Um
dos grandes destaques do Campeonato Brasileiro de 2013 foi a organização e o
crescimento do movimento Bom Senso Futebol Clube, criado pelos jogadores, os
artistas do espetáculo. A cada início de partida, times inteiros se sentavam no
gramado, cruzavam os braços, se abraçavam intercaladamente ou trocavam passes
amistosamente, em protestos originais e que chamavam atenção. A principal
discussão levantada pelo movimento era a do árduo e inchado calendário. Parecia
a chegada de novos e bons ares, mas eis que começa 2014...
Amigos, não temos nem 10 dias de
temporada e dois casos já dimensionam o quanto as federações estaduais e a CBF
estão pouco se lixando para os clubes e os jogadores do nosso país. Creio que
não exista apenas relaxamento por parte da cartolagem, mas também uma boa dose
de incompetência. O cenário é assustador.
Entre o último
sábado, 18 de janeiro, e domingo próximo, 26, o Botafogo totalizará quatro
partidas pelo Campeonato Carioca. Isso mesmo, quatro partidas em oito dias, uma
a cada 48h. Nenhuma delas contra um adversário que em 2013 tenha disputado
sequer a Série B do Brasileiro.
Mas o
amadorismo não é exclusividade do Rio de Janeiro. A Federação Paulista de
Futebol, organizadora do Campeonato Paulista e da Copa São Paulo de Futebol
Júnior, fez o time principal do Santos entrar em campo para enfrentar o Audax
pelo Estadual às 19:30h da última terça-feira, apenas 30 minutos após os
santistas da sub-20 terem iniciado o duelo com o Atlético Mineiro pela
semifinal da Copinha. Ou seja, o torcedor do Santos precisou escolher se
acompanhava o presente ou o futuro do clube, pois a FPF foi incapaz de separar
os jogos.
Se não vivemos (será?) mais o ano de
1994, quando o Grêmio disputou três rodadas do Campeonato Gaúcho em um mesmo
dia (11 de dezembro) e o São Paulo enfrentou o mesmo Grêmio, pelo Brasileiro, e
o Sporting Cristal, pela Copa Conmebol, no dia 16 de novembro, os nossos
cartolas mostram, 20 anos depois, que o nível administrativo ainda é precário.
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