Na postagem de hoje do FUTEBOLA, o grande zagueiro Duílio, de
passagens inesquecíveis por gigantes do futebol brasileiro, além de 10 anos no futebol
português, conta um pouco de sua trajetória nos gramados. Uma trajetória
gloriosa, que inclui um início avassalador no Coritiba, participação em um dos
maiores times da história do América e protagonismo no vitorioso Fluminense da
primeira metade dos anos 80. Espero que os amigos aproveitem.
APROVADO NOS TESTES DO CORITIBA
Meu pai encerrou sua carreira em 1962 e eu entrei na
categoria dente de leite do Coritiba em 1970. Quando passei no teste, cheguei
em casa todo feliz e disse para meu pai: ‘Agora vou jogar no seu time, no
Coritiba. Só que vou ser zagueiro’. Apesar de ter sido centroavante, ele sempre
me apoiou.
Nota do editor: Também chamado Duílio, o pai do nosso
entrevistado é nada menos do que o maior artilheiro da história do Coritiba,
com 202 gols.
PRESSÃO PELA HISTÓRIA DO PAI
Sempre tinha aquela história que dizia que se eu jogasse
metade do que meu pai havia jogado já seria maravilhoso. Eu nunca era o Duílio,
mas, sim, o filho do “Canhão do Alto da Glória”, o filho do grande artilheiro
paranaense. E como eu queria o meu espaço, não o espaço do meu pai, tive que
dar uma basta nisso. Um dia eu fui convidado para fazer um programa de
televisão e falei para o meu pai: ‘Pai, na hora que me perguntarem eu vou dar
uma apelada’. Aí, quando este assunto surgiu na televisão eu disse: ‘Olha, eu
vou deixar bem claro para vocês. Meu pai está vendo o programa ao vivo. Se ele
entrasse na área eu iria quebrar ele no meio. Ele não iria se criar comigo. Eu
sou o Duílio, o zagueiro do Coritiba’. Todo mundo riu e meu pai adorou. Foi
bom, pois tirei um peso. Nós vemos até hoje filhos de
jogadores que não conseguiram se firmar no futebol por causa deste peso.
CAMPEÃO DOS CAMPEÕES PELO AMÉRICA
O título de Campeão dos Campeões em 1982 me dá muito orgulho
porque o América era, naquela época, a equipe mais querida do Rio de Janeiro. O
América foi convidado por ser um clube de expressão, pelo seu passado, e
acabamos com o título. Foi uma equipe formada pelo excelente treinador Dudu,
que tinha um relacionamento muito bom com os atletas, conversava bastante. Essa
equipe do América, infelizmente, se desfez no final de 1982. Nós ainda conquistamos
a Taça Rio e fomos disputar o triangular final com Flamengo e Vasco. Perdemos
os dois jogos por um a zero, mas, apesar disto, nos consideraram a melhor
equipe daquele Campeonato Carioca.
Nota do editor: o Torneio dos Campeões do Brasil foi
disputado após o Brasileirão de 1982 e terminou um dia antes do início da Copa
do Mundo daquele ano. O América levou o caneco após bater o Guarani do Jorge
Mendonça na decisão. O elenco comandado pelo treinador Dudu era formado por: Gasperin,
Chiquinho, Duílio, Everaldo e Zé Dilson, Sérgio Pinto, Pires, Gilberto, Elói João Luís, Serginho, Moreno, Gilson Gênio, Hernâni, Airton, Jorginho, Batalha e
Donato.
MÁQUINA TRICOLOR (75/76) X CAMPEÃO BRASILEIRO E TRI-CARIOCA
(83/84/85)
No Fluminense, vivi meu auge, a melhor fase da minha vida,
com os títulos cariocas e do Brasileiro de 1984. Para este time ter o status
que a Máquina tem até os dias de hoje, faltou apenas jogadores com mais nomes, com
passagens mais duradouras pela Seleção Brasileira. A Máquina teve mais
jogadores de destaque. O time do Tri de 83/84/85 não foi tão famoso pois não
teve tantos jogadores na Seleção Brasileira quanto deveria, por causa de
questões políticas e dos treinadores que estavam por lá.
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