Pelo retrospecto
recente de três títulos consecutivos (Santos, Corinthians e Atlético Mineiro),
pelo maior potencial econômico e, consequentemente, pelos melhores elencos no
papel (seja lá qual for a importância disso), os brasileiros entraram na
Libertadores com pompas de favoritos. A ausência do Boca Juniors – o único para
quem os torcedores tupiniquins aceitam ser derrotados sem gritar “Que zebra!” –
pretendia deixar o caminho para o principal título continental ainda menos
pedregoso. Mas é quando a bola rola que a história se desenrola...
Favoritismo, amigos,
não é sinônimo de vida fácil. Poderia me fazer valer de qualquer um dos grupos
para ilustrar tal afirmação, mas ficarei com o do Flamengo. O título da Copa do
Brasil após superar quatro dos seis melhores classificados do último Campeonato
Brasileiro e uma chave com León, Bolívar e Emelec, clubes que nunca foram
finalistas na história da Libertadores, levaram a uma ideia de que o
Rubro-Negro teria vida tranquila na primeira fase. Esta ideia, diga-se de passagem,
ignorou o fato de estes três clubes terem levantado um caneco nacional no ano
passado.
Pois bem, com duas
vitórias em cinco jogos, o Flamengo chega à última rodada sem a vaga no
mata-mata garantida e, mais importante ainda, sem demonstrar ter um time
superior aos seus adversários. Atlético Paranaense, Botafogo e Cruzeiro (até
tu, Brutus!) vivem situação semelhante. É verdade que todos dependem de suas
próprias forças, mas, hoje, com uma rodada por jogar, apenas Grêmio e Atlético
Mineiro já estão classificados, um cenário bem menos pomposo do que se esperava
no início do torneio.
O futebol brasileiro
ainda pode ter todos seus seis clubes classificados para as oitavas de final da
Libertadores, mas a possibilidade (real) de contar com apenas dois
representantes no mata-mata serve para pensarmos primeiro em quão sólido era o
favoritismo dos nossos clubes pré-torneio, e, segundo, em como é vazio este
status de favorito no futebol.
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