiro já estão classificados, um cenário bem menos pomposo do que se esperava no início do torneio.


O futebol brasileiro ainda pode ter todos seus seis clubes classificados para as oitavas de final da Libertadores, mas a possibilidade (real) de contar com apenas dois representantes no mata-mata serve para pensarmos primeiro em quão sólido era o favoritismo dos nossos clubes pré-torneio, e, segundo, em como é vazio este status de favorito no futebol. 

domingo, 6 de abril de 2014

CAMPEONATO CARIOCA 2014 - FINAL - VASCO X FLAMENGO



Vasco 1 x 1 Flamengo – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Tudo igual! Vasco sai na frente com zagueiro Rodrigo, Flamengo empata em petardo de Paulinho e Clássico dos Milhões termina sem vencedor. Rubro-Negro joga por novo empate para ser Campeão Carioca.

Foi um clássico mais brigado que bem jogado, mais xingado que refinado, mais tenso que emocionante, mais transpirado que inspirado. Foi, também, um confronto com duas etapas completamente distintas. A primeira dominada pelos de São Januário. A segunda, pelos da Gávea.

Superior ao Flamengo em termos de distribuição tática, solidez defensiva e disposição física, o Vasco abriu o placar aos 11 minutos, em cabeçada certeira do zagueiro Rodrigo, e teve as rédeas da partida em suas mãos durante todo o primeiro tempo.

Atrás, os zagueiros Rodrigo e Luan e o volante Guiñazu tomavam conta dos flamenguistas. À frente, Everton Costa, sempre que acionado, passava sem tomar conhecimento pelo improvisado Frauches e era perigo constante. Uma ótima infiltração de Edmilson, aos 23, foi a melhor chance criada pelos vascaínos para transformar a superioridade em uma vantagem ainda maior, mas Felipe se esticou e salvou o Flamengo.

Mas o que salvou mesmo o Fla foi o excesso de vontade de Everton Costa. Já amarelado, o atacante voltou para o segundo tempo distribuindo faltas e mãozadas na bola e acabou expulso, aos 10 minutos. Foi a senha para a mudança total no cenário do confronto.

Antes, o Flamengo era de uma infertilidade só. Léo aparecia mais na defesa do que no ataque, Alecsandro saia da área a todo momento, Márcio Araújo não passava do meio-campo e Paulinho e Luiz Antônio não davam opções nos flancos. Com um jogador a mais e a velocidade de Gabriel e Everton veio o sinal de vida. E que sinal: aos 15, Paulinho mandou um foguete de fora da área e igualou tudo.

A substituição de Léo por Negueba apontava para uma pressão rubro-negra nos últimos 30 minutos do clássico. Ledo engano. É verdade que o Fla manteve a bola nos seus pés e se fez mais presente no campo de ataque, mas nenhuma chance concreta de virar o escore foi criada. O Vasco, preocupado apenas em se defender, ainda arriscou dois chutes longos com Fellipe Bastos, mas o um a um não saiu do placar. Domingo que vem tem mais!

Vasco: Martín Silva; André Rocha, Luan, Rodrigo e Marlon; Pedro Ken, Guiñazu e Douglas (Bernardo); Everton Costa, Reginaldo (Fellipe Bastos) e Edmilson (Thalles). Técnico: Adilson Batista.

Flamengo: Felipe; Léo (Negueba), Wallace, Samir e Frauches (Everton); Amaral, Márcio Araújo, Luiz Antônio e Paulinho; Lucas Mugni (Gabriel); Alecsandro. Técnico: Jayme de Almeida.

BIBLIOTECA DO FUTEBOLA

Desde a mais simples e lamacenta pelada de pés descalços à mais badalada final de Copa do Mundo, o futebol é de uma riqueza criativa sem fim. As mais diversas tramas, personagens, cenários, épocas e sensações podem se misturar na criação de um conto futebolístico. E é justamente o que podemos encontrar no livro Contos Brasileiros de Futebol, organizado por Cyro Mattos e que reúne mais de uma dezena de obras.

Contos Brasileiros de Futebol
Organizado por Cyro Mattos
Editora LGE


quinta-feira, 3 de abril de 2014

FUTEBOL É ARTE

















O homem José Sabóia é baiano, nascido na cidade de Almadina, em 1949. O artista José Sabóia, porém, só viria a florescer no Rio de Janeiro, pois suas primeiras pinturas apenas ganharam vida em 1967, um ano após ele começar a viver na companhia dos braços abertos do Cristo Redentor. Suas obras possuem um forte caráter popular, com temas como colheita, música e... futebol. Digo futebol, mas poderia dizer Flamengo, pois o clube rubro-negro é um dos “alvos” prediletos da criatividade de Sabóia, como podemos ver na obra selecionada pela galeria “Futebol é Arte”.

COPA LIBERTADORES 2014 - FASE DE GRUPOS - EMELEC X FLAMENGO


Emelec 1 x 2 Flamengo – Estádio George Capwell, Guayaquil (Equador)

Flamengo supera Emelec com gol no apagar das luzes e depende de uma vitória simples na última rodada para avançar na Libertadores.

Pelo retrospecto recente como visitante na Libertadores (cinco derrotas e um empate nos últimos seis jogos antes do apito inicial) e pelos revezes nesta edição do torneio, seria presunçoso para o Flamengo pensar em uma vitória por dois ou mais gols diante do Emelec, vitória esta que o permitiria jogar pelo empate contra o León, na última rodada, para se classificar.

Porém, bastou a bola rolar para o Rubro-Negro ver que não tinha nada a temer. Ainda mais depois que o zagueiro equatoriano Nasuti meteu a mão na bola dentro da área aos 7 minutos e Alecsandro, com tranquilidade de sobra, inaugurou o placar. O relógio andava e nada de pressão do Emelec. E esse foi o grande mérito da boa etapa inicial do Fla: não permitir que o anfitrião se inflamasse.

Disse boa etapa inicial do Fla, mas poderia ter sido ótima. Faltou trabalhar com mais qualidade o punhado de oportunidades que teve para contra-atacar. A retaguarda equatoriana se mostrava mais esburacada que queijo suíço e deu ao Rubro-Negro todo o espaço necessário para matar o jogo. Não matou, e o Emelec cresceu.

Cresceu exatamente após Paulinho desperdiçar mais um contragolpe, cara a cara com o goleiro Dreer, no início do segundo tempo. Depois de quase uma hora sem entrar em sintonia com sua agitada torcida, o Emelec se empolgou, começou a dar trabalho pelos lados do campo e chegou ao empate aos 19, através do centroavante Stracqualursi, que converteu com força o pênalti cometido por Welinton em Caicedo.

Tudo apontava para uma pressão equatoriana. Que nada. Apesar da determinação e de passar mais tempo no campo de ataque, o Emelec seguiu a tropeçar nas próprias limitações técnicas e com enormes dificuldades para produzir tramas ofensivas. E não foi só isso. Seguiu também deixando brechas na defesa para o Flamengo explorar.

Assim, nos acréscimos, Negueba descobriu um ótimo lançamento e Paulinho, sem firulas, sacramentou o triunfo rubro-negro. Pelo que se viu nos 90 minutos, não seria exagero dizer que o Flamengo teve tudo para sair de campo com uma vitória por mais de dois gols.

Emelec: Dreer; Narváez, Guagua, Nasuti e Bagüi; Eddy Corozo (Caicedo), Quiñonez, Mena e Giménez (Charcopa); Mondaini (Bolaños) e Stracqualursi. Técnico: Gustavo Quinteros.


Flamengo: Felipe; Welinton (Chicão), Wallace, Samir e João Paulo; Muralha (Recife) e Amaral; Gabriel, Everton (Negueba) e Paulinho; Alecsandro. Técnico: Jayme de Almeida.

terça-feira, 1 de abril de 2014

NOMES DOS ESTÁDIOS - CANINDÉ


O Canindé é a casa da Portuguesa desde o ano de 1956, quando o clube luso adquiriu o terreno que havia pertencido ao São Paulo e construiu, provisoriamente, alambrados e uma arquibanca de madeira, o que, somado à proximidade ao Rio Tietê, deu ao estádio o apelido de Ilha da Madeira. O estádio ganhou o nome de Independência e seu primeiro anel de arquibancada de concreto (que lhe conferiu capacidade para 10 mil torcedores) em 1972. Um dos maiores responsáveis por dar mais vida (e cimento) a este estádio foi o Doutor Oswaldo Teixeira Duarte – que exerceu o cargo máximo de presidente do clube entre 1970 e 1980 e é considerado um dos mais importantes dirigentes da história rubro-verde. Por isso, em 1984, quando o Canindé já contava com uma capacidade de 28.500 espectadores sentados, o Conselho Deliberativo da Portuguesa decidiu por dar ao simpático estádio o nome de Estádio Dr. Oswaldo Teixeira Duarte.