Domingo, contra o Botafogo, Léo Moura se despede oficialmente do Flamengo
após uma década e mais de 500 jogos pelo clube. A sensação é a de que Léo Moura
sempre teve a vontade de encerrar a carreira na Gávea, mas a diretoria
rubro-negra, cautelosa, preferiu não oferecer ao lateral o tempo de contrato
que ele desejava, deixando o caminho aberto para ele tentar a sorte nos Estados
Unidos. Não é a primeira e nem será a última vez que uma diretoria hesita em
oferecer um contrato mais longo a um jogador veterano, porém, desta vez, os
cartolas flamenguistas desconfiaram de quem não deviam.
É lógico, claro e evidente que Léo Moura não é o mesmo
possante de alguns anos atrás. No entanto, mesmo do alto de seus 36 anos, o
lateral segue esbanjando regularidade, a ponto de ter sido, em 2014, vejam só,
o jogador flamenguista que mais vezes entrou em campo, com 50 participações,
mesmo número do vigoroso zagueiro Wallace. E Léo está longe de ser aquele
lateral que entra em campo apenas para bater lateral. Hoje, nenhum rubro-negro
tem mais qualidade para iniciar o jogo com a redonda na grama do que o camisa
dois, que ainda se coloca como o principal ponto de desafogo do Fla nas saídas
de bola.
Sem exagerar, é possível contar nos dedos de uma única mão os
clubes brasileiros onde Léo Moura não seria titular na temporada 2015. E o
Flamengo, com certeza, não é um destes. Ao pensar mais nos 36 anos de Léo Moura
do que no futebol que ele ainda é capaz de jogar, a diretoria rubro-negra
cometeu um erro que pode custar caro. E um erro que se torna ainda mais
grosseiro se nos lembrarmos que o melhor lateral-esquerdo do último Brasileirão
foi o então gremista Zé Roberto, com todas suas 40 primaveras nas costas.
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