Brasil 0 x 1 Colômbia – Estádio Monumental, Santiago (Chile)
Sem nenhuma dúvida Neymar fez diante da Colômbia sua pior
apresentação com a camisa brasileira desde seus shows na Copa das Confederações
de 2013. Irritado, perdido taticamente e com erros técnicos que não condizem
com sua habilidade, o camisa dez viveu uma noite tenebrosa. Daí ao ato covarde
de culpá-lo pelo revés existe uma distância enorme, até porque o capitão jamais
se escondeu na partida. E não se escondeu pelo seguinte motivo: ele não pode se
esconder. Diferente de quando atua pelo Barcelona, quando pode se dar ao luxo
de perceber que não se encontra em uma jornada inspirada e passar apenas a
fazer o simples até o retorno da confiança, no Brasil Neymar sabe que o time
nada criará se não for através de seu talento. Como, de fato, não criou.
Nos primeiros 30 minutos, mesmo sem pressionar, foi a Colômbia
quem buscou alternativas ofensivas para se aproximar do gol, enquanto o Brasil
parecia não ter ideia de como construir uma trama. A maior dedicação ofensiva
colombiana deu resultado nos últimos 15 minutos da etapa inicial, quando não
somente Murillo abriu o placar como este poderia ter sido ampliado. O Brasil?
Apenas uma cabeçada de Neymar. Na segunda etapa, uma mudança de cenário. Por 45
minutos, foi o Brasil quem se lançou ao ataque. E foi de dar dó... Exceto uma
finalização por cima do Firmino em jogada que nasceu de uma trapalhada colombiana,
a Seleção não criou nada. Nadica de nada.
No fim, venceu uma Colômbia que não foi brilhante, mas foi
superior em termos técnicos, táticos, físicos e psicológicos. Sobre o
psicológico, vale ressaltar o seguinte: desde o fim da Copa do Mundo, os
primeiros comentários sobre a Copa América foram no sentido de que não apenas
Argentina e Uruguai dariam a vida contra o Brasil, mas Colômbia e Chile,
desejosos de vingança pela eliminação no Mundial, entrariam sedentos diante da
Seleção. Após esta derrota, a sensação que fica é a de que a sede da Colômbia
não foi levada em conta em nenhum momento da preparação brasileira. Um equívoco
do tamanho da nossa dependência do Neymar, que, suspenso, não pega a Venezuela.
Como será o amanhã? Responda quem puder.
Brasil: Jefferson; Daniel Alves, Thiago Silva, Miranda e
Filipe Luís; Fernandinho, Elias (Diego Tardelli), Fred (Philippe Coutinho) e
Willian (Douglas Costa); Neymar e Roberto Firmino. Técnico: Dunga.
Colômbia: Ospina; Zuñiga, Zapata, Murillo e Armero; Sánchez e
Valencia (Mejía); Cuadrado e James Rodríguez; Teo Gutiérrez (Bacca) e Falcao
Garcia (Ibarbo). Técnico: José Peckerman.
Nenhum comentário:
Postar um comentário