Chile 2 x 0 Brasil – Estádio Nacional, Santiago (Chile)
Sem poder de decisão e de imposição, Brasil perde para o
Chile por 2 a 0 na estreia das Eliminatórias.
Quem acompanha o trabalho recente de Dunga já sabia: o Brasil
enfrentaria o Chile pensando primeiro em se defender e depois em atacar. Tal
postura desagrada a muitos, mas não significa que o Brasil já estava derrotado antes
mesmo de entrar no Estádio Nacional. Mesmo limitado pelo pequeno repertório
tático oriundo da estratégia de Dunga, era possível, sim, vencer os atuais
campeões da Copa América. Um triunfo brasileiro passava necessariamente por
duas tarefas: se organizar para segurar a potência chilena e não deixar que a
bola passasse todo tempo em pés adversários.
Pois bem, por 40 minutos o Brasil foi bem sucedido no
cumprimento dessas tarefas, e apesar de não ter produzido nada ofensivamente,
pelo menos poupou Jefferson de sustos. Aos 40 da etapa inicial, porém, Sampaoli
lançou mão de González no lugar do defensor Silva e não apenas abriu mão de seu
sistema de três zagueiros como abriu o jogo. Entre este minuto 40 do primeiro
tempo e o minuto 18 do segundo, o jogo virou uma roleta-russa.
O Chile ganhou todo o ímpeto que até então não tivera na
partida e se lançou ao ataque como se não houvesse o amanhã, chegando a
carimbar duas vezes a trave brasileira, com Sánchez e Isla. Ocorreu que esta sede
de gols do Chile deixou sua defesa completamente exposta, permitindo que o
Brasil puxasse seguidos contra-ataques. No entanto, como Oscar e Hulk não
estavam no mesmo ritmo que Willian e Douglas Costa, os contra-golpes
brasileiros não se transformaram em chances de gol.
Aos 18 da etapa final, mais uma alteração de Sampaoli mudaria
os rumos da partida, desta vez em benefício total dos chilenos. Valdivia saiu
para a entrada de Fernández, que deu mais consistência e criatividade à meiúca
chilena. A partir daí, o Chile tomou conta do jogo, abriu o placar com Vargas,
aos 26, controlou qualquer possibilidade de crescimento que o Brasil poderia
ter com as entradas tardias de Ricardo Oliveira e Lucas Lima, e, no final, aos
44, ainda fechou o placar com estilo em belo gol de Sánchez. E assim, na eterna
discussão entre jogar bonito ou vencer, o Brasil jogou feio e perdeu.
Chile: Bravo; Silva (González), Medel e Jara; Isla, Díaz
(Vilches), Vidal, Beausejour; Valdivia (Fernández), Sánchez e Vargas. Técnico:
Jorge Sampaoli.
Brasil: Jefferson; Daniel Alves, Miranda, David Luiz
(Marquinhos) e Marcelo; Elias e Luiz Gustavo (Lucas Lima); Willian, Oscar e Douglas
Costa; Hulk (Ricardo Oliveira). Técnico: Dunga.
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