Nesta semana de festejos pelos 100 anos de vida do Sport Club Corinthians Paulista, o FUTEBOLA não podia ficar de fora e deixar de parabenizar este verdadeiro patrimônio nacional.
Quando em 21 de agosto de 1910 o navio Aragon aportou no cais do Rio de Janeiro, ninguém poderia imaginar a importante história que começava a se escrever. Vindo da Europa estavam os jogadores do Corinthians Football Club, uma equipe inglesa de grande sucesso na época. Depois de encantar o público carioca, triunfando nos seus três jogos disputados, o Corinthians FC precisou apenas de uma vitória em São Paulo para encantar alguns rapazes do bairro do Bom Retiro, esperançosos em fundar um time local. Assim, antes mesmo de a equipe londrina terminar sua passagem pela “Terra da Garoa”, nascia, inspirado em suas cores e nome, o alvinegro Sport Club Corinthians Paulista.
E, desde este 1º de setembro de 1910, o brasileiro Corinthians não parou de crescer até se tornar esse gigante que conhecemos hoje. Cresceu no amadorismo acompanhando Neco, seu primeiro grande ídolo, e maravilhosa companhia conquistarem nada menos do que dois Tricampeonatos Paulistas. Cresceu com a lendária dupla de ataque formada por Teleco e Servílio, que em dez anos de “Timão” balançou as redes 455 vezes, e, ao lado de Jaú, Jango, Brandão e Lopes conquistou mais um Tri-Paulista, este em 37/38/39.
Cresceu também na década de 50, logo depois de o Brasil perder uma Copa do Mundo atuando em casa, quando todos os torcedores do país tiveram motivos para ficar desiludidos com o futebol. Corrigindo a tempo: quase todos os torcedores, já que o Corinthians não parava de rechear sua sala de troféus. Em pouco tempo, o Coringão conquistou nada menos do que o Rio-São Paulo de 50, 53 e 54, a Pequena Copa do Mundo de Caracas, em 1953, batendo os poderosos Barcelona (ESP) e Roma (ITA), além do Bi-Paulista em 51/52 e o Campeonato Paulista do quarto centenário da cidade de São Paulo, em 1954. Esta equipe corinthiana da primeira metade da década de 50 era um verdadeiro esquadrão, um dos maiores que já existiram no futebol brasileiro. Uma verdadeira Seleção que contava com dois excelentes goleiros, Gilmar, o futuro Bi-Campeão da Copa do Mundo, e Cabeção, os defensores Olavo e Idário, que juntos vestiram a camisa alvi-negra nada menos do que 989 vezes, o genial e elegante centrocampista Roberto Belangero, e um trio ofensivo inadjetivável. Luizinho, Cláudio e Baltazar, ou, se vocês preferirem, “Pequeno Polegar”, “Gerente” e “Cabecinha de Ouro”, formaram o ataque mais poderoso da história do Corinthians, estando todos os três entre os sete maiores artilheiros da história do “Timão”. Cláudio lidera a lista com 306 gols.
O Corinthians é um clube tão único, tão diferente, que sua torcida continuou aumentando até no momento mais difícil de sua história. Nem mesmo no longo período sem glórias, quando, apesar de contar com grandes craques como Rivelino ficou 23 anos sem conquistar sequer um título, a torcida corinthiana parou de crescer, parou de ser fiel ao Alvinegro. O jejum acabaria somente em 1977, com o inesquecível gol do “Pé de Anjo” Basílio, na final do Paulistão contra a Ponte Preta. Se você é daqueles que acreditam que os Campeonatos Estaduais devem ser extintos, não ouse falar isso perto de um corinthiano que viveu a conquista de 1977.
Como “depois da tempestade vem a bonança”, após o período de chuvas e trovoadas, veio a bonança corinthiana, com nome e futebol de gênio: Sócrates. Liderado dentro e fora de campo por este que foi uma das maiores personalidades do nosso futebol, o Corinthians escreveu mais um capítulo de sua gloriosa história, ao conquistar o Bi-Paulista em 82/83, e ao criar um movimento de oposição à ditadura militar que comandava o país, a “Democracia Corinthiana”. Ao lado de Sócrates, grandes jogadores como Zé Maria, Wladimir, Biro-Biro, Zenon e Casagrande brigavam por vitórias dentro e fora das quatro-linhas.
O crescimento continuou na década de 90, que já começou tirando uma grande pulga da orelha do torcedor corinthiano. Enquanto os rivais do “Trio de Ferro” Paulistano, Palmeiras e São Paulo, já haviam conquistado, cada um, dois títulos do Campeonato Brasileiro, o “Timão” ainda não tivera o prazer de levantar este caneco. Porém, como citado a pouco, a década de 90 veio para acabar com esta lacuna na história alvinegra. Primeiro, comandado pelo meia Neto, em 1990, e depois com uma verdadeira máquina que contava com Gamarra, Rincón, Edílson e Marcelinho Carioca, em 1998 e 1999, o Corinthians conquistou três Brasileiros e se sagrou o maior Campeão Nacional da década.
O século virou e o “Timão” continuou crescendo. Nos momentos bons, como a conquista do Mundial de Clubes da FIFA em 2000, do Brasileiro de 2005 com Carlitos Tévez e da Copa do Brasil de 2009 comandado por Ronaldo “Fenômeno”, e nos momentos ruins, como a queda para a 2ª divisão do Brasileiro em 2007.
A cada dia que passou, desde aquele 1º de setembro de 1910, a frase “todos os times têm uma torcida, o Corinthians é uma torcida que tem um time” se tornou mais verdadeira. Aquele clube que surgiu no Bairro do Bom Retiro e hoje é um pedaço importante da história não só do futebol brasileiro, mas do próprio Brasil, possui milhões de donos, milhões de fiéis torcedores que nunca o abandonaram.
PARABÉNS, CORINTHIANS!!
Foi tão bom ler esse texto e relembrar da história gloriosa desse time tão lindo que é o meu time. *-* Parabéns pelo texto, me fez chorar.
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