Brasil 1 x 1 Rússia – Stamford Bridge, Londres (Inglaterra)
Quinze minutos de bom futebol da dupla Marcelo/Hulk e
oportunismo de Fred salvam Brasil de nova derrota, desta vez diante da Rússia,
mas não apagam mais uma péssima atuação sob o comando de Felipão.
Com três alterações em relação ao onze que foi dominado pelos
italianos no empate em 2 a 2 há apenas quatro dias, o Brasil foi para a peleja
esquematizado pelo Felipão no 4-2-3-1 com: Julio César; Daniel Alves, Thiago
Silva, David Luiz e Marcelo; Fernando e Hernanes; Oscar, Kaká e Neymar; Fred.
Ainda invicta desde que Fabio Capello assumiu e líder do grupo F das
Eliminatórias para a Copa do Mundo com 100% de aproveitamento, a Rússia foi a
campo organizado no 4-1-4-1 com: Gabulov; Anyukov, Berezutski, Ignashevich e
Yeshchenko; Glushakov; Kokorin, Shirokov, Fayzulin e Bystrov; Kerzhakov.
Nos primeiros 15 minutos do embate, os russos pareciam
enfrentar Luxemburgo ou Azerbajão, frágeis adversários de seu grupo nas
Eliminatórias, tamanha a facilidade para dominar as ações ofensivas. Não as
converteram em bola na rede, é verdade, mas fizeram gato e sapato de um Brasil
mais desorganizado que feira em dia de queima de estoque. Aos poucos, a
marcação brasileira começou a encaixar e a bola a rodar mais pelos pés
canarinhos. E só. Nada mais do que isso. Destaque mesmo só a categoria de
Thiago Silva, pois os homens de frente não conseguiam tramar boas jogadas. Nem
sozinhos nem em conjunto. E há neste ponto um problema de ordem tática, pois
Oscar e Neymar estavam tão distantes um do outro que seria impossível uma
tabelinha ou um lance como o que rendeu um gol contra os italianos.
Como os russos voltaram do intervalo com a mesma postura
cautelosa da metade final do 1º tempo, e os brasileiros encontravam enormes
dificuldades para realizar qualquer jogada de ataque com um grau mínimo de
complexidade – um-dois, ultrapassagem do lateral, preparação de terreno para um
chute longo... – o jogo se arrastava. Um amistoso com cara de amistoso, até uma
chegada do Zhirkov na área render três chances de gol para a Rússia de uma só
vez sem que a retaguarda amarela fosse capaz de afastar o perigo. Um a zero,
gol de Fayzulin. Com cerca de 15 minutos por jogar, o Brasil descobriu num
esfomeado e impetuoso Hulk, que entrara aos 21 no lugar de Oscar, a
possibilidade de, enfim, tratar bem a bola. E ao lado de Marcelo, sempre pela
esquerda, Hulk construiu o empate brasileiro, que viria pelo pé de Fred, aos
44.
Uma vez mais, o Brasil sai de campo sem dar ao torcedor a
mínima sensação de evolução. São quase quatro meses de Felipão no banco
brasileiro. Neste período, Guardiola poderia ter visto mais de uma centena de
partidas do último Brasileirão. Será que os que gritaram contra a contratação
do espanhol, por ele não conhecer o “futebol daqui”, assistiram a tantos jogos
do Campeonato Nacional em 2012? Será que a Seleção estaria tão estagnada,
metafórica e literalmente com o catalão?
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