Seria de um otimismo até inocente acreditar que o Brasil
fosse exibir um futebol de encher os olhos nos amistosos diante de Colômbia e
Equador. Os motivos são diversos: os “europeus” estão em início de temporada,
não existe pressão pela proximidade de uma competição relevante e, por fim,
Dunga não conseguiria, em uma semana, dar um padrão de jogo à Seleção. As
opções ofensivas do velho novo treinador, porém, deram indícios de qual deve ser
o estilo ofensivo do escrete nacional.
Curto e sem ser grosso, a seleção não conseguirá, num piscar
de olhos, esbanjar trocas de passes ad
eternum, como sonham os amantes do estilo “tiqui-taka” espanhol e da
Alemanha que não é de Guardiola mas tem muito do treinador. A equipe de Dunga
promete ir mais diretamente ao ponto, pegar a bola e levá-la à zona do agrião o
mais rápido o possível. No entanto, estes ataques em velocidade podem (e devem)
ser mesclados a muita movimentação por parte dos homens de frente.
Só para ficar nos nomes convocados por Dunga, Diego Tardelli
foi escalado como centroavante mas adora cair pelos flancos do campo; Oscar
pode armar pelo centro e encostar nos meias abertos; Willian, pelo menos no
Chelsea, vai e vem incessantemente pelo lado direito; Éverton Ribeiro, canhoto,
gosta de entrar em diagonal e se aventurar pela meiúca; Ricardo Goulart, como
ponta-de-lança, se infiltra constantemente na área; Philippe Coutinho abre e
fecha o tempo todo; Neymar... bem, Neymar joga absurdamente demais em qualquer
posição do ataque.
O fato de a safra atual não ser recheada de jogadores com
apreço pela bola de pé em pé em pé em pé não significa que a seleção precise
jogar um futebol burocrático como, diga-se de passagem, fez a maior parte do
tempo nestes dois amistosos. Com um pouco de consciência tática, estes mesmos
nomes selecionados por Dunga podem fazer um futebol pra lá de vistoso e
eficiente, ou seja, que agrade os amantes da arte e do resultado.
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