Como já foi levantado aqui algumas vezes, um dos mais calorosos e agradáveis debates do nosso futebol é aquele que coloca em questão se o Campeonato Brasileiro deve ser por pontos corridos ou ter uma fase final de mata-mata. Pois bem, amigos, a última rodada da Segundona é um prato cheio, ou melhor, uma entrada de graça no rodízio de massas, para os críticos dos pontos corridos. Se não, vejamos.
Dos dez jogos
da derradeira rodada, apenas um conta com dois times que ainda brigam por algo:
o Oeste quer escapar da Terceira e enfrenta o Joinville, que sonha com o
título. Por outro lado, teremos também um duelo que não tem nenhum valor em
termos de tabela (Vila Nova versus Portuguesa, ambos já degolados).
Fora estes dois
embates, todos os outros oitos confrontos envolvem uma equipe já de fériais e
outra a todo vapor, esteja esta na luta pelo caneco (Ponte Preta), pelo acesso (Boa,
Atlético Goianiense, Avaí, América Mineiro e Ceará) ou pela permanência (América
de Natal e Bragantino). E é em situações assim que os pontos corridos murcham.
Murcham mais
no Brasil do que nos grandes centros europeus, porque, aqui, ao final da
competição, seja a Série A ou B, apenas oito posições interessam: as quatro
primeiras e as quatro últimas. Em outras palavras, 12 times terminam de mãos
vazias. Na Primeira Divisão isso se deve à desvalorização da Copa
Sul-Americana, que de tão abandonada nem mais tem suas vagas definidas pela
principal competição do país.
Por outro
lado, nas grandes ligas europeias, dado o prestígio da Liga Europa, o segundo
torneio continental em importância, campeonatos como a Bundesliga, por exemplo,
contam com 10 posições ativas ao final: campeão, mais três vagas para a Liga
dos Campeões, outras três para a Liga Europa e três rebaixados. E não nos
esqueçamos que lá, na Alemanha, a colocação do time ao fim da temporada é
levada em consideração na hora da distribuição das cotas de TV.
Assim, muito
devido a não ter nada em disputa a não ser título, acesso e permanência, a
Segundona chega a sua última rodada com praticamente todos os confrontos
colocando frente a frente um time sem pretensões e outro com a faca entre os
dentes. Vejamos como será, na próxima semana, o cenário da Primeira.
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