quarta-feira, 10 de setembro de 2014

MOVIMENTAÇÃO


Seria de um otimismo até inocente acreditar que o Brasil fosse exibir um futebol de encher os olhos nos amistosos diante de Colômbia e Equador. Os motivos são diversos: os “europeus” estão em início de temporada, não existe pressão pela proximidade de uma competição relevante e, por fim, Dunga não conseguiria, em uma semana, dar um padrão de jogo à Seleção. As opções ofensivas do velho novo treinador, porém, deram indícios de qual deve ser o estilo ofensivo do escrete nacional.

Curto e sem ser grosso, a seleção não conseguirá, num piscar de olhos, esbanjar trocas de passes ad eternum, como sonham os amantes do estilo “tiqui-taka” espanhol e da Alemanha que não é de Guardiola mas tem muito do treinador. A equipe de Dunga promete ir mais diretamente ao ponto, pegar a bola e levá-la à zona do agrião o mais rápido o possível. No entanto, estes ataques em velocidade podem (e devem) ser mesclados a muita movimentação por parte dos homens de frente.

Só para ficar nos nomes convocados por Dunga, Diego Tardelli foi escalado como centroavante mas adora cair pelos flancos do campo; Oscar pode armar pelo centro e encostar nos meias abertos; Willian, pelo menos no Chelsea, vai e vem incessantemente pelo lado direito; Éverton Ribeiro, canhoto, gosta de entrar em diagonal e se aventurar pela meiúca; Ricardo Goulart, como ponta-de-lança, se infiltra constantemente na área; Philippe Coutinho abre e fecha o tempo todo; Neymar... bem, Neymar joga absurdamente demais em qualquer posição do ataque.

O fato de a safra atual não ser recheada de jogadores com apreço pela bola de pé em pé em pé em pé não significa que a seleção precise jogar um futebol burocrático como, diga-se de passagem, fez a maior parte do tempo nestes dois amistosos. Com um pouco de consciência tática, estes mesmos nomes selecionados por Dunga podem fazer um futebol pra lá de vistoso e eficiente, ou seja, que agrade os amantes da arte e do resultado.

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