Infelizmente, a sensação que se tem no futebol é a de que se
precisa criar o maior número de mecanismos o possível para que a honestidade
prevaleça, pois se depender dos envolvidos no jogo... Vejamos o caso do cada
dia mais sujo fairplay.
Cena comum número um: diante de um companheiro seu caído no
chão, jogadores de um time decidem dar sequência ao contra-ataque. Porém,
perdem a pelota e, instantaneamente, começam a apontar para tudo quando é canto
exigindo que o adversário, agora com a posse da bola, a jogue para fora.
Cena comum número dois: como se tivesse acabado de ter a
perna amputada sem anestesia, um jogador, obviamente do time em vantagem no
placar, rola pelo gramado. O jogo para, o tempo passa, os médicos entram, o
tempo passa, o carrinho-maca chega, o tempo passa e o jogador sai de campo.
Segundos após, porém, lá está ele, não mais como um moribundo, a acenar para o
juiz pedindo pelo retorno.
Cena comum número três: sentindo-se um São Francisco de Assis
de tão caridoso, um jogador se posiciona para devolver a bola ao adversário no
lance mais representativo do fairplay.
No entanto, a devolução é um verdadeiro presente de grego, pois a bola é
colocada pela linha lateral de forma que a marcação possa se adiantar para fazer
pressão na cobrança do manual.
Estas são apenas três das diversas cenas inescrupulosas que
observamos mundo do futebol afora quando o assunto é fairplay. Acabar com a sujeira é muito difícil, mas uma maneira de dificultar
a vida dos desleais seria a seguinte: qualquer jogador que for atendido dentro
de campo e, para isso, paralisou o jogo, precisará ficar cinco minutos de fora
até retornar.
Se o contundido realmente não possuir condições para sair de
campo para ser atendido sem que o jogo pare por sua causa, os cinco minutos
serão importantes para a sua recuperação, já que a coisa é tão séria que ele
não conseguiu sequer caminhar. Se tudo não passar de encenação desonesta, seu
time pagará por isso com cinco minutos com um jogador a menos.
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