Se dentro de campo o duelo para saber quem foi o melhor na arte de fazer gols entre Romário e Ronaldo é mais equilibrado que trapezista do Cirque Du Soleil, fora das quatro-linhas o “Baixinho” coloca o “Fenômeno” no chinelo.
Deputado Federal (PSB-RJ) desde 2011, Romário não passa sequer uma semana sem atacar com palavras as sujeiras presentes na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e na organização da Copa do Mundo 2014. Acompanha de perto as obras nos estádios e a criação da Lei Geral da Copa, lembrando sempre que a soberania brasileira não pode sucumbir diante das vontades da FIFA e seus patrocinadores. Enquanto isso, Ronaldo, desde que pendurou as chuteiras, em meados do ano passado, não marcou sequer um golzinho. Aceitou um cargo no Comitê Organizador Local da Copa do Mundo (COL) onde não ajuda em nada na preparação do Mundial. No fundo, no fundo, entrou lá só para servir de escudo para o ex-Presidente da CBF Ricardo Teixeira – como é bom poder usar a palavrinha “ex” neste caso!
A renúncia de Ricardo Teixeira da CBF, por sinal, é peça chave na análise do que Romário e Ronaldo se tornaram sem os uniformes. O “Baixinho” foi tão letal com as palavras quanto era em campo e disse: “Exterminamos um câncer do futebol brasileiro. Espero que o novo presidente [José Maria Marin, ex-Governador de São Paulo durante a Ditadura Militar], o que furtou a medalha do jogador do Corinthians, não faça daquele ato uma constante na confederação. Senão, teremos de exterminar a Aids também”. Já Ronaldo preferiu defender o amigo, “padrinho” e novo mentor e deu declarações como: “Ele deu grande contribuição ao futebol brasileiro e foi o maior articulador para trazer a Copa de volta ao Brasil” e “Lamento a saída do Ricardo Teixeira, mas temos que respeitar a decisão dele de cuidar da saúde e da família”.
Chega de falar do Ricardo Teixeira – até porque a barriga já começa a doer – e vamos falar de alguém realmente importante para o nosso futebol: Neymar. Romário e Ronaldo possuem histórias bem diferentes dentro do futebol, apesar de ambos terem vestido, com enorme sucesso, as camisas do PSV e do Barcelona. Diferentes, também, são os conselhos para nossa maior jóia. Para Romário, “o Neymar é um grande jogador e o cara para a Copa do Mundo de 2014”, mas, apesar disso, “ainda tem que conquistar maturidade, ganhar títulos com a camisa do Santos e adquirir experiência”. Ronaldo, por outro lado, defende a saída imediata do santista: “A minha opinião era pra ele jogar fora e conquistar o mundo. Acho que ele já fez muito no futebol brasileiro”.
Pois é, amigos... Fora de campo fica covardia comparar as ações e atitudes de Romário e Ronaldo para com o nosso futebol. Um bate de frente com os poderosos da FIFA e da CBF, exige que o Brasil não se ajoelhe perante a força financeira, usa o seu poder na mídia para mostrar como andam – andam? – as obras para o Mundial e sabe o quanto nosso maior craque na atualidade ainda pode render em nosso país. E sem falar na sua luta em prol dos deficientes, que já rendeu uma cota de ingressos para estes na Copa do Mundo. O outro, possui um cargo no COL e não o usa para nada de útil, defende com palavras e atitudes aquele que representa o que de pior nosso futebol já teve e aconselha o grande ídolo atual dos torcedores brasileiros a se mudar logo para a Europa. Além de não ajudar, Ronaldo começa a atrapalhar.
Romário sempre é o melhor em tudo que faz. E Ronaldo é um oportunista e só.
ResponderExcluir