Pelé é tão transcendental que se tornou o sinônimo para
melhor inquestionável de outros esportes. Desde Kelly Slater é o Pelé do surfe
até Arnold Schwarzenegger é o Pelé do fisiculturismo, a comparação com o “Rei”
é a mais simples forma para dar a alguém o título de símbolo máximo em sua
área. Com esta prática, todas as áreas acabam por colaborar um pouco para a solidificação
de Pelé como inigualável, pois mantém sempre viva sua figura. E coube a um
“irmão” do futebol, o futebol de salão, ter um ícone maior que, ao ser chamado
de Pelé do futsal, mais fez para a valorização da imagem do “Rei”. O nome em
questão é Alessandro Rosa Vieira, conhecido por todos como Falcão.
Entre os poucos em proporção, mas muitos em número absoluto,
que tentam negar a majestade de Pelé, um dos argumentos mais utilizados é o de
que ele sempre esteve a vestir a camisa 10 santista. Em outras palavras, Pelé
não jogou na Europa como os três postulantes ao seu trono: Alfredo Di Stéfano,
Diego Maradona e Lionel Messi, não por coincidência todos argentinos. “Mas Pelé
jogava o Paulistão, o Rio-São Paulo e a Taça Brasil!”, gritam uns sem lembrarem
que, naquela época, uma Seleção Paulista faria frente com qualquer Seleção
Nacional do planeta, ou que entre os adversários do Alvinegro Praiano estavam o
Botafogo de Garrincha, Didi e Nilton Santos e o Palmeiras de Djalma Santos,
Julinho Botelho e Vavá.
E eis que agora, nos anos 2000, brota um exemplo de mão cheia
para os defensores do Rei. Falcão, o mesmo que há poucos dias, “todo torto”,
como ele mesmo disse, devido a uma paralisia facial, foi protagonista de mais
uma conquista mundial da Seleção Brasileira, sempre defendeu e venceu tudo com clubes
nacionais. Tal qual Pelé, se deixarmos um pouco de lado a passagem pelo New
York Cosmos. Contudo, quando veste a camisa brasileira e realiza suas jogadas
mais inacreditáveis do que uma escapada do Houdini ou uma entortada de talher
do Uri Geller, quando bate o recorde de gols por uma Seleção nacional em
qualquer tipo de futebol, quando conquista títulos mundiais como em 2008 e
2012, Falcão prova que não precisa viver o dia-a-dia da Europa para ser o
melhor de todos. Assim como já havia provado Pelé, nas Copas do Mundo de 1958 e
1970.
A partir do último domingo, com mais uma página escrita por
Falcão e seus companheiros na história do esporte nacional, se tornou ainda
mais fácil do que sempre foi defender a supremacia de Pelé perante alguns
gigantes da bola. Quando uma voz se levantar para dizer que Pelé nunca defendeu
um clube do “Velho Continente”, a resposta já estará engatilhada: “E daí, o Falcão
também não e isto não o impediu de ser o maior de todos os tempos no futsal”.
Touché!
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