Poderia escrever exclusivamente sobre a relaxada (no sentido positivo
e negativo da palavra) vitória do Bayern de Munique sobre o Raja Casablanca,
que rendeu ao clube bávaro seu terceiro título Mundial. Porém, não sou
permitido pela pífia apresentação atleticana na semifinal – assim como também
foi fúnebre a atuação nos 3 a 2 diante do Guanghzou, que valeu a terceira colocação.
Falar mais do Atlético ainda é necessário.
Por motivos técnicos (qualidade no passe), físicos (intensidade),
psicológicos (paciência e atenção) e táticos (dinâmica e movimentação), o
Atlético Mineiro de hoje não seria capaz de atacar o Raja Casablanca da forma
que o Bayern atacou na primeira etapa da final, quando os alemães encaminharam
bem o título ao fazer o placar final de 2 a 0. O Atlético seria capaz, sim, de
marcar por pressão como o Bayern marcou. E através desta marcação, não deixaria
os marroquinos das arquibancadas se empolgarem e os do campo colocarem as
manguinhas de fora.
Repito: o Atlético do Cuca não teria condições de atacar da
mesma forma que o Bayern de Guardiola. No entanto, com marcação avançada e
roubadas de bola no campo do oponente, o Galo conseguiria ser dominante de sua própria
forma. Ronaldinho teria espaços para descobrir ainda mais espaços, Diego
Tardelli teria mais oportunidades para finalizar, Jô teria bolas mais redondas
para transformá-las em gols, Réver e Leonardo Silva teriam mais escanteios a
favor para meter a cabeça...
Assim como diante do Bayern de Munique, o Raja Casablanca não
entrou em campo contra o Atlético confiante na vitória. Podia até sonhar com
ela, mas não tinha confiança de que poderia superar o time do ídolo Ronaldinho.
A grande diferença da final para a semifinal foi que o Bayern, marcando lá em
cima, não deu oportunidade para o Raja ganhar confiança. O Atlético, por sua
vez, deixou o anfitrião se encher de crença no próprio taco, e, com isso, escutou,
na última quarta-feira, um dos apitos finais mais doloridos de sua história.
Além das faixas, medalhas e, principalmente, o caneco, tem sido para os jogadores do Bayern algo bastante “corriqueiro” pelo simples fato da imposição, durante as partidas decisivas, fazendo os “pobres” oponentes, que já eram coadjuvantes, se tornarem meros figurantes.
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