segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

CAMPEONATO CARIOCA 201 - TAÇA GUANABARA - 4ª RODADA



RESULTADOS

GRUPO A
Nova Iguaçu 2 x 0 América
Resende 1 x 0 Volta Redonda
Americano 2 x 3 Boavista
Vasco 1 x 2 Flamengo

GRUPO B
Botafogo 3 x 1 Olaria
Duque de Caxias 3 x 3 Madureira
Cabofriense 2 x 4 Fluminense
Macaé 2 x 2 Bangu


Vasco 1 x 2 Flamengo – Engenhão

No primeiro “Clássico dos Milhões” de 2011, o embalado Flamengo bateu um Vasco em crise e, de quebra, ainda tornou matematicamente impossível a classificação vascaína para as semi finais da Taça Guanabara.

Ao analisar a atuação de uma equipe durante os 90 minutos de uma partida costumo levar em consideração os fatores técnicos, táticos, físicos e psicológicos, dando à eles igual relevância. Neste duelo entre Flamengo e Vasco, principalmente na 1ª etapa, o Rubronegro se mostrou superior ao Cruzmaltino em três destes quatro fatores. Se no fator físico Flamengo e Vasco mostraram uma igualdade que é consequência do nivelamento gerado pelo início de temporada, tecnicamente, taticamente e psicologicamente o Clube da Gávea foi claramente superior ao seu rival. Vamos por partes, iniciando pela análise psicológica. Enquanto o Flamengo vive um momento de enorme felicidade por estar com 100% de aproveitamento no Cariocão e pela proximidade da estréia de Ronaldinho Gaúcho, São Januário está um verdadeiro caos, com Carlos Alberto e Felipe afastados, o primeiro por ter discutido com o presidente Dinamite, técnico demitido, protestos e mais protestos dos torcedores... Chega a ser palpável a diferença psicológica entre rubronegros e vascaínos.

Taticamente falando, o Flamengo iniciou o clássico com um esquemabem redondinho, contando com Léo Moura, Welington, David e Egídio formando a linha de quatro defensores à frente do Felipe, Maldonado, Willians e Renato compondo um sólido tripé de meio-campo e Vander e Thiago Neves com a missão de organizar as tramas ofensivas que seriam finalizadas pelo centroavante Deivid. Neste esquema, o Flamengo pôde explorar os avanços de Léo Moura, como o que resultou no primeiro gol marcado pelo Deivid, sem deixar buracos defensivos, e o Renato centralizado foi muito mais produtivo, tanto defensivamente quanto ofensivamente, do que se estivesse aberto pela meia esquerda. Um lance que exemplifica a boa atuação do Renato pela meiúca foi o lindo passe que ele deu para o Thiago Neves aplicar um lençol sensacional no goleiro Fernando Prass e marcar um gol mais lindo ainda. Por outro lado, o Vasco veio à campo em um 4-3-1-2, com Fernando Prass; Fagner, Dedé, Anderson Martins e Ramón; Allan, Eduardo Costa e Rômulo; Jéferson; Éder Luís e Marcel. E quais foram os principais pecados táticos do Vasco? O primeiro, e em minha opinião o mais importante, foi ter deixado apenas o Jéferson com a missão de arquitetar as jogadas de ataque da equipe. Em segundo, a falta de trabalho do Éder Luís com o Fágner e o Ramón pelos lados do campo, que poderiam resultar em bolas alçadas para o centroavante Marcel. E, por fim, a ausência de uma marcação mais forte no Thiago Neves. Não que o Vasco tivesse que ter colocado um jogador colado no meia rubronegro, mas não poderia, de maneira alguma, deixá-lo ter a liberdade que teve, principalmente no 1º tempo.

E no confronto técnico, apesar de contar novamente com um retaguarda insegura, principalmente a dupla de zaga, o Flamengo também esteve um nível acima do Vasco. A superioridade técnica flamenguista pode ser vista mais claramente no setor de meio-campo. Enquanto Thiago Neves bateu um bolão nos primeiros 45 minutos, com direito até a um Golaço, assim mesmo com “G” maiúsculo, Jéferson só apareceu no jogo ao sofrer algumas faltas. Ainda no meio-campo, Maldonado, Willians e Renato tiveram uma atuação muito mais consistente e produtiva do que Allan, Eduardo Costa e Rômulo. Outro exemplo: pela lateral-direita, Léo Moura participou do jogo com mais intensidade do que o Fagner.

Foram estes os motivos que fizeram o Flamengo atuar praticamente uma hora, ou seja, até os 15 minutos da 2ª etapa, com uma tranquilidade e superioridade que não são normais em um clássico, principalmente em um Flamengo x Vasco. Nos últimos 30 minutos de jogo, porém, para revolta do treinador Luxemburgo, o Flamengo recuou demasiadamente, buscando explorar os contra-ataques, e quase pagou o pato por ter chamado o Vasco pro seu campo. O gol vascaíno, marcado pelo volante Rômulo, aos 30 minutos da 2ª etapa, após falha bisonha do zagueiro Welington, colocou fogo no jogo e fez o Vasco crescer na partida. Não que os problemas citados anteriormente tivessem sumido do Vasco, mas no futebol não é nada raro uma equipe conseguir seus objetivos na base do abafa. Sendo assim, se aproveitando do equívoco do Flamengo em recuar excessivamente, o Vasco buscou, na base da força de vontade, superar suas limitações e chegar ao empate, mas o Flamengo conseguiu conter o ímpeto do rival.

Se, antes do clássico, os torcedores de Flamengo e Vasco já viviam situações completamente opostas, agora o espaço entre os dois é ainda maior. Enquanto o flamenguista conta os dias para ver o Ronaldinho Gaúcho estrear em uma equipe que conquistou quatro vitórias em quatro jogos, o vascaíno vê, pela primeira vez na história, sua equipe perder as quatro primeiras partidas de um Campeonato Carioca.

JOGADA RÁPIDA!

- No jogo que marcou o surpreendentemente rápido retorno do Conca aos gramados, apenas 33 dias após operar o joelho, o Fluminense precisou suar muito para vencer a Cabofriense. E o suor não foi devido somente ao calor danado que fazia no Moacyrzão, em Macaé, mas também porque a Cabofriense conseguiu o que parecia impossível: equilibrar o duelo contra o atual Campeão Brasileiro. No final das contas, porém, a exuberante fase do artilheiro Fred, autor de dois belos gols, foi o suficiente para o Fluzão superar os seus já rotineiros problemas defensivos e a aplicada equipe da Região dos Lagos. O destaque negativo do equilibrado confronto ficou por parte do bafafá originado quando o Leandro Euzébio mandou um bicão numa bola que já estava fora de campo e acertou o treinador adversário Waldemar Lemos, que invadiu o campo para tirar satisfações com o zagueiro do Flu e acabou expulso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário