Já faz algum tempo que a incompetência dos dirigentes
esportivos brasileiros me espanta mais do que a desonestidade que eles exalam.
Não que eu me sinta acostumado e aceite a falta de caráter de grande parte dos
cartolas, mas a incapacidade profissional para realizar o mais simples é de assustar.
Estes próximos dias nos mostrarão um exemplo cristalino do que falo.
Imagine você, amigo, dono de um empreendimento que
comercializa dois produtos: barrinhas de chocolate e barrinhas de cereais. Em
determinado momento, com o intuito de aumentar as vendas das barrinhas de
cereais, o que você acharia da ideia de investir em propagandas sobre os
malefícios de se comer chocolate? Uma ideia completamente sem pé nem cabeça, concorda?
Pois, em certa medida, é o que faz a CBF.
Completamente ausente de questões como projetos sociais,
punições a atos racistas, profissionalização da arbitragem, controle da
violência nos estádios, suporte aos clubes das divisões inferiores, entre
outras, a CBF se compromete apenas a realizar as competições nacionais e
explorar a Seleção Brasileira. O Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil e a
Seleção são os seus produtos.
No entanto, vamos presenciar nos próximos dias o seguinte
cenário: as próximas duas rodadas do Brasileirão e os jogos de volta da Copa do
Brasil não contarão com o melhor do pouco que temos, pois Jefferson, Gil, Elias,
Everton Ribeiro, Ricardo Goulart, Robinho e Diego Tardelli, estarão servindo a
Seleção Brasileira nos amistosos contra Colômbia e Equador.
Ao promover rodadas das principais competições nacionais em
paralelo com jogos da Seleção, a CBF mostra que aconselharia ao amigo, caso
fosse dono da empresa de barrinhas, a meter o pau no chocolate para vender mais
cereais.
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