O
Frasqueirão, casa do ABC de Natal, ao lado do América-MG os únicos Decacampeões
Estaduais do país, é um palco bem recente – foi inaugurado em 2006. O nome do
estádio, entretanto, vem de um tempo já bem distante, de uma época onde a vida
do casal Farache e a do ABC se misturavam, caminhavam juntas, como uma só.
Vicente
Farache Netto tentara ser jogador de futebol no fim dos anos 10, mas a bola,
digamos, não era sua melhor amiga. A habilidade que não tinha nos gramados,
Farache tinha para o comércio e para a advocacia. Assim, foi questão de tempo
até se tornar um dos mais bem sucedidos comerciantes natalinos e um reconhecido
promotor público. Este status alcançado e sua paixão pelo ABC lhe transformaram
não só no diretor técnico, mas num verdadeiro faz-tudo na época mais gloriosa
do Alvinegro Potiguar.
Entre 1932 e
1941, quando o ABC conquistou a façanha do já citado Deca Potiguar, Farache
montou o elenco com contratações e dispensas, empregou muitos jogadores em suas
lojas – a de sapato e tecidos e a joalheria – bancou alimentação e material
esportivo da equipe... em outras palavras, viveu para o ABC.
Diz o velho
ditado que “por trás de todo grande homem, há uma grande mulher”, e, neste
caso, toda paixão e entrega de Victor Farache ao Alvinegro só foi possível
porque, dentro de casa, ele teve uma companheira que fazia de tudo por ele e,
consequentemente, pelo ABC: a chilena Maria do Rosário Lamas Farache. Durante
todo o período em que estiveram casados, de 1935 até 1949, ano de sua morte,
Maria Lamas Farache se tornou uma abcdista de corpo e alma, e dedicou ao clube
somente os melhores sentimentos.
O Estádio
Maria Lamas Farache deve ser lido como uma belíssima homenagem a uma mulher que
adotou o Alvinegro Potiguar como clube de coração. Porém, mais do que isto,
deve ser lido como um agradecimento ao casal Farache, sinônimo de ABC.
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