sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

TRINTA E SEIS ANOS. E DAÍ?


Domingo, contra o Botafogo, Léo Moura se despede oficialmente do Flamengo após uma década e mais de 500 jogos pelo clube. A sensação é a de que Léo Moura sempre teve a vontade de encerrar a carreira na Gávea, mas a diretoria rubro-negra, cautelosa, preferiu não oferecer ao lateral o tempo de contrato que ele desejava, deixando o caminho aberto para ele tentar a sorte nos Estados Unidos. Não é a primeira e nem será a última vez que uma diretoria hesita em oferecer um contrato mais longo a um jogador veterano, porém, desta vez, os cartolas flamenguistas desconfiaram de quem não deviam.

É lógico, claro e evidente que Léo Moura não é o mesmo possante de alguns anos atrás. No entanto, mesmo do alto de seus 36 anos, o lateral segue esbanjando regularidade, a ponto de ter sido, em 2014, vejam só, o jogador flamenguista que mais vezes entrou em campo, com 50 participações, mesmo número do vigoroso zagueiro Wallace. E Léo está longe de ser aquele lateral que entra em campo apenas para bater lateral. Hoje, nenhum rubro-negro tem mais qualidade para iniciar o jogo com a redonda na grama do que o camisa dois, que ainda se coloca como o principal ponto de desafogo do Fla nas saídas de bola.

Sem exagerar, é possível contar nos dedos de uma única mão os clubes brasileiros onde Léo Moura não seria titular na temporada 2015. E o Flamengo, com certeza, não é um destes. Ao pensar mais nos 36 anos de Léo Moura do que no futebol que ele ainda é capaz de jogar, a diretoria rubro-negra cometeu um erro que pode custar caro. E um erro que se torna ainda mais grosseiro se nos lembrarmos que o melhor lateral-esquerdo do último Brasileirão foi o então gremista Zé Roberto, com todas suas 40 primaveras nas costas.




quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

COPA DO BRASIL 2015 – 1ª FASE – BRASIL DE PELOTAS X FLAMENGO


Brasil de Pelotas 1 x 2 Flamengo – Bento Freitas, Pelotas (RS)

Flamengo abre dois a zero, sofre gol nos acréscimos e não elimina o jogo de volta contra o Brasil de Pelotas.

Os únicos minutos onde o Flamengo se sentiu desconfortável no Estádio Bento Freitas foram os dez primeiros, quando o Brasil colocou o volume no máximo, adiantou a marcação e alçou bolas na área em sequência. Porém, bastou o Fla criar a sua primeira chance (Alecsandro desperdiçou finalização dentro da pequena área) para que o Brasil trocasse o ímpeto inicial por uma postura um pouco mais cautelosa.

Com um mandante mais cauteloso e um visitante cheio de cadencia, o duelo viveu um período pra lá de morno, até que, aos 29, Canteros jogou a redonda na área, o zagueiro Ricardo Bierhais falhou de forma bizarra e Alecsandro, desta vez, não bobeou: um a zero Fla. Acusando o golpe sofrido, o Brasil se acanhou e só não foi para o intervalo com uma derrota parcial mais elástica porque o Flamengo exagerava na lentidão.

A segunda etapa viu um Fla na procura por mais dinamismo no ataque, porém a movimentação de Eduardo da Silva, Marcelo e Alecsandro era incapaz de enganar a retaguarda gaúcha. Da mesma forma, os avantes do Brasil, esbarravam na marcação de Cáceres, Wallace e Samir e sequer chegavam nas proximidades da área flamenguista. E foi neste cenário de falta de ação que, aos 30, Pará acertou um chute longo de rara felicidade e contou com a ajuda do golpe de vista mal feito do goleiro Eduardo Martini para fazer dois a zero.

A partir daí, o jogo se abriu. O Brasil se lançava ao ataque como se não houvesse o amanhã na busca por jogar daqui a três semanas no Maracanã, enquanto o Fla puxava perigosos contra-ataques com o meia Arthur Maia. Chances do lado carioca com Marcelo e o próprio Arthur Maia, chances do lado gaúcho com Washington parando em grande defesa de Paulo Victor.

Fim do tempo regulamentar, chegam os acréscimos e, com eles, uma cobrança de falta letal de Ricardo Forster que Paulo Victor não alcança e Nena sobe para, de cabeça, confirmar o jogo de volta.

Brasil de Pelotas: Eduardo Martini; Wender (Galiardo), Ricardo Bierhais, Fernando Cardozo e Rafael Forster; Leandro Leite e Washington; Felipe Garcia, Márcio Hamn (Diogo Oliveira) e Alex Amado (Cleiton); Nena. Técnico: Rogério Zimmermann.

Flamengo: Paulo Victor; Léo Moura, Wallace, Samir e Pará; Cáceres (Jonas), Canteros e Márcio Araújo; Eduardo da Silva (Arthur Maia), Marcelo Cirino e Alecsandro (Luiz Antônio); Vanderlei Luxemburgo.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

CAMPEONATO CARIOCA 2015 – 4ª RODADA – FLAMENGO X CABOFRIENSE


Flamengo 5 x 1 Cabofriense – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Flamengo liga as turbinas no segundo tempo, goleia a Cabofriense e acorda a quinta-feira na liderança do Carioca.

O ritmo lento do Flamengo e a cautela da Cabofriense fizeram com que o primeiro tempo no Maracanã fosse frio e sem muitas chances de gols. O Rubro-Negro, tão tranquilo que até parecia desinteressado na partida, trocava passes com enorme falta de profundidade, na medida em que a Cabofriense, doida para abocanhar um pontinho, se postava na defesa e raramente procurava trabalhar com a bola nos pés. E o curioso é que nas vezes em que buscou uma marcação por pressão, o time de Cabo Frio complicou bastante a vida do Fla, mas estas não foram muitas.

Nesta etapa inicial devedora em emoção, duas tramas apenas merecem ser destacadas. Aos 16, uma rápida e perigosa jogada da Cabofriense pela esquerda quase terminou em bola na rede de Arthur Faria. No entanto, quem sacudiria o barbante seria o flamenguista Marcelo, aos 25, depois de lance criado por Arthur Maia e Pará.

Muito provavelmente, devido à vantagem no placar, o Flamengo adotaria uma postura relaxada na segunda etapa, mas o belo gol de empate marcado pelo atacante Sassá, logos aos três minutinhos, depois de passar por entre Samir e Wallace, exigiu que o Rubro-Negro tomasse uma atitude mais enérgica para conquistar os desejados três pontos. E esta atitude não tardou a aparecer.

Everton aumentou o volume da movimentação, Luiz Antônio esbanjou potência pela direita, Samir não deu chances aos rivais nas bolas aéreas e pouco mais de 10 minutos após sofrer o empate o Fla já vencia por 3 a 1, com dois gols nascidos em escanteios cobrados pelo Arthur Maia. O primeiro foi anotado por Everton, aos 10, e o segundo, por Samir, aos 13.

Agora ligado no 220V e comandado por Everton e Marcelo (deslocado para a ponta após a entrada de Alecsandro) o Fla seguiu intenso e criando uma boa jogada atrás da outra até o apito final, apito este que só chegou depois de Eduardo da Silva, aos 32, e Alecsandro, aos 36, transformarem a boa vitória em goleada.

Flamengo: Paulo Victor; Pará, Wallace, Samir e Anderson Pico (Luiz Antônio); Canteros e Márcio Araújo; Gabriel (Alecsandro), Arthur Maia (Eduardo da Silva) e Everton; Marcelo. Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

Cabofriense: Rafael; Lenon, Victor Silva, Vladimir e Leandro; Hiroshi e Everton Viana; Kaká (Jones), Têti (Marcinho) e Arthur Faria; Fabrício Carvalho (Sassá). Técnico: Alfredo Sampaio.

domingo, 8 de fevereiro de 2015

CAMPEONATO CARIOCA 2015 – 3ª RODADA – FLUMINENSE X BANGU


Fluminense 2 x 1 Bangu – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Em dia de golaços, Fluminense supera Bangu, alcança sua terceira vitória seguida e assume a liderança isolada do Carioca.

Saída estratégica pela direita! Assim o famoso desenho animado Leão da Montanha explicaria o primeiro tempo do Fluminense no Maracanã. Ora com o meia Lucas Gomes, ora com o lateral Wellington Silva, o Flu encontrou no flanco direito o caminho para furar a defesa banguense. Por ali Fred foi acionado em três oportunidades e, em uma delas, aos 22, com uma finalização de primeira digna de quem sabe muito, abriu o escore.

Nestes primeiros 45 minutos, o Bangu não conseguiu dar muita profundidade às suas tramas, mesmo contando com uma atuação inspiradíssima do Almir. O camisa 10 alvirrubro, deu chapéu, lençol, drible curto, sofreu faltas, recuou para iniciar o jogo pelo chão e lançar... Em resumo, mandou prender e soltar sem ser incomodado pela marcação tricolor.

Na busca por dar alternativas ao ataque alvirrubro e opções ao Almir, o treinador Mário Marques apostou em Marcos Vinícius e Bruno Luis para o segundo tempo. O Bangu, cheio de confiança, teria chegado ao empate logo aos três minutos, em cobrança de falta de Almir e cabeçada de Luiz Felipe, não fosse o equivoco da arbitragem ao anular o tento por impedimento.

Se pode ser elogiável a postura banguense de encarar o Fluminense de peito aberto, vale ressaltar que o Alvirrubro não mostrou nem forças para pressionar, nem organização para evitar os contra-golpes. Assim, primeiro com Marlone, depois com Fred, o Flu teve duas grandes chances de ampliar a vantagem e colocar fim na confiança do time de Moça Bonita. Não o fez e pagou caro por isso: aos 30, Almir, o nome do jogo, cobrou falta com perfeição e empatou.

Com 15 minutos por jogar, foi a vez de o Bangu recuar e o Fluminense avançar. Aos 38, uma defesa magnífica do goleiro Márcio em cabeçada do sempre atento Fred deixou a impressão de que o empate persistiria até o apito final. Impressão errada, pois, dois minutos depois, uma finalização suave e impecável do garoto Robert decretou o suado triunfo tricolor.

Fluminense: Diego Cavalieri; Wellington Silva, Henrique, Victor Oliveira (Guilherme Mattis) e Giovanni; Edson e Jean; Lucas Gomes (Robert), Vinícius (Walter) e Marlone; Fred. Técnico: Cristóvão Borges.

Bangu: Márcio; Iago, Sérgio Raphael, Luiz Felipe e Guilherme; Ives e Magno; Paulinho (Marcos Vinícius), Almir e Wendel (Bruno Luis); Matheus Pimenta (Anderson Pena). Técnico: Mário Marques.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

O CENTROAVANTE (???) RENATO AUGUSTO


Aqueles que acompanham a bola que rola em gramados tupiniquins sabem que os nossos times não primam pela originalidade tática. São raros os jogos dos quais podemos extrair refinados debates sobre estratégias, posicionamento, tipos de marcação, e por aí vai. Mas nesta última quarta-feira, para o prazer dos que apreciam as pranchetas, o Corinthians apresentou uma alternativa tática digna dos melhores debates.

O duelo contra o colombiano Once Caldas pela Pré-Libertadores iniciou como um sonho para o Corinthians, com um baita gol do Emerson Sheik antes mesmo do ponteiro dos minutos completar o primeiro giro. Aos 26 da etapa inicial, porém, o centroavante Guerrero perdeu a cabeça, soltou o braço no rosto de um rival e foi expulso. Pensa daqui, pensa dali, Tite preferiu aproveitar Renato Augusto como centroavante, ao invés de deslocar Sheik para a função, algo que muitos acreditariam ser a opção mais lógica.

Organizado com uma linha de quatro defensores, outra de quatro meias e com Renato Augusto avançado, o Timão sofreu um bocado até o zagueiro Felipe marcar, de cabeça, aos nove do segundo tempo. A expulsão do lateral colombiano Murillo, aos 26, igualou o número de jogadores de ambos os lados e deu início não só ao show corintiano como a este nosso bate-bapo.

Com dez contra dez, o Corinthians foi para cima e começou a acionar o seu então centroavante, Renato Augusto, que incorporou o estilo futebol de salão e desempenhou a função de pivô com uma maestria surpreendente. Com inteligência de uma meia dinâmico e a força de um centroavante que precisa aguentar o contato dos zagueiros, Renato Augusto tomou conta dos arredores da área colombiana e distribuiu assistências para Fágner e Elias marcarem dois gols estupendos.

Terá sido apenas sido apenas uma noite inspirada do Renato Augusto ou o Tite acabou de descobrir uma alternativa tática brilhante para quando o Corinthians tiver a necessidade de colocar a bola no chão para furar a defesa adversária? A resposta, ao futuro pertence.

CAMPEONATO CARIOCA 2015 – 2ª RODADA – VOLTA REDONDA X BOTAFOGO


Volta Redonda 2 x 2 Botafogo – Estádio da Cidadania

Botafogo fica na frente do placar por duas vezes, mas permite o empate do Volta Redonda nos acréscimos, menos de um minuto após ter um gol legítimo mal anulado pela arbitragem.

O agitado confronto apresentou uma primeira etapa na qual sempre que o Botafogo agia, o Volta Redonda reagia. Logo aos três minutinhos, Rodrigo Pimpão arrematou com precisão da entrada da área para abrir o escore. Ação alvinegra, reação aurinegra: aos oito, o botafoguense Gegê arriscou um drible na saída de bola, perdeu a redonda e Higor Leite rolou para Henrique superar Jefferson e igualar.

O empate fez bem ao Volta Redonda, que encaixou a marcação no meio-campo (impedindo que o Bota desse profundidade a sua paciente troca de passes) e apresentou um saliente jogo pelas pontas. Quando a etapa inicial se encaminhava para o fim, o Bota, num piscar de olhos, perdeu, com William Arão e Renan Fonseca, duas oportunidades de ir para o intervalo com a vantagem. E como toda ação botafoguense vinha com uma reação do Voltaço, Higor Leite e Luan obrigaram Jefferson a realizar duas defesas dignas de um goleiro da Seleção.

O momento mais dominante do Botafogo se deu nos primeiros 20 minutos da segunda etapa. Primeiro pelo belo gol de Diego Jardel, aos três, concluindo contra-ataque mortal puxado por William Arão e Pimpão. Depois porque, desta vez, o Bota não somente impediu qualquer resposta rápida dos mandantes como seguiu levando perigo à meta aurinegra. Carleto se soltava pela esquerda, Diego Jardel se movimentava com inteligência, William Arão arredondava os passes...

O pecado do Bota foi o de não ampliar a vantagem e deixar o Voltaço vivo. E mais vivo ficou após as entradas de Magnum e Tuquinha, e, principalmente, quando o explosivo Niltinho começou a ganhar todos os lances pela direita. No entanto, mesmo recuado e inseguro, o Bota faria, aos 47, com Fernandes, o gol que fecharia o caixão do Volta Redonda. Fecharia, não fosse o equívoco da arbitragem, que se tornou ainda maior pois, no lance seguinte, Magnum deixou tudo igual em cabeçada certeira.

Volta Redonda: Douglas; Henrique, Luan, Reniê e Pedro Rosa; Diego Paulista (Magnum), Bruno Barra e Higor Leite; Niltinho, Hugo (Tuquinha) e Tiago Amaral (Alan Carius). Técnico: Marcelo Cabo.

Botafogo: Jefferson; Gilberto, Roger Carvalho, Renan Fonseca e Carleto; Marcelo Mattos, Willian Arão, Gegê (Fernandes) e Diego Jardel (Sassá); Rodrigo Pimpão (Tomás) e Bill. Técnico: Renê Simões.

domingo, 1 de fevereiro de 2015

CAMPEONATO CARIOCA 2015 – 1ª RODADA – CABOFRIENSE X VASCO


Cabofriense 0 x 2 Vasco – Moacyrzão, Macaé (RJ)

Com gols de Bernardo e Marcinho no segundo tempo, Vasco bate Cabofriense e termina a primeira rodada na liderança do Carioca.

Apesar de ter criado a maior parte de seus melhores lances, inclusive os dois gols, apenas no segundo tempo, foi na etapa inicial que o Vasco melhor se postou em campo. Nos primeiros 15 minutos, mesmo diante de um sol caprichado, o Cruz-Maltino adiantou seus meias e laterais e encurralou a Cabofriense em seu próprio campo. Depois, à medida que a intensidade da marcação por pressão diminuiu, a troca de passes ganhou em qualidade, com destaque para os volantes Serginho e Lucas, os responsáveis por realizar as transições defesa-ataque com a redonda no gramado.

O primeiro tempo vascaíno mereceria aplausos mais efusivos se o time tivesse conseguido transformar o domínio de bola e de território em jogadas mais profundas (somente o lateral-esquerdo Christiano era incisivo), mas estas jogadas viriam apenas após o intervalo. Logo aos 7 minutos da segunda etapa, Montoya, que não vinha inspirado, encontrou Bernardo dentro da área para fazer um a zero. A partir daí, por motivos táticos, físicos e psicológicos, o Vasco perdeu potência, trocou a bola de pé em pé por chutões para frente e a Cabofriense – com as entradas do meia Kaká e do atacante Gilcimar – partiu em busca do empate.

Até os 30 minutos, a Cabofriense não havia encontrado espaços para criar nem o Vasco encaixado os passes para contra-atacar. No entanto, nos 15 minutos finais, o jogo truncado se abriu e as chances de gols reapareceram. A melhor oportunidade de empate do time de Cabo Frio veio aos 35, em uma cabeçada do centroavante Fabrício Carvalho que passou raspando o poste. Pelo lado do Vasco, que neste período já encontrava enormes buracos na retaguarda rival, John Cley, Yago e Jean Patrick desperdiçaram ótimas oportunidades de fechar o jogo, mas Marcinho não bobeou, fez dois a zero em um belo contra-golpe, e decretou o triunfo cruz-maltino.

Cabofriense: Luis Cetín; Amaral (Têti), Mário Luis, Victor Silva e Leandro; Lenon e Éverton (Gilcimar); Jones (Kaká), Hiroshi e Arthur Faria; Fabrício Carvalho.

Vasco: Martín Silva; Madson (Jean Patrick), Luan, Rodrigo e Christiano; Serginho e Lucas; Montoya (Yago), Marcinho e Bernardo (Jhon Cley); Rafael Silva. Técnico: Doriva.