Vasco 1 x 1 Paraná
Campeonato Brasileiro 1999 – 14ª rodada da primeira fase
19 de setembro de 1999
São Januário, Rio de Janeiro (RJ)
Vasco: Carlos Germano; Alex Oliveira, Odvan, Mauro Galvão e
Maricá (Felipe) (Fabrício); Amaral, Fabiano Eller, Paulo Miranda e Juninho
Pernambucano, Donizete (Géder) e Edmundo. Técnico: Antônio Lopes.
Paraná: Régis; Wilson (Patrício), Milton do Ó, Adilson e
Branco (Everaldo); Reginaldo, Pingo (Nélio), Fernando Diniz e Hélcio; Jorginho
e Washington. Técnico: Valdir Espinosa.
Gols: Edmundo (Vasco), aos 37’ do primeiro tempo e Everaldo
(Paraná), aos 38’ do segundo tempo.
Quem nunca ouviu um vascaíno dizer, diante de um erro de
arbitragem contra o cruz-maltino, “na época do Eurico Miranda isso não
acontecia”? Durante as décadas em que viveu intensamente a vida política do
Vasco, Eurico Miranda forjou uma personalidade que lhe fazia parecer o próprio dono
do clube, mesmo quando não era nem o presidente. Uma das atitudes que mais
contribuiu para a construção da ideia de que o Vasco era propriedade particular
de Eurico Miranda se deu em 1999, em duelo contra o Paraná, em São Januário,
pela 14ª rodada do Brasileirão.
O pré-jogo foi de pura festa para os vascaínos pela
comemoração da partida 500 de Antônio Lopes como treinador do clube, e o belo
gol do ídolo Edmundo, aos 37 minutos do primeiro tempo, animou ainda mais o
lotado São Januário. Mas antes que a partida chegasse ao intervalo, a
felicidade cruz-maltina começou a virar fumaça com a expulsão de Juninho
Pernambucano pelo árbitro Paulo César de Oliveira. Com a vantagem numérica, o
Paraná voltou mais assanhado para a segunda etapa e começou a criar chances de
empatar. A situação, que não era nada confortável para o Vasco, ficou ainda menos
com mais uma expulsão, desta vez de Alex Oliveira.
Com dois jogadores a mais, o Paraná se mandou ao ataque e
empatou aos 38, em cabeçada de Everaldo. Tudo apontava para uma pressão final
paranaense quando, aos 42, Mauro Galvão se tornou o terceiro vascaíno expulso.
Com apenas oito jogadores em campo, o Vasco iria conseguir se segurar? Ninguém
nunca vai saber, pois o então vice-presidente Eurico Miranda invadiu o gramado
bradando que o árbitro Paulo César era um irresponsável, e, por receio de
invasão dos torcedores, que gritavam euforicamente “Eurico! Eurico! Eurico!”, a
partida foi encerrada, aos 42 minutos, por falta de segurança.
Um dos momentos mais vergonhosos da história do Vasco e do
futebol brasileiro, que ficou eternizado na declaração do meio-campista
cruz-maltino Paulo Miranda, ainda em campo: “Eles são dirigentes do Vasco,
mandam em São Januário e com certeza fazem o que quiserem”.
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