Um assunto muito discutido em debates esportivos atualmente é o calendário do futebol brasileiro. Com Campeonatos Estaduais longos e a Copa do Brasil tendo que ocorrer em apenas um semestre – diferente das Copas Européias – os clubes nacionais possuem pré-temporadas nanicas e o resultado é sentido nos primeiros meses do ano. A coluna “Papo Cabeça” de hoje não é para propor uma nova forma de calendário ou exigir o fim dos Estaduais, o que diga-se de passagem eu nunca faria, pois sou um defensor deste tipo de torneio. O ponto que quero tocar hoje é o mal uso dos Estaduais e do início da Copa do Brasil pelo Flamengo.
Como citei anteriormente, é um fato inegavél que os clubes brasileiros possuem pré-temporadas menores do que deveriam. Sendo assim, o Campeonato Estadual e as primeiras fases da Copa do Brasil devem ser usadas pelos treinadores para dar padrão tático e físico ao time para o restante da temporada. Não quero dizer aqui que estes dois torneios – o Estadual e a Copa do Brasil – são apenas preparatórios para o Brasileirão, longe disso, porém, por causa do calendário nacional, eles acabam ganhando também este status.
Matutando sozinho esta semana, cheguei à conclusão de que o Flamengo praticamente não evoluiu na questão tática ao longo destes primeiros meses de futebol em 2011, o que pode atrapalhar o restante da temporada. Pelo lado da Gávea, Luxemburgo transformou o Flamengo em um verdadeiro laboratório. Hoje, nenhum torcedor rubro negro sabe escalar seu time de cabeça. As dúvidas são variadas. Seriam dois ou três zagueiros? O Egídio será lateral ou o Renato Abreu será ala? O Negueba continuará transitando entre os juniores e os profissionais? O Ronaldinho voltará a ser centroavante ou Deivid e Wanderley brigarão pela posição? Por que o Bottinelli foi titular por seguidas partidas e no último duelo contra o Madureira o Luxemburgo escalou o Lorran e o Galhardo no meio-campo? Apesar de os bons resultados estarem aparecendo, como o título da Taça Guanabara e duas vitórias por 3 x 0 pela Copa do Brasil, o Flamengo está longe, muito longe, de um padrão tático.
Nesta altura da temporada, o Flamengo já deveria possuir uma equipe base, com esquema tático definido. Pelo fato de o Rubro Negro ter vencido a Taça Guanabara, até concordo que, durante a Taça Rio, o Luxemburgo devesse realizar alguns testes no time, escalando alguns jogadores que se destacaram na Copinha e descobrindo os reservas que poderão ser mais úteis. Porém, o Flamengo está caminhando para o seu vigésimo jogo no ano e, taticamente, parece não ter jogado nem cinco. Se a falta de pré-temporada prejudica – e muito! – o Flamengo e todos os clubes brasileiros, as comissões técnicas devem aprender a viver com isto e a dançar de acordo com a música.
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