O filme
conta a vida de Chanfle (Roberto Bolaños), roupeiro do América do México,
sonhador do futebol e uma pessoa tão honesta que para muitos pode parecer até utópica.
Casado com Tere (Florinda Meza), Chanfle irá enfrentar os problemas que a vida
coloca em seu caminho – falta de dinheiro e dificuldades para ter um filho. E o
pano de fundo desta história é o mundo do futebol, com todos os seus
ingredientes.
Os poucos
mais de 90 minutos de filme mostram uma combinação perfeita entre a comédia do
gênio Roberto Bolaños e críticas ao futebol que, embora o filme seja de 1979,
ainda permanecem atuais. Ambos, o humor e as “alfinetadas”. Os personagens Reyes
(Ramón Valdés), um treinador que reclama até do que não vê, Valentino (Carlos
Villagrán), o artilheiro que mais pensa em dinheiro, carros de luxo e mulheres
do que em gols, e Sr. Matute (Rubén Aguirre), o presidente que comanda o
clube a seu bem querer, são, apesar de
cômicos, verdadeiros espelhos de muitos dos que fazem o futebol de hoje. Dentro
e fora dos campos.
Ao mesmo
tempo em que irá gargalhar com as patetadas de todos os integrantes que fizeram
história no Brasil através dos seriados Chaves e Chapolin, o espectador vai refletir
com declarações como:
“Ter espírito
esportivo significa saber lutar com honra, hombridade, cavalheirismo. Porém,
desgraçadamente, o esporte profissional tem feito com que se substitua a
destreza por artimanhas. E tudo vale desde que se consiga o triunfo. Em alguns
países, o esportista não é nada a não ser um artigo de consumo. Em outros, algo
muito pior. Um robô fabricado expressamente para ganhar uma medalha olímpica
que dê maior visibilidade a seu sistema político”, esta dita pelo médico do
clube, Dr. Najera (Edgar Vivar).
Como o humor
destes espetaculares atores não seleciona idade ou gênero e o futebol é uma
paixão universal, nunca foi tão fácil chamar um filme de imperdível.
El Chanfle
(1979)
Direção:
Enrique Segoviano
Roteiro:
Roberto Bolaños
Elenco: Roberto
Gómez Bolaños, Florinda Meza García, Ramón Valdés, Carlos Villagrán, Edgar
Vivar, Rubén Aguirre, María Antonieta de las Nieves, Angelines Fernández, Raúl 'Chato' Padilla
Nenhum comentário:
Postar um comentário