sábado, 2 de agosto de 2014

JOGOS INESQUECÍVEIS DO BRASILEIRÃO - VASCO 1 X 1 PARANÁ - 1999


Vasco 1 x 1 Paraná

Campeonato Brasileiro 1999 – 14ª rodada da primeira fase

19 de setembro de 1999

São Januário, Rio de Janeiro (RJ)

Vasco: Carlos Germano; Alex Oliveira, Odvan, Mauro Galvão e Maricá (Felipe) (Fabrício); Amaral, Fabiano Eller, Paulo Miranda e Juninho Pernambucano, Donizete (Géder) e Edmundo. Técnico: Antônio Lopes.

Paraná: Régis; Wilson (Patrício), Milton do Ó, Adilson e Branco (Everaldo); Reginaldo, Pingo (Nélio), Fernando Diniz e Hélcio; Jorginho e Washington. Técnico: Valdir Espinosa.

Gols: Edmundo (Vasco), aos 37’ do primeiro tempo e Everaldo (Paraná), aos 38’ do segundo tempo.

Quem nunca ouviu um vascaíno dizer, diante de um erro de arbitragem contra o cruz-maltino, “na época do Eurico Miranda isso não acontecia”? Durante as décadas em que viveu intensamente a vida política do Vasco, Eurico Miranda forjou uma personalidade que lhe fazia parecer o próprio dono do clube, mesmo quando não era nem o presidente. Uma das atitudes que mais contribuiu para a construção da ideia de que o Vasco era propriedade particular de Eurico Miranda se deu em 1999, em duelo contra o Paraná, em São Januário, pela 14ª rodada do Brasileirão.

O pré-jogo foi de pura festa para os vascaínos pela comemoração da partida 500 de Antônio Lopes como treinador do clube, e o belo gol do ídolo Edmundo, aos 37 minutos do primeiro tempo, animou ainda mais o lotado São Januário. Mas antes que a partida chegasse ao intervalo, a felicidade cruz-maltina começou a virar fumaça com a expulsão de Juninho Pernambucano pelo árbitro Paulo César de Oliveira. Com a vantagem numérica, o Paraná voltou mais assanhado para a segunda etapa e começou a criar chances de empatar. A situação, que não era nada confortável para o Vasco, ficou ainda menos com mais uma expulsão, desta vez de Alex Oliveira.

Com dois jogadores a mais, o Paraná se mandou ao ataque e empatou aos 38, em cabeçada de Everaldo. Tudo apontava para uma pressão final paranaense quando, aos 42, Mauro Galvão se tornou o terceiro vascaíno expulso. Com apenas oito jogadores em campo, o Vasco iria conseguir se segurar? Ninguém nunca vai saber, pois o então vice-presidente Eurico Miranda invadiu o gramado bradando que o árbitro Paulo César era um irresponsável, e, por receio de invasão dos torcedores, que gritavam euforicamente “Eurico! Eurico! Eurico!”, a partida foi encerrada, aos 42 minutos, por falta de segurança.

Um dos momentos mais vergonhosos da história do Vasco e do futebol brasileiro, que ficou eternizado na declaração do meio-campista cruz-maltino Paulo Miranda, ainda em campo: “Eles são dirigentes do Vasco, mandam em São Januário e com certeza fazem o que quiserem”. 

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