Argentina 1 x 1 Brasil – Monumental de Nuñez, Buenos Aires
(Argentina)
Brasil e Argentina empatam em jogo fraco tecnicamente e, após
três rodadas, seguem fora da zona de classificação direta para a Copa do Mundo
de 2018.
Uma vez mais a seleção brasileira mostrou-se um time muito
longe da maturidade tática. No entanto, mais deprimente do que o primitivismo
tático foi o desempenho técnico, tanto ofensivo quanto defensivo. Na
retaguarda, Miranda esteve inseguro, Luiz Gustavo e Elias não foram sólidos à
frente da área e Daniel Alves e Filipe Luís foram constantemente superados nos
flancos. No entanto, o símbolo-mor da pífia atuação defensiva foi o zagueiro
David Luiz.
Sempre que precisou estar colado no cangote do centroavante
argentino Higuaín, David Luiz, avoado, esteve muitos passos atrás. Que nos diga
o lance do gol de Lavezzi, que abriu o placar, aos 33 da primeira etapa, quando
Higuaín se infiltrou livre para dar a assistência. Pelo alto, a apresentação do
zagueiro brazuca foi ainda mais patética, com erros infantis como a marcação da
bola em escanteios. Aos 40 da etapa final, com o jogo já empatado, Rojo quase
deu a vitória à Argentina cabeceando uma bola que David Luiz não alcançara. E
para completar o show de horrores que David Luiz proporcionou, veio o cartão
vermelho em um lance no qual ele tinha a bola nos seus pés.
Ofensivamente, nada de jogadas trabalhadas, ultrapassagens
pelos flancos, diagonais dos pontas, infiltrações dos volantes, paredes do
centroavante... A estratégia era a de sobreviver de espasmos individuais, algo
que ficou ainda mais complexo diante da falta de inspiração de Neymar, que
começou muito isolado na esquerda e terminou sem conseguir ser incisivo pelo
meio. Deu pena de Ricardo Oliveira no meio dos potentes zagueiros argentinos. Lucas
Lima, preciso no gol de empate, aos 13 do segundo tempo, pouco passou
verticalmente e menos lançou, enquanto Willian, um jogador dinâmico e categórico,
acabou limitado a ciscar e marcar.
Nos últimos 30 minutos, com a Argentina muito aberta em busca
da vitória, o Brasil teve espaços para encaixar um contra-golpe, mas as
entradas de Renato Augusto e Douglas Costa não tornaram a equipe mais letal a
ponto de conquistar a virada. E assim, na eterna questão sobre se vale mais
ganhar ou jogar bem, o Brasil, uma vez mais, nem ganhou nem jogou bem.
Argentina: Romero; Roncaglia, Otamendi, Funes Mori e Rojo;
Mascherano, Biglia e Banega (Lamela); Di Maria, Lavezzi (Gaitán) e Higuaín
(Dybala). Técnico: Tata Martino.
Brasil: Alisson; Daniel Alves, Miranda, David Luiz e Filipe Luís;
Elias e Luiz Gustavo; Willian (Gil), Lucas Lima (Renato Augusto) e Neymar;
Ricardo Oliveira (Douglas Costa). Técnico: Dunga.
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