Já há algum tempo ganhou tom de verdade absoluta futebolística
que em um confronto de ida e volta é melhor ser visitante primeiro e anfitrião
depois. Dito de outro modo, jogar os últimos 90 de um duelo de 180 minutos em
casa se tornou uma vantagem inegável. E realmente seria?
O grande benefício de ser mandante na segunda partida de uma
mata-mata é estar ao lado da torcida nos momentos derradeiros. Este, porém, é um
benefício bem relativo, pois uma combinação entre resultado desfavorável e atuação
ruim no caminhar do jogo de volta inquieta o antes esperançoso torcedor e o
apoio das arquibancadas tem grandes possibilidades de se transformar em
desestabilizadoras vaias.
Outro dito ponto positivo de mandar a partida de volta é
entrar em seu próprio campo já sabedor do resultado que precisa fazer para se
classificar. Ora, bolas, onde está a vantagem em saber, por exemplo, que é
necessário vencer por três, quatro ou cinco gols de diferença? Para um time de
psicológico fraco, como são muitos no futebol brasileiro, a necessidade de golear
para passar de fase é suficiente para desorganizá-lo taticamente, fragilizá-lo
tecnicamente e esgotá-lo fisicamente.
A intenção aqui não é a de inverter os polos, ou seja,
decretar que é melhor jogar a primeira partida em casa e a segunda fora. Ser
visitante na volta também tem seus problemas. Na verdade, vantagem mesmo seria
um time poder olhar para si próprio, para o seu departamento médico, para o calendário
da competição (com o intuito de compará-lo com outros torneios simultâneos), para
o adversário e para a casa do adversário (altitude? caldeirão? viagem longa?) e
decidir qual seria a ordem do mando de campo que ele considera mais vantajosa. Isso
sim seria vantagem, não a imposição que atualmente é feita.
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