Lanús (ARG) 1 x 1 Flamengo – La Fortaleza, Buenos Aires (ARG)
Com um exército defensivo que contava com quatro zagueiros e quatro volantes, o Flamengo saiu na frente contra o Lanús, permitiu o empate e volta da Argentina com o objetivo – pequeno? – cumprido.
Sem poder contar com seu jogador mais famoso no Planeta Bola, o Campeão Mundial de 2006 com a Seleção da Itália Mauro Cammoranesi, o Lanús estreou na Libertadores 2012 organizado pelo técnico Gabriel Schürrer no 4-3-3 com: Marchesín; Araujo, Goltz, Braghieri e Bulbi; Ledesma, Fritzle e Pereyra; Valeri, Pavone e Neira. Para encarar a pressão de enfrentar um argentino fora de casa, Joel Santana adotou a cautela e mandou uma equipe com quatro volantes para o duelo e esquematizada no 4-4-2 com: Felipe; Léo Moura, Welinton, David Braz e Junior Cesar; Willians, Aírton, Maldonado e Renato; Ronaldinho e Deivid.
Os primeiros minutos após o apito inicial serviram para provar o que todos já sabiam após a divulgação do onze inicial rubro-negro: o Flamengo jogaria para empatar. Todo recuado e repleto de volantes, o Fla passou a primeira meia hora de jogo se esgoelando para tentar neutralizar o bom futebol apresentado pelos argentinos, com destaque para o meia-atacante Neira, que distribuiu bons passes e chegou a acertar o travessão. Quando o intervalo já pedia passagem, veio o lance mais improvável de todos. Não, não quero dizer que o gol do Flamengo foi improvável, muito menos o fato de ele ter sido marcado pelo Léo Moura, melhor jogador flamenguista na temporada. O imprevisível foi o tento ter sido marcado após uma longa troca de passes dos flamenguistas, desde o campo de defesa até o tiro fatal. O lance – vale ressaltar que falo somente deste lance – foi digno do Barcelona atual.
Se o empate mudo já satisfazia Joel Santana e seus comandados, imaginem a vantagem gigantesca – pura ironia – de um gol. Pois o Fla armou um ferrolho daqueles e o que mais se via era rubro-negro espinafrando a redonda para onde o nariz apontava. Foram dez, quinze, vinte, vinte e cinco minutos de um Lanús sem a mesma qualidade do 1º tempo e um Flamengo que era só transpiração. Até que, aos 29 minutos, Junior Cesar entrou numa dividida como se estivesse em um amistoso de fim de ano, mas como o jogo era de Libertadores, o lance terminou com o atacante Carranza, que entrara havia segundos, sacudindo o véu da noiva. Já com Bottinelli no lugar do Aírton, diga-se de passagem em uma jornada segura e correta, o Flamengo resolveu tentar colocar a bola no chão e organizar tramas ofensivas. Porém, já era tarde demais e o máximo que conseguiu foi duas finalizações, uma delas lunar, do Bottinelli.
Pelo visto, o eterno duelo entre o Futebol-Arte e o Futebol-Resultado habitará a cuca dos torcedores rubro-negros nesta nova “Era Joel”. Desta vez, o desejo do treinador e, vale deixar claro, de todo o time, era o empate. Ele veio. Agora resta saber se as vitórias em casa virão. Teremos que esperar os próximos capítulos desta Libertadores que não começou nada fácil para os brasileiros.
Uma ressalva, caro cronista:
ResponderExcluir"Digno do Barcelona atual", não... "Digno do Flamengo de 1981, comandado pelo Galinho de Quintino, um dos maiores jogadores de todos os tempos..."
Abç.
Belíssima redação.
ResponderExcluirEspero que um dia globo seja digna de você e lhe contrate
Grande Bruno! Concordo em gênero, número e grau com sua comparação. Escolhi o exemplo do Barcelona pois é mais próximo de todos nós, já que está dia sim e dia não na televisão.
ResponderExcluirQuanto aos elogios pelo texto, agradeço - e muito!. São por eles que o FUTEBOLA já se encontra em seu terceiro ano de vida.
Um grande abraço, amigos!